A fila dos anti-Lula não para de andar, por Carlos Motta

A fila dos anti-Lula não para de andar

por Carlos Motta

Não bastasse o terrorismo de alguns “analistas” e das Empiricus da vida, e lá vem um dos mais notórios garotos-propaganda do deus mercado dizer, na também notória Folha de S. Paulo, que “uma guinada populista levará tudo para o brejo”, claramente se referindo a uma eventual vitória do ex-presidente Lula em 2018.

O sujeito, uma das  maiores fortunas do Brasil, a vida toda ligada à especulação, não esconde, na entrevista, sua aversão a Lula, com alegações que o distanciam do modelo de intelectual, que sempre vestiu, e o trazem para o campo dos fundamentalistas boçais da extrema-direita: “Se Lula for candidato, vai voltar o mesmo padrão de mentiras e promessas de antes. Ele declarou outro dia que nunca o Brasil precisou tanto do PT quanto hoje. Para quê? Para quebrar de novo? Para enriquecer todos esses que estão aí mamando há tanto tempo? Acho que a campanha vai ser de baixíssimo nível.”

Vale lembrar que esse nosso conceituado porta-voz das maravilhas do liberalismo, deu um ótimo exemplo de sua competência quando ocupou o cargo de presidente do Banco Central no governo FHC: no fim de seu mandato a inflação estava em 12,5%; já no seu início, aumentou a taxa básica de juros para incríveis 45%, fazendo a alegria dos seus amigos banqueiros.

O homem é um portento!

Mas, incrível, tem legiões de fãs de carteirinha, gente que vê nele o suprassumo da inteligência, da perspicácia, da autoridade para palpitar sobre o que é melhor para o país, justamente ele que pôde, nos seis anos em que trabalhou para o megaespeculador George Soros, aprender todos os truques possíveis para que o capital, no seu sobrevoo permanente ao redor do mundo, ataque sempre os cofres mais vulneráveis – e rentáveis.

Falam até que ele aspira posições mais elevadas que essa de “queridinho”, ou guru, ou mesmo porta-voz, como queiram, dessa mais que poderosa instituição carinhosamente chamada de “mercado” – e de todos os que a bajulam ou rastejam aos seus pés.

Nestes tempos de nulidades como Dorias, Alckmins e Meirelles, vale qualquer coisa, até mesmo, num ato de total desespero, apostar que um tosco, primitivo e ignorante Bolsonaro poderá, ao menos, para que não pensem que o Brasil é mais que uma enorme plantação de bananas, mas uma selva completa, segurar seus ímpetos de eliminar fisicamente seus desafetos.

Por que não, então, um presidente Fraga?

Afinal, ele tem quase tudo o que os nossos endinheirados querem e não conseguiram achar em nenhuma de suas apostas para dar jeito neste Brasil.

E foram tantos, e tantas decepções…

Este Fraga é branco, milionário, fala inglês, entra e sai dos Estados Unidos quando quer, nunca se misturou com gente “feia”, só frequenta os círculos dos homens de bem, conhece os VIPs do planeta todo.

E, além de tudo, odeia o Lula.

Misture tudo e daí sairá a mais completa promessa de um Brasil nos eixos.

O povo, como sempre, será convidado a fazer o que sempre fez, ou seja, trabalhar na mais perfeita ordem para o inexorável progresso da nação.

 
Redação

21 Comentários

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  1. Seria, pelo menos, honesto.

    Se vier a ser candidato, poderá ser, pelo menos, um candidato honesto (como candidato, é claro!). Porque representante assumido da banca de agiotagem internacional dos banqueiros e rentistas. Identificado com Temer, judiciário, concurseiros do MP e PF e de boa parte da elite sonegadora da sociedade brasileira. Trata-se de um cínico, mentiroso, que anunciava em discursos na campanha do candidato Aécio Neves, em 2014, que a crise financeira iniciada em 2008, na sua pátria amada, estava superada em 2012 e, portanto, as dificuldades enfrentadas, então, na economia pelo Governo, eram culpa exclusiva de erros da administração Dilma.

    Encarna perfeitamente aquele modelo de economistas vendidos ao Mercado, agarrados a mitos e crenças econômicas há muito superadas, que levaram o país à falência nos anos noventa e se tornaram todos bilionários.

     

    https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-atraso-do-pensamento-economico-brasileiro-por-luis-nassif

  2. A caixa de ressonância

    A caixa de ressonância repetiu à exaustão que o PT estava destruindo o país (é, desde 1500 estamos na Suíça sem sabê-lo). Veio o Temer. Alívio. Destruindo o país de verdade, mas não é o PT.

    Essa velha mania delirante de pensar junto e igual a quem te f*rra.

    Nem precisa chamar de otário. Só precisa assumir.

    1. Eu não acho que sejam

      Eu não acho que sejam otários! Eu chamo este tipo de MACACOS mesmo! Já transformaram São Paulo e agora querem transformar o Brasil em uma Lancelot Link!

  3. O PT pode ganhar por WO

    O PT (com Lula ou sem Lula, mas de preferência com Lula) pode perfeitamente ganhar as eleições  de 2018. Isso em razão da total ausência de qualquer outra opção minimamente atrativa de qualquer outro partido. Será praticamente uma vitória por WO, como se diz no futebol.

    O problema é que, se o PT vencer em 2018, será graças à omissão de seus adversários, e não por haver superado os erros que o levaram a ser tirado do poder em 2016. De fato, nos anos em que o PT esteve por cima, à exceção de Bolsonaros da vida, ninguém se arriscou a emitir um discurso abertamente anti-petista ou apresentar um projeto diametralmente oposto ao do PT, julgando que esta seria a fórmula certa de perder a eleição. O PMDB desde os anos 90 desistiu de ter candidato próprio e preferiu as composições que lhe garantissem cargos, e apenas cargos. O PSDB, o único rival à altura do PT, ao invés de bater de frente, renegou seu passado e procurou desvencilhar-se da sombra de FHC. É claro que ninguém acreditou nesse mea culpa fajuto, nem ninguém vai querer a cópia se pode ter o original. Agora é tarde para o PSDB criar um candidato que tenha um perfil minimamente alternativo ao projeto petista. Pode apenas relançar os candidatos que já foram derrotados antes e serão derrotados de novo.

    Mas o PT tampouco fez um mea culpa que não fosse fajuto. E mais ainda, essa guinada inesperada que reconduza o PT ao poder pode dar vazão a um clima de euforia e desforra, que vai reforçar a disposição de repetir os mesmos erros que foram cometidos desde o primeiro mandato de Dilma. Militantes imaginosos vão enxergar em um Lula envelhecido e desgastado, um Lula renascido e vingador, que vai finalmente levar a cabo os projetos sonhados desde os velhos tempos, aquele besteirol ideológico que o próprio Lula descartou no lixo em 2002. Aí periga a história se repetir: depois da euforia inicial, a crise se instala, não haverá mais dinheiro para projetos sociais, a popularidade do governo cai e a oposição se enche de moral. Aí que mora o perigo da população, decepcionada e julgando-se mais uma vez traída, correr para os braços dos radicais de direita. O PT pode ter uma segunda chance, mas terceira chance é querer demais.

    É preciso entender que o hipotético Lula de 2018 não será o mesmo Lula de 2002. Mesmo supondo que a frágil recuperação da economia obtida esse ano persista até o ano que vem, não será o mesmo cenário do primeiro mandato de Lula. Tampouco ele terá a mesma base de apoio que tinha naquela época. Restará a Lula fazer um governo pragmático, se quiser preservar sua biografia.

    1. Concordo em tudo. Só
      Concordo em tudo. Só acrescento que existe a real possibilidade de um confronto armado nesse caso. E aí cairiamos num descaminho histórico bem grande.

    2. O erro foi tirar o PT do executivo em 2016 à revelia das urnas

      “O problema é que, se o PT vencer em 2018, será graças à omissão de seus adversários, e não por haver superado os erros que o levaram a ser tirado do poder em 2016”. – Pedro ABBM

      Afinal, quais foram os erros que levaram a maioria picareta dos congressistas a dar o golpe parlamentar, com o apoio incondicional da mídia, do judiciário, do MPF e das elites econômicas privilegiadas?

      Qual teriam sido os erros do PT? A valorização do salário mínimo e uma menos pior distribuição da riqueza?

      Ou foram as pedaladas fiscais?

      Se o desemprego tá se elevando e os salários estão se desvalorizando, qual é a frágil recuperação econômica obtida esse ano?

      Acho que você tá olhando o mundo com lentes cores-de-rosa.

      1. Os erros do PT

        Os erros do PT começaram com o anúncio da Nova Matriz Econômica ainda no segundo mandato de Lula. Se você tem boa memória, lembrará que o primeiro ano de Dilma foi bom, o segundo razoável, o terceiro ruim, e depois foi só despenhadeiros abaixo, à medida em que ela insistia em ressuscitar  os velhos ditames do nacional-estatismo esgotado desde os anos 80, afastando-se da macro-economia do Plano Real que havia garantido o bom governo de Lula. A população foi ficando imapaciente ao ver que a economia tinha parado de crescer, e em 2013 mandou um bom recado. Em 2014 ainda deu um último crédito de confiança ao PT, mas ao se dar conta do formidável estelionato eleitoral, abandonou o PT de vez, e o resto da história você sabe: bastou um conluio de parlamentares desprestigiados para afastar a presidente do poder. Nada a ver com a poderosa aliança de militares, empresários e classe média que derrubou Goulart em 1964. Quem é derrubado por antagonistas tão fracos assim é porque já está caindo sozinho!

        Esses foram os erros do PT que vocês insistem em tapar os olhos para não ver, e ficam inventando teorias conspiratórias de que foi a Globo, a Veja, os EUA ou sei lá quem que derrubou Dilma. Não notam que a campanha da mídia vem desde 2005, mas enquanto o PT pôde conceder melhorias à população, não adiantou de nada: desde quando povão lê editorial de jornal? Isso é besteira. O PT cometeu erros, sim. E quem ignora seus erros, sempre os comete de novo.

  4. sempre aparece quando há risco de grandes perdas…

    para os gananciosos do mercado

    acredito que logo logo vai aparecer com o Temer: …aplique seu dinheiro com quem você já conhece…

  5. Absolutamente detesto esse

    Absolutamente detesto esse cara, Carlos…  Nao da nem pra comentar…

    Ja lido com meus proprios slave masters.  Nao preciso dos brasileiros.

  6. Sobre formigas e cigarras

    No livro de Antonio Palocci, narrando sua passagem pelo Ministerio da Fazenda, ele diz ter ficado encantado com Arminio Fraga e que Lula ajuntou que também tivera preconceitos contra o mesmo.

    Espero que tenha passado o encanto dos dois, se bem que o de Palocci já não importa tanto!

  7. Sei lá, uns me chamam de

    Sei lá, uns me chamam de mentiroso, outros não, nem eu sei mais direito quem está certo. O que sei é que não odeio Fraga e Moro.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

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    1. Complemento: Não sou negro,

      Complemento: Não sou negro, sou pobre, não falo inglês, não posso sair quando quero dos EUA pois nunca entrei, sou “gente feia”, o único VIP que conheço é um Motel perto de onde moro. E não odeio Fraga e Moro, só sou um pouco como era o saudoso Tim Maia. 

  8. Infeliz
    Um infeliz iludido com títulos, convicções idiotas e autodesenganos como qualquer mortal !
    O problema é que um míseravel deste tem todo um sistema bandido cheio de interesses da pior espécie por trás dele!
    Que o povo brasileiro recuse nas urnas em 2018 esse conjunto de idéias que, no fundo, pretendem perpetuar a mentalidade de Casa Grande e Senzala que rege a nossa sociedade desde nossos primórdios históricos !
    Que escolhamos representantes que realmente pensem no desenvolvimento humano,intelectual e educacional do país, para que as gerações futuras tenham mais cérebro do que bolsos cheios!
    E novos “arminios fragas” e suas idéias absurdas venham a ser vistas risivelmente como mero surrealismo de ocasião sem qualquer seriedade !

  9. Armínio seria o ministro de

    Armínio seria o ministro de Aécio.

    Quem gosta desse cara de fantasma é o povo que ainda pensa que FHC foi um príncipe. Foi, mas da privataria tucana, só que essa elite gosta deles porque foi neses governos que não se investigava nada, e por isso mesmo vendeu-se o que queria, não tendo vendido mais por falta de tempo. O mesmo sucede aos generais da ditadura, quando alguns dizem que todos eram íntegros e não roubavam; como se naqueles mais de 20 anos alguém, por mais que fuçasse os bastidores do poder, pudesse conhecer alguma coisa. 

    Esse anti-lulismo é uma coisa doentia demais. Há pouco, vendo o jornal da Gazeta, onde se conta com Bob Fernandes – baita jornalista -, mas também com um imbecil completo igual a Nêumanni Pinto. Este, tal como tantos anti-Lula, tá vendo que as notícias que enchem os jornais dizem respeito a todos que estão agora, neste momento, no governo. Pois o cara entrou na briga entre Gilmar com Temer contra Janot, assim começando: “Esse Gilmar foi responsável por não anular a chapa Dilma-Temer, pois sabia que aquela eleição foi a maior fraude do mundo”.

    Nêumanni quer condenar Temer, mas não consegue fazê-lo sem pasar por Dilma. E ao dizer que Dilma foi eleita mediante uma fraude eleitoral, está defendendo Aécio, que seguiu esse enredo até Joesley aparecer em cena. Ou seja, como pode esse vagabundo se dizer um jornalista sério, ser convidado a debater política, se não dispõe de um mínimo de carátaer para tecer comentários sem esse sentimento enviezado, rasteiro? Será que ele ainda acha que Aécio mereceria estar na Presidência da República depois de tudo que presenciamos? 

    É muito ódio a alimentar esses políticos desejosos de subirem a rampa do Planalto. Cada um com seu gênero, mas todos pensando a mesma coisa: Lula. 

  10. Não nos esqueçamos. . .

    Não nos esqueçamos que Armínio Fraga era o menino de ouro de Fernando Henrique, que vivia a elogiar sua inteligência e que junto com José Serra foi um dos artífices da privataria tucana, que vendeu empresas brasileiras  a preços de banana e cujo dinheiro arrecadado foi enfiado no nariz, como se diz no popular.

  11. Uma guinada populista engessaria o mercado de trabalho

    “O salário mínimo é outro tema que precisa ser discutido. O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma questão de fazer conta. Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho.” – Arminio Fraga

    Uma guinada populista faria voltar os salários se valorizarem e isso engessaria o mercado de trabalho. Com salários baixos, como ocorre atualmente, o mercado de trabalho não se engessa.

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