Manifesto pelo crescimento econômico, por Janio de Freitas

"Este país precisa desesperadamente voltar a crescer para dissolução das demais necessidades"

Jornal GGN – O Brasil precisa desesperadamente voltar a crescer. Essa deveria ser a ação, acima de qualquer outra, do governo. Mas, ao contrário, como tem-se observado desde 2016, o discurso apresentado é que o Brasil necessita de reforma da Previdência e outras de cunho fiscal. Uma das que foram colocadas em prática, foi a regra do teto de despesas da administração pública, no governo Temer.

Na avaliação de Janio de Freitas, em sua coluna deste domingo (07), na Folha de S.Paulo, esse modelo, baseado na prioridade de reduzir o “déficit fiscal”, com cortes de gastos governamentais, reduzindo investimentos à população, serve à “elite” econômica e seus “interesses externos”, não ao país.

Nos “anos Lula”, ex-presidente que está completando um ano preso em uma pequena cela, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, condenado a 12 anos e 1 mês, o país apresentou melhoras significativas na economia, redução da pobreza, reconhecimento internacional dos índices socioeconômicos. Resultado: Lula deixou o Planalto com 82% de aprovação.

“O motivo da prisão foi a combinação lógica de ‘melhor período que tivemos’ e 82% de aprovação. Logo, probabilidade incomparável de vitória na eleição presidencial de 2018. A ‘elite’ econômica, os seus servos e interesses externos temeram que outro governo Lula não fosse tão complacente e mesmo colaborativo quanto o anterior, e avançasse para reformas verdadeiras. Em busca de mais crescimento, soberania de fato, menos injustiça social —mau exemplo na América Latina”, pontua Janio.

O colunista completa sua análise com a observação de agentes do mercado;

“Monica de Bolle, diretora de estudos latino-americanos da Johns Hopkins University, antecipa sua identificação política e ideológica, em Época (sem data na página destacada): ‘Não tenho qualquer simpatia pelo PT, embora credite ao governo Lula a redução da pobreza e a formalização do mercado de trabalho que mudaram o país'”.

“Pesquisador de economia da Fundação Getúlio Vargas e sócio da consultoria Reliance (pronúncia em inglês, por favor), o ‘liberal’ Samuel Pessôa: (…) ‘no melhor período que tivemos, os anos Lula, quando crescemos 4% em termos reais’ (Folha, 31.3.19)'”.

No final de 2016, já dentro do governo Temer, o Banco Mundial mostrou a regressão dos níveis socioeconômicos no país: mais de 7,3 milhões vivendo com menos de US$ 5,50 por dia, ou R$ 21,20.

O Banco Mundial apontou ainda que, em dois anos, passou de 5,6 milhões para 10,1 milhões a quantidade de população vivendo “abaixo da linha da pobreza”, em outras palavras, na miséria extrema com menos de de R$ 7,30 por dia (ou US$ 1,90).

Recentemente, em 26 de março, a imagem de uma multidão ganhou as páginas dos principais noticiários do país. Cerca de 15 mil pessoas em São Paulo formaram uma fila gigantesca atraídas por um anúncio de vagas de emprego divulgados pela Prefeitura e Sindicato dos Comerciários.

“Salvar os que vivem na miséria, os que vivem na pobreza, os da classe média já em decadência geral, salvar tudo e todos do que está acontecendo e se finge não ver. Salvar a vida deste país. Isto, só a partir do crescimento econômico é possível”, pontua Janio. Para ler sua coluna na íntegra, clique aqui.

Redação

4 Comentários

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  1. Voltar a crescer é muito difícil. Desde a Lava Jato, setores sucessivos da economia brasileira foram fortemente abalados pela ação destrutiva dos processos: a Petrobrás, as empreiteiras, quer trabalhando para a Petrobrás, quer para a construção civil, a indústria da carne, e, com o novo governo com suas posições aparentemente idiotas mas muito bem coordenadas para a destruição do país, a indústria do frango, a da soja, os acordos comerciais, a posição nos grupos de países. A confusão da reforma da Previdência assusta tanto empregados quanto patrões. Nenhuma surpresa, a ficha já havia caído quando o Wikileaks revelou a espionagem sobre a Petrobrás e a Presidência. Não é um grupo de loucos, mas de paus-mandados cumprindo muito bem sua missão. Para voltar a crescer é necessário reconstruir o que for destruído, se tal milagre é possível, começando com uma deposição do atual governo e uma eleição de verdade. Bem pouco provável. Agradeço a quem tiver ideias mais otimistas.

  2. E nossas elites e midia e grande imprensa, continuam levando o país a beira do abismo, quando centram toda a economia numa reforma que significa apenas dinheiro para os bancos. O incompetente Guedes não entende nada de economia, entende de planilha fiscal. Figuras com ele são rejeitadas nas empresas, pois quando na administração zeram a coluna do deficit no mesmo momento que a falência da empresa é decretada. Guedes não tem noção alguma sobre a realidade do país. E quando digo isto é o pouco apreço que ele tem com a industria, isto é com o capital produtivo. Para ele existe o mercado e os fundos de pensão. Quanto a realidade social de milhões de desempregados, isto para ele é apenas um dado na planilha. Provavelmente Guedes, vai querer, como externou recentemente, eliminar estes dados da planilha, modificando o censo.

  3. “…Pesquisador de economia da Fundação Getúlio Vargas…” Enquanto se condena o Governo Militar da década de 1960, se vangloria o Golpe Civil-Militar Ditatorial Absolutista Fascista Esquerdopata Caudilhista Assassino de 1930. E estes 88 anos da Indústria do Coitadismo, Vitimização, Bandidolatria, Atraso, Censura, da Seca, do Analfabetismo, da Privataria, da Desindustrialização, do Entreguismo. AntiCapitalismo de Estado. Coincidência, finalmente um Presidente Paulista depois de 9 décadas de tragédia e atraso? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  4. Achei superficial esse artigo de opinião e desrespeita a inteligência de seus leitores. E acrescentar dados de crescimento histórico apenas justifica que o país já teve melhor economicamente, o que todos sabem que é verdade. Agora, falar que a reforma não é a solução e sim que o governo deve focar em apenas crescer é que nem tentar resolver um vazamento de água abrindo mais a torneira.

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