As lições do movimento dos caminhoneiros, por Rogerio Maestri

As lições do movimento dos caminhoneiros, por Rogerio Maestri

Só cheguei a assistir exatamente o fim do que o governo veio a chamar de entrevista coletiva e exatamente na última pergunta de um jornalista da SBT, que perguntando o que ocorreria com o resto dos preços dos derivados do petróleo, como gasolina, gás ou mesmo combustível de aviação, por não terem protestado não ganharam nada, ficou claro as grandes lições que este rápido e profundo movimento dos caminhoneiros ensinou a população brasileira.

A primeira lição é da união do movimento, sendo locaute ou sendo greve, não interessando a classificação da origem do movimento se foi originários de proprietários individuais dos caminhões assim como todos os outros tipos de sociais do grupo de transporte rodoviário, que a agindo como como um só corpo conseguiram parar o Brasil e serem ouvidos pelo governo.

A segunda lição é que somente com movimentos unitários e fortes é que se consegue algo, ou seja, não adianta pequenas manifestações individuais.

A terceira lição é que esta política de alinhamento do preço do petróleo ao preço internacional, sem levar em conta o custo do petróleo extraído no Brasil é um verdadeiro absurdo que tem a grande propriedade de contrariar tanto a lógica social empregada nos governos anteriores mas como também a lógica liberal, pois o preço num sistema monopolista está sendo feito sem a mínima racionalidade de qualquer composição de preços que seria uma composição entre o custo da extração do petróleo mais um lucro desejado. Ou seja, a lógica atual de preços de Pedro Parente é se o preço sobe no mercado internacional por qualquer motivo o preço no Brasil também sobe, independente do que ele custa.

 

Redação

14 Comentários

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  1. Como eu disse em um

    Como eu disse em um comentário anterior, Parente obedece ordens de fora. Ele deveria ser removido imediatamente da presidência de uma empresa estratégica como a Petrobrás.

  2. Terceira lição

    A terceira lição parte de um pressuposto errado. Pedro Parente nao é um liberal, ele é simplesmente um burro. Porque se fosse inteligente jamais trabalharia para um governo golpista com o unico objetivo de desmontar a petrobras, ja que nao conseguiram privatiza-la nos governos horriveis da era PSDB.

  3. Acordo Chupetinha

    O acordo proposto pelo Governo é o famoso acordo chupetinha, pois ele cala a criança apesar de não matar a sua fome!!

  4. Na verdade não é contraditório

    Essa política de preços é comum na tradição de pensamento neoliberal. Vem do chamado marginalismo austríaco. O preço é dado pelo custo da próxima unidade a ser produzida que, no caso, seria integralmente importada. É estúpido em muitos sentidos, principalmente pensado como política de estado. Mas é endossado por cartilhas específicas.

  5. a principal lição, …

    … aprendemos que somos um bando de trouxas,…

    Enquanto todo mundo olhava para a greve dos patrões, …  a câmara aprovou a eleição indireta para presidência da república…

    1. Projeto de Lei de Ronaldo Caiado

      So não fiquei sabendo à partir de quando esse projeto de lei entrara em vigor. Acho que não da para ser ainda agora. A unica chance do Temer é essa, senão, ele cairia ja. Ou da?

  6. Parente é bicampeão!! Apagão

    Parente é bicampeão!! Apagão como ministro das minas e energia do FHC e agora como presidente da Petrobrás do Temer

    Brasilllllll !!!!!!

    Esse é o modo tucano de governar. Isso não é voltar 20 anos em 2, é voltar séculos. Quando o transporte era por tração animal e a iluminação por lamparinas.

    É quase um sonho hippie, uma comunidade flowerpower misturado com muita grana nas bolsas de NY

  7. As…

    Temos uma terra de Aloprados, de Esquerda Burra, de Elite Esquerdopata. Greve dos Patrões? Fanáticos ainda virão com este papo? E não sabem porque o Governo caiu e seu ‘Salvador da Pátria’ foi pra cadeia, sem grandes manifestações de rua? Cegos por ideologia embolorada não enxergam nem o país que querem comandar. São igualmente parte do problema. Nunca foram a solução. 

  8. O preço dos combustíveis é determinado pelo mercado internaciona

    Quem determina o preço dos combustíveis no mercado internacional são as Nações. O preço do petróleo só baixa no mercado internacional se as Nações baixarem seus preços. Alguma Nação tem ser a primeira a baixar o seu preço. O Brasil pode ser pioneiro na determinação do preço do petróleo no mercado internacional. Mas em vez disso, o Pedro Parente prefere dizer que o preço dos combustíveis é determinado pelo mercado internacional.

    Ora, os preços dos combustíveis são determinados pela oferta e pela procura, Sr. Pedro Parente, as quais, por seu turno, são determinadas pelos custos de extração, refinamento e distribuição.

  9. As lições do movimento ou as lições em movimento!

    Toda realidade é policromática e/ou polifônica!

    Essa é a mãe de todas as lições!

    O movimento paradista patronal-sindical do modal de transporte rodoviário nos serve para um monte de análises, inclusive as publicadas aí em cima.

    E diga-se, todas as colocadas pelo autor estão corretas.

    Eu acrescento outras:

    1) Timing do movimento. 

    Quem observar com um pouco mais de atenção, poderá juntar-se a mim na minha cruzada conspiratória-paranóide. 

    O anúncio da retirada do golpista-vampiro do páreo (na verdade, ele nunca esteve nele), o simultâneo anúncio do bufão meirelles, tudo emoldurado por uma onda externa de ataques especulativos.

    Os que enxergam alguma contradição entre o aumento do rombo fiscal causado pela política rentista da Petrobrás, e as supostas e crescentes vulnerabilidades a que estaremos expostos com a dinâmica desse círculo vicioso das contas públicas engana-se.

    A construção desse cenário de aparente caos se presta a duas variáveis principais:

    a) A de sempre, ou seja, o aumento das transferências de capital e enxugamento, até os ossos da renda nacional em favor da banca, seja pela “queima de reservas”, seja pelo “tarifaço” dos preços administrados;

    b) Estabalecer pontos de interdição política, com a encenação das disputas entre Parlamento e Executivo na arbitragem da questão tributária, e de outras, criando na população o aumento do desejo (já existente e latente) por soluções de força (cancelamento das eleições, aumento do poder militar, etc);

    c) Há outras sub-lógicas subjacentes ou derivadas, como a “retirada de parte da frota de ônibus” de circulação um ou dois dias depois dos movimentos, como se empresas de transportes coletivos operassem com estoque tão baixo, e como se o número reduzido já não estivesse em vigor antes, com o sucateamento proposital das linhas licitadas para dar lugar a períodos de “emergência” para o surgimento de novos “consóricios” e falência dos antigos, com o calote em trabalhadores e outras obrigações de natureza tributária (truque antigo da máfia dos ônibus pelo Brasil).

     

    A história ensina que nenhum outro setor, principalmente nos casos onde o modal rodoviário é dominante, como o Brasil, conhece mais esse timing que o setor rodoviário de transporte de carga e transporte de passageiros.

    E nunca houve a menor chance de que o setor rodoviário fosse “contaminado” por alguma leve sombra de progressismo político.

    São trabalhadores hegemonicamente conservadores e inclinados ao autoritarismo, talvez até pela essência de suas profissões, que os coloca como enormes paquidermes sobre rodas, ora na condição de vítimas da rapinagem de suas cargas, ora como os principais causadores de incidentes fatais nas estradas, submetidos a um regime de trabalho precário e semi-regulamentado, resultando em uma expressão sempre distorcida do já distorcido senso individualista brasileiro.

     

    2) A ideologia do automóvel.

    Na guerra semiótica que travamos sem saber, nada mais simboliza a movimentação política por símbolos que o automóvel e seu apelo nas sociedades chamadas modernas e pós-modernas.

    Apesar de pontuais divergências entre motoristas de caminhão e de veículos leves, na lida cotidiana e disputa literal por espaço nas vias públicas, há pontos de convergência muito mais fortes que os tornam uma poderosa e influente confraria, quase uma maçonaria:

    – Ódio aos impostos, apesar do enorme aparato público-orçamentário dedicado ao modal rodoviário-automobilístico, como segurança, socorro médico de emergência, conservação/abertura de vias, e claro toda a sorte de prejuízos indiretos causados pela alta letalidade e ferimentos causados pelo trânsito. Tais recursos públicos são reivindicados por motoristas como “direitos naturais”!

    – Agregado ao tópico anterior, temos a supremacia do individual/privado sobre coletivo/público, onde as soluções como investimento em modais que carreguem mais carga sem o risco das rodovias (trens, hidrovias, navegação de cabotagem, etc) são smepre preteridas e sabotadas, assim como as soluções de transporte público, sempre preteridas pelo Senhor Todo Soberano, o dono do carro de passeio;

    – Derivado desses dois, o uso da corrupção como mediação de conflitos, quer seja na “cervejinha do guarda”, seja burlando regras para licenciamento e vistorias (onde elas são exigidas, como o RJ), furnado filas, buscando “despachantes”, e até em alguns casos, como os estados RJ e ES, onde há diferença entre alíquotas de IPVA, a criação de uma máfia de fraudes para licenciar veículos no ES, embora circulem no RJ e seus condutores fluminenses NUNCA tenham residido no estado capixaba;

    – E o liame que a tudo une, a total aversão a qualquer regra ou norma pública de convívio, e isso se reflete dramaticamente nos números de mortos e pior, nos incidentes onde havia condutor embriagado ou sob efeito de doses de álcool.

     

    3) A esquizofrenia da ideologia ou ideologia da esquizofrenia?  

    Alguns analistas vêm há algum tempo tentando decifrar os humores daquilo que chamam de eleitorado ou maiorias silenciosas, buscando estabelecer parâmetros de comportamento sobre as decisões tomadas que, via de regra, não parecem fazer qualquer sentido.

    Um exemplo: em momentos de maior crise do capitalismo, quando os direitos sociais seriam mais importantes para dotar as camadas mais frágeis da população de uma rede de amparo, justamente nesses momentos o eleitorado escolhe saídas ultra-ortodoxas voltadas a cassação dessas redes de proteção.

    Não se sabe ao certo a razão, mas alguns arriscam a dizer que talvez, nos momentos de maior ameaça (crises), o fator sobreviência individual fale mais ao alto ao senso coletivista de preservação, onde oportunistas e fascistas de toda sorte aproveitam para reforçar o discurso calhorda do darwinismo social e econômico, tão caro a ortodoxia liberal!

    Talvez a resposta desses analistas ajude a muita gente a entender como é possível que o governo (do PT e aliados) que mais influenciou e elaborou políticas de preços “sociais” dos insumos energéticos (luz, combustíveis, etc) apareça ainda como o maior vilão dos discursos inflamados dos fascistas das estradas, e que recebem adesão dos nazistas dos carros de passeio.

    Ou seja, querem uma empresa de mercado mas com os benefícios da intervenção estatal, entendem? Ninguém entende.

    Essa agenda improvável elegeu ninguém menos que Donald Trump.

    Elegeu Macron na França, e deixou a Itália à deriva, recentemente.

    Temos assim a subordinação da realidade da lógica pela lógica da irrealidade.

    Querem Estado forte (para si e para os seus) mas com intervenção mínima e sem impostos!

    Essa noção traz embutida uma perversão ideológica capitalista que é a sua própria natureza de existir:

    – Não é o capitalismo que gera desigualdade e assimetrias sociais profundas que devem ser minoradas pelas redes sociais de proteção, mas é justamente a existência de gente incapaz de se fazer útil aos esforços capitalistas que impede o capitalismo de funcionar bem, gerando as desnecessárias despesas com redes sociais de proteção!

    Nessa ideia reside boa parte da explicação do apoio irrestrito, da leniência dos órgãos policiais, enfim, da adesão de boa parte da população, incluindo aí quem não tem carro, aos “Princípios da Estrada”.

    Sem disputar esse imaginário, nenhum governo de esquerda conseguirá resistir a um simples locaute desses. NUNCA! 

     

     Ah, em tempo, alguém lembra aí de Marielle?

    1. O eleitorado não elege ninguém, eles só legitimam o mandatário

      Em nenhum momento, principalmente em momentos de maior crise do capitalismo, quando os direitos sociais seriam mais importantes para dotar as camadas mais frágeis da população de uma rede de amparo, o eleitorado NÃO escolhe nenhum candidato e nenhuma saída: Quem elege os mandatários é o poder econômico. A população apenas vota para legitimar as eleições burguesas.

      1. Mal entendido!

        Talvez não tenha me feito claro.

        Mas seu comentário também não me ajudou.

        Eu não conheço nenhum outro tipo de eleição que não seja patrocinado pelas elites dentro do jogo capitalista. Eu me referi aos humores do eleitorado dos EUA, da Europa e daqui, onde as saídas protofascistas e autoritárias têm amplo consenso.

        Se as eleições são um jogo burguês com apoio popular (você está certíssimo), nossa história recente mostra que golpes também, ou você acredita que militares sozinhos bancam um golpe?

        É certo que o caráter anti-democrático das eleições no sistema capitalista tem que ser considerado, mas o perfil conservador da sociedade também não pode ser desconsiderado.

        Mesmo com Dilma, Lula e o PT, o caráter conservador do eleitorado brasileiro manteve-se intacto, logo, alimenta rupturas e viradas de mesas como em 2015/16.

        Caso contrário, quem se atreveria a prender Lula, por exemplo?

  10. A classe (as vezes gang) dos

    A classe (as vezes gang) dos caminhoneiros tem uma grande vantage sobre todas as demais, eles estão sempre nas ruas e estradas, o local de protesto é onde estiverem, nós nos prendemos na internet e queremos mudar o mundo….

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