No Brasil, o Twitter desafia Elon Musk
por Fábio de Oliveira Ribeiro
Hoje fui obrigado a ajuizar uma ação em face do Twitter, pois meu perfil foi permanentemente suspenso por causa de dois ‘piados’.
No e-mail que me enviou, o microblogue alegou que eu violei seus parâmetros de conduta da comunidade. Eu não poderia fazer isso, pois o novo dono da empresa prometeu publicamente garantir ampla liberdade de expressão no Twitter.
Ao fazer referida promessa, Elon Musk alterou definitivamente o contrato de prestação de serviços que o Twitter mantém com seus usuários. Portanto, a decisão da empresa de me chutar para fora do Twitter não viola apenas uma garantia constitucional e internacional. Ela encontra um obstáculo intransponível no art. 30 do Código de Defesa do Consumidor.
Os Twitter considerados inadequados que geraram a drástica decisão tomada pelo Twitter referem-se ao comportamento abusivo do presidente da república e dos generais que ele comanda. Bolsonaro e seus minions usam o microblogue para ameaçar o TSE e defender um deputado terrotista que ameaçou o STF. Porque eu não devo ter o direito de me insurgir contra esses ataques à democracia utilizando uma linguagem jocosa, sarcástica e grosseira?
Essa é a segunda vez que sou obrigado a processar o Twitter. Enquanto a CF/88 estiver formalmente em vigor estou disposto a processar aquela empresa sempre que for necessário.
Fábio de Oliveira Ribeiro, 22/11/1964, advogado desde 1990. Inimigo do fascismo e do fundamentalismo religioso. Defensor das causas perdidas. Estudioso incansável de tudo aquilo que nos transforma em seres realmente humanos.
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“Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, diria o Lampedusa.
Com ou sem o Elon almíscar, o twitter – e todas as demais pragas, digo, redes sociais – seguirá exalando o mesmo odor podre com que nasceu: o Big Brother.
Diria a Dilma, use o controle remoto e troque de canal. Ou seja, mude de rede social. Saia da merda e afunde na bosta, em outras palavras.
É tudo a mesma coisa: instrumentos de controle social. Com um alcance que o pobre Orwell sequer desconfiava ser possível.
A Utopia nasceu morta, e a Distopia, amigos, já está entre nós. E fazendo um sucesso danado. Graças a nós mesmos.