Bolsonabo, o extremo sujo enterrado na política, por Mário Lima Jr.

Bolsonabo, o extremo sujo enterrado na política, por Mário Lima Jr.

No Rio Grande do Sul, nabo também significa a parte grossa do mourão, esteio ou poste, que fica enterrada no solo. Na política brasileira, Bolsonabo é o extremo sujo há 27 anos fincado na Câmara Federal. Dentro da sua cabeça folheada, algumas mulheres merecem ser estupradas, outras não. Maria do Rosário felizmente não mereceu. Estupro é um crime vil, mas é difícil explicar coisas simples a um nabo.

Em quase três décadas como deputado, Bolsonabo apresentou mais de 150 projetos de lei. A longa trajetória política da planta não destaca esforços para proporcionar um futuro melhor aos mais de 100 milhões de brasileiros que recebem por mês renda inferior ao considerado mínimo para a sobrevivência digna. Apenas um dos projetos trata de educação, dois de saúde e 32 projetos versam sobre interesses dos militares, categoria da qual faz parte como ex-capitão do Exército.

É curioso que pessoas consideradas baixas ou altas não sejam admitidas nas Forças Armadas, enquanto raízes comestíveis desprovidas de atividade mental têm acesso garantido. Favorita de aproximadamente 20% do eleitorado, ela diz que defende os valores morais, a família e o Brasil acima de tudo. Torturar e matar estão entre os seus valores, ao invés de estabelecer o devido processo legal e prender os bandidos, como determinam a razão humana e a Constituição Federal. E a família a ser preservada deve ter uma configuração única, ainda que o amor una duas pessoas do mesmo sexo.

Responder à criminalidade com uma violência maior do que a gerada por ela é o caminho para um país mais seguro, de acordo com Bolsonabo, que admite que o número de vítimas inocentes poderia ser maior do que o atual. Considerar o uso da força aliada à inteligência em benefício da população não cabe em seu discurso limitado sobre segurança pública, o setor depende em paralelo de desenvolvimento social e é composto de diversas complexidades.

Os negros, maior parte da população brasileira, já foram chamados de gordos e ridicularizados pela planta, que é contra o direito legítimo de preservação quilombola em nome do uso das terras para um falso progresso. Cultura, memória e meio ambiente são o verdadeiro progresso em qualquer lugar decente do mundo.

Não é o Brasil que temos aí fora, pobre e negro, que Bolsonabo quer defender, mas a gula racista dos seus admiradores. Tão insaciável que Bolsonabo pretende integrar à sociedade os povos originários do Brasil, medida criminosa que há cinco séculos fracassa assassinando a cultura e o povo indígena.

Depois de tanto tempo o solo da Câmara Federal não agrada mais a Bolsonabo. Ele pretende se enfiar no Palácio do Planalto com seu próprio Mourão, general da reserva candidato a vice-presidência da República. Juntos, o nabo e o mourão não são capazes de ver nada além do que está enterrado na escuridão da terra.

 

Redação

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