Jorge Alexandre Neves
Jorge Alexandre Barbosa Neves professor Titular de Sociologia da UFMG, Ph.D. pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA. Professor Visitante da Universidade do Texas-Austin, também nos EUA, e da Universidad del Norte, na Colômbia.
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Democracia, Desenvolvimento e Felicidade, por Jorge Alexandre Neves

Foto Prensa Latina

Democracia, Desenvolvimento e Felicidade

por Jorge Alexandre Neves

Todos querem ser felizes! Mas, e a felicidade alheia? Muitas religiões têm um compromisso com esse preceito. No cristianismo, a mensagem de compromisso com a vida e a felicidade de todos é clara (o verbo se fez carne para que todos tenham vida plena).

Todavia, alguns indivíduos parecem ser bem mais egoístas e competitivos. Essa postura é particularmente encontrada entre os chamados “agentes do mercado”. Estes querem ser felizes sozinhos, acompanhados apenas de seus poucos clientes.

Afinal, o que é necessário para que os povos sejam felizes? Bem, olhemos os 10 primeiros países do ranking mundial da felicidade (Noruega, Dinamarca, Islândia, Suíça, Finlândia, Holanda, Canadá, Nova Zelândia, Suécia e Austrália). 

O que eles têm em comum? 

Primeiramente, são todos ricos. Em segundo lugar, todos têm níveis muito baixos de desigualdade de renda. 

Em terceiro lugar, todos têm regimes democráticos estáveis e consolidados. Finalmente, todos têm fortes estados de bem-estar social, que provêm saúde e educação públicas de qualidade, bem como proteção social para desempregados e pessoas em situação de risco social (como o de cair na pobreza).

Todavia, talvez o caso mais interessante para nós brasileiros seja o do 12º colocado no referido ranking, a Costa Rica. Com uma renda per capita só um pouco superior à brasileira (apenas 30% maior) e quatro vezes menor do que a dos EUA, a Costa Rica está à frente deste no ranking de felicidade. 

Como isso é possível, visto que não se trata de um país rico? Primeiramente, porque tem uma desigualdade de renda significativamente inferior à média da América Latina. 

Em segundo lugar, porque é uma democracia consolidada há décadas. Finalmente, porque tem um estado de bem-estar social que garante os direitos fundamentais da cidadania, em particular um sistema público de saúde de alto nível (o que é um dos fatores que explicam estar à frente dos EUA no ranking).

Desde a volta da democracia e a promulgação da Constituição Federal de 1988 até 2014, o Brasil passou por um processo de desenvolvimento social que nos levava na direção do que se vê na Costa Rica. Um país de renda média, latino-americano, mas que pode ter elevado nível de desenvolvimento social e felicidade (com mais dificuldades, pois é um país muito maior e mais diverso). 

Em 2016, iniciou-se um processo de demolição dessa estrada que vinha sendo construída há quase três décadas. 

Foi prometido que essa demolição seria compensada pela geração de empregos, o que não ocorreu. 

Esse início de demolição da estrada do desenvolvimento social contou com o pleno apoio e a colaboração ativa do Deputado Jair Bolsonaro. Apenas se você é muito rico, eu poderei entender que queira que ele dê continuidade a essa demolição!

Jorge Alexandre Neves – Ph.D. em Sociologia pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), Professor Titular do Departamento de Sociologia da UFMG, Professor Visitante da Universidade do Texas-Austin (EUA) e da Universidad del Norte (Baranquilla, Colômbia), pesquisador do CNPq e articulista do jornal Hoje em Dia. Especialista em desigualdades socioeconômicas, análise organizacional, políticas públicas e métodos quantitativos.

Jorge Alexandre Neves

Jorge Alexandre Barbosa Neves professor Titular de Sociologia da UFMG, Ph.D. pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA. Professor Visitante da Universidade do Texas-Austin, também nos EUA, e da Universidad del Norte, na Colômbia.

2 Comentários

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  1. Boçalnaro: O picareta fanfarrão!

    Olha como o fanfarrão, o Tiririca de coturno, que só sabe falar que “vai mudar tudo que está aí”, votou na Câmara:

    Acabar com o nepotismo no serviço público: CONTRA

    Fim da aposentadoria especial para deputados e senadores: CONTRA

    Aumento de salário para deputados e senadores: A FAVOR

    Fundo de combate à pobreza: CONTRA

  2. O FIM DE 88 ANOS DE ESTADO ABSOLUTISTA FASCISTA

    Que se seguiram replicados por farsantes 40 anos rotulados Redemocráticos. Ditadura do Voto de Cabresto Obrigatório. Fraudulenta Democracia de Urna Eletrônica com castradora Biometria. Os países citados na matéria ytem baixissima população. Totalmente avessas à missigenação e convivio com outros Povos dentro de seu território. Populações altamente armadas. A Liberdade e o uso de Armas de fogo nestes países é algo ususla e corriqueiro. A Democracia é Livre e Soberana. demonstrada através de Eleições Facultativas com Plebiscitos e referendos Obrigatórios. A Opinião Soberana da nação é ouvida prontamente, diretamente e rapidamente. É muito fácil a Felidade e a Democracia. E explica muito do abismo com a Realidade Brasileira e sua Indústria da Censura. DNA Fascista.   

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