Delatores da Lava Jato pedem devolução de multas pagas em colaboração premiada

Camila Bezerra
Jornalista

Nos últimos anos, acordos de colaboração premiada foram firmados sem o rigor técnico, movidos especialmente por pressão midiática

Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Investigados que firmaram acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e tiveram de pagar multas estão pedindo a restituição dos valores, tendo em vista que os acordos de leniência passam por renegociações, enquanto outros pagamentos estão suspensos. 

Assim, as defesas dos delatores estão considerando a devolução, uma vez que apenas a anulação da ação não é suficiente para reparar os danos causados na época. 

No entanto, a restituição tem de ser analisada caso a caso. Para o escritório Bottini & Tamasauskas Advogados, cabe a devolução da multa em casos em que “a persecução for anulada e o processo de negociação da delação foi comprovadamente viciado”, a exemplo de casos em que houve abuso de autoridade. 

Caso contrário, a defesa considera difícil o êxito do estorno. 

Mas, para os profissionais do Tojal Renault Advogados, a priori, a norma geral deveria ser a devolução de valores em casos em que a leniência é anulada.

Diversos advogados ouvidos pelo Conjur apontam ainda que a restituição deveria ser consequência de trancamento ou anulação de processos, mesmo em ações em que não há condenação definitiva e que houve pagamento adiantado de multas por colaboradores que firmaram acordo.

Isso porque, nos últimos anos, os acordos de colaboração premiada foram firmados sem o rigor técnico, movidos especialmente por pressão midiática.

*Com informações do Conjur.

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