E o Carnaval continua, por Almir Forte

E o Carnaval continua

Almir Forte

O Brasil viveu cinco dias da maior festa carnavalesca do mundo, ao som das baterias de escolas de samba, de trio elétrico, do frevo, de velhas marchinhas, do boi pintadinho ou fantasiados de colombinas e pierrôs. O carnaval, segundo os historiadores “é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.”

“As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne”.

E havia ainda em Roma, “as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos”.

A palavra carnaval é originária do latim, “carne vale, que significa adeus à carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã”.

E assim, no Brasil, mais precisamente em Brasília, na Câmara dos Deputados, o carnaval continua com a inversão dos papéis que cada um exerce, ou deveria exercer, que seria de representantes do povo, para o qual foi eleita a grande maioria que compõe aquela Casa de Leis.

Mas, não é assim que a banda toca, naquela Casa houve-se a voz do mando, a voz do patrão, a voz dos banqueiros, do capital internacional que dita os rumos a serem seguidos diariamente pela maioria de “nossos representantes”. E já colocaram em pauta o fim da Previdência social, que sob o pretexto de “acabar com os privilégios”, colocarão fim ao sonho de milhares de trabalhadores de um dia, ainda vivos, se aposentarem.

Os banqueiros pressionam e esperam ansiosamente para venderem suas previdências privadas, e, no futuro não muito distante, se apossarem de nossa carteira de previdência social, tendo como justificativa a falta de eficiência do governo em administrar e o déficit que certamente será causado pelo fim da CLT, pela PeJotização, pelo trabalho intermitente e a informalidade na qual estão sendo jogados milhares de trabalhadores, que certamente não terão condições de fazer qualquer contribuição para garantir sua aposentadoria.

E nesse ritmo de carnaval o país caminha para sua desconstrução, para a volta da subserviência ao capital internacional, para a escravidão e a barbárie. Então, precisamos nos unirmos para a construção de um novo projeto de desenvolvimento, onde o respeito e o sonho de liberdade sejam transformados em realidade para garantir um futuro ao país e ao seu povo que merece uma vida digna.

 

Redação

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