Nós apenas começamos, por Orlando Silva

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Plantão Brasil

Nós apenas começamos

por Orlando Silva

Em matéria de política, ensinam a teoria acadêmica e a prática da vida, existem diferenças entre aparência e essência. Digo isso para que ninguém desanime ou esmoreça com o não afastamento de Temer na votação desta quarta.

Dia 2 de agosto foi o começo da virada no parlamento. Virada que expressa a opinião das ruas.

A sobrevivência de Temer já era esperada, nessa primeira acusação, dados os bilhões em “argumento$$$” liberados, para desespero das contas públicas do país, nas últimas semanas.

Mas olhemos o placar: 263×227. A aliança que engendrou o golpe em Dilma vinha garantindo um placar muito mais amplo ao governo. Com este resultado, mesmo somando ausências para o campo governista, Temer não aprova a principal medida de seu programa antinacional e antipopular: a Reforma da Previdência. Com isso, tende a perder o apoio dos banqueiros e grandes empresários, que, ao lado de cargos e verbas, lhe garantem os votos no Parlamento.

Temer é odiado pelo povo, leva consigo o estigma da repulsa da quase totalidade da população, que enxergam nele a falta de legitimidade do voto aliada à falta de escrúpulos de seu governo e dos seus aliados. Não à toa, 81% querem-no afastado, apenas 5% o apoiam – ainda que ninguém os conheça em carne e osso, só em margem de erro de pesquisa – e 52% preferiam o governo Dilma.

Tem mais. O maior derrotado da votação foi o maior aliado de Temer até agora: o PSDB. De partido aspirante ao Planalto, o tucanato derreteu, virou irrelevante, fraturado, sem rumo e acéfalo. Temer não tem mais o apoio estruturante de seu desgoverno.

O que vem por aí é imprevisível. No entanto, o ilegítimo gastou o que tinha e o que não tinha para comprar a salvação nessa primeira denúncia. Virão outras, ao menos mais uma e mais grave, por obstrução de justiça e formação de quadrilha. Não haverá mais saída.

Os milhões de desempregados que lutam pelo dia de amanhã, os empregados que perderam seus direitos elementares na maldita reforma trabalhista e todos que temem não conseguir nunca seu direito à aposentadoria começam a se levantar e pressionar o mundo político. Centrais Sindicais e movimentos organizados estão unidos para derrotar o governo e sua pauta.

Temer é a personificação de um Brasil alquebrado, envergonhado. É a própria crise. Hoje, embora ainda não tenha produzido a vitória, o que está na boca do povo começou a ecoar no parlamento: Fora, Temer e Diretas Já! A virada do time do povo começou. Nós apenas começamos!

Orlando Silva é Deputado federal pelo PCdoB/SP e presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)

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Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. O dia em que fico …….!!!

      O dia do Fico Livre deu-se em 2 de agosto de 2017 quando o então Grão-Vizir das reformas impopulares tornara-se liberto da denúncia de corrupção passiva protocolada à Suprema CorteZÃ.
     Antes em apuros, acionara a tropa com 264 fiéis parlamentares que vieram a plenário em seu socorro, que na maior cara-de-pau empunhando o estandarte da estabilidade econômica revelaram seu voto e a causa que realmente servem apoiando a permanência do Vizir alvo de denúncia em pleno exercício do cargo. O mundo e seus eleitores não tem mais dúvidas  do quão cleptocrático era aquele sistema político.
    O povo, o povo! Não……….a plateia que outrora furiosa, escandalizada com a corrupção trajando indumentária verde-amarelo de pixuleco na mão cruzava a paulista para prestar reverencia ao grande pato, em resposta, organizaram um movimento para calar as panelas em favor de seu líder.  Então foi que, apoiado pelo silêncio das sacadas gourmet e as bênçãos do Sultão Mercado veio a público e pronunciou: “Se é para o mal de todos e a desconstrução geral da Nação, pronto! Digam que: fico livrEEEEEE!!!!!!!!”
     

  2. ótimo texto,

    ótimo texto, Orlando.

     

    perspectiva fundamental para respirarmos e seguirmos – pq é até a vitória, sempre!

     

    Dilma volta.

    Pois sem crime, sem imepachment.

    não dá pra carminha e janota segurarem, protelarem e prevaricarem muito mais doq isso q já foi….. a corda deles vai arrebentar em breve.

    DILMA VOLTA e em 2019 ela passará a faixa pro luis inácio.

     

    Quem  manda é o povo – e mesmo os golpsiats sabem q essa é a verdade oficial. não podem tentar reescreve-la.

    tentam e tentarão mais ainda subvertê-la, esquece-la, desmerecê-la…mas não poderão mudá-la.

     

  3. ingênuo, Todo PSDB mais

    ingênuo, Todo PSDB mais aqueles deputados de direita “conhecidos” votarão pela reforma

    Sem contar que todos q se ausentaram ou abstiveram tambem contam pro Temer.

    Na real é que a oposicao nao avançou nada alem dos 160 votos do impeachment.

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