Coloquem o guizo no rato
por Francisco Celso Calmon
É um sacrilégio ser contra a migalha de 400/500 reais para auxiliar a população carente a sobreviver. E vamos pressionar para a ‘Casa do Povo’ aumentar ainda mais essa migalha.
Dinheiro existe, de onde tirar, o governo que se vire. Seja com imposto pandemia sobre os 1% mais ricos, seja sobre os dividendos e lucros, seja sobre o orçamento secreto ou emenda do relator, que está nas mãos do Artur Lira, seja sobre os maiores salários dos três poderes e o MP. Só não deve penalizar ainda mais a área social. Afinal, quem pariu Mateus em 15/12/2016 (a lei do teto de gastos por 20 anos) que o embale.
Colocaram a corda e agora sentem o estrangulamento.
Toda regra rígida que serve a um dogma (falso), de que, sem esse teto não há atração ou segurança do investidor externo, não é factível de comprovação e acaba por colocar o guiso no gato em vez de colocar nos ratos que drenam o cofre público e escapam do fisco.
Guedes, o ministro que iria derrubar a dívida, privatizar tudo, realizar as reformas estruturais e combater o gasto público, vai ter como marca da sua gestão o desmonte da economia e o seu enriquecimento pessoal.
O superministro vai miar, sobreviver, aceitar o guizo, até ser que seja impichado? Façam suas apostas!
A pandemia mostrou as vísceras de um sistema voltado para produzir lucros, custe o que custar, mas incapaz de salvar e dignificar vidas.
O Brasil está com metade da sua população em situação de inseguranças alimentar, sendo 39.9 milhões na extrema pobreza. No presente o retrato do país é o da comercialização de ossos e de sobras de comida.
A incompetência do governo bolsonarista, em particular a inaptidão do outrora superministro Paulo Guedes, aliado a uma lei, a do teto de gastos, que garante os pagamentos de juros e sabota as políticas sociais, está passando ao mundo um filme de terror, que estamos vivendo, cujo epígrafe será a mortalha coletiva do nazifascismo bolsonarista.
Como o capitalismo já demostrou ser camaleônico e ter tantas vidas como o gato, não sabemos se está na sétima ou ainda na sexta vida, contudo, com a crise ecológica produzida, colocando em risco a sobrevivência da humanidade, pode ser que invistam menos procurando vida fora do nosso planeta e muito mais para recuperar a vida na terra, através da recuperação do metalismo com a natureza e de um sistema que mantenha sua primazia.
Nenhuma família sem teto/Nenhum trabalhador sem emprego/Nenhum brasileiro sem comida
Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça
Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN
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