FHC só enganou a quem queria ser enganado, de O Velho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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FHC só enganou a quem queria ser enganado, de O Velho
 

FHC nunca me enganou. Desde a juventude revelou-se o traidor que sempre seria. Fazia-se de marxista pois seus professores e orientadores eram marxistas, incluindo o grande Florestan. Fugiu depois do outro golpe dizendo-se perseguido. Voltou em 67, aproximou-se dos estudantes, defendia o fim da cátedra vitalícia. Fazendo juz a meu pseudônimo, eu estava entre os que protestaram durante seu concurso de catedrático, pois julgávamo-nos traídos. Não perdemos por esperar a confirmação.

Acreditando os golpistas em sua simulação marxista, foi aposentado, morou no exterior, dou aulas em Nanterre (mas não negam quando dizem perto dele que foi na Sorbonne). Voltou, e chegando aqui fez o CEBRAP para apoiar as ações das fundações americanas. A ele devemos o financiamento de preciosos estudos que apoiaram a destruição da economia e a instauração do ódio racial no Brasil. Em seu governo realmente fez esquecer o que escrevera, começou a destruição do país, interrompida por Lula e agora retomada com furor por seus asseclas, especialmente Serra, negociador da entrega do petróleo e pelos que estão dando de graça a Embraer, a Eletrobrás, etc. 

E agora faz um choro de crocodilo. Meu único consolo é que os bolsonaristas acham que ele é comunista, líder da tomada do poder pelo método granciano (como pronunciam, não gramxiano), e se puderem, dão-lhe o chumbo merecido. Mas ele pode fugir e novamente posar de democrata…

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

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  1. Ah tá, foi o CEBRAP que
    Ah tá, foi o CEBRAP que instaurou o ódio racial no Brasil. Antes do CEBRAP, durante quase 4 séculos de horror escravocrata, o que havia era a democracia racial.

    Em tempo: não sou advogado do CEBRAP, nem do FHC.

  2. ódio racial

    O ódio racial é diferente de preconceito, discriminação, resistência dos discriminados. É um sentimento imposto artificialmente, pelo convencimento de todas as raças, não só os negros,  de que elas estão perdendo alguma, ou muita coisa. Os negros querem ter seu justo quinhão, o ódio declara que ele deve ser tomado. Os brancos se sentem ameaçados por quotas, instaladas sem o devido trabalho político que mostraria que o governo do PT, embora destinando milhares de vagas às quotas, tornou disponível um número muito maior de vagas à livre concorrência. É o trabalho pseudocientífico, a negar as semelhanças e acentuar as diferenças entre as raças. É a demonização da raça branca no caso da escravidão, como se esta não existisse antes da ocupação da América, e como se a maior parte dos membros dos grupos abolicionistas não fosse branca…

    1. A escravidão foi e suas sequelas são fatos reais.

      Não se trata de demonizar os brancos, se trata como no caso do alcoolismo de reconhecer em primeiro lugar que se tem uma sociedade doente.

      Na década de 60 e 70 era comum nos jornais do Brasil e nas secçoes de RH das firmas o oferecimento de emprego, com os dizeres : “exige-se boa aparência.”

      Esta frase,  tão comum, muito difundida  era uma das formas mais sórdidas de discriminar.  Todos sabiam o que aquilo significava, mas todos se calavam e ninguém reconhecia nisto  uma cota para brancos, e  nem acreditavam que isto demonizava os negros,  Todos achavam tudo isto normal . Não podemos culpar individualmente cada branco, mas a sociedade com um todo discriminava.

      Durante décadas pós abolição trabalhadores negros não eram aceitos nas fábricas brasileiras, se não me falha a memória , a Gessy Lever foi a primeira a aceitar negros na epoca de Getúlio. E não havia leis que protegessem a população negra contra esta discriminação.  

      Portanto Velho não se trata de demonizar o branco, nem de individualizar a culpa. Se trata de reconhecer a discriminação. Estou falando da década de 60 e ou 70, mas isto perdurou muito mais tempo. De onde se pode ver que uma boa parcela da população foi condenada por muito tempo a viver sem oportunidade de emprego digno.  Apenas tiveram  meios de sobrevivência, o que é muito diferente. Os filhos de homens e mulheres negras hoje são filhos de pais da década de 60 e 70, e portanto são vítimas desta discriminação.

      Com certeza discriminação não é ódio racial, mas é discriminação. A escravidão existiu sim em todo o mundo durante séculos, e se africanos escravizaram africanos , como europeus escravizaram europeus e outros povos escravizaram e escravizam outros povos, apenas mostra que os homens são todos iguais independente de raça.  Isto não muda nem justifica o racismo, e nem demoniza individuos, mas culpabiliza uma sociedade.  Quanto a africanos escravizarem africanos só mostra com todos os homens são iguais no que há de pior e no que há de melhor. A escravidão pode se manifestar racialmente, mas não é adjetivo de nenhuma raça. 

      Mas se acharem que a escravidão é uma coisa distante  lembre que  as cotas de hoje tem tudo a ver com aquela célebre frase: “exige-se boa aparência”. A sociedade deve oportunidades aos filhos desta discriminação.

  3. Revisitando a história com O Velho.

     

    Revisitar a história  é essencial para compreender o que temos hoje.A imagem de FHC Serra e outros está intimamente ligada aos galardões acadêmicos. Mas também sobretudo ao esqueçam o que eu escrevi. A história de Serra é a mais obscura. Do movimento estudantil para o Chile, escapou das masmorras de Pinochet e  emergiu anos mais tarde em Cornell  e depois em Princeton, num período onde esquerdistas não adentravam os Estados Unidos. Retornou  ao país com um prestígio político e com propósitos que se fizeram claros nos sucessivos governos, onde a Social Democracia das origens do PSDB se transformou no entreguismo privatista e a submissão total ao mercado . Tenho dúvidas sinceras se Serra foi um dia aquilo que dizia ser,  pois tudo me parece uma grande dissimulação que deságua na fortuna de sua filha. E nisto tudo acompanhado por FHC também egresso de Princeton. Que em algum momento desta trajetória traiu integralmente a tradição sociológica de Florestan Fernandes, se adonou dos planos e teorias de outros, enriqueceu e  finalmente foi curtir tudo isto em frente do espelho na Av Foch,  se manifestando politicamente sempre para ferir seu principal desafeto,  o operário que ele queria ser, mas jamais teve competência. Continua circundado pela troupe que o está sempre elogiando e chamando para emitir algum discurso, da mesma forma que pagam a Gandra por pareceres.

    È bem verdade  que os nossos atuais economistas defensores da política de submissão ao FMI, ao tal Deus Mercado, não vieram de Princeton nem de Harvard, mas sim de Chicago onde aprenderam a digerir pensar e vomitar  planilhas de ajuste fiscal. Sempre se dizendo  realistas e sem ideologia , acreditam que podem criar a realidade, moldando o mundo . Apesar da crise de 2008 e de todos os malefícios ao redor do mundo, continuam repetindo a receita de austeridade fiscal para crescimento dos bancos e das açoes. Quanto mais falam mais se descolam da produção e mais focalizam as ações e o mercado, sonhando ser um dia CEO. E alguns de sucesso no ramo voltam ao país, buscando  ministérios ou até mesmo a presidência, num movmento paradoxal, visto que odeiam o Estado, mas almejam acima de tudo colocar as mãos no Estado Brasileiro.  E em comum sempre jogam na mídia seus curriculos pretensamente acadêmicos e muito pouco  científicos.

    Voltando ao principe da sociologia, quem sabe Jessé de Souza consiga resgatar o pensamento crítico em nossa sociologia.  FHC criou a seu redor um grupo de acadêmicos, que foram deglutidos  e hoje apenas dão lustre a programas na Globo News. Alvaro Moisés, Lamounier, Gianotti, …me parecem apenas os frangalhos de alguma imagem que não sei sequer se foi um dia verdadeira. Incapazes de fazer uma análise da realidade do país são  cúmplices na criação da criatura que hora nos assusta.

    No momento em que se propagam  os golpes judiciários ao redor do mundo, de Harvard saem Moro com seus autos judiciais, risíveis e desprovidos de qualquer adjetivo acadêmico   e Dallagnol com seu texto evangélico  se tornou o ideólogo dos abusos de poder.. Ambos parecem saidos da mesma cartilha pós moderna, onde fatos e evidências não são relevantes apenas o discurso. Aliás muitos advogam que qualquer discurso tem a mesma validade. Em sua tese em Harvard , Dallagnol  retirou da epistemologia de Pierce  apenas  a convicção. Nesta linha de pensar começam questionando as evidências os fatos porque dizer ser sempre interpretativos, e logo a seguir dizem que é melhor ficar apenas com a interpretação. E assim  a realidade é apenas o discurso. O mundo e a realidade factual se torna apenas uma ilusão.E nos querem fazer “crer”  que  tudo isto é científico, ou moral ou ……  E não podemos nos esquecer que  nos tempos atuais  é no templo Acadêmico do  Direito que ministra aulas Janaína Pascoal e onde  se doutorou em tempo record com laudas, o Ministro Moraes.

    Parece que Princeton e Harvard de tantos prêmios Nóbel , guarda um espaço especial para o Departamento de Estado, e como uma Opus Dei, um espaço para pessoas com um potencial de liderança em países de interesse.

    Tenho ainda que dizer que n não foram os trabalhos de Florestan, Ianni, Clovis Moura e nem mesmo os de FHC ( os trabalhos que quer esquecer), que instauraram o ódio racial.  Alíás acho que esta foi a melhor fase de FHC,  mas eu duvido que FHC ache o mesmo que eu.  

  4. Protesto

    Nassif: eu não concordo com essa pecha de “traidor” que se atribui ao Príncipe de Paris. Pelo contrário. Ele sempre foi fiel aos seus princípios. Sempre disse a que veio. Tanto que foi ungido pelos ladrões e canalhas políticos do Páis como representante mor de toda a classe. E nunca decepcionou os seus…

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