Delenda, Brazil!, por Assis Ribeiro

Delenda, Brazil!

por Assis Ribeiro

A democracia brasileira ficou órfã, em busca de pais adotivos.

O que a rede Globo fez em parceria com os outros servos de interesses escusos e estrangeiros foi tornar o Brasil órfão.

A mídia, a reboque do que determina o mercado (de matriz americana), não teve o mínimo compromisso com as consequências da sua cobertura. A repetição exaustiva sobre os casos de corrupção suplantam qualquer cobertura de fundo construtivo, seja na área cultural, esportiva, social ou o que de bom essas mesmas empresas fazem para o país. Qualquer análise quantitativa e qualitativa sobre este tema concluirá que a mídia não visou apenas o seu compromisso informativo, ela foi muito além. O objetivo destrutivo da imagem das nossas empresas ficou claro.

Na outra ponta os nossos juízes e procuradores que cuidam da “ordem e defesa do capital”, os chamados togados anticorrupção, se submetem à doutrinação em solo americano. Nem mesmo percebem que onde fazem seus cursos as empresas pátrias são protegidas pelo sistema, como visto no crash de 2008 e nos vários escândalos de suas empresas no estrangeiro e o envolvimento de bancos americanos em lavagem de dinheiro.
Ver mais em: http://assisprocura.blogspot.com.br/2016/07/escolas-americanas-e-doutrinacao.html?m=0

Alinhe – se a estas duas situações acima, a cultura da “doutrina do mal”, de Bush.

Como tempero, o complexo de jeca da nossa elite.

Para apimentar, o total descompromissado dos nossos políticos com a seriedade da coisa pública.

Nessa conjunção de armadilhas, outra situação não poderia ocorrer senão o estrago que está ocorrendo no Brasil.  Isso, exatamente no momento em que o mundo passa por imensa dificuldade econômica. COINCIDÊNCIA?

Dizer que determinada classe é serviçal é redundância quando se observa que até hoje, ricos como somos (entre as dez maiores riquezas do mundo nos últimos 40 anos), continuamos como quintal de abastecimento de alimentos e outros commodities. Por isso, somos completamente dependentes da saúde dos outros para termos a nossa própria sobrevivência.

A nossa caricata meritocracia justifica a manutenção deste estado, que segue colonial, à incapacidade do povo brasileiro de ser um vencedor. Nada mais macunaímico.

Mesmo os cortesãos​ de alcova da nossa nobreza sabem que é prejudicial para a formação de uma democracia – para o real desenvolvimento de um povo digno de ser denominado nação, e para seu crescimento econômico sólido e permanente – a manutenção de uma economia de base primária.

Não foi à toa que em nossa história, quando pretendíamos formar uma democracia, criamos defesas para a construção de uma economia madura para que nela coubessem empresas fortes e referenciais como um dia, orgulhosamente bradamos, “o petróleo é nosso!”.

Na concepção de tornar empresas fortes, que garantissem ao Brasil condições de concorrência, interna e externamente, foi que os governos militares injetaram dinheiro e praticaram a chamada reserva de mercado para protegê-las.

Como diz o artigo de Maurício Horta, “Ditadura militar enriqueceu grandes empreiteiras”, para uma das revistas da editora Abril:

“Em 1969, o presidente Costa e Silva barrou empresas estrangeiras de participar das obras públicas no País. Com essa reserva de mercado e as obras faraônicas da ditadura – como Transamazônica, Itaipu, Tucuruí, Angra, Ferrovia do Aço e Ponte Rio-Niterói -, as construtoras se tornaram grandes grupos monopolistas ligados intimamente com o Estado e com poucos mecanismos de controle.”

Essa é parte da história de nossas empreiteiras que conseguiram obras complexas até nos países desenvolvidos como a Odebrecht, a OAS, Camargo Correia ampliando nossa capacidade empresarial e criando tecnologias e conhecimento.

Se, outrora, era a direita que defendia a nossa economia para que ela se tornasse independente, parece ter bastado que outros grupos políticos entrassem no governo e defendessem a mesma tese para que a história que é contada pelos nossos formadores de opinião, mudasse.

Assim, a matriz informativa foi deslocada para fazer ver que o protecionismo dos governos Lula e Dilma visavam corrupção, e assim apontamos nossas armas para nós mesmos.

Não interessaram as consequências.  Petrobrás é ente para a corrupção, então a vendamos, assim disseram. Empresas fortes participaram da corrupção, então que elas paguem​. Limpemos a Brasil, gritaram a mídia e os procuradores, e assim disparamos contra nossos maiores empregadores e grandes desenvolvedores de tecnologia, geradores de PIB e impostos.  DELENDA, BRAZIL!

 
Redação

9 Comentários

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  1. Medalha para moro, icone

    Medalha para moro, icone tucano justiceiro no engradecimento moral deste Brasil, já podemos chamar os gringos para nos purificar.

    1. Chamar os gringos para nos

      Chamar os gringos para nos purificar?

      Pelo andar da carruagem, veloz como trem bala, os gringos vão comprar baratinho nossas melhores terras e formar outro país. DELES.

      E esses negócios prosseguem seja quem for o ocupante do Planalto.

  2. O s terroristas do COPOM praticaram mais um atentado a Nação

    Se incerteza política fosse o principal e quaze único motivo para manter altas taxas de juros reais os Estados Unidos estariam com juros na estratosfera”.

    A Mídia e seus sacanas jornalistas comentaristas dizendo amém cometem crime de leza pátria

  3. Queda no apoio estadunidense ao regime militar
    Foi justamente pelo protecionismo militar que o regime perdeu o apoio dos norte americanos, o que culminou com o Diretas Já da década de 80.

    Apoiaram a ditadura para evitar o comunismo mas era quase isso que os militares fizeram. Estatizaram as telefônicas e criaram a Telebrás, estatizaram a light e outras cias de luz e criaram a Eletrobrás, mantiveram a Petrobras, reserva de mercado da informática etc.

    Foi por isso que a ditadura brasileira acabou enquanto no panamá e outros paises latinos perdurou bem mais tempo.

    1. Esse samba … chamem o Stanislaw!

      Cabral,

      falta lastro histórico para esse seu comentário.

      Desde a administração Geisel, o Brasil mantinha além de um protecionismo em áreas estratégicas, uma política externa independente, voltada para o terceiro mundo. Isso nunca espanou as relações com Washinton.

      A política norte-americana sofre uma clivagem no final dos anos 70, por conta da postura de defesa de direitos humanos, implementada pelo governo Carter e que obrigou a América Latina e a África do Sul, principalmente, a reverem suas políticas repressivas internas. A anistia meia-boca vem desse momento. Das ditaduras militares, depois do fim da nossa, restou apenas o Chile do Pinochet, isolado politicamente. O Panamá, é um potentado americano, por conta do canal.

      Sugiro urgentemente, que além de descobrir o Brasil o Cabral descubra nossa história.

      Saudações descobertas.

  4. Quem são os fiadores do golpe entre nós?

    A elite brasileira é escrava da escravidão, do appartheid social, do patrimonialismo, de seu legado inconfessável de ferocidade.

    Agarra-se ao já conhecido, cada geração compelida a manter os esquemas de acumulação e exclusão praticados pela anterior. Sua lógica é limitada, tacanha, paroquial e familiar.

    Se um projeto de desenvolvimento nacional soberano e inclusivo ameaça velhas hierarquias, nossa elite entra em pânico. Aí se deixa alegremente seduzir pelos slogans de sua fração mais privilegiada – os banqueiros e rentistas – e caminha feliz para a extinção em massa. Antes falir que aceitar  compartilhar migalhas de poder, status e mando com subalternos. Melhor ser pilhado e devorado pelos banqueiros, fechar as portas das empresas produtivas por falta de consumidores, que pagar impostos e subsidiar “vagabundos” (bolsa família, serviços públicos, política de valorização de salário mínimo, previdência social etc.) Mesmo que os tais “vagabundos” fossem os consumidores presentes e futuros dos bens e serviços produzidos pelos empresários em questão.

    A classe média, por sua vez, é caninamente apegada a seus pequenos privilégios, griffes e loirices. É impressionante como ela se esforça para ser loura. Há uma padronização que se exibe nos rostos, roupas e atitudes dos zumbis que marcharam pelo Impeachment. São conservadores de abismos. Querem conservar o privilégio, custe o que custar – conservar o abismo que a separa dos subalternos. Esse abismo é seu maior patrimônio, sua definição mesma de ser.

    De tanto querer conservar, estão produzindo o novo – um naufrágio sem precedentes das suas próprias condições de vida, que  levará tais classes médias a uma proletarização cada vez mais extensa e mais  rápida. 

    Empregos “decentes”, segurança, e mesmo valor de patrimônio imóvel, tudo isso se esfarela a olhos vistos. Esperem até chegarem as “reformas”, a terceirização irrestrita, a uberização generalizada. Convulsão social nos espera em questão de semanas ou meses.

  5. um lembrete

    aproveitando a correta descrição do processo de desvalorização de nossas empresas, com as alegações de antro de corrupção, me ocorre que, no fundo, a privatização neste momento significa descontar a corrupção alegada para o futuro do valor presente e vender por este saldo pequeno. No fim, é como pagar toda a corrupção, existente ou inventada, para o comprador.

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