Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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A candidatura de Contarato mexe com muitos interesses, por Francisco Celso Calmon

É uma oportunidade histórica singular de modificar para melhor a política no ES e no Partido dos Trabalhadores.

A candidatura de Contarato mexe com muitos interesses

por Francisco Celso Calmon

A entrada do senador Fabiano Contarato no PT, bem como a sua candidatura ao governo do estado, traz potencialmente alterações profundas na política do Espírito Santo e na política interna do PT.

Para o ES ele viabiliza um projeto alternativo ao da dupla oligarca, PH e Casa-grande, que é o projeto da ONG Espírito Santo em Ação. Sua candidatura, com certeza chegaria no segundo turno, e mesmo considerando as possibilidades difíceis, mas não impossíveis de vitória, seria como fincar um mastro no picadeiro da política espírito-santense, que nunca mais seria como está até o presente, ou seja, sem uma alternativa consequente a essa política voltada prioritariamente aos interesses empresariais dessa dupla.

O doravante seria inequivocamente eles (qualquer um deles com o mesmo projeto) versus nós (com outro projeto) e estaria assegurado o retorno do protagonismo da esquerda e de um projeto popular para o ES. Daí em diante seria só crescimento, não haveria mais retorno ao status quo. Coligações não seriam mais subalternas.

Não é só isso que o senador Contarato e sua candidatura alteraria no cenário da política local.

A correlação de forças das tendências internas do PT também iria se alterar. Poderia, inclusive, ser pendular, dado a independência do Contarato.

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 Os atuais majoritários poderiam não o ser mais, bem como, os minoritários também poderiam sofrer alteração, porque estaria na dependência de como o senador se identificará e se comportará na política interna do partido.

As consequências da candidatura do Contarato mexem estruturalmente com a política espírito-santense e com o PT. Esta é a macro razão que explica o comportamento não tão entusiástico de algumas lideranças do partido na luta pela afirmação dessa candidatura de Contarato a governador.

Os interesses intricados de lideranças petistas ora com PH, ora com Casa-grande, com débitos e créditos, seriam zerados com a assunção do Contarato, e isto mexe com negócios presentes e futuros.

É uma oportunidade histórica singular de modificar para melhor a política no ES e no Partido dos Trabalhadores.

O futuro não reservará oportunidade igual, mesmo que daqui a quatro anos o PT esteja com uma candidatura própria, pelo óbvio de que o cenário atual não se repetirá em 2026.

Como muitos já disseram: é uma oportunidade única de romper com a mesmice interna e externa.

Por tudo, espera-se que Contarato seja menos flexível no diálogo com a direção nacional, assim como a militância deve permanecer unida e atuante sem baixar a bandeira Lula lá, Contarato cá.   

Casa-grande declarou no Valor desta terça-feira “Se o PT achar que o caminho é ter candidatura, a gente tem que combinar só como fazer. Não é um assunto que precisa ser levado a ferro e a fogo não. Queremos trabalhar para que todos estejam juntos, mas, se não for possível, pelo menos combinar o jogo”.  É simples: vocês para lá, nós pra cá, sem faltas, até o jogo terminar. 

Os líderes não são oniscientes. Já erraram, tanto na direção partidária como nos governos.

Na política não se deve seguir a máxima do pragmatismo acomodatício “de manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Somos todos sujeitos da história. (Ou deveríamos ser).

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

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