Xadrez da ultradireita e o pensamento militar brasileiro, por Luis Nassif

A única dúvida que o trabalho deixa é sobre a real abrangência desse pensamento junto aos estamentos militares. Com exceção do General Villas Boas, as declarações são de militares da reserva e as posições são de Clubes Militares.

Peça 1 – a irracionalidade como ideologia

Confesso que a primeira vez que ouvi Arnaldo Jabor falar em “comunismo viral”, julguei que fosse apenas mais um roteiro teatral para atender à demanda da mídia por cronistas vociferantes. Ele citava Jean Baudrillard e voltaria a citar inúmeras vezes. Segundo Baudrillard, “o comunismo, hoje desintegrado, tornou-se viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação da vida social” – vide o novo eixo do mal da América Latina.

Eixo do mal, ideologia viral invadindo os cérebros das pessoas, esse tipo de discurso pirado, profundamente anacrônico, no entanto, começou a ser exercitado por outros cronistas do ódio, alguns se espelhando claramente em Olavo de Carvalho.

Um paper para discussão, do professor Eduardo Costa Pinto, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), traz algumas luzes sobre as ideias que ajudaram a moldar a nova face do anticomunismo no Exército: a luta contra o marxismo cultural, do qual o principal expoente foi o General Sérgio Augusto de Avelar Coutinho, falecido em 2011.

A principal obra do general Sérgio é “Revolução Gramcista no Ocidente, de 2002 e reeditado pela Biblioteca do Exército em 2010.

Peça 2 – as raízes da nova direita

Segundo o autor, as influências centrais, tanto do general Coutinho, como de Olavo de Carvalho, foi o pensamento  neoconservador  norte-americano  dos  anos  1980  e  1990,  “mais especificamente  o  ramo  denominado  “paleoconsertives” com raízes fincadas no coletivismo de direita americana da década de 1920 e 1930, de oposição ao New Deal”.

Sustentava-se no tripé pequeno governo (descentralização das funções de governo articulado com a auto governança/comunitarismo), anticomunismo e valores tradicionais (civilização ocidental e judaico-cristã).

Esse conservadorismo ressurge agora no movimento denominado de “alt-right”, com ênfase ainda maior na guerra cultural, “pois  a  cultura  e  a moralidade  americana  estariam  sendo  destruídas”. Os instrumento de destruição seriam o multiculturalismo e o “marxismo cultural” sendo manobrado por acadêmicos, militantes, jornalistas.

Esses argumentos são desenvolvidos após o fim da União Soviética, como forma de manter alimentada a indústria do anticomunismo.

Não foi por coincidência, alguns dos ideólogos eram ligados ao pensamento militar. Foi o caso de William Lind, que, em 1989, foi o primeiro a cunhar o termo de guerra de 4a geração, que depois seria rebatizada de ““guerra híbrida”, cujo objetivo era “obter  vantagens  com  as mudanças  políticas,  sociais,  econômica  e  tecnológica  em  virtude  do  aumento  da complexidade com adversários não estatais (terroristas, grupos revolucionários, etc.)”.

A grande ameaça, segundo Lind, seria a ideologia do multiculturalismo, “no qual o confronto ideológico-militar se dá entre os Estados Unidos da América (e de Israel) de um lado e o MCI, Movimento Comunista Internacional  (e os países islâmicos) de outro”.

Peça 3 – a ultradireita brasileira

É por esses mares que singra o barco do general Coutinho. De acordo com Costa Pinto, para o Gal. Coutinho os socialistas e comunistas (internacionais e nacionais) estariam infiltrados no discurso do politicamente correto:

1) nos partidos como FHC (vinculado ao fabianismo que teria como importantes representantes Soros, David Rockefeller,  Bill  Clinton,  entre  outros)  e  como  o  Lula  (articulado  com  Fidel  Castro organizados do Foro de São Paulo);

2) nas ONG´s;

3)  nas escolas e Universidades;

4) nos  meios  de  comunicação;

5)  nas manifestações  artísticas;

6)  nos movimentos  sociais (ambientalistas,  movimento  negro,  LGBT,  MST,  etc..).

Nas palavras de Coutinho “os movimentos alternativos e de minorias são estimulados  ou  mesmo  criados  pelas  organizações  de  esquerda  revolucionária  como componente  auxiliar  da  luta  de  classes  (aprofundamento  das  contradições  internas)  e como  elemento  ativo  da  ‘desconstrução’  da  família  tradicional  e  dos  valores  da civilização ocidental cristã”. ”

No plano internacional, além do apoio das ONGs, se valeriam da própria Organização das Nações Unidas (ONU) para favorecer regimes nacionais de esquerda e movimentos revolucionários em países do Terceiro Mundo.

É em cima dessa barafunda teórica, que o movimento alt-right, e seus sucedâneos tupiniquins, conseguem transmudar movimentos pacíficos, de defesa dos direitos humanos, em ameaças revolucionárias que precisam ser combatidas no plano cultural e com repressão política.

Peça 4 – o Estado como expressão do socialismo

A visão do Estado como um instrumento de opressão – e de fortalecimento do socialismo – vem dos tempos do New Deal. Para o general Coutinho, o Estado de Bem Estar, implementado pela social-democracia, seria uma forma de sociedade socialista.

Segundo Costa Pinto, trata-se de uma adaptação da visão da extrema direita americana sobre os “pequenos governos”. A diferença é que a visão da alt-right americana é da globalização, enquanto a dos Bolsonaro é da defesa da globalização e da abertura comercial.

Peça 5 – Coutinho e o pensamento militar

Costa Pinto vai buscar em entrevistas atuais de militares brasileiros, os indícios da influência do general Coutinho.

Do General Villas Boas

“Nós vivemos um fenômeno no Brasil e também no mundo que é o advento do pensamento do politicamente correto  […]  O  que  está  acontecendo  é  que  ele  [o  politicamente  correto]  está  tão impregnado  na  nossa  sociedade  ele  está  fazendo  com  que  todos  pensem  da  mesma maneira. […]. O pensamento politicamente correto se ideologiza e quando as questões são ideologizadas elas perdem a visão de resultado […]. Então quando mais temos de ambientalismo  mais  dano  ambiental;  […  quanto  mais  essa  preocupação  racial  mais preconceito  temos[…].  Quanto  mais  essa  questão  de  gênero  mais  preconceito homofóbico  vivemos  […]  E  mais  essa  quase  ditadura  do  relativismo  que  nós  estamos experimentando faz com se flexibilize todos os limites”. “

Do General da Reserva Luiz Eduardo Paiva

“Uma coisa é o  Haddad  aqui  em  cima  ou  o  Lula  aqui  em  cima,  mas  quem  dá  a  linha  ideológica perigosíssima do PT está aqui em baixo. É o Zé Dirceu, era o Marco Aurélio Garcia, é o Pomar.  Porque  eles  estão  implementando  no  país  uma  revolução  silenciosa  que  é  a revolução Gramscista, ocupando espaço, mobiliando todo o estado[…]”.  “

Do General Augusto Heleno, atual Ministro do Gabinete de Segurança Institucional:

“Nós beiramos [o socialismo], até tentamos com o Foro de São Paulo, alguns partidos que defendiam as teses socialistas […] Nós estivemos bem próximo disso acontecer, só que faziam uma máscara para fingir que não era, mas o caminho procurado era esse. Tanto é assim que as novas referências durante algum tempo foram Cuba e foram a própria Venezuela […]”.

“(…) Da Intentona de 1935, passando pela luta armada de 1960, até os governos de FHC e do PT, os comunistas e socialistas continuam como o mesmo objetivo: “realizar a revolução socialista”.

Peça 6 – o projeto de Nação

Desse modo, segundo Costa Pinto, o projeto de Nação vislumbrado por setores amplos das Forças Armadas, seria pela via dos costumes, da tradição, da identidade, sob ataque comunista. Mas “no plano econômico, a identidade  e  a  nacionalidade  seriam  realizadas  pelo  mercado,  sobretudo pelos capitais estrangeiros (de preferências norte-americanos) que supostamente trariam a modernidade para o país. Seremos altivos na identidade cultural, mas subalternos no plano econômico. ”

No Portal Feb, um dos muitos blogs de militares, o trabalho de Coutinho é equiparado ao de um missionário “que dedica sua vida ao resgate de almas e nações, é porque sua vocação pode levá-lo a pregar como um religioso ou discursar como um filósofo. Mas os poucos que lhes escutam e estudam suas recomendações chegarão à conclusão de que só se salva uma nação quando se estabelece no homem a consciência de sua alma e sua vinculação com o Criador. A construção de uma sociedade sadia está fundamentada na reconciliação do homem com Deus”.

No Ternuma – que junta ex-militares defensores da ação dos porões na ditadura – há os movimentos de aproximação com os blogs de ultradireita que surgiram na época.

“Aproximei-me, então, ainda mais do Gen Coutinho, até porque fiquei responsável por remeter ao Reinado Azevedo um exemplar do livro “A Revolução Gramscista no Ocidente”. A história da maneira pela qual o General decidiu estudar Gramsci, na idade em que muitos de nós mal tem paciência para ler o jornal, dá um pouco da dimensão deste homem”.

A única dúvida que o trabalho deixa é sobre a real abrangência desse pensamento junto aos estamentos militares. Com exceção do General Villas Boas, as declarações são de militares da reserva e as posições são de Clubes Militares.

Pode ser que o autor tenha superdimensionado a influência dos militares de pijama.

Bolsonaro e os Quarteis a loucura como método

 

 

Luis Nassif

34 Comentários

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  1. Faltam estudos que demonstrem que o maior capitalista do Brasil Foi Lula. Suas políticas que aliaram crédito e consumo foram o aprofundamento , ou talvez, a inauguração do capitalismo por estas bandas. Mais pragmático e adequado às condições brasileiras e menos baseado em manuais de economias distantes.

  2. Entendo que este diagnóstico da ideologia de extrema direita que ora pugna por se impor no mercado político brasileiro precisa ser bem compreendido para que o povo saiba de que laia é essa oligarquia que está de instalando no governo nazista de Jair Bolsonaro. Assim haverá mobilização das massas para dar sustentação ao impeachment desse presidente que pretende afundar mais ainda a nação brasileira na miséria e na crise econômica. Vide a decisão estatal de impor sigilo aos documentos sobre a maldita “reforma da Previdência”. Fora Bolsonaro.

  3. Você realmente temduvida, Nassif, ou faz força para nao acreditar: não há diferença entre os boçalnaros, mercado, e pentecostais. Duvido ue tenhan entendido o que Gramsci escreveu, mas que, conscientes ou nao, formaram um blico historico, formaram. Se vão consolidar a hegemonia, está a dar: motivados estao.

  4. As evidências apontam para o fracasso em qualquer esforço intelectual que se faça em busca de uma suposta base filosófica de fundamentação para uma suposta forma de pensamento militar brasileiro. Porque aparentemente não existe nem a fundamentação e nem tampouco o tal suposto pensamento. Simplesmente porque, se estivesse presente e influente no meio militar qualquer forma de pensamento, não seria possível nenhuma aproximação da corporação com uma singularidade como o insólito bolsonarismo.

    1. É isso. Nao adianta (sobretudo agora) propor debate racional com essa turma. Sao movidos a recalque, ressentimento e frustraçao. Antipetismo, antiesquerdismo e tantas outras expressões antissociais representam a busca do inimigo numero um, o mal a ser combatido religiosamente. Ou os setores democraticos acordam do longo sono e enfrentam essa boçalidade CHAMANDO-A PELO SEU NOME, ou já era.

  5. Mais um belo xadrez Nassif e grato pela indicação de literatura. Mourão não é um militar legalista, assim como não são o Villas Boas e o Heleno. Eles tamparam o nariz, foram na aventura do Bozo e arrebentaram nossa democracia. Agora que fiquem com seu bode na sala e a esquerda deve se preocupar única e exclusivamente em voltar ao poder. Saber poque tomou uma surra de mais de 2/3 dos votos no Sul, Centro Oeste, São Paulo e Rio de Janeiro para um cara da estirpe do Bozo. É isso que importa.

  6. Que loucura. A humanidade não consegue se livrar dos fantasmas.
    Desde os tempos imemoriais, quando ainda vagavam nas pradarias africanas.
    Mas, por outro lado, desconfio que por trás desses doidos que veem “comunistas” e “anticomunistas”, “cristãos” e “pagãos”, “romanos” e “bárbaros”, por todos os lados, há meia dúzia de espertos que se dão bem na vida explorando (e alimentando) os fantasmas desse povo ignaro que luta contra os fantasmas que os assombra.
    Enquanto uns se matam entre si combatendo fantasmas, outros tomam champanhe com caviar a bordo de um iate.
    E eu, fico aqui, admirando minha raça humana… demasiada humana.

  7. Marxismo cultural é um pensamento delirante. Todo delírio tem uma lógica por trás. Evidentemente não é a lógica do próprio delírio que, se formos tentar acompanhar, veremos que é totalmente incoerente. A lógica do delírio se revela através de uma análise da linguagem do delírio em confronto com a realidaáde (individual ou coletiva) que o comporta.

    O que existe no discurso reacionário de extrema direita é um medo irracional da mudança e da insegurança que ela causa. No plano sexual, por exemplo, há uma clara falência do homem heterossexual que, cada vez menos, consegue sustentar seu papel de provedor da família. Esta frustração é causada pelo capitalismo, mas as ideologias de extrema-direita desviam a raiva deste homem frustrado para o petismo corrupto/comunismo, para o feminismo e os movimentos LGBT.

    Na verdade, os reacionários são revoltados contra as mudanças sócio-econômicas promovidadas pelo próprio capitalismo, que em sua versão neoliberal acelera a cisão do tecido social. Mas sua revolta não identifica o capitalismo como inimigo e sim grupos sociais historicamente discriminados (cuja propensão a vítimas de ódio já é antiga) que funcionam como bodes expiatórios: progressistas/”comunistas”, LGBTs, feministas, movimento negro etc.

    Ou seja, eles se revoltam contra o capitalismo, apelando a um passado idelaizado, mas nos termos do próprio capitalismo, sem criticar o mecanismo do lucro que promove a dilaceração das sociedades. Por isso sua incoerência é estrutural, o que resulta num discurso (e numa prática política) delirante que, quando desafiada, apela à violência discursiva ou mesmo física, num desenvolvimento muito parecido com o fascismo e o nazismo da década de 1930.

  8. “A diferença é que a visão da alt-right americana é da globalização, enquanto a dos Bolsonaro é da defesa da globalização e da abertura comercial”

    Entao nao tem diferença, os dois são pela globalização…?

  9. Associar coisas simples e cristãs, como direitos iguais, direito a educação e saúde, preservação da natureza e dos animais, cuidados com negros, índios e mulheres, interesse pela educação infantil.interesse por ciência e tecnologia, com ideias comunistas, só mostra que nossos militares são doentes. Foram enfeitiçados pela ideia do comunismo, precisam se tratar com bons psiquiatras.

  10. “Mas os poucos que lhes escutam e estudam suas recomendações chegarão à conclusão de que só se salva uma nação quando se estabelece no homem a consciência de sua alma e sua vinculação com o Criador. A construção de uma sociedade sadia está fundamentada na reconciliação do homem com Deus”.” – Impressão minha ou isso coincidentemente é alinhado com o pensamento integralista? Parece que certas doutrinas insistem em permanecer em nossa sociedade.

  11. Prezados camaradas
    Não é apenas delírio: além de outras drogas (Ayn Rand), você vai encontrar tipo como os Irmãos Koch financiando estes grupos para justificar a porcaria de Mundo que estão construindo, cujos pilares são a ignorância crassa e imensa, o egoísmo sem limites e a burrice como um modo de vida permanente.

  12. Nassif,
    texto muito interessante para a discussão. Apenas creio que devemos empregar a terminologia correta: trata-se de “extrema-direita” e não de “ultra-direita”. Aliás, é só na Folha que está proibido o emprego da terminologia correta (embora toda a opinião pública no Brasil continue insistindo em não empregá-la).
    abraço, Marlon.

  13. A loucura do capitalismo que entrou em declínio busca alguma racionalidade que o prolongue no tempo, mesmo que esta racionalidade não passe de uma colcha de retalhos, uma espécie de bíblia econômica neoliberal.

  14. Sempre achei os militares uns burros idiotizados.
    Depois deste post tenho certeza de que são uns burros idiotizados.
    Estes estúpidos atrasaram o país em uns cinquenta anos com o golpe de 1964.
    Quando parecia que iríamos avançar estes imbecis voltam à cena a atrasam o país mais uns cinquenta anos em 3 meses.
    Assim não tem país que resista.

  15. Não a toa o país está num buraco sem fundo….

    É uma ideologia tão estúpida que nem mereceria análise……. tão retardada que deveria servir de base para filmes C de ròliúdi…….fico imaginando se essa turma senta na cadeirinha e come de babador……..

    Mas como disse um nobre comentarista, alguém está ganhando muito com essas alucinações coletivas…..

    Loucura é deixar todo o país entrar nesse redemoinho psicodélico……..ora, óbvio, a malta que apoia os projetos insanos dessa turma destrambelhada são aqueles que só ganham…… empresários larápios, políticos safados, rentistas abutres, banqueiros vampiros e os loucos de toda a ordem………..

    Todos protegidos e incentivados pela mídia bandida, quadrilheira, e antipatriota…… aquela que sempre procura uma ditadura pra chamar de sua…….

    E nem falei dos lojistas…..os batedores de bumbo merecem um capítulo a parte…….

  16. Se tem comunismo então deve ter o EXTREMODIREITISMO(oposto)o q ele é então e o q faz à população?Cabeça vazia é oficina do diabo,os argumentos e fatos concretos estão aí no Brasil atual e são todos favoráveis à esquerda social,tudo questão de organizá-los para orientar o povão, tb não adianta ter mil argumentos e a cada dia falar um ao povão, amanhã já esquecemos o anterior,é preciso escolher um limite de argumentos mestres e insistir neles sempre ,no máximo dar uma pincelada por baixo em outros argumentos,o algoritmo da internet é poderoso e eficientíssimo,mas os algoritmos da realidade física atual no Brasil estão aí clamando a manipulação e são mais poderosos ainda é só se apossarmos deles,estava vendo uma entrevista do Ulstra e simplesmente ele falava incansavelmente perjorativamente de comunismo e mais outros dois temas lá,coisa de doido,achei muito parecido o discurso do Ultra com o do Bolsonaro,quem tá falhando na comunicação é a ESQUERDA SOCIAL, a EXTREMA DIREITA EMPRESARIAL E DESUMANA só ocupam o vácuo q sempre existe na humanidade!!

    1. Pra mim é claro,a extrema direita é q faz o serviço sujo do mercado(bancos,financeiras)de forma autoritária daí a simpatia de alguns militares por essa ideologia lucrativa e exterminadora de pessoas,esse governo ideológico obscurantista de Bolsonaro não é pra todos e sim para um grupinho de pessoas vcs acham q banqueiros vão querer a economia bem e todos com dinheiro no bolso?Lógico q não,pra quê banco então,o BB já tá dificultando para as empresas brasileiras,estão literalmente DESCAPITALIZANDO O ESTADO/PESSOAS justo para não ter mais volta a dependência do Brasil do capital privado,tá na cara,essa crise q estão armando no mundo é pra dizerem q não tem dinheiro/riquezas disponíveis para o desenvolvimento,SEMPRE ESTÃO QUERENDO CONVENCER O POVÃO COM MENTIRAS/DIVERSIONISMO!!

  17. Talvez o xadrez deveria parar na primeira triste assertiva: a irracionalidade como ideologia.
    Colocar o Bom Deus na civilização ocidental e judaico-cristã é uma monstruosa manipulação teológica.
    Colocar o Bom Deus na civilização ocidental e judaico-cristã como avalista de torturadores sanguinários é pedir intervenção psiquiátrica.
    O xadrez na terra de santa cruz pode e deve ser ser jogado pela oposição nesta lógica maluca?

  18. “O marxismo é a filosofia insuperável da sociedade capitalista. Ele só será superado com a superação desta.” in: Sartre, J.P. “O existencialismo é um humanismo”

  19. “A única dúvida que o trabalho deixa é sobre a real abrangência desse pensamento junto aos estamentos militares. Com exceção do General Villas Boas, as declarações são de militares da reserva e as posições são de Clubes Militares.”

    Eu queria saber qual é a dúvida que o Nassif tem a respeito da real abrangência desse tipo de pensamento nas forças armadas. Eu não não tenho dúvida nenhuma de que isso é o pensamento, senão unânime, pelo menos majoritário da oficialidade. Senão vejamos. Será que os vários militares da reserva que são caudatários desse pensamento se tornaram fanáticos de extrema-direita só depois que saíram das forças armadas ou já eram assim e apenas ficavam calados para evitar problemas maiores? A segunda opção me parece um tanto óbvia. Há inclusive, vez por outra, manifestações semelhantes de militares da ativa no mesmo sentido. Desde o golpe militar que as academias militares são controladas pela extrema-direita. O expurgo dos militares nacionalistas foi inclusive o primeiro a ser feito na época. E nenhum governo civil fez nada para mudar este quadro desde então. A questão não é bem ter ideia de quão controlada pela extrema-direita as forças armadas são, a questão é saber se isso ainda pode ser revertido de maneira pacífica e sem grandes traumas para a nação ou se isso em algum momento vai desembocar numa guerra civil, que os mesmos fanáticos de 1964 imaginavam estarem travando na época.

  20. Não adianta, caro Nassif, não estamos tratando de racionalidade. Essa turma sempre vai buscar um arrazoado, por mais estapafúrdio que seja, para justificar seu desejo por poder. E bota estapafúrdio nisso…

    É nisso que dá termos forças armadas mas não guerra. Esse pessoal, não tendo o que fazer, inventa.

    Se bem que se quisesse essa turma poderia servir de retaguarda para eventuais pretensão de ataque bélico pelos EUA ante decisões políticas que, embora atendam nossas interesses nacionais de soberania, justiça social e prosperidade, vão de encontro a interesses estrangeiros… Sabe aquela história que de se a gente quer paz que estejamos sempre preparados para a guerra? Então, infelizmente nossas forças armadas têm sido insuficientes para demover país estrangeiro de nos atacar mesmo por meio de “lawfare” ou “soft power”. Nossas FA são entreguistas e ainda querem de posar de poderosos para cima da gente. Mostrar os dentes para quem nos ameaça externamente eles não querem, né?

  21. A escola militar brasileira preencheu com ‘guerra híbrida’ seus oficiais, em detrimento da falta de investimentos bélicos nos governos sociais-democratas, muito embora Lula quisesse satisfaze-los em vida com as demandas de 1 submarino nuclear e 3 dúzias de jatos modernos, ainda sim o ex-presidente não logrou exito, pois o contrassenso entre falta de investimentos militar e os escanda-los de corrupção diuturnamente divulgados pela velha mídia e replicados pelas redes sociais foram mais decisivos do que o receio do contágio gramscista na sociedade.
    Em algum tempo será mais bem entendido a opinião do General Villas Boas sobre a discussão de prisão em segunda instancia no STF, pode ser que na época ele queria desestimular motins dentro das camadas inferiores das forças armadas influenciadas pelas notícias ‘fake’. Então, simplesmente, não existe estado democrático de direito sem um fundamental ‘tuning de ajuste’.
    A se seguir o planejamento do governo Bolsonaro em diminuir investimentos em material de Defesa e, mesmo de forma gradual, a reforma das previdências atingindo os militares, isso transmudará para um Brasil dos Municípios, um Brasil meio norte-americanizado institucionalmente, talvez bom para os civis, talvez não tão bom para os militares, estes sabem disso.

  22. É assustador. Dá a impressão que os militares estão lunáticos nessa história. Acho que que os nacionalistas sérios estão amarrados. E nosso parlamento, judiciário e imprensa são uma vergonha. Virar esse jogo será difícil, mas deve ser feito passo a passo. E tentar impedir o máximo de absurdos, mas nosso futuro está comprometido…

  23. tem que estudar o edward said, que escreveu o livro orientalismo –
    tem vídeos no you tube, vale a pena…
    said fala dos preconceitos profundamente
    macartistas da história cultural inclusive
    hollywodiana – norte-americana contra os
    muçulmanos…
    sabe aqueles filmes em que
    os islamicos são sempre ridicularizados?
    ele cita exemplos….
    toda a cultura norte-americana é contra o comunismo,
    marx, etc….então os caras imbecis tipo
    olavo de carvalho inventam de botar o
    marxismo cultural junto com essa tradição
    anti-muçulmana e emplacam o que querem
    em favor de seus interesses espúrios, claro….
    é toda uma cultura que os sustenta….
    esse general coutinho é elogiado pelo olavo de
    carvalho, portanto, só pode ser um
    falsificador da teoria gramsciana….
    sei lá, há que estudá-lo,mas não vi nenhuma
    frase que possbilite qualquer avaliação do
    que pensa esse tal coutinho….
    portanto, é injusticável dizer que tenha(m) pensamento….
    porque dizer que contesta gramsci não significa ter um pensamento….
    e se copiaram gramsci dão razão aos socialistas…
    aliás graças ao gramsci poderíamos desdobra a
    ideia de que o pt foi formado com várias
    tendencias mas sem defender o tal comunismo
    soviético…lembro das discussões pré-fundação do pt
    em que se deixava isso claro….
    portanto, o papo furado olavista de que o regime
    autoritário militar ajudou a criar o pt
    comunista é uma puta farsa..

  24. li o texto (paper). além dos trechos citados no artigo, destaco:

    ” Sem emprego e renda, a coesão social não conseguirá ser mantida apenas pela questão moral. Com isso, o núcleo militar (o que tem o maior poder na atual estrutura do governo Bolsonaro) poderá de forma pragmática abandonar as ideias liberalizantes. Não foi por acaso que os governos militares mudaram o rumo econômico após 1967, pois as políticas liberalizantes adotadas por Campos e Bulhões não lograram o crescimento esperado para manter a legitimidade do regime diante dos empresários e de parte da população.
    […]
    Com isso, as Forças Armadas a partir de agora (militarização da política) estarão no olho do furacão, o que deverá aumentar ainda mais a politização dos quarteis e as tensões com as críticas que deverão surgir da oposição caso as expectativas econômicas e políticas se frustrem.”

    destaco tb o seguinte trecho de Nélson Werneck Sodré em “O Governo Militar Secreto”:

    “Governos secretos são aqueles que colocam o povo a distância do poder, que se firmam emancipados de qualquer influência popular, e, por isso mesmo, nacional.
    […]
    O poder está, na verdade, com os órgão de força – os órgãos militares, os órgãos policias, os órgãos secretos, os órgãos de repressão, os órgãos de espionagem. Neles repousa o seu caráter militar, o seu verdadeiro poder. Eles constituem o governo secreto.”
    .

  25. Esse pais está morto.

    Nossos militares são TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS TRAIDORES.

    As FA Brasileiras sao um exercito de ocupação americano pago pelo contribuinte Brasileiro

  26. Sabemos a que se destina o pensamento analisado no artigo. Mas, não podemos descurar de que a retomada da democracia (fim da ditadura) liberou o reprimido como se fora uma explosão vulcânica, onde recuperar o tempo perdio integrava a essência do pensamento.
    Assim, aquele “pensamento politicamente correto se ideologiza e quando as questões são ideologizadas elas perdem a visão de resultado” (se o afastamos do contexto pretendido pelo autor) encontra possibilidade de tornar-se objeto de estudo, justamente porque segmentos simplesmente se impuseram por si mesmos, ainda que em si (por muitos de seus membros) não compreendesse o que estava ocorrendo.
    Desta forma a afirmação adquiriu a dimensão de ‘ideologia’ transformada em ‘pensamento único’ e alijou-se o debate (instrumento de aperfeiçoamento) a favor de ‘eu/meu’ e apropriados históricos aspectos da formação da sociédade pátria (onde o corporativismo e o patrimonialismos sempre foram a tônica) foi exercitado por um “outro lado”.
    Tal circunstância alimentou – queiramos ou não – um processo que deságua no conflito pela afirmação e menos pela compreensão e superação das mazelas e preconceitos.

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