A fuga do STF, por Assis Ribeiro

A narrativa brasileira de se encontrar o grande vilão para os desmandos da corrupção tem se mostrado tão falsa quanto a história dos italianos Sacco e Vanzetti cujo julgamento tentou ser um marco para conter a turba que procurava um culpado para o caos americano.

A fuga do STF

por Assis Ribeiro

em seu blog

Alguns analistas afirmaram que a decisão do STF de não conceder a liberdade a Lula foi correta pois:

“Seria mais um elemento de insegurança a pairar sobre a já incerta relação do cidadão brasileiro com a lei.”

É como a transposição de uma das maiores injustiças da história americana, o julgamento de Sacco e Vanzetti, quase um século depois para o Brasil. O julgamento foi crivado de erros e ilegalidades para atender a comoção da sociedade.

A justiça pode sobrepujar a realidade dos fatos e das leis para atender interesses?

A narrativa brasileira de se encontrar o grande vilão para os desmandos da corrupção tem se mostrado tão falsa quanto a história dos italianos Sacco e Vanzetti cujo julgamento tentou ser um marco para conter a turba que procurava um culpado para o caos americano.

Em 1920, os Estados Unidos vivam grandes dificuldades sociais e econômicas, com desemprego, miséria e criminalidade.

Naquele ano, que antecede o grande “crash” americano, no dia 15 de abril, houve um assalto em uma fábrica de calçados em Massachussets com dois mortos. Era a oportunidade para o Estado americano tentar botar uma aparente ordem na casa. A polícia mediatamente prendeu dois homens que estavam armados (costume entre os cidadãos). Os presos, além de estarem armados, eram operários, estrangeiros e esquerdistas. O estereótipo perfeito para conter a classe média moralista americana.

No caso do Brasil, atacar a corrupção colocando-a no colo de um partido de esquerda e atribuindo ao seu líder maior o “grande chefe da quadrilha”, como Dallagnol e Moro fizeram era tudo o que a classe média moralista brasileira desejava.

A imprensa americana, a reboque do establishment,  imediatamente passou a divulgar a prisão dos “bandidos italianos” e as suas condições de esquerdistas como prova da tendência à criminalidade e capacidade de delinquir.

No caso do Brasil, a grande imprensa se fartou de conceder holofotes e aplausos à dupla Moro/ Dallagnol. Nenhuma das denúncias da defesa de Lula sobre os excessos praticados pela dupla serviu – como é da obrigação da mídia – promover a investigação, a busca do esclarecimento dos fatos.

Nos Estados Unidos, depois da sentença confirmada por várias instâncias, o verdadeiro criminoso se apresentou à polícia confessando o roubo e os assassinatos. Mesmo assim, a justiça americana a reboque da lateralidade social e étnica e forte necessidade da catarse da sociedade não considerou os novos fatos e rejeitou o pedido a defesa por um novo julgamento.

Aqui no Brasil, os novos acontecimentos que corroboram com as denúncias das irregularidades processuais do juiz Moro feitas pelos advogados de Lula e agora  trazidos ao público pela Folha de São Paulo, revista Veja, The Intercept e BandNews das conversas imorais, que ferem a ética e as leis, entre Moro e os Procuradores da “força tarefa” da Lava-Jato.

Como também havia pressão para reconhecer as evidências da inocência de Sacco e Vanzetti, e evitar o cumprimento da sentença contra os dois italianos, o próprio governador de Massachusetts, atendendo ao pedido de clemência de um dos condenados, nomeou uma comissão especial de advogados, liderada por um juiz, para voltar a estudar o processo. Esta comissão confirmou a sentença de morte. A suprema corte e o presidente dos Estados Unidos recusaram o indulto. A farsa estava concluída.

Aqui no Brasil, no caso Lula, o TRF-4 , o STJ e o STF tem agido para encobrir as irregularidades do processo de Moro.

Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A Redemocracia Brasileira não volta com o conluio entre o Coronelato Líder da Ditadura Militar, da UDN, da ARENA, do PDS, do PFL José Sarney em parceria com o Lacaio e Familiar do Ditador Caudilhista GV, sendo seu Ministro da Justiça, Chefe da República de Juiz de Fora, uma ascendente Elite que ressurge em Período Fascista Tancredo Neves? Promotor, Juiz e Carrasco já não haviam determinado que só existia uma Corrupção e um Corrupto instituído neste Brasil? Paulo Maluf ?! E não se seguiu assim por estas 4 décadas? Ainda hoje, às vésperas de eleições municipais, mesmo quase centenário, a covardia e o medo da volta do Político, a Justiça requenta contra sua Família, um Processo dos anos de 1990? Aloprados Esquerdopatas e sua Política Fascista de 9 décadas, cavaram o buraco onde despencaram. Primeiramente Dilma, seguir por Lula. E ainda hoje querem culpar Aqueles que cavaram a cova?! É Surreal !!! E não entendemos porque estamos nesta Latrina? Pobre país rico. Seria trágico, ….É trágico !!!!

  2. É isso aí. Esse pessoal da cúpula do judiciário já passou do ponto de retorno há muito tempo. É mais provável até que deixem de lado o cinismo e assumam de vez o fanatismo, em nome da “coerência” e da convicção.

  3. Ou seja TRF4, STJ e STF são tão criminosos quanto o ex-juiz e os procuradores e os verdadeiros corruptos que não estão presos, nem serão.

  4. Deixaram um juiz jeca e deslumbrado fazer o que queria.
    Deixaram um judiciário tosco, canalha, incompetente, incapaz e hipócrita fazer o que queria.
    Deixaram a Rede Globo dizer o que queria.
    Deixaram um povo imbecilizado e patético eleger uma ameba.
    Deixam essa mesma ameba fazer o que quer.
    Pior ainda: essa ameba é a mais pura encarnação da classe média brasileira: cruel, violenta, hipócrita, preconceituosa, estúpida, ignorante, asna. Tão asna que acha que é possível governar fazendo arminha e com frases feitas, carregadas de preconceito.
    Deu no que deu.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador