A derrocada americana, por Gustavo Gollo

A derrocada americana, por Gustavo Gollo

Tenho profetizado a queda do ocidente paralelamente à diluição do dólar e a implosão dos Estados Unidos. Essa expectativa já se encontra generalizada e compartilhada por muitos, sem haver, no entanto, estimativas para a intensidade da catástrofe. O que esperar?

A derrocada americana será uma consequência da mudança de poder. Um pequeno grupo tem dado as cartas e definido, há décadas, as regras do jogo no mundo inteiro, em quase todos os níveis. Apenas enclaves marginais têm resistido, em certa medida, às suas imposições descritas como globalização. A influência desse grupo se exerce em todas as esferas, sustentada por seu imenso poder econômico, centralizado nos Estados Unidos. A superação econômica americana permitirá que os chineses lhes arrebatem as rédeas e passem a dominar o mundo, ditando novas regras, monitoradas por novos árbitros.

                                                      *       *       *                                                                     

A medida da economia dos vários países é dada hoje pelo PIB, a soma dos valores de tudo o que foi produzido no país durante o ano.

PIB 2016, de acordo com o Banco Mundial:

United States   18,569,100

      China         11,199,145

Uma outra medida da economia dos países é dada pelo PIB corrigido, (GDP-PPP). Essa medida constitui uma estimativa da produção real dos países, independentemente dos valores locais dos produtos. Os detentores do poder induzem uma valorização artificial dos produtos americanos, de modo que um dado produto é vendido nos EUA por um valor superior ao que é comercializado na China, sendo essa a causa da discrepância entre os valores de GDP e de GDP-PPP chineses. Como os poderosos valorizam diferentemente os mesmos produtos na China e nos EUA, evidencia-se uma discrepância entre as medidas.

PIB-PPP 2016:

     China         21,417,150

United States   18,569,100

Esses dados mostram que a produção real americana, embora 10% menor que a chinesa, tem seu valor inflado a ponto de parecer 50% maior que a outra. Temos assim uma estimativa de um terço de “vento”, de valor irreal soprado nos produtos americanos mantido pelas rédeas do poder (reduzi a estimativa do “vento”. Isso pode ser avaliado mais diretamente, analisando o outro lado da moeda, a depreciação dos produtos chineses, de 11,199,145/21,417,150).

Essa bolha estourará quando o eixo de poder mudar de mãos. Assim, de imediato, o desmoronamento da economia americana deverá ser dessa ordem, de modo que uma parcela de um terço de seus valores, simplesmente, desaparecerá. A mera desvalorização do dólar frente ao yuan promoverá essa correção.

A estimativa é conservadora, a implosão tende a ser o dobro disso. A ruína do dólar terá imensas consequências adicionais decorrentes da reformulação do comércio internacional. De posse das rédeas, os novos detentores do poder poderão inverter a inflação, passando a valorizar artificialmente, os produtos orientais. As mudanças de regras se encarregarão de ampliar tais consequências. A derrocada será brutal. Será a maior revolução já vivida pela humanidade. Deve estourar a qualquer momento. A estimativa acima corresponde ao valor da primeira pedra a derrubar o dominó.

                               

Tensões tremendas se seguirão à ruína econômica, o mundo inteiro se agitará intensamente. A revolução subsequente nos induzirá a reconstruir todos os nossos valores, será um momento de grande ebulição, quando um novo mundo será estabelecido. A catástrofe econômica terá seu lado construtivo, estaremos definindo os novos rumos da humanidade. Ainda mais significativo que o colapso econômico será a revolução de ideias

Em vista disso, e do imenso poderio militar americano, também temo uma guerra apocalíptica.

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Redação

14 Comentários

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  1. Ela é o “grande lixeiro”

    Bem,

    A guerra em nível quase global é inevitável.

    Vivemos guerras localizadas no dia a dia.

    A que virá é quem realmente fará a grande limpeza. E tratá muito choro e ranger de dentes. Para todos, nós incluídos.

    E, como sempre, por trás, o dinheiro (na verdade, a gana de ter quase tudo para si).

     

  2. Vamos precisar de cada um e de todos

    O pessoal diz que não existe vácuo de poder, mas depois da derrocada estadunidense ninguém mais obriga a que o poder precisa ser preenchido por poucas ou apenas uma potência. Talvez seja o momento de pensar em multiplos e plurais poderes negociando entre si sem a imposição de armas de fogo nem morais. Será um salvo civilizatório importante o respeito e o acolhimento das diferenças.

    Considerando o esforço que os EUA vinham fazendo há pouco mais de 100 anos para ser o líder que dominaria o mundo, pode demorar um pouco ainda para que esse respeito ao próximo seja estabelecido em sua plenitude mas esse é o caminho que visivelmente estamos tomando. Aos poucos e não sem a reação dos reacionários, não sem a resistência dos conservadores mas que estamos no processo acho difícil negar.

    Prosperidade a cada um e a todos.

    1. Torço, Renato, para que dos

      Torço, Renato, para que dos escombros do que vier emerja uma verdadeira democracia mundial. Quem sabe nos livramos da tirania monárquica, para assentarmos as bases de verdadeira cooperação planetária.

  3. Lembre-se que no passado a

    Lembre-se que no passado a China teve a ‘oportunidade’ e condições de expandir sua influencia pelo mundo a fora. Mas nesse momento ela refluiu e ficou contida dentro de suas fronteiras. Os historiadores até hoje não sabem o que aconteceu para ter acontecido isso. Deve ser a tal filosofia oriental que ainda hoje é muito forte e nada impede que no momento da explosão no futuro proximo ela reflua novamente.

    1. Faltou financiamento

      Sim, a China já havia navegado por todo o planeta antes dos europeus, haviam chegado á Austrália, a América do Sul, e muito mais, mas faltou financiamento para tais empreitadas, que eram bancadas com dinheiro público. Então o governo chinês que sucedeu o anterior, achou que tais navegações estavam fiacando muito caras e cancelou todas as futuras navegações.

      Os europeus conseguiram navegar e colonizar todo o globo, pois as suas navegações tinham como objetivo extrair lucro. Eram auto financiaáveis.

  4. Global

    Do alto da minha pureza de conhecimento vejo-me obrigado a indagar: Como a China manterá sua supremacia concomitantemente à decorrada da nação ianque? Os asiáticos irão invadir o país, dominar o poder político da américa? Apesar de plausível tal hipótese, seria muito complicado estrategicamente sua consecução. Imaginava que a China não tivesse em seus planos abdicar da importante parceria com o país americano, pelo seu próprio bem. Acredito que Roma não renascerá.

  5. O artigo é um delirio

    O artigo é um delirio completo, uma alucinação. Há quarenta anos a China teve 70 milhões morrendo de fome, morte nas ruas por falta de comida. Hoje manda no mundo? È loucura completa. A China de hoje, fabrica do mundo, é uma criação dos EUA e não o contrario. O autor fantasia um mundo que só existe na imaginação. A China ainda tem um bilbão de pessoas que não sabem o que é ppel higienico. A China tem uma zona integrada à economia de mercado na faixa litoranea, de 300 milhões

    de pessoas mas ainda falta muito internamente a construir. Os EUA estão diminuindo sem poder geopolitico proporcionalmente ao que foi em 1945 mas não é possivel esquecer que foi pela pressão americana que ACABOU o comunismo, a URSS e a China de Mao. O dolar NÃO está em queda como moeda reserva mundial, a União Europeia tentou co om o Euro mas não conseguiu.  A China não  projeta poder CULTURAL e TECNOLOGICO, é apenas uma grande fabrica.

    As grandes empresas chinesas em todos os setores gostariam de listar suas ações na bolsa de Nova York mas não conseguem

    porque sus balanços não são confiaveis, ninguem acredita em balanço chinês, em estaticas chinesa, em juiz da China.

    Tente alguem levantar um emprestimo com fiança de banco chinês. Poder na Historia é mais complicado do que é crença.

    A decadencia do poder geopolitico dos EUA é uma realidade mas é uma queda lenta e não vai ser a China que vai ocupar esse lugar, a China não tem o tipo de projeção de poder que caracteriza uma poencia imperial, o modo de vida na China não é desejado por outros povos, quantas pessoas querem imigrar para a China e compare com quantas querem ir para os EUA.

     

    1. Caro André,

      Seu comentário me revela que um de nós 2 está completamente desinformado sobre o tema. Acompanho seus artigos e sei que você é um cara informado, quero dizer, sei que você conhece as informações divulgadas por nossos meios de comunicação, decorrendo, exatamente, disso, o seu erro. Nossos meios de comunicação inventaram uma ficção absurda na qual se veem enredados, presos às própria mentiras. Isso pode ser constatado à distância descobrindo-se a incoerência entre as notícias, que não se encaixam umas nas outras.

      De fato, há quarenta anos a China se encontrava em situação de penúria, mas isso foi em outra era, há 40 anos, essa eternidade. Hoje a China disputa a liderança mundial com os EUA, está prestes a assumir as rédeas do mundo e dar as cartas.

      Também li que os chineses não gostam de privadas, preferindo posições anatomicamente mais recomendáveis que as nossas, não vejo incompatibilidade entre isso e o poder.

      Na comparação entre a cultura chinesa e a americana, esses últimos parecerão crianças. Descobriremos, em breve, o quanto temos sido infantis, e o quanto a cultura pop é superficial e tola. A humanidade tem perdido muito tempo iludida e cerceada por um povo ignorante, isso mudará.

      A tecnologia chinesa superará a americana em breve, em quase todos os campos. O sistema educacional chinês é muito superior ao americano, seus engenheiros e físicos melhores e mais numerosos. 5 anos é uma boa estimativa para isso.

      As estatísticas chinesas são, de fato, incorretas, todas elas minimizam o poderio chinês. Os números do PIB listados acima (conforme o Banco Mundial), por exemplo, excluem Hong Kong e Macau. A desconfiança nas estatísticas chinesas e o crescimento espantoso do país induziram uma tentativa de averiguar o crescimento real chinês através da medida da iluminação no país. O crescimento econômico se correlaciona com o de emissão de luz. A medida indicou um crescimento maior que o confessado. Enquanto os americanos têm se espichado para parecer tão grandes quanto os chineses, estes se encolhem.

      Agora, sentindo-se capazes de confrontar o poderio bélico americano, eles começam a se erguer e mostrar seu tamanho real. Farão isso para tomar as rédeas do mundo.

      Note que o presidente americano, em mais de 6 meses de governo, ainda não conseguiu instituir nenhum novo programa, nenhum novo empreendimento, conseguindo, no máximo, desmantelar ações do governo anterior. A incapacidade decorre em grande parte do poder chinês a contrabalançar suas diretrizes. Note que apesar de ignorante, o cara é bem inteligente, tendo demonstrado capacidade imensa em 3 campos, coisa bem rara: nos negócios, na televisão e na política; subestimá-lo seria tolice.

      O tempo tem se acelerado muito, tudo tem andado muito rápido. Isso vai parecer ainda mais absurdo, mas, em 10 anos, o poder mundial da China será questionado pela Índia, o que já é outra história…

       

    2. Conheci um empresário que

      Conheci um empresário que esteve, recentemente, no norte da China, perto da fronteira com a Mongólia, e viu as cidades em ritmo frenético de obras. Isso, André, num lugar em que habitam os tais um bilhão de chineses que não conhecem sequer papel higiênico. Há muitas mentiras pautadas na imprensa ocidental a título de propaganda do Império (com direito a um rei e tudo). Dizem, também que a Coreia do Norte é miserável, entretanto, omitem que esta tem uma indústria própria eletrônica (produzem um tipo de smartphone), que desenvolveram uma versão própria do android, que produzem seus carros, caminhões e pequenos navios, que possuem um metro tipo o de Moscou e que construiram uma capital moderna com arranha-ceus de vidro (procure as fotos para ver).

      Nada como se informar por diversos meios distintos, para não perder a realidade de vista…

    3. Mais um detalhe: realmente,

      Mais um detalhe: realmente, em termos de pesquisas saídas dos laboratórios, os norte-americanos lideram o mundo, porém, um observador atento irá notar que muitos desses trabalhos levam nomes chineses (teses de doutorado?).

      Os chineses construíram o maior radio telescópio do mundo (que está em fase de calibração), estão propondo construir um acelerador com, pelo menos, duas veses a energia máxima do LHC, enviaram um rover para a Lua e tem um programa de mineração de He3 em andamento, foram pioneiros no estabelecimento de comunicação quântica (que não pode ser quebrada) entre um satélite e a Terra, estão montando uma estação espacial em órbita terrestre, detem os três maiores (1º,2ºe3º) supercomputadores do planeta, etc.

      No plano miltar, já desenvolveram um caça de quinta geração (só o novo motor está em fase final de desenvolvimento), estão comissionando seu segundo porta-aviões e possuem planos de construir mais dois nucleares em breve (e você sabe que em breve na China é para amanhã…).

      O Gollo tem razão: a China e a Rússia (e põe nesta cesta quase que o resto do mundo) estão prestes a peitar o Império e disso deve resultar, infelizmente, uma guerra total, porque impérios não costumam decair pacificamente.

    4. Concordo plenamente

      Concordo plenamente, caro Araújo.

      Os EUA não estão em decadência, por que tem o maior poderio militar sobre a face da Terra. Os americanos  não precisam produzir como a China, por que quando eles precisam de algo, simplesmente saem pelo mundo afora e tomam a força de outros povos. Exemplos não faltam, quando os EUA invadiram o Iraque, sobre o pretexto de que sadam escondia ” armas químicas “, nada foi achado, 1 milhão de iraquianos foram mortos, e muito petróleo foi para oa americanos. Agora os EUA conseguiram nosso petróleo e ensaiam tomar o petróleo Venezuelano. A China nem sonharia em fazer algo assim, pois não tem um décimo do poder militar dos EUA.

       

      O poderio militar da China, e nem da Rússia, não chegam nem aos pés dos EUA. Só pra lembrar, o orçamento militar da Rússia, que é o segundo maior da Terra, depois dos EUA, é de um décimo do orçamento americano. A China fica muito atrás da Rússia.

      Os EUA tem o maior arsenal atômico do planeta, capaz de destruir a Terra dezenas de vezes se isto fosse possível. Se somarmos as armas atômicas da China e da Rússia juntas, não chegam nem perto dos EUA.

      Como dizia Maquiavel, a fonte de todo o poder sobre a Terra, são as armas, o poderio militar. O poder não está com os que mais produzem, nem com os mais democráticos, nem com os mais populares, mas com os mais armados. Quem tem armas obriga os outros povos a fazerem qualquer coisa.

  6. A história demonstra que
    A história demonstra que outras civilizações de hegemonia militar entraram em decadência e perderam a predominância.

    Trump é o exemplo mais recente, claro é preciso da derrocada moral de uma nação; prenúncio do efeito dominó.

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