À senadora Gleisi Hoffmann, por Wilson Ramos Filho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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À senadora Gleisi Hoffmann
 
por Wilson Ramos Filho
 
Curitiba, 18 de junho de 2018.
 
Caríssima Senadora Gleisi,
 
O Brasil começa a semana indignado com o humano sentimento de revolta em face da iniquidade. 
 
O país que queremos e que estávamos construindo, com todas as dificuldades e contradições próprias do presidencialismo de coalizão, será julgado no stf (em minúsculas desde que se apequenou). 
 
Os sonhos, as esperanças, as perspectivas de dias melhores que você encarna como ninguém estão no banco dos réus. 
 
Os onze que deveriam ter impedido o Golpe, que poderiam ter evitado o congelamento dos gastos públicos por vinte anos e trancado – com base no não retrocesso – a tramitação das inúmeras leis destroem o Estado Social e da que re-regulou, precarizando,  a compra da força de trabalho, os mesmos onze cúmplices de todos os desmandos autoritários da Lava-Jato, que mantém preso o Presidente Lula, voltam-se nesta semana contra a maior liderança feminina de esquerda da história brasileira. 

 
A população já percebeu que o Golpe foi para transferir renda dos mais pobres para as elites e para manter privilégios da pequena-burguesia. Já há consenso a respeito do caráter classista desta ruptura institucional e da impossibilidade de uma mínima pacificação social se a fraude eleitoral for consolidada impedindo-se a candidatura de Lula. Novamente aqui a decisão caberá aos onze algozes que se fazem de alheados da realidade. 
 
Onze, apenas onze, pessoas, tomando posição política, se arvoram ao poder mais que divino de definir o futuro de 200.000.000 de pessoas.
 
Esse futuro, esses sonhos, essas esperanças é que estarão sendo julgados nesta semana, querida Senadora. A decisão, seja qual for, não será de modo algum jurídica. 
 
Em muitos momentos da história títeres, com a soberba habitual, apanágio dos pequenos de espírito, serviram ao capital e aos mais escusos objetivos. Pensavam-se intocáveis e inatingíveis. E não eram. Nunca são. 
 
Mantenha-se serena, querida amiga. Não há nada que você possa fazer. Não é você quem estará sendo julgada. Deixe a nós, aos seus amigos e aos milhões de brasileiros que a admiram, as demasiadamente humanas reações de repulsa, de asco e de revolta. 
 
Estamos e estaremos sempre com você, Senadora Gleisi Hoffmann, assim como jamais abandonaremos a defesa de Lula, preso político, condenado sem crime e sem provas, a quem não foram asseguradas as garantias do devido processo legal, da presunção de inocência e do direito de recorrer em liberdade.
 
Receba o reconhecimento, os agradecimentos e o afeto de seu amigo Xixo. 
 
Abraço,
 
Wilson Ramos Filho, doutor em Direito, professor de Direito do Trabalho (UFPR/UFRJ), presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora – DECLATRA.
 
#Lulalivre
#GleisiInocente
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. A presidente Gleise não pode demonstrar serenidade

    Por alguns motivos (óbvios, a quem puder ver). Acredito que faz parte da estratégia para, de última hora, lançar um candidato de dentro do partido dela (e, parece, da quase unanimidade daqui, perfilados formal ou informalmente). É estratégia de muito risco, pois já está trazendo transtornos e dificuldades pra possíveis coligações (coligações eleitorais, com essas leis eleitorais e políticas é diferente de alianças ideológicas). Fora os motivos óbvios (tornar o nome Lula lembrado,um entre outros motivos), o pior é que não existe santo na história toda, todos somos culpádos, mas a hierarquia, de alto a baixo, tem interesses diversos, o instinto de Poder às vezes, como disse um famoso psicanalisita contribuindo pro Freudismo, é tão forte quanto o impulso do “Eros” (não exatamente sexual). E os partidos viraram domínios, feudos, alguns, seitas e seguidores obedientes. Não foi unânime a última decisão da Executiva Nacional. A melhor posição, pra variar, foi minoritária (respçeitar as partiicularidades, sem autoritarismos).

  2. A presidente Gleise não pode demonstrar serenidade

    Por alguns motivos (óbvios, a quem puder ver). Acredito que faz parte da estratégia para, de última hora, lançar um candidato de dentro do partido dela (e, parece, da quase unanimidade daqui, perfilados formal ou informalmente). É estratégia de muito risco, pois já está trazendo transtornos e dificuldades pra possíveis coligações (coligações eleitorais, com essas leis eleitorais e políticas é diferente de alianças ideológicas). Fora os motivos óbvios (tornar o nome Lula lembrado,um entre outros motivos), o pior é que não existe santo na história toda, todos somos culpádos, mas a hierarquia, de alto a baixo, tem interesses diversos, o instinto de Poder às vezes, como disse um famoso psicanalisita contribuindo pro Freudismo, é tão forte quanto o impulso do “Eros” (não exatamente sexual). E os partidos viraram domínios, feudos, alguns, seitas e seguidores obedientes. Não foi unânime a última decisão da Executiva Nacional. A melhor posição, pra variar, foi minoritária (respçeitar as partiicularidades, sem autoritarismos).

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