Xadrez de Moro e a mídia no país dos arrivistas, por Luis Nassif

É cristalino como água que Moro prevaricou, foi cúmplice de Bolsonaro em abusos cometidos, é da necropolítica, impôs genocídio nos presídios. Sua personalidade manipuladora já foi exposta

Peça 1 – o país dos arrivistas

Não é a pandemia nem Bolsonaro que mostram o país dos arrivistas,  nesse universo rocambolesco cinzelado pelos chamados formadores de opinião, com seus deuses e semideuses, políticos, celebridades, intelectuais.

O personagem central da alma nacional sempre foi o arrivista, o sujeito capaz de cavalgar todas as ondas e jamais ser cobrado pela incoerência porque a métrica de julgamento público é o sucesso. A coerência que conta é a de saber performar – termo de mercado para definir o bom desempenho do investidor -, mudar de posição na hora certa para não morrer com o mico preto. A métrica é o sucesso, não a coerência.

Os personagens centrais desses tempos de libação política ilustrariam qualquer obra de Lima Barreto, Machado de Assis.

É o Ministro do STF dono de uma banca humilde, que atendia principalmente sindicatos, e que de repente, à medida que mudava o discurso e a prática jurídica, passou a atender grandes clientes. E nada lhe foi cobrado.

É o jornalista que inaugurou o discurso de ódio e que se tornou, depois, campeão da democracia. É a família inteira que surfou na onda da Lava Jato e que se tornou, depois, baluarte dos direitos individuais. E nada lhes foi cobrado.

É o constitucionalista que passou a defender a ideia de que a Constituição é uma instituição movediça, que deve ser alterada de acordo com o clamor das ruas.

Não importa a falta de coerência, o desapego a valores. Desde que a nova postura atenda aos interesses de grupos, toda incoerência anterior será perdoada. Vale para a esquerda, vale para a direita.

Peça 2 – a importância da coerência

Não de trate o respeito à coerência como mero moralismo. Em uma sociedade, é requisito fundamental para a consolidação de valores.

Sem essa cobrança, o sujeito pode abusar da incoerência hoje porque, amanhã, todos os pecados serão perdoados, desde que tenha senso de oportunidade para mudar de posição e cavalgar as novas ondas. Isto é, saber performar.

O princípio da Justiça de Transição para punir crimes da ditadura – “para que não se esqueça, para que não se repita” – é justamente a ideia de punir os erros do passado, para impedir a repetição no futuro.

É a coerência que permite a consolidação de valores e sua não repetição. Quem quiser enveredar pela incoerência sempre fica com a espada de Dâmocles da condenação da opinião pública pairando sobre seu pescoço.

Uma sociedade que abdica da coerência está sujeita a qualquer movimento das ondas. O defensor da política de ódio de ontem, torna-se defensor da democracia de hoje, e voltará à defesa do direito penal do inimigo amanhã, se a cobrança de coerência não for a métrica adotada.

Peça 3 – o arrivismo na história

O arrivismo é uma tradição ancestral brasileira, um fenômeno profundamente incrustado na própria formação política e cultural do país. Uma análise das grandes figuras da nacionalidade comprova a tese.

Não houve personagem mais execrável que Rui Barbosa. Como Ministro da Fazenda foi capaz de jogar a jovem República em uma crise quase terminal – o Encilhamento – para enriquecer jovens financistas arrivistas, de quem se tornaria sócio. Como advogado, traiu sua cliente – sinha Junqueira -, mudou de lado e espalhou o Fake News de que ela encomendava assassinatos ao jagunço Dioguinho. Todas as baixarias de Rui foram varridas para debaixo do tapete da história, para permitir a consolidação da imagem do “águia de Haia”,  o “civilista”, o homem que “ foi para a Inglaterra ensinar inglês”.

José Bonifácio, o patriarca da Independência, para mim era o Benjamin Franklin brasileiro, o sábio iluminista que conduziu o jovem imperador rumo ao seu destino manifesto. Agora, a biografia do patriarca, por Mary Del Priore revela o mesmo destino manifesto dos grandes construtores da nacionalidade: o arrivismo, a busca da boquinha.

Onde estão as raízes desse arrivismo? Provavelmente no modelo de estado português, na origem das grandes fortunas tradicionais, a partir das sesmarias. É o país em que os posseiros do século 19 se tornaram quatrocentões de hoje, sempre submetidos à única medida de julgamento: o sucesso pessoal.

Qual a diferença deles do velho da Havan ou do dono do Madero? Apenas o lustro social trazido pelas gerações posteriores.

Peça 3 – mídia e coerência

Não se atribua a incoerência ao público. Mesmo o homem comum cobra coerência das pessoas. É essa cobrança que inibe o arrivismo, que causa vergonha e, assim, dificulta as mudanças de posição e garante um mínimo de comportamento ético dos entes públicos.

Mas, para cobrar coerência, há a necessidade da informação isenta. E esse produto não é oferecido pela mídia.

Analisem-se políticos que se tornaram referência na redemocratização, especialmente José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Aloysio Nunes.

Ser contra o PT faz parte do jogo político. Já abdicar de princípios é uma questão de caráter, é a marca do arrivista.

Quando os ventos mudaram, a social democracia de José Serra cedeu lugar ao candidato raivoso, que acusava a adversária de “matar criancinhas” e que aparecia na campanha eleitoral entrando na casa humilde, abrindo um exemplar da Bíblia e rezando com a família.

Como chanceler, tornou-se o Ministro que tentou comprar votos de países, para interferir na escolha da presidência do Mercosul, alimentando a guerra fria contra a Venezuela.  Só parou quando a Lava Jato chegou nas contas da família, provocando problemas de coluna.

O mesmo fez Aloysio Nunes, assumindo o Ministério das Relações Exteriores e atropelando regras históricas de não-intervenção em problemas internos de outros países. Antes disso, participou da vergonhosa pantomima de ir com o ínclito Aécio Neves à Venezuela, para cobrar democracia.

Agora, Aloysio é convidado a assinar um manifesto de ex-chanceleres ao lado de pessoas sérias, como Celso Lafer, Rubens Recupero, Celso Amorim

No entanto, ambos – Serra e Aloysio – alimentaram a guerra fria que, depois, veio resultar em Ernesto, o idiota. Mas qual a diferença? Apenas o fato de Ernesto ser idiota.

Peça 4 – o caso Sérgio Moro

Dou essa volta toda para chegar ao tema central, o fenômeno midiático Sérgio Moro e o e os receios de uma volta da mídia na tarefa de incensar Moro, conforme preocupação de  Flávia Lima, ombudsman da Folha, “A imprensa e seu ídolo”, que mantém a boa tradição do trabalho de ombdusman.

Em uma análise isenta, poucas pessoas públicas sintetizam tão amplamente os defeitos de caráter – imaginando o caráter moldado por valores éticos – quanto Moro. E ninguém pode alegar ignorância em relação ao tema, depois da série sobre a #Vazajato.

Desleal com a profissão e com Bolsonaro

  • Divulgou delação (não aceita) de Antônio Palocci na véspera das eleições, para beneficiar o candidato que o convidou para ser Ministro da Justiça.
  • 02.2019 – Quando sai a reportagem do The Intercept, Bolsonaro leva Moro a estádio de futebol para expressar sua solidariedade a ele.
  • 02.2020 – 68 dias antes do pedido de demissão, esposa, e mentora política, Rosângela Moro, deu entrevista afirmando que “Moro e Bolsonaro são uma coisa só”.
  • 02.2020Vai a um jogo do Flamengo com Bolsonaro, para sinalizar a boa relação entre ambos.
  • 04.2020 – 22 dias antes do pedido de demissão, publica um Twitter elogiando comportamento “conciliador” de Bolsonaro.
  • 04.2020 — Pede demissão, para “preservar a biografia”, depois que Bolsonaro praticamente o induziu à demissão, ao ordenar a saída do diretor geral da PF.
  • 04.2020 — Provoca um diálogo por WhatsApp com uma afilhada de casamento e a expõe em pleno Jornal Nacional.
  • 05.2020 — Entrega à PF e ao MPF 15 meses de gravações de conversas pessoais com Bolsonaro. Mesmo sabendo quem é Bolsonaro, poucas vezes viu-se um episódio tão explícito de deslealdade. Se Bolsonaro não tivesse pressionado, as gravações continuariam guardadas e a amizade preservada.

Irregularidades no comando da PF

  • 03.2019 — Sai informação de que filho de Bolsonaro teria namorado filha de Ronnie Lessa, o assassino de Marielle Franco. Logo depois, um delegado da PF é enviado ao Rio Grande do Norte para interrogar Ronnie Lessa. O contato de Bolsonaro com a PF era através de Moro. Bolsonaro afirma que o delegado produziu um relatório pessoal para ele. Obviamente não era sobre namoricos dos filhos.
  • 11.2019enviou a PF para pressionar porteiro a mudar depoimento que envolvia Bolsonaro com o assassino de Marielle Franco
  • 02.20 Moro determina que PF investigue Lula, com base na Lei de Segurança Nacional, por críticas a Bolsonaro. Recua após críticas generalizadas.

Abuso de autoridade

Genocídio

Segundo informações da imprensa, Moro só entregou à PF as mensagens trocadas com Bolsonaro nos últimos 15 dias.

Peça 5 – o exercício da hipocrisia

E aí se chega no xeque mate.

Nos últimos tempos, desde que o fator Bolsonaro se tornou um risco para o país, a mídia iniciou um penoso processo de recuperação da legitimidade. Passou a defender direitos humanos, direitos sociais, a pluralidade de opiniões, até o SUS (Sistema Único de Saúde). Saudou a solidariedade, o humanismo, a liberdade de imprensa, tentando se reabilitar de tempos obscuros, em que todos os arbítrios foram tolerados, especialmente os da Lava Jato.

Na época, repórteres festejaram as vitórias da Lava Jato, em um dos episódios mais vergonhosos da história do jornalismo, assim como “Cidinho bola-nossa”, o bandeirinha mineiro que torcia pelo Atlético. Não se importaram com a figura do “juiz ladrão” (no sentido futebolístico), com os atropelos óbvios dos códigos e da constituição. Mais que isso, surfaram no sucesso da Lava Jato, sendo valorizados em suas redações, alguns escrevendo livros, palestrando, tornando-se conhecidos nacionalmente.

E agora? Aliás, e depois da #Vazajato? Alguns deles se tornaram democratas de nascimento. Mas como ficará a avaliação sobre Moro? Ele representa, hoje em dia, o oposto da democracia, dos direitos, do cumprimento da lei, valores que a imprensa pretende recuperar.

É cristalino como água que Moro prevaricou, foi cúmplice de Bolsonaro em vários abusos cometidos – e denunciados hoje em dia pela mídia -, é adepto da necropolítica, impôs um genocídio nos presídios. Sua personalidade manipuladora, vingativa, já foi suficientemente exposta pela #Vazajato e pelos últimos episódios.

Como é que ficamos? Os temores da ombudsman da Folha têm razão de ser? Vai se aceitar o arrivismo da família Moro, o deslumbramento de novos-ricos no Olimpo das celebridades?

Não vão conseguir. O país já descobriu a face macilenta, o lado mais tenebroso do fenômeno Moro. Agora aguarda a autocrítica desses arautos do lavajatismo, que virá no mesmo dia em que houver a autocrítica que cobram do PT.

 

Luis Nassif

33 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Se Bolsonaro não fosse entreguista e anti-trabalhador eu teria virado a casaca,já q me parece q muitos por aí mudaram de lado,tipo virou moda !!!

  2. De prevaricação em prevaricação ninguém, mas ninguém mesmo,cobrou do camisa preta do Paraná que sua defesa do seu preposto na PF foi a defesa de um prevaricador. Além disso,a tenebrosa figura também disse,de forma dissimulada, como dissimulado é, que a lei era ele.
    Onde disse isso?
    Na passagem em que disse que o preposto foi o responsável por manter o presidente Lula preso após uma alvará de soltura “ilegal”.
    Alvará de soltura nunca é ilegal já que é emitida com alguém investido de poderes para tal.
    Ilegal foi o camisa preta interferir para que a ordem não fosse cumprida.
    Ilegal foi seu cúmplice não atender uma ordem de um juiz superior.
    Ilegal foi o camisa preta do Paraná dizer que o Alvará de soltura foi ilegal,ou seja,ele tornou-se a lei.
    Ilegal foi a interferência dele na PF inclusive nomeando este prevaricador.
    Nunca lhe foi cobrado e nem lhe será cobrado nada. Ele fez o que os golpistas desse país queriam que fizesse.
    A cobrança deve ser feita em cima dos golpistas.
    Enquanto não pedirem perdão publicamente e revelarem seus motivos ocultos deverão ser tratados com toda a atenção e carinho dispensados pelo ocupante do cargo de presidente da república e por sua ignara claque.

  3. Pesquisadores do futuro deverão estudar e explicar por quê, 30 anos após a Constituição de 1988, não há líderes políticos no Brasil no cenário do centro à direita. Que forças bloquearam a ascensão dos novos líderes?
    Desde aquela época, os anos 1980, Lula matou qualquer alternativa à esquerda, que não seja ele próprio, e à direita não tem nada.
    Só isso, esse vazio, pode explicar por quê um homem da máxima mediocridade como FHC tenha sido considerado um “grande líder”.
    E explicar por quê um juiz de primeira instância, tão medíocre que achou que se poderia inventar uma “pensão” para a mulher dele, como se ainda estivéssemos no Brasil de D.João VI, esteja na iminência de ser alçado à condição de “grande líder da centro-direita”.
    Somos órfãos de Tancredo Neves e de Mario Covas.

  4. Muito bom o texto, Nassif. Apenas o último parágrafo que foge totalmente da realidade.
    Segundo pesquisa que você mesmo divulgou ele é cotado a ser candidato a presidente.
    E o dia da autocrítica dos que cobram autocrítica do PT não vai chegar nunca.

  5. Às vezes os posts do Nassif me lembram o inesquecível personagem do Sandoval Quaresma, da escolinha do prof Raimundo, interpretado pelo grande Brandão filho. O prof. Raimundo lhe fazia uma pergunta e ele ia respondendo corretamente até a hora da última questão, para tirar nota 10, em que ele errava feio. E no caso neste post e em outros é ter um diagnóstico de que esses fdps que pululam na vida política do país pagarão por seus crimes. Se nem militares que desapareceram com corpos nada sofreram, imagina se vai sobrar algo pra esses protegidos da mídia. Só se houver uma revolução no estilo da revolução Francesa e uma guilhotina funcionar 24 horas 7 dias por semana. Fora disso, esqueça.

    1. Pois é Joel,o Nassif é aquele menino criado no interior,ele acha q os militares não vão se prestar a apoiar um aventureiro igual ao Bolso,mas o q é q aconteceu no processo do golpe na Dilma desde o primeiro momento então ???
      Obs:FICA BOLSONARO,este país não pode viver de golpe em golpe,o q virá depois será bem pior, último aviso !!!

  6. Quem viveu a época, entenderá: havia mais vida política, mais energia, esperança e alegria, mais forças vibrantes na luta contra a ditadura no período 1978-1985, do que há hoje.

  7. é óbvio que o fantástico mundo dos marinho lançará boçalnaro na fogueira das delações de um moro encilhado pela soberba. é só esperar. essa anomia iniciou-se quando ministros do supremo, de maneira vogal, e sem respaldo da Consituição, esvariaram a eficácia tanto das leis ordinárias (§ 2º, I, do art. 102 da Constituição) e, ainda pior, da Constituição da República! se nas leis ordinárias o citado artigo 102 (inciso I, § 2º), da Constituição da República, determina que só tira eficácia de lei sancionada se houver decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal (ou seja, do tribunal pleno), o que dizer das atitudes liminares, que não tem condão de mérito, retirarem a eficácia de leis que tiveram o devido processo legislativo (devidro processo legal)?

    a arrivismo continuado de cima, e contaminou, com a anabolizante ação da “imprensa”, os de baixo.

    1. Rapaz texto muito claro, esclarecedor, só nao o enxerga e o entende quem n quer. Agora por mais defeitos que tenha o presidente é duro suportar a traiçao e a falta de lealdade.

  8. Todos os personagem citados figuram sem destoar na formação da nossa da terra da santa cruz.
    Se o Nassif fosse velho de alguns séculos e alcançasse Dante Alighieri com este post, A Divina Commedia seria mais rica de personagens “nossos” no inferno, a ver:
    Oitavo circulo: fraudadores, hipócritas, conselheiro das fraudes (dallagnol, januario, o barbicha etc.)
    semeadores de escândalos.
    Nono circulo: traidores políticos, dos amigos, dos que fazem o bem,
    Dante não podia imaginar que moro o perverso estaria sem faltas em todos os nove círculos.

  9. Duas características que foram se tornando nítidas em Sérgio Moro me assustam particularmente, inclusive causando perplexidade sobre a absoluta falta de cognição com a realidade de nossas classes médias, ao não perceberem isso ou, pior, perceberem e não darem importância…
    São elas: a arrogância absurda de seu comportamento de “imperador”, que impõe ao Judiciário, ao MPF, à nação na verdade, a sua vontade pessoal, ao arrepio de toda e qualquer lei ou norma constitucional. Eventos como as prisões temporárias tornadas eternas como forma de torturar os investigados, a condução coercitiva do presidente Lula e o vazamento de uma gravação que envolvia a presidente da República revelam um homem não só sem caráter ou pudor algum, mas acima disso, UM HOMEM QUE NÃO TEM LIMITES na prepotência absoluta embutida em suas ações.
    A segunda característica, a malignidade fria, calculista de sua personalidade, com cores psicóticas, narcísicas, sádicas, como o fato de massacrar a família de Lula implacavelmente, tomar os Ipads dos netos de Lula, soltar gravações de conversas íntimas entre dona Marisa e seu filho apenas para degradar e humilhar a família, instruir a juiza Lebbos que proibisse o que pudesse as visitas a Lula, a lista é interminável…..

    Que um ser humano tão desprovido de um senso mínimo de humanidade e civilidade se torne o queridinho da mídia e de nossas elites e classes médias, é pavoroso! Porque torna-se revelador, ingênuos manipulados à parte, do rosto, da face, de como são as pessoas desse segmento social.

    Em certos aspectos, Moro consegue ser pior do que Bolsonaro, porque se o segundo é certamente um demente bestial, que não conseguiria ser diferente do que é, Moro, ao contrário, tendo tido uma educação normal que costumamos dar aos nossos filhos, ele ESCOLHEU ser esse ser prepotente, perverso, frio, traidor, calculista em suas maldades e objetivos de poder até a medula. É isso que o torna mais perigoso para o Brasil que o próprio Bolsonaro, que acaba destruindo a si mesmo…. Moro, não, usa sua frieza para destruir o inimigo! Uma pessoa assim, tendo a “compulsão do imperador auto proclamado”, mas sabendo usar de um verniz que esconde sua verdadeira personalidade, pode causar estragos irreversíveis em nosso país, aliás, como tem feito nos últimos sete anos.

    É o grande inimigo da democracia, da justiça e da civilidade, a ser batido antes que galgue mais poder para seguir sua rota de caos, maldades e destruição do Brasil.

  10. Caro Nassif;

    Perfeito, você descreve de uma forma clara e precisa este “ídolo” que gerou este estado de coisas que estamos vivendo.
    Foi muito preciso na cronologia dos atos e citações.
    Só não vê quem não quer.
    Obrigado.
    Genaro

  11. Frase do ano: “O país já descobriu a face macilenta, o lado mais tenebroso do fenômeno Moro. Agora aguarda a autocrítica desses arautos do lavajatismo, que virá no mesmo dia em que houver a autocrítica que cobram do PT.”

  12. Muito engraçada a primeira parte de sua análise, Nassif, pois você chama dois escritores mulatos para explicar um fenômeno social que no Brasil só existe para beneficiar homens brancos. A prova? Todos os nomes citados em seu editorial, tirando os deles dois.
    Em outras palavras, já passou da hora de você entender que o racismo é o pecado original deste país, a força que sustenta o império da mediocridade dos caras-pálidas que só têm a epiderme para oferecer.

    1. Rapaz, me fez lembrar manifestações contra mulheres brancas que estavam usando, até pouco tempo, uma espécie de turbante utilizado por mulheres negras.

  13. Infelizmente, acho que voce esta otimista demais. A popularidade de Moro ainda é alta. Quanto ao povo brasileiro, sao mais de cinco anos de decepções com essa parcela imensa que acreditou no mensalao, na lava-jato e que, ate agora (!), consegue acreditar em Bolsonaro.
    Nunca foi tao atual a frase “a unica saida pro Brasil é o aeroporto”.

  14. O Brasil é que nem novela de TV, é tão previsível com seus golpismos e ‘líderes’ folclóricos de direita que o sujeito quando chega aos 50 anos sofre entediado com esse roteiro clichê.

    bolsonaro blefa com um golpe de estado que não tem força para aplicar mas se os outros 80% da população acreditar é capaz dele acontecer só pra confirmar nossa sina de republiqueta.

    Esse é o Brasil.

  15. Tem uma questão interessante aí. Podemos falar muita coisa do Bolsonaro, mas o seu governo está sendo coerente com a campanha e com toda a sua vida pré presidência. Ele, a meu ver, não recuou um milímetro das suas posições desde sempre extremistas. Quem nele votou sabia disso, e votou mesmo assim. Nisto se incluem os arrependidos, da imprensa e fora dela. Essa é a desgraça brasileira. O bolsonarismo que independe do Bolsonaro. O Bolsonaro é tragicamente coerente e apoiado por cerca de 20% da população que apoiam a necropolítica, o fascismo e todas as suas consequencias. Quanto ao Moro, é canalha demais. Acho que será descartado. Boa sorte a todos. Precisaremos.

  16. Me parece que até a Globo já entendeu que sua criatura, Moro, não é um elemento confiável. Contudo, sabe que precisa utilizá-lo para finalizar o execrável bozo, um subproduto totalmente indesejável do golpe de 2016.
    Acredito firmemente que Moro não será o candidato da Globo.

  17. Diz o Correio Braziliense, entre outras considerrações, que

    “Após pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro pode passar por um período de quarentena remunerada durante seis meses, sem possibilidade de atuar no setor privado nesse período.

    O salário de ministro é de cerca de R$ 31 mil. Passada a quarentena, o plano de Moro, de acordo com aliados, é dar aulas de Direito em Curitiba, onde mora. O período de quarentena remunerada para Moro ainda não foi formalizado e precisa ser aprovado pela Comissão de Ética da Presidência.” Leia mais em

    https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/05/02/interna_politica,850657/apos-deixar-governo-moro-pode-ter-quarentena-remunerada-por-seis-meses.shtml

  18. Melhor que Faoro ou Hollanda, esse texto, em poucas linhas, identifica a marca determinante da alma da pequena e alta burguesias brasileiras. Do tipo – “…somos todos milhões de Cunhas!!…” O traço fundamental é a HIPOCRISIA. A mãe da volatilidade ética e moral que não permite a nenhuma sociedade escalar sequer aos primeiros degraus na escala da evolução civilizatória.

  19. Excelentes considerações.
    Os verdadeiros bandidos, criminosos e racistas apesar da hipocrisia praticada são facilmente visíveis.
    O presidente Bolsonaro afinal no seus coerentes prejuízos é melhor deles, a patética pantomina contra ele agrega os piores arrivistas, moralistas e criminosos. Os fintos democráticos que menosprezam o povão e que trabalham pra escraviza-lo e viver de renda

  20. Excelentes considerações.
    Os verdadeiros bandidos, criminosos e racistas apesar da hipocrisia praticada são facilmente visíveis.
    O presidente Bolsonaro afinal no seus coerentes prejuízos é melhor deles, a patética pantomina contra ele agrega os piores arrivistas, moralistas e criminosos. Os fintos democráticos que menosprezam o povão e que trabalham pra escraviza-lo e viver de renda

  21. Para ter o golpe do impeachment e a prisão e suspensão dos direitos políticos do Lula foi necessária a implosão institucional do Congresso, STF, STJ, TRF 4, justiça federal, forças armadas, polícia federal, TCU, mídia hegemônica. Agora estamos catando os cascos dessas instituições para que segurem as conseqüências de um miliciano no poder central do país. Triste Brasil.

  22. Moro é um ambicioso sem escrúpulos. Mas da direita à esquerda, uns 25% do povo brasileiro também não tem qualquer escrúpulo.

  23. Os bolsonaros estão desesperados, estão cada vez mais isolados, e já devem estar fazendo as malas para o aeroporto mais próximo.
    A saída dos ministros, as ações do STF e da maior parte da grande mídia, demonstram que o o presidente não tem apoio incondicional das forças armadas, mesmo porque para as forças armadas, restará o Mourão que é tão ou mais extrema direita que os bolsonaros.

    Vamos trocar seis por meia-duzia.

    O que pode mudar é apenas um maior pragmatismo pela pressão da crise sanitária e do setor agropecuário.

    No mais precisaremos continuar lutando para termos eleições livres em 2018.

    A menos que que a crise sanitária seja superada, e poderemos demonstrar nas ruas, a força dos oprimidos.

  24. Alguns comentários:
    1. Tenho pra mim que não é uma questão de arrivismo. É de dinheiro. Muitos, não todos porque existiram idealistas, que apareceram na nossa história foram guiados por um único sentimento: ganhar o máximo de dinheiro possível no menor tempo possível, pouco importando os meios e métodos. Nossa história toda é um resumo desse sentimento;
    2. Moro é um arrivista desse tipo, sim. Ele não tem qualquer escrúpulo e isso ficou amplamente demonstrado. O negócio dele é grana, pura e simples. Aliás, TODOS que participaram da Lava Jato demonstraram o mesmo comportamento;
    3. Esse comportamento do Moro é típico da nossa classe média tosca, ignorante, estúpida, preconceituosa e analfabeta;
    4. Moro foi um espião plantado nesse desgoverno. E nisso sou obrigado a concordar com o Bananinha, por mais que me doa;
    5. Moro ainda é serviçal da CIA + Globo e não se importará em fazer o que for para servi-los;
    6. Esperar alguma coisa dessa mídia canalha é o mesmo que esperar que ocorra uma nevasca no Sol;

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador