Witzel abandona CPI e pede sessão reservada para investigar o próprio impeachment

Ao longo de aproximadamente 4 horas, Witzel acusou Bolsonaro de abandonar os governadores e prefeitos à própria sorte na pandemia

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Jornal GGN – Amparado por um habeas corpus da Suprema Corte, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel decidiu deixar a CPI da Covid no Senado por volta das 14h desta quarta (16), sem concluir seu depoimento, após o início de questões de deputados governistas. Witzel disse que não é obrigado a suportar ataques “chulos”.

Durante cerca de 4 horas, ele acusou Jair Bolsonaro de abandonar os governadores e prefeitos à própria sorte na gestão da pandemia e afirmou que a omissão e inação tornam o presidente da República o “único responsável” pela morte de mais de 490 mil pessoas no Brasil.

Na saída da CPI, Witzel disse à imprensa que espera ser convidado novamente pelos senadores para prestar esclarecimentos à comissão, e reafirmou seu pedido para falar em uma sessão “reservada”, para entregar apenas aos membros da comissão informações sensíveis sobre a “perseguição” aos governadores. Ele quer que a CPI investigue especialmente “quem financiou” seu processo de impeachment.

Ex-aliado de Bolsonaro, Witzel se disse vítima de conspiração política e boicote federal na pandemia, negou envolvimento em supostos desvios de recursos públicos e disse que Jair Bolsonaro criou uma narrativa para atribuir aos governadores e prefeitos a culpa pela destruição de empregos e “roubalheira”.

Na campanha eleitoral, Witzel apareceu ao lado de um candidato a deputado que quebrou uma placa em homenagem a Marielle Franco em praça pública. Witzel agora diz que toda a perseguição contra ele começou porque ele deu apoio à Polícia Civil nas investigações sobre o assassinato da ex-vereadora.

Ele ainda revelou à CPI que deu “dicas” aos delegados do caso, para que encerrassem o inquérito sobre o executores do crime e buscassem os “mandantes”. Ele disse que foi nessa fase que os policiais se depararam com o porteiro de Bolsonaro. Leia mais aqui.

Redação

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