A “questão Waack”, por Eduardo Ramos

A “questão Waack”

por Eduardo Ramos

Acompanhei ao largo a “questão Waack”. Por me parecer banal. Um jornalista é gravado falando uma imensa bobagem (todo preconceito desse tipo, incluindo aí o racismo, será sempre uma tolice sem tamanho, além de odioso), revela seu preconceito contra os negros e é demitido pela empresa. Ponto. Isso sequer revela que o jornalista seja de fato um racista, revela apenas que é capaz de em ambientes privados emitir conceitos racistas – são coisas diferentes que não vou tentar explicar aqui porque não vem ao caso.

O bom de não ter tido opinião a respeito no início da repercussão do episódio é assistir a tudo como espectador, essa é uma boa forma de tentar aprender vendo o todo e não apenas uma parte do fato. Ponto um – tirando o ódio e os desejos de vingança, todos os que se manifestaram contra a AÇÃO de Waack, bem o fizeram: porque o racismo é uma praga a ser combatida de modo determinado pela sociedade, como são todos os preconceitos.

Mas elevar o combate à fala deplorável ao ódio doentio da direita, soa como uma “contaminação” de algo que a esquerda deplora. Nesse aspecto, vejo o “discurso” do Nassif como uma tentativa de expor os excessos e seguir sua natureza – e a de muitos aqui… – de ir contra o linchamento, o apedrejamento do sujeito, o famoso “chutar a cara do inimigo caído no chão” – qual o mérito disso, afinal?

Ponto dois – Um bom ponto jornalístico, social, filosófico, etc. etc. a ser debatido, me parece vermos quais os preconceitos hediondos, além do racismo, praticados, espraiados não só por e entre jornalistas, mas nas classes sociais que têm força e voz no Brasil. Por exemplo, o termo “petralhas” – tão carregado de nojo e ódio quanto os preconceitos ancestrais da humanidade.

Sem querer comparar os indizíveis sofrimentos das pessoas negras, há séculos vítimas dessa chaga, o racismo, com os outros preconceitos havidos entre nós, podemos e devemos tentar enxergar a RAIZ desses sentimentos na alma de muitos brasileiros – porque se tornou uma FORMA DE PENSAR / SENTIR / AGIR, rotular as pessoas com termos pejorativos – ou assim tornados… – por aqueles que se sentem SUPERIORES à pessoa agredida ou grupo social agredido. Assim, Dilma vira “a vaca”, “a anta”, “o poste de Lula”. Lula vira o “molusco”, e numa alusão perversa, doentia, ordinária, na boca de Sérgio Moro e de milhões de brasileiros, vira o “NINE”….. – ISSO NÃO É TÃO GRAVE, E NÃO PERTENCE À MESMA FONTE do “só pode ser preto”, do Waack??? – eis uma das grandes questões. Porque, como, chegamos a esse ponto, porque a Globo, que agora banca a defensora do “não-preconceito”, – hipócritas! – nunca se importou, por exemplo, que pixulecos de Lula em roupas de presidiário fossem ostentados em programas da Globo News, como todos pudemos assistir…?

Ponto três – Personificar a estupidez de Waack, demonizá-lo, odiá-lo, é apenas isso – fazer uma catarse de ódio aproveitando o vazamento de sua fala tosca e odiosa, num movimento que se torna reduzido e reducionista – daí a necessidade dos contrapontos, como o trazido pelo Nassif – que, obviamente, não está “defendendo o Waack” – apenas nos lembra da pobreza que é a coisa do linchamento – porque é!

Ponto quatro – FHC chamou aposentados de “vagabundos”, após a eleição de 2014, ofendeu de modo grotesco aos nordestinos, chamando-os de “burros” e que teriam “vendido seus votos pelo bolsa família”. Eu e todos aqui, escreveríamos centgenas de exemplos de pessoas públicas em cenas igualmente lamentáveis…. Ora, não “odeio” FHC, Waack e assemelhados por essas falhas de caráter, esse narcisismo, odeio suas ações, a elas devo e quero combater. Como à intolerância de uma classe média enferma em relação aos nossos pobres, que faz com que rejeitem todos os políticos e partidos progressistas, que trazem programas, ideologias, intenções inclusivas, nas suas ações.

A “questão Waack” é MUITO MAIS do que alguém a ser massacrado por “ser pego em flagrante”. Em si, é apenas um fato particular, que deve sim ser punido pela empresa – Globo – para que sirva de lição – hipocrisia à parte….. – Devemos repudiar a fala racista? Evidente que sim! Mas se não AMPLIAMOS o debate, perdemos uma oportunidade de enxergar quem somos como sociedade, como nação.

Redação

28 Comentários

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  1. “Um jornalista é gravado

    “Um jornalista é gravado falando uma imensa bobagem (todo preconceito desse tipo, incluindo aí o racismo, será sempre uma tolice sem tamanho, além de odioso), revela seu preconceito contra os negros e é demitido pela empresa. Ponto. Isso sequer revela que o jornalista seja de fato um racista, revela apenas que é capaz de em ambientes privados emitir conceitos racistas – são coisas diferentes que não vou tentar explicar aqui porque não vem ao caso”:

    Vem sim, Eduardo.  O bafafah de ontem e antes de ontem foi causado por pessoas que realmente acham que o Nassif nao teria despedido Waack!

    1. Nem concebo a ideia do Nassif

      Nem concebo a ideia do Nassif contratar uma pessoa racista, Ivan! E acredito que se descobrisse essa característca deformante na pessoa, a demitiria sim! Abraço!!!!

  2. Generalizações preconceituosas

    Tanto as grosserias de FHC como as do jornalista Waak  externam generalizações preconceituosas. E o preconceito explicitado com raiva é uma falha grave de caráter, principalmente emhomens públicos que influenciam (ou podem influenciar) opiniões. O presidentesociologo deixou claro o que pensa dos mais humildes e “ferrou” com a aposentadoria de muitos ao criar o fato previdenciário. Menos a aposentadoria dele que, na USP, passa dos 22 mil mensais. O jornalista Waak, ao afirmar que “é coisa de preto”, atribue a todos os negros, um comportamento mal educado . Generalizou. Não é racismo? É o mesmo que dizer (e diziam) que todo judeu é sovina. (Eu ouvi muito isso). FHC continua falando com a rrogância típica e demagógica. Waak apenas perdeu o cargo de apresentador do telejornal. Uma medida correta da Globo; ela não poderia arriscar o alto gasto com alguém de reputação arranhada de forma evidente. Não perdeu o emprego. Uma punição branda que os espectadores agradecem. O jornalista com a suapostura altiva e as seletivas ironias predatórias, já cansou. 

  3. Mas e o busilis????
     
    A fala

    Mas e o busilis????

     

    A fala dele foi racista ou não??????

     

    Foi não? Então pronto, o resto é perfumaria……só quem é negro nesse país sabe que o que esse intelectuais arrogantes nos fazem passar……

  4. A “questão Waack”, por Eduardo Ramos

    e aí, meu caro!

    que Waack, a Globo e o setor dominante no Brasil tem opiniões e ações racistas e escravocratas, todos sabemos.

    mesmo sendo imprescindível combater o racismo onde quer e como for que ele se manifeste, no caso Waack esta não me parece ser a questão central e mais perigosa.

    e sim a coleta incessante de informação para ser usada como munição no momento mais propício, contra quem quer que seja.

    a gravação ficou arquivada por um ano até viralizar. neste sentido, nem mesmo é determinante quem postou o vídeo, e sim como ele foi divulgado de modo a ganhar tanta repercussão.

    com certeza estavam tentando se livrar do Waack. encontraram a arma certa para detoná-lo, submetendo-o a uma posição de inferioridade em qualquer tipo de negociação. o que não impede que ele acabe arrumando um outro emprego, talvez até melhor.

    o trailer abaixo é bastante esclarecedor quanto a estes procedimentos.

    Indagados porque só divulgaram o vídeo agora, quase um ano depois, ambos explicam que já haviam mostrado isso para a imprensa, mas não teve a mesma repercussão de agora. “Chegamos a ouvir, ‘se não é do William Bonner’, não interessa”, diz Ramos.

    Queríamos discutir o racismo, afirmam responsáveis por vazamento de vídeo de Waack

    vídeo: Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=xL2u3mAci7I%5D

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    1. Como sempre a globo ditando a

      Como sempre a globo ditando a pauta e se dando bem. Tem que ser muito inocente pra acreditar ma estória desses dois rapazes.

      1. A “questão Waack”, por Eduardo Ramos

        -> Como sempre a globo ditando a pauta e se dando bem.

        ao invés de estarmos focando a contra-reforma trabalhista, estamos nos regozijando com a exposição alheia.

        é até bastante compreensível, dado que trata-se de um “lacaio golpista”. contudo, vai ser prontamente substituído. ou seja: não altera absolutamente nada na Globo. mudam-se as caras e os âncoras, mas a Globo continua sendo a Globo.

        e aqui faço uma ponderação: algum das outras redes chega a ser diferente? ou com a perda de hegemonia da Globo, o vácuo logo seria ocupado, com o mesmo tipo de atuação, ou até pior?

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    2. “mesmo sendo imprescindível
      “mesmo sendo imprescindível combater o racismo onde quer e como for que ele se manifeste, no caso Waack esta não me parece ser a questão central e mais perigosa.

      e sim a coleta incessante de informação para ser usada como munição no momento mais propício, contra quem quer que seja.”
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      Perfeito, Arkx!!! Uma coisa não anula a outra, a COMPLEMENTA…. Por isso gostei do Nassif ter abordado a questão de um modo diferenciado, mesmo que discordemos dele em um ou outro ponto, porque isso gera a fomentação de debates paralelos importantes – ou seja, reflexões!
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      Esse ponto que você traz, por exemplo, é ESSENCIAL! Me lembra muito a atitude do PGR que saiu, o Janot, que logo percebeu o poder incomensurável da INFORMAÇÃO MANIPULADA, portanto, do poder quase absoluto que ele, Janot, passou a ter sobre as autoridades no Brasil e na verdade, quaisquer pessoas públicas. Foi formando um arquivo de dados com delações, insinuações, vazados na exata medida de sua utilidade para seus intentos pessoais.
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      O processo do impeachment da presidente originou-se disso, o vazamento para a Globo da gravação dela com o Lula – crime bárbaro e gravíssimo em qualquer país civilizado, não aqui, o país de cegos e fanáticos, tornados num imenso rebanho manipulado…..
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      Se a Globo aproveitou-se do momento para se livrar do Waack porque assim desejava, confesso não ter certezas, mas que “higienizou” sua imagem (ou tentou…), jogando o cara às feras, é fato!
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      Abraço fraterno!!!!

      1. A “questão Waack”, por Eduardo Ramos

        -> do poder quase absoluto que ele, Janot, passou a ter sobre as autoridades no Brasil e na verdade, quaisquer pessoas públicas. Foi formando um arquivo de dados com delações, insinuações, vazados na exata medida de sua utilidade para seus intentos pessoais.

        sim. mas não apenas para seus intentos pessoais.

        e esta seria uma das duas mais importantes peças que ainda faltam ser colocadas do quebra-cabeça do golpe (ou no Xadrez).

        1. é óbvio que Janot e o PGR não teriam nem a capacidade, e muito menos a competência, para formar tal arquivo;

        2. é óbvio também que os vazamentos de Snowden, ainda em Junho de 2013 (atente para a coincidência), deixaram claro que a própria NSA estava operando a espionagem;

        3. Janot declarou que “Lava Jato era muito maior do que nós”;

        4. quem controla este arquivo controla também os políticos, o Judiciário e os empresários. todos tem rabo preso.

        a peça que falta: se todos são marionetes (inclusive Janot, Moro, etc) quem puxa os cordéis?

        -> Se a Globo aproveitou-se do momento para se livrar do Waack porque assim desejava, confesso não ter certezas, mas que “higienizou” sua imagem (ou tentou…), jogando o cara às feras, é fato!

        mas o que importa são os fatos. coincidência ou não, intencional ou não, armação ou não, a Globo soube muito bem jogar com o momento e fazer o movimento que lhe cabia. isto é feeling e timing.

        abração

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        1. Nos eventos havidos no

          Nos eventos havidos no Brasil, não tenho dúvidas que em parte, quem puxou os cordéis foi o Departamento de Justiça daquele país, interessado no tipo de “combate à corrupção” que teríamos…. Provavelmente é incalculável os bilhões e bilhões de dólares que os americanos ganharam, ganham e ganharão com o desmonte de nossas grandes empresas e todo o vexame a que fomos expostos……  

          1. A “questão Waack”, por Eduardo Ramos

            -> não tenho dúvidas que em parte, quem puxou os cordéis foi o Departamento de Justiça daquele país

            sim. mas nos falta a descrição mais detalhada de como isto ocorreu, e continua ocorrendo, e quais os coordenadores aqui no Brasil: os nomes relacionados aos fatos.

            afinal, contra quem estamos lutando? quem é de fato o inimigo principal? como atuam no Brasil?

            tem até alguns artigos da série do Nassif que abordaram isto, como este de 08/2015: PGR encontrou-se nos EUA com ex-sócia de concorrentes da Eletronuclear

            o que nos ataca faz parte de um contexto global. de um planejamento amplo. um xadrez dentro de uma guerra mundial híbrida.

            ainda assim os personagens tem muita autonomia. recordemos aqui o caso do Embaixador dos EUA em 1964, o comandante em chefe do golpe. ele operou para ganhar pessoalmente muita grana. e foi ele também quem convenceu os EUA ser indispensável depor Goulart.

            além disto, hoje os EUA já não são os mesmo de 1964. não existe a mesma relação entre DoE, CIA, Pentágono, NSA e principalmente as mega corporações transnacionais e Wall Street.

            como um cara do nível do Almte. Othon vai preso e não tem reação dentro das FFAA?  parece até o caso da mala do Gal. Kruel em 1964…

            tem muita coisa ainda muito mal contada neste golpe.

            vídeo: GGN – Bate-papo sobre a Indústria da Delação Premiada

            [video: https://www.youtube.com/watch?v=vUKk0P-n8a0%5D

            .

          2. Vou assistir o vídeo!!!! Fico

            Vou assistir o vídeo!!!! Fico pensando do que não são capazes as grandes corporações da indústria da guerra…. Jesuis…..  os mercenários da morte! Abraço, Arkx!

  5. Algum negro defendendo Waack?

    Até agora, só jornalistas ou brancos, como Waack, o justificaram. Não é corporativismo?

    Isto me lembra em parte, as mortes de Manoel Fiel Filho e Wladimir Herzog, ambas lamentáveis e condenáveis, mas os jornalistas só sairam para a arena quando da morte de Herzog, jornalista! A morte de Manoel Fiel era lembrada como um acréscimo, após a morte de Herzog, meses após!

     

    1. Caro Gilson.

      Eram momentos  diferentes, o assassinato de Vladimir Herzog, jornalista e professor da ECA-USP e Manoel Fiel Filho, com a exposição pública do mau caratismo odioso de Waack. Eu me revoltei contra o assassinato de Herzog, primeiro porque ela era mais uma vítima inocente da Ditadura militar. Segundo. porque era professor da USP e todos ficamos atônitos, com aquele crime hediondo durante a tal “abertura lenta, gradual e segura” do General Geisel.

      A mobilização dos estudantes no campus, a solidariedade dos professoreds progressitas, foi isso que fez o sindicato pelego dos jornalistas se mexer. Por conta da nossa mobilização, quando do assassinato do operário Manoel Fiel Filho, em plenas férias escolares, mesmo assim houve mobilização do movimento estudantil e nossa revolta contra mais um crime hediondo decapitou os nazistas mais radicais do Exército e o General Ednardo D’Avila Melo, responsável pelos dois assassinatos, foi demitido. Se vivo hoje estivesse, deveria ser enforcado.

      Além de repugnante, a fala de Waack desnuda a grotesca farsa da nossa Direita, a mais infame do planeta. Não estou atacando Waack, “um cachorro morto”, segundo algumas interpretações apressadas. Apenas estou usando esse exemplo infame para mostrar quem são os “heróis” da tal luta anti corrupção. Esse Waack foi flagrado, mas seus pares pensam igual, apenas não foram apanhados.

  6. Nesse episódio o que Waack
    Nesse episódio o que Waack externou é apenas a ponta de um imenso iceberg revelador do que pensa e faz a elite brasileira.

  7. Um texto biscoiteiro, diga-se

    Um texto biscoiteiro, diga-se de passagem. Colocar no mesmo balaio comentários infelizes de um estadista, uma alcunha política (toda democracia tem símbolos) ou coisas semelhantes com o discurso de ódio racista de um representante da imprensa/burguesia nacional é de doer a alma. 

  8. Linchamento? Me poupe! Aliás Waack pelo menos já desculpou-se?

    Tanta boa luta precisando de gente se engajar e se mobilizar, e tem gente que prefere ficar discutindo de se o todinho do Waack deveria ser com ou sem açucar.

    Por que ficar defendendo o cara, quando nem ele se defende (em público, pelo menos)? Aliás não vi ele pedir desculpas ainda. Alguém viu? Desculpas públicas seria o mínimo que já deveria ter feito.

    E linchamento uma ova. Está apenas ouvindo o eco do que disse. O cara mora na Vila Nova Conceição, o metro quadrado mais caro de São Paulo, deve ter um contrato polpudo com a Globo, ganhava por exploração da imagem em palestras. Deve ter dinheiro suficiente para viver uma aposentadoria de rico se não conseguir mais emprego em TV nenhuma.

    Lichamento sofreu a Ângela Guadagnin no Jornal da Globo. Sofreu a Dilma, sofre o Lula diariamente. Sofrem os índios, os quilombolas, a juventude negra, os estudantes cotistas, os sem teto, os sem terra, a classe trabalhadora, os aposentados, os blogueiros sujos.

    Ah… E Waack ainda pode vir a ser convidado para ser ministro da Integração Racial de Bolsonaro (Créditos ao Sensacionalista).

  9. Se o corporativismo dos

    Se o corporativismo dos advogados fossem como  dos jornalistas Sérgio Moro,o Nazista,não grampearia escritórios de advocacia.

  10. O nó da questão é que Waack

    O nó da questão é que Waack não estava em ambiente privado e sim de trabalho, cercado por profissionais, sobre os quais exerce liderança. Ademais, não se trata de uma liderança qualquer falando bobagem em seu lugar de trabalho, e sim de um formador de opinião, que influencia milhares de pessoas. Daí a gravidade de seu ato. 

  11. Estou entendendo que o senhor

    Estou entendendo que o senhor william waak (minúsculas mesmo), apesar de sua grosseria, deva ser perdoado. OK. Perdoado está. 

    Mas concluo: está perdoado; isso não quer dizer reconciliado. Que pague pelo(s)  seu(s)  erro(s).

  12. dolo & culpa

    Vamos a uma analogia para avaliar a situação envolvendo o sr. Waack e as possíveis consequencias resultantes dos atos que cometeu.

    Se ele empunhasse uma arma e a brandice para qualquer pessoa. Intimidando, escarnecendo daqueles que estão desprotegidos e acovardados por estarem sob mira. De modo fortuito, a arma dispara e mata uma das pessoas ameaçadas.

    Em um julgamento, teríamos de avaliar se houve dolo ou culpa. Para caracterizar a culpa, precisaríamos alegar ou negligência, ou imperícia ou imprudência. Considerando que Waack, pela sua formação, inteligência e capacidade de avaliar as consequencias do seu ato, fica mais difícil dizer que cometeu uma das alegações acima. Se aceitarmos, estaremos afirmando que ele não é capaz de exercer a profissão? Talvez seja até pior, neste caso.

    Mas se considerarmos que sabe o que faz, resta o dolo. Intencional, premeditadamente, gerou ameaças e depois acabou executando o crime, seja para satisfazer sua bestialidade, seu desprezo psicótico, sua abjeta moralidade.

    Diante destas hipóteses, os ilustres jornalistas parecem optar pela culpa. Neste caso, reconhecem o quanto é pernicioso o ato mas atenuam pela falta de intenção. Uma negligencia diante das camaras, uma imprudencia ao revelar seus pensamentos íntimos. Perder o emprego (se perder, e ao que parece-me não será por esta razão, mas pelo custo que representa) parece punição suficiente.

    Estas pessoas sensíveis se horrorizam com o populacho pedindo a pena de morte. Sabem que o populacho é volúvel: amanhã pedirão as cabeças de quem semeou o terror. É assim a história humana.

    Fazem questão de se afastar, mostrar um equilíbrio que o lado de lá, não tem. São tão ferozes os dois lados que é impossível desarmá-los.

    Mas isto não seria covardia? não é covarde um juiz aplicar a pena capital para um crime hediondo, não importando as razões, mas as consequencias desse ato?

    Waack há anos abusa de nós outros, assim como o atual governo, congresso, elites. Abuso sobre abuso, sem consequencias graves, apenas admoestações que são dignas dos salões do reino. Essas pessoas sensíveis, me fazem lembrar uma afirmação cínica “ronco de barriga de pobre, não interrompe férias de intelectual na europa” (perdoa Millor, mas foi de/in memoria).

    Este sujeito precisa ser justiçado, precisa sentir o grilhão e humilhação que sempre usou para subjugar. Está nu e exposto. Que sofra o ridículo, o escárnio, já que não ouviu o escravo que sussurrava: lembra-te que és mortal!

    Cade meu tomate???

  13. No Brasil “Não somos

    No Brasil “Não somos racistas”, até que em um momento descontraido entre nossos “iguais” alguem toca uma buzina, aí vem aquela vontade de atribuir o comportamento incivilizado aos afrodecendentes, Waack “não fez nada demais”, apenas verbalizou um sentimento que carrega profundamente dentro de si, é o único? Claro que não, não fosse assim pelo menos metade de seus colegas jornalistas seriam afrodecendentes, assim como metade de nosso parlamento, metade de nossa suprema corte, metade do ministério público, metade dos governadores, enfim teriamos muito mais diversidade na nossa sociedade do que aquilo que se observa. Ta na hora de acordarmos, tentar transformar o Brasil em um país um pouquinho menos desigual levou ao golpe de estado de 2016, embuidos de um patriotismo anticorrupção maís mentiroso do que as desculpas que os coleguinhas estão inventado para o Waack os “iguais” transbordaram sua revolta para as ruas e derrubaram o governo democrático. A fala de Waack é reveladora de como a elite pensa o Brasil, um país onde existem coisas de branco e coisas de preto, educação de qualidade, oportunidades, acesso a saude e lazer são coisas de branco, aos pretos resta servir aos “iguais” e saberem qual é o seu lugar.

  14. Temos de parar de ser

    Temos de parar de ser hipócritas. Waack é um canalha em todos os pontos, agente infiltrado (olha a cara do canalha ao lado dele, outro safado). É racista sim, contra negros, pobres e esquerdistas, adorador do demônio “mercado”. Estou muito satisfeito que tenha sido apanhado (numa ninharia perto do que ele representa e faz). Quero que ele se exploda.

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