Lula é parte da solução, não do problema, por Carlos Motta

​Lula é parte da solução, não do problema

por Carlos Motta

O ex-presidente Lula é o homem mais odiado pela oligarquia nacional desde que por aqui aportou a esquadra de Pedro Álvares Cabral.

Nem Getúlio Vargas, nem Jango, igualmente políticos detestados pelos homens de bem, mereceram tratamento igual.

A perseguição a Lula é implacável, feroz, incansável.

Seu destino já está traçado: vai morrer numa cela, por crimes tão absurdos quanto a natureza do ódio que o vitima.

Para seus algozes, prendê-lo é pouca coisa – além disso, é necessário assassinar a sua reputação, humilhar o seu legado, punir todos os que têm admiração por ele, ou são seus amigos ou mesmo familiares.

Para os manda-chuvas do Brasil, Lula é tudo aquilo que não deveria ter ocorrido na história do país.

Não é só o velho ódio de classes que está explícito na caçada ao ex-presidente.

É a aversão radical a qualquer tipo de entendimento entre o capital e o trabalho, entre os servos e o senhor, entre a Casa Grande e a Senzala.

Para os endinheirados pouco importa que tenha sido Lula o único presidente que foi capaz de promover, em seus dois governos, a paz social, o diálogo entre os desiguais, a conciliação entre os opostos – ao mesmo tempo em que reduzia a miséria e a desigualdade, manchas de iniquidade que envergonham a nação perante as outras, e garantia que o andar de cima nadasse de braçadas num mar de prosperidade.

É inacreditável que hoje os que veem em Lula um inimigo mortal tenham se esquecido de quem foram os seus auxiliares, seus ministros, e mesmo o seu vice.

Para refrescar a memória dessa gente, vão aí alguns nomes que integraram o ministério da era Lula, nomes que, absolutamente não estavam – e nem estão – ligados àqueles que, pejorativamente, são chamados de “companheiros” do ex-presidente, ou sequer possam ser acusados de, alguma vez na vida, ter tido um pensamento “esquerdista”:

Roberto Rodrigues, Luis Carlos Guedes Pinto, Reinhold Stephanes, Wagner Rossi, Roberto Mangabeira Unger, Eduardo Campos, Sérgio Machado Rezende, Eunício Oliveira, Hélio Costa, José Artur Filardi, Jorge Hage, Gilberto Gil, Nelson Jobim, Luiz Fernando Furlan,

Miguel Jorge, Cristovam Buarque,Pedro Brito, Geddel Vieira Lima, Marina Silva, Silas Rondeau, Márcio Zimmermann, Nelson José Hubner Moreira, Edison Lobão, Amir Lando, Romero Jucá, José Saraiva Felipe, José Gomes Temporão, Carlos Lupi, Anderson Adauto,

Alfredo Nascimento, Valfrido dos Mares Guia, sem esquecer de seu vice, José Alencar.

Vários desses nomes são hoje inimigos declarados do ex-presidente, e partícipes do golpe que trocou uma presidenta honesta, eleita com mais de 54 milhões de votos, por um governo de corruptos e ladrões.

Há no Brasil poucas pessoas com a capacidade de diálogo de Lula. 

A cegueira ideológica e a doença mental de que são acometidos os donos do capital impedem, porém, que, em vez de ver o ex-presidente como parte da solução para os gravíssimos problemas em que meteram o Brasil, o vejam como o principal entrave para a superação dessa crise.

Matar Lula é matar qualquer esperança de ver o país progredir, ou sequer de que se transforme numa moderna democracia.

Redação

5 Comentários

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  1. ninguem mata luis

    ninguem mata luis inácio.

    heróis não morrem.

     

    ANULA PGR! ..ou então janota afunda no esgoto….ela q sabe do seu…

    ANULA STF!….ou então carminha segue ao fundo do esgoto abraçadinha com MT da mala….

     

    DILMA VOLTA!

    pois sem crime, sem impeachment!

    o Brasil merece o respeito às leis. não iremos abaixar a cabeça pra golpistas.

     

    já babou o golpe. ninguem mais topa estar na foto ao lado de golpista

    VOLTA DILMA!!!

     

  2. Cegueira ideológica, o ódio e ganância

    Verdade Lula é solução, mas a cegueira ideológica, o ódio e a ganância são doenças mentais que infectam os donos do capital que não permite que vejam que estão trabalhando pelo seu auto-extermínio.

  3. Comentário.

    Preocupar-se com o que acha a elite é perda de tempo. Dialogar com ela, seria necessária uma condição que pressupõe a capacidade e a possibilidade de negociação.

    E não me parece ser o caso.

    Ainda mais. Vamos supor (supor, reitero) que seja realmente como o PHA diz, “acabar com a corrupção no país (mas só a do PT, claro)” no quesito relação PT-corrupção.

    Acho que o PT, se esta relação for verdadeira, saberia mais do que ninguém que o que esse pessoal quer é grana.

    E mais.

    Que sem esse pessoal, não se governa. Senão, eles mandam polícia, tanque e detonam a Constituição.

    Aham, é o que tá acontecendo agora.

    Nada como jogar os amadores na lata do lixo e deixar os profissionais fazerem o serviço, diria uma amiga minha.

    O PT teve o grande mérito de passar por uma linha antes proibida e a política de conciliação rachou pois vão coisas mais que econômicas. São preconceitos, práticas individuais e coletivas, status (real ou ilusório). Mas atingiu a angústia de muita gente, pois as coisas estavam mudando (bem ou mal, estavam).

    A declaração-clichê dos desmemoriados (“o PT está destruindo o Brasil”) – e nada me tira da cabeça essa hipótese – que era um desejo real de destruir não o PT, especificamente, mas o que causava angústia, essa mudança, muito real.

    E por qual motivo há uma maioria silenciosa? Pois as elites fizeram justamente aquilo que se desejava, lá no fundo, no inconsciente. Destruir aquilo que causava angústia. Não é só decepção com o PT.

    Mas quem, em sã consciência, neste momento, sentiria decepção por si mesmo?

  4. Falsa lavada de consciência

    Coxinhas odeiam Lula e o PT por conta dessa educação cívica enviesada que recebem. A elite se sentirá muito suja e corrupta se o Lula for inocentado. Isso deve sentir o próprio Moro ao emitir a sua sentença. Lula preso é uma declaração de inocência das elites através da exaltação da culpa do outro lado em disputa.

    O mal de fundo no Brasil são as suas elites e ele começa numa simples e despretensiosa viagem a Disney, nos programas de TV, nas conversas banais em rodadas de uísque num clube chique de São Paulo, ou ao ganhar um concurso para “Deus” no serviço público.

    O julgamento do Lula é tudo isso, uma falsa lavada de consciência da elite corrupta ao entregar um homem inocente do povo para a cruz.

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