Cenários eleitorais de 2018 não podem ser medidos como antes, por Tereza Cruvinel

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A dois meses das urnas, somente 27% do eleitorado brasileiro tem a sua escolha para a presidente da República como definitiva, mostrou pesquisa do CNI na última semana. E outros 45% não enxergam no voto possibilidades de mudança política. Neste momento de crise de representatividade, novas formas de se fazer campanha eleitoral e o que os cidadãos buscam com a política, a incerteza predomina e pode mudar ainda os resultados das pesquisas eleitorais.
 
A avaliação é da coluna “O imponderável no pleito“, de Tereza Cruvinel, na manhã deste domingo (05) ao Jornal do Brasil. Para a jornalista, se a definição dos candidatos foi martelada neste final de semana, ainda estamos “a navegar no nevoeiro”.
 
De um lado, “se o tempo de TV ganhasse eleição, o tucano Geraldo Alckmin já estaria eleito”. Por outro, a influência da Internet pode ser mais decisiva do que qualquer minuto de televisão aberta. Nesse sentido, “a guerra contra as fake news reflete, em grande parte, a disputa por influência entre estes mundos midiáticos”.
 
Tereza também ressalta que enquanto figuras polêmicas pareceriam nunca ter tanta representatividade, como Jair Bolsonaro, a verdade sobre a fidelização de seu eleitorado só será descoberta no dia 7 de outubro.
 
“Nesta eleição, o único fenômeno é Lula, por se manter na liderança após quatro meses de prisão e contra todos os avisos de que sua candidatura será impugnada”, escreveu a jornalista. Mas ressaltando que a aposta do PT também hoje corre risco com a capacidade real de transferência de votos.
 
E, se no ponto de vista federal, a aliança fechada por Alckmin com oito partidos, o candidato que até agora foi o que mais conseguiu apoios, o renderá bons tempos de televisão e uma “máquina eleitoral formidável”, no estados a aliança se confronta e não atinge tantos adeptos. 
 
“Observamos e analisamos a campanha com olhos do passado, segundo padrões, tendências e costumes que não terão agora o mesmo valor,  em função das singularidades da disputa, da psicologia de um eleitor desiludido com a política e de mudanças culturais/ comportamentais ditadas pelas tecnologias”, dissse. “Por isso e muito mais, esta eleição não pode ser examinada com os instrumentos de outro tempo”, concluiu Tereza Cruvinel.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. A participação dos eleitores

    A participação dos eleitores será decisiva nessas eleições. Com as redes sociais, cada eleitor se transformou em influenciadores nos seus ambientes sociais, proficionais e familiares. Isso significa que aqueles candidatos que tiverem mais eleitores engajados certamente terá muita vantagem no pleito, como é o caso do Lula ou seu candidato e o Jair Bolsonaro. 

    Além disso, durante a propaganda eleitoral os eleitores estarão com seus celulares ligados e acessando whatsapp, facebook, instagram, youtube e assim por diante. Foi-se o tempo em que as famílias brasileiras ficavam reunidas na frente da TV assistindo ao programa eleitoral. 

  2. De novo …

    De novo nesta eleição temos :

    O whatsapp , lembrem a greve dos caminhoneiros.

    O povo está |>||+0 com os políticos.

    Tempo de tv ainda deve pesar um pouco mas a audiência da tv aberta só cai , mas a espera pela novela ainda existe.

    A violência urbana vai pesar e o “pessoal dos direitos humanos” teria de se ligar.

    Existe sempre o voto silencioso , a pessoa tem vergonha de dizer mas na cabine …

    As pesquisas não vão funcionar , as amostras não serão confiáveis , nem que o pesquisador assim o queira, o país mudou muito e o IBGE ainda não pegou isto.

     

  3. Meio fora de contexto, sei…

    Boa tarde, algum sabe me dizer porque não consigo acessar o GGN no iPhone? Liberei todos os sites (bloqueio por conta de que minha netinha tem acesso)! Enfim, já tentei de tudo – até mandinga (joguei o celular três vezes na parede) e nada!

    Pardon pelo inusitado! Mas é o último post até agora do dia!

  4. Alckmin derrubará audiência da Globo e fará apagão de TVs

    Alckmin terá 50% do tempo de tv. Ninguém aguenta. Quem tem em casa vai para a Netflix, começa a assistir o filme e não volta para a TV, derrubando a audiência da Globo. Pelo menos para isso o Alckmin será útil.

    E os tucanos incluirão mais um apagão em sua gloriosa obra: o maior apagão de audiência de Tv da história. 

      1. Na Netflix tem séries melhores que novelas da Globo

        E várias para escolher, sem problema de horário para assistir, podendo parar a hora que quiser.

        Até novela da Globo pararam no tempo e a audiência que ainda tem é por inércia, e por quem não conhece alternativa. 

  5. Não chega a 20% o percentual

    Não chega a 20% o percentual de quem assiste a esses programas de radio e TV.

    Os politicos se referem ao tempo de TV em primeiro lugar como senha para acertos financeiros, depois como espaço para exibição dos camdidatos proporcionais.

    Quem assiste mesmo a essas porcarias são os jornalistas. É com eles que os marqueteiros estão falando. É aí que está o “valor” desse horário eleitoral (que de gratuito não tem nada, sempre é bom repetir): pautar as redações; mais tempo significa ser tratado como um candidato “mais sério”; e aí conseguir que sejam ouvidas, interpretadas e analisadas as mensagens.

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