Bolsonaristas: Vítimas ou mártires?
por Ricardo Mezavila
Bolsonaro entra na campanha da vacinação após 280 mil mortes, não por uma ação de contenção contra o vírus, mas porque o índice de rejeição do presidente subiu. Pesquisa Datafolha aponta 54% de reprovação do desempenho do governo.
A ineficácia no combate à pandemia e o fim do auxílio emergencial fez com que a popularidade de Bolsonaro despencasse. Tardiamente, ele tenta recuperar aprovação com a troca de ministros e com a volta de um auxílio emergencial abaixo dos valores do ano passado.
Enquanto se manteve estável nas pesquisas, Bolsonaro não se importava com a vacinação. Considerando isso, os eleitores de Bolsonaro morreram sustentando a sua popularidade, deram suas vidas por uma causa. São mártires ou vítimas?
O Brasil continua sem ministro da saúde, o general Pazuello ainda fala como se ocupasse a pasta e o indicado, Marcelo Queiroga, ainda não teve a posse assinada e publicada no Diário Oficial.
Segundo informações, Pazuello tem participado de coletivas com Queiroga para faturar com a nova maquiagem que o governo pretende com a mudança do ministério. Pazuello tem pretensão política, talvez concorra ao Senado pelo Rio de Janeiro.
Com recordes de mortes a cada dia, o futuro ministro fez uma fala anacrônica e protocolar, disse que a população precisa usar máscara, lavar as mãos, pediu distanciamento social e que não se fizesse aglomeração fútil. Isso todo mundo já sabe desde o início da pandemia, não tendo sinalizado nenhuma ação a curto prazo sobre vacinação.
Em resposta se o ministério vai ter autonomia para colocar em prática o que for planejado com sua equipe, Marcelo Queiroga, submisso, disse que “o ministro executa a política do governo”, isso quer dizer que nada vai mudar, saiu um estafeta e entrou um sabujo.
Só a vacinação em massa e a manutenção do auxílio emergencial podem fazer com que a rejeição ao presidente retroceda. O Centrão está a um passo de romper com Bolsonaro caso não haja ações eficazes nos rumos do combate à pandemia.
Considerando o que disse a médica Ludhimila Hajjar, depois de recusar convite para assumir a pasta da Saúde por divergir tecnicamente do presidente, a sensação é de que vai entrar e sair ministro, e o Brasil vai ter que se unir contra o genocídio.
Ricardo Mezavila
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