Greve, mídia e “pós-verdade”, por Assis Ribeiro

Greve, mídia e “pós-verdade”

por Assis Ribeiro

A ampla paralisação dos setores trabalhistas e estudantis brasileiros no manhã do dia de hoje demonstra que nem sempre a pós-verdade formulada pelo sistema para nos convencer de que a realidade – como em uma Matrix – é outra diametralmente oposta daquela que nos apresenta pelos nossos sentidos.

A pós – verdade é aquela na qual o debate se enquadra  em apelos emocionais, desconectando-se dos detalhes da verdade pura, e pela reiterada afirmação de pontos de discussão nos quais as réplicas fáticas -os fatos- são ignoradas. São veiculações trazidas pelos meios tradicionais de comunicação para fazer com que as pessoas passem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional, alimentando de informações aquilo que buscamos para satisfazer nossas crenças e desejos.

Tal qual ocorreu na última eleição nos EUA onde o sistema nos fez acreditar durante toda a campanha da impossibilidade da vitória de Trump.

Para tanto a engrenagem sistêmica se utiliza da imprensa tradicional para disseminar uma “pós-verdade” contrária ao que os próprios fatos nos apresentam.

Foi assim, que a mídia americana deixou de divulgar àquela época que enquanto a intenção de voto em Hillary Clinton estagnava, ou mesmo recuava, a tendência de votos á Trump aumentava. Anteriormente já tinha omitido a disputa fraticida entre os candidatos democratas, das mesmas forma que não deram destaque às revelações de ilegalidades praticadas pela candidata quanto foi membro governo de Obama.

A imprensa brasileira assim também se comportou na cobertura que antecedeu a greve. Não divulgou, como era da sua obrigação como veículo de informação que é, as várias adesões ao movimento grevista indo dos sindicatos às escolas, passando pela CNBB e outros Confederações e Conselhos.

A desinformação atinge em cheio aqueles leitores e ouvintes da mídia tradicional, e através das técnica da pós-verdade (explicada acima) condicionam parte da população a vai acreditar mais em fatos e sim apenas naquilo que preferem acreditar, formando um segmento da sociedade, pela hegemonia dos meios de comunicação, mais crente, radical e intransigente do que o grupamento religioso que ele mesmo rotulava e criticava.

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Vocês deveriam prestar

    Vocês deveriam prestar atenção nessa notícia: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-realiza-nova-fase-da-lava-jato-e-mira-advogado-ligado-a-renan-calheiros/

    Irão usar a operação lava-jato (e seus métodos criminosos) para forçar Calheiros à aprovar a reforma trabalhista no Senado brasileiro. Esses são métodos de ditaduras africanas e o que a mídia brasileira faz? Olham para o outro lado ou acusam Lula de “corrupção”.

  2. Então… e tem a pós-verdade

    Então… e tem a pós-verdade que atinge quem a criou.

    A Globo suprimiu de seus noticiários a informação sobre a greve geral. Hoje seus jornalistas estavam cobrindo a greve. Para desmoraliza-la, é claro, mas foram obrigados a cobri-la.

    E o que eu vi e ouvi:

    1 – “a CUT e o MST é que são os culpados pelos transtornos causados pelo Brasil”. Raciocinio lógico: a CUT e o MST que promovem a greve são organizações mais fortes do que a Rede Globo que tentou suprimi-la.

    2 – “não há movimento nas ruas porque vândalos as estavam fechando”. Nas imagens mostradas não havia congestionamento nas ruas fechadas. Raciocinio lógico: o pessoal de carro também não foi trabalhar.

    E aos sabujos, mentirosos e mau humorados jornalistas da Globo dedico a grande tirada da Janaina do bem:

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador