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Mein KamPT: O antipetismo criando o nazifascismo, por Albertino Ribeiro
O antipetismo está gerando um comportamento nazisfascista em vários setores da sociedade brasileira. Criou-se um extremismo de direita onde a luta contra o PT e contra o mal é uma coisa só. A paranóia é tão grande que qualquer coisa que faça alguma alusão ao social ou a coisa pública é vista com antipatia, pois lembra de alguma forma o socialismo ou algum tipo de intervenção do estado na vida da sociedade.
Infelizmente, o presidente eleito Jair Bolsonaro, que já possui uma natureza ultra conservadora, está cercado de pessoas extremistas que veem a esquerda como um câncer a ser combatido e extirpado da sociedade. Estes produzem vídeos, textos e propagandas sobre marxismo cultural e até mesmo teses ligando o socialismo ao nazismo de Hitler. É o caso do economista do IPEA, o doutor Adolfo Sachsida. Este defende a tese que o Nazismo é de esquerda e usa uma comparação míope e superficial, alegando que o partido nazista tinha em sua sigla as palavras “trabalhista e socialismo” e devido a isso, segundo ele, Hitler era um esquerdista antes e depois de assumir o poder na Alemanha.
A luta dos apoiadores do presidente eleito é exclusivamente contra a esquerda que tem no PT sua personificação, embora o partido dos trabalhadores nos últimos governos tenha sido uma personificação bem amena do que entendemos por esquerda.
Bolsonaro e sua equipe padecem de um grande anacronismo como se estivéssemos em plena guerra fria na década de 60. No golpe de 64 havia pelo menos um cenário propício, pelo fato do mundo estar dividido entre capitalismo e o socialismo. Ademais, Cuba tornara-se comunista fazia apenas 6 anos. Era algo recente e, segundo a psicologia econômica, somos afetados pelo viés da heurística da disponibilidade, um fenômeno no qual as pessoas predizem a frequência de um evento, baseando-se no quão fácil se conseguem lembrar dele. Mas hoje, somente uma histeria coletiva de um grupo pode justificar uma paranoia tão grande.
Nesses próximos quatro anos iremos presenciar um acirramento do antiesquerdismo à brasileira, onde as mídias sociais, tradicionais e o discurso dos políticos governistas estarão afinados, o que resultará em violência contra a esquerda e contra as minorias. Uma imitação tropical e esdrúxula do nazifascismo cuja motivação é o ódio e total ausência de discernimento.
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