Bolsonaro é fruto de cenário de terra arrasada, por Daniela Lima

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – A editora de Painel, da Folha, Daniela Lima, em artigo comenta a liderança de Bolsonaro em cenário sem Lula na disputa. Diz que, o lado petista considera que Bolsonaro é fruto do ‘ódio plantado pelo PSDB’ na eleição de 2014. E considera provável que a disputa acirrada pela reeleição de Dilma possa explicar a ascensão do ‘mito’. Mas não é o único fator a ser explorado.

Para Daniela, Bolsonaro conseguiu seguidores no “cenário de terra arrasada da política; embate entre Congresso, Planalto e Judiciário; bate-boca no Supremo; dúvidas sobre a atuação de juízes, promotores, procuradores e ministros; ataques à imprensa”. Ou seja, Bolsonaro é produto do nosso tempo.

A articulista considera que a aversão do PT à mídia ajudou a sedimentar o caminho do presidenciável do PSL, que hoje transforma toda crítica ou questionamento legítimo em ‘fake news’ ou ‘mimimi’ de uma imprensa preconceituosa que não o quer no poder.

No tocante a Aécio Neves (PSDB), ela aponta que talvez ele não tenha tido ideia do que semeava quando, derrotado, resolveu questionar o resultado das eleições no TSE. E dá a dica para o futuro: a democracia é frágil. “Vamos entrar com um negócio aí para encher o saco deles também”, disse Aécio na ocasião para explicar suas intenções. Só que o interlocutor era Joesley Batista, que golpeou de forma fatal sua trajetória política.

E o cenário piorou ao longo dos últimos anos.

A imprensa também carrega sua parcela de culpa. Segundo a articulista, não pelos erros cometidos no noticiário cotidiano, pois que é inerente à profissão, mas pelo ligar do automático na cobertura, quase acrítica dos mais de quatro anos da Lava Jato.

Aponta que muitos dos implicados no escândalo voltarão às urnas sem que nem sequer os inquéritos contra eles tenham sido concluídos. E mais, critica que os erros da força-tarefa não foram explorados com o mesmo rigor que mobilizou atenções às denúncias.

Lembra do grampo divulgado pelo juiz singular Sergio Moro de uma conversa entre a presidente Dilma e Lula, em 2016, sem autorização do Supremo, em que a ‘Folha foi o único veículo de grande porte a condenar o episódio em editorial nos dias que sucederam o ato’. Segundo ela, o áudio liquidou qualquer chance que Dilma ainda tinha de sobreviver ao impeachment. E mudou a história.

Com isso, as mazelas da política foram expostas há quatro anos, ‘sem que a sociedade tenha conseguido fechar a conta entre culpados e inocentes’. A desconfiança paira.

E essa descrença unida à crise econômica que a articulista considera como legado do PT criou um caldo perigoso, que ‘dá à corrupção, mazela que certamente precisa ser combatida, o falso aspecto de causa de todos os males’.

Conclui dizendo que esta eleição é resultado de tudo isso e muito tempo será preciso para que se faça um diagnóstico correto de todo esse cenário. E, caso Bolsonaro chegue ao fim da disputa ou não, a performance até aqui é um caso notável: conseguiu levar a extrema-direita a uma patamar jamais visto no Brasil após a redemocratização.

Leia o artigo na íntegra aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O pior já foi feito! Tivemos,

    O pior já foi feito! Tivemos, durante 27 minutos, ideias nazi-facistas sendo expostas no horário nobre, em seu mais importante programa, na principal rede de televisão do país. Que os orixás tenham piedade de nós!

  2. Como não podia deixar de ser,

    Como não podia deixar de ser, o PT é culpado por não  aceitar o massacre a que foi  submetido pelo consórcio golpista  mída/judiciário..

    Deveria ter sido mais dócil ( do que foi …) e ter  pedido o boné antes, de fininho…

    Ou seja, além de dar o rabo, tem de pedir desculpas por ficar de costas …

    Os jornaleiros sempre se superando !

  3. O boçalasno é um troglodita idiota

    Não sabe o que diz, já que não possui mais de dois neurônios.

     

    Não fala, vomita. E em cada golfada, despeja inverdades e agressões aos seres humanos: racista, homofóbico, violento, enfim, uma figura repugnante.

     

    É um primata mais próximo dos hominídios do que do homo sapiens. Um psicopata típico.

  4. Cinismo em busca da falsa neutralidade.

    As incríveis frases da articulista mostram claramente suas intenções. Para ela  a imprensa tem apenas uma parcela da culpa,  A meu ver a imprensa foi e continua sendo cumplice do movimento que criou Bolosonaro, o movimento golpista.

    A frase a seguir é de uma má fé a toda prova:

    A articulista considera que a aversão do PT à mídia ajudou a sedimentar o caminho do presidenciável do PSL, que hoje transforma toda crítica ou questionamento legítimo em ‘fake news’ ou ‘mimimi’ de uma imprensa preconceituosa que não o quer no poder.

    A aversão da mídia ao PT, fez parte do golpe a todo momento. e não a aversão do PT à midia. A articulista esquece todas as capas da VEJA Isto é , e a quantidade de fake news. Aliás termo agora utilizado contra os críticos e manipulado para tentar destruir argumentos.  Mas a articulista parece dizer que a imprensa é vítima e não algoz. Com tantos editoriais pregando a destruição do PT e batendo palmas para o assassinato de reputações a articulista não vê aversão ao PT, mas vê o contrário.. Estimulou por todos os lados qualquer um que investisse contra o PT. 

    Mais recentemente a mídia investe contra a autoestima do brasileiro, e na destruição da reputação de alguns e de estatais, e de tudo que é publico. Com seu noticiário policialesco, alimenta o terror, que favorece diretamente o discurso fascista de Bolsonaro. Ao mesmo tempo usa este noticiário para demonstrar uma falsa neutralidade  na política. Como nas entrevistas de Bonner tenta mostrar uma falsa agressividade contra todos  num esforço de esconder a cumplicidade com o golpe como fizeram em 64. Serviram apenas de cortina de fumaça para a roubalheira que vem ocorrendo com as privatizações e os fins dos direitos trabalhistas. Estimulam qualquer juiz de qualquer comarca a exercer seus poderes. 

    Enquanto isto o fabuloso judiciário, continua prescrevendo as penas de tucanos, e mandando processos de volta, Enquanto um certo Dallagnol sai por aí pregando que o grande mal é o foro privilegiado. O mesmo foro que desprivilegiou Dirceu e vários que sequer deviam ser julgados pelo supremo. No caso o foro permitiu apenas evitar recursos. No momento atual  o fim do foro serve para enviar processos para as zonas de influência de certos políticos. O judiciário em sua obssessão pelo PT se destruiu

    “E essa descrença unida à crise econômica que a articulista considera como legado do PT criou um caldo perigoso, que ‘dá à corrupção, mazela que certamente precisa ser combatida, o falso aspecto de causa de todos os males’.”

    Nesta última frase  vem com a mesma lenga lenga dos golpistas. A jornalista parece esquecer a ação do Centrão e de Cunha, paralisando o governo Dilma. A articulista parece esquecer a PEC do Orçamento, e a paralisia de setores centrais na economia como a construção civil e a Petrobrás  através da Lava Jato, e de gestões entreguistas como Parente.

    Em resumo a jornalista é cumplice deste cenário de terra arrasada.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador