O carnaval de Tânatos, por Gilson Caroni Filho

É nesse teatro de horrores que se comemora a morte de uma criança de sete anos. Que se toma um dependente químico como inspirador de máscaras e chacotas

O carnaval de Tânatos

por Gilson Caroni Filho

Bolsonaro e seus seguidores nada mais são do que o ódio à humanidade que permaneceu recalcado até um conjunto de fatores permitir que viessem à tona. E nisso, bem antes dos robôs e do whatsApp, a grande mídia, com destaque para o grupo Globo, teve um papel fundamental.

Meu amigo de Facebook, Luiz Carlos de Oliveira, escreveu, muito corretamente, que a luta de classes organiza os afetos. Mas há uma dimensão tanática, inerente à nossa sociedade fracionada, que não pode ser esquecida. É nela que a bestialidade se sente legitimada. O ódio a Lula é seu ponto alto, mas como esquecer as ofensas à presidente Dilma, em sua condição de mulher? O discurso chulo, que viraliza e se compraz com o que existe de pior na espécie humana, é ponto identitário desta escória. É neste contexto que vejo a celebração do extermínio de negros: o prazer expresso a cada feminicídio cometido; as piadas sobre as vítimas de Brumadinho; o riso torpe com as agressões à comunidade LGBTQ. É nesse teatro de horrores que se comemora a morte de uma criança de sete anos. Que se toma um dependente químico como inspirador de máscaras e chacotas.

Mas o que são os bolsominions? São as aberrações latentes que se tornaram manifestas. São vermes que nos adoecem. São os que cultuam Ustra e a tortura. São os representados por um capitão de merda que elogia Stroessner, ditador paraguaio, responsável por mais de 400 execuções, e um conhecido pedófilo.

Confesso que estou paranoico. Neste carnaval, ao ver blocos e escolas desfilarem, uma dúvida me assaltava. Perguntava a mim mesmo quantos filhos da puta estão fantasiados de Eros para esconder os Tânatos que são? Mas a gente ainda varre essa escória pro lixo. Ah, varre! Não abro mão da esperança.

Redação

3 Comentários

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  1. a constatação, reiterada, de q parte da sociedade ou da população brasileira parece não valer sequer o próprio pum é deveras impactante e desoladora

  2. Esse texto retrata bem a intolerância e agressividade da esquerda que, invariavelmente, se apropria de mazelas sociais na tentativa de extrair combustível para seus discursos. Penso que veremos cada vez mais esses atos de violência contra o governo, suas instruções e apoiadores. Tal qual um animal moribundo que rosna enquanto a caravana passa, a esquerda dígna de pena.

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