É preciso coragem e responsabilidade pública para interromper a destruição do país, por Josias Pires Neto
A maioria dos eleitores brasileiros elegeu em 2018 um político do baixo clero do Congresso e atualizador dos porões da ditadura, amigo e incentivador de grupos de extermínio e de mafiosos relacionados a tráfico de armas e de outros negócios escusos. Isto só foi possível graças ao golpe do impeachment contra Dilma, contra Lula, contra a democracia brasileira e contra a República, feito “com o Supremo com tudo”.
Instilados por saudosos dos porões da ditadura, muitos militares do generalato à baixa oficialidade entraram de cabeça na campanha eleitoral daquele candidato que já foi classificado pelo general Geisel como um “mau militar”, um subversivo terrorista de extrema-direita, que planejou explodir quartéis e envenenar fontes de abastecimento de água como chantagem política para reivindicar aumento de salários. Foi promovido pelo exército ao invés de ser punido com prisão e expulsão das forças armadas. Os maus feitos do fim da ditadura voltam agora a nos assombrar, como esqueletos recém-saídos dos armários.
O apoio dado por generais e oficiais militares a um governo liderado por um terrorista de extrema-direita que está destruindo as instituições do Estado brasileiro é algo da mais absoluta gravidade, cuja dimensão ganha aspecto escatológico em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos.
O decano ministro do STF Celso de Mello num rasgo de coragem cívica, atento aos riscos que corrói as bases da República tem procurado os meios necessários para interromper a saga destrutiva perpetrada pelos assaltantes da Nação fraturada, este que é dos mais desiguais e injustos países do planeta.
Todos – congressistas e políticos de todas as instâncias, operadores do Direito, profissionais de todas as áreas, intelectuais, artistas – todos devemos somar ao lado da Justiça para que projetos neofacistas, totalitários, ainda mais excludentes continuem dominando a política e a sociedade brasileira.
O alto comando das forças armadas está sendo exigida a evitar que o país seja conflagrado para atender aos interesses de “maus militares” e a projetos que enxovalham a imagem do país no mundo e submetem a República e a Democracia aos interesses de assassinos e mafiosos.
A sociedade brasileira exige dos seus homens públicos coragem como a do ministro Celso de Mello para que a destruição do país e o aumento da miséria da maioria da sua população sejam interrompidos.
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