O macaco e a cristaleira, por Almir Forte

O macaco e a cristaleira

por Almir Forte

A denominada Operação Lava Jato, que teve seu início com a ajuda internacional, principalmente o Departamento de Justiça dos USA, conta com um grande aparato policial, jurídico e midiático, que diz ter descoberto a maior rede de corrupção da história do Brasil é digna de fazer inveja aos seriados apresentados pela Netflix.

A primeira fase, que deu origem ao nome, aconteceu de 17 de março de 2014, com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, entre ouros crimes, entre elas o famoso doleiro Alberto Yussef e apreendeu 5 milhões em dinheiro, 25 carros de luxo, joias, quadros e armas. Na segunda fase, três dias depois, prendeu o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusado de receber propinas para facilitar contratos com a empresa.

E assim, sucessivamente foram as outras fases com denominações que eram minuciosamente planejadas para identificar os criminosos e suas ações, a segunda, a terceira e a quarta fases denominadas “Bidone, Dolce vita e Casa Blanca”, homenageavam filmes clássicos com gangsters que se tornaram famosos graças ao cinema hollyoodiano.

Em seguida, aconteceram dezenas de outras operações em que os Procuradores e Delegados Federais convocaram a imprensa e solenemente anunciaram as fases “My Way, Que país é esse, A Origem, Erga Omnes, Conexão Mônaco…”. Apresentaram as prisões, as conduções coercitivas e a garantia de que em breve estaríamos livre da corrupção. Se não estou enganado, já chegaram a 45 fases.

E, nessa caminhada em que os Procuradores, a Polícia Federal, o Poder Judiciário e a grande mídia, prometeram acabar com a corrupção em nosso país, a presidente da República eleita democraticamente por mais de 45 milhões de votos, foi deposta e em seu lugar assumiu uma gang liderada pelo então vice Presidente Michel Temer, o PSDB, o DEM e outros partidos satélites de menor expressão.

E na guerra por holofotes o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, fechou um acordo de delação premiada com o dono do grupo JBS, Joesley Batista, que lhe entregou uma gravação envolvendo o presidente Temer. Acreditando que após contribuir para derrubar uma presidente que não havia cometido nenhum crime, poderia derrubar e prender o atual mandatário do Poder Executivo, preparou a denúncia e encaminhou ao STF que a acolheu, enviou a Câmara Federal, e essa, não autorizou a investigação contra o presidente Temer.

E, o PGR Rodrigo Janot, em sua ânsia por fazer “justiça”, “descobriu”, agora, outras gravações que citam, seu ex braço direito, o procurador Marcello Miller, que ainda no cargo de Procurador, orientou o bandido da JBS a gravar o bandido do palácio do Jaburu, além da citação de membros do STF, então, muito nervoso, convocou a imprensa urgente e anunciou sua nova descoberta.

E, como um macaco em uma cristaleira de louça, coloca todo o STF sob suspeita para tentar limpar sua barra e fazer a alegria da gang que tomou de assalto o Poder Central do país, que agora, certamente pedirá a anulação de todas provas, devido à prepotência aliada a incompetência de um chefe da PGR que entrará para história como o homem que ajudou uma quadrilha a se manter no poder até 2018.

 
Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Entre os detalhes, da ação da

    Entre os detalhes, da ação da PGR e seu chefe, eu prefiro me ater ao essencial. 

    O golpe. A troca de comando do Chefe de Estado e de Governo do Brasil e a reorientação de sua política interna e externa.

    A PGR, entre outros poderes da República, a exemplo do STF, foi determinante para isso. Esse foi seu papel principal. 

    Missão cumprida.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador