O ódio contra Lula, por Marcelo Laffitte

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O ódio contra Lula
 
por Marcelo Laffitte
 
O ódio contra Lula, nutrido e semeado pelas elites e em parte da classe média, sempre existiu e se expressa de forma diferente a cada etapa da História. 
 
Primeiro Lula foi apresentado como o sindicalista comunista, raivoso e subversivo, trancafiado numa cela do DOPS por liderar a greve que desestabilizou de vez a ditadura militar. 
 
Logo a seguir, com as instituições se fortalecendo no processo de redemocratização, a versão difundida pelas elites foi a do bêbado e vagabundo que cortou o próprio dedo para não trabalhar.

 
Depois, na primeira eleição presidencial pós-ditadura, acrescentaram que ele era analfabeto, que não sabia falar inglês e que era um pai mau caráter que quis abortar a filha bastarda. Como é que um sujeito pobre e podre assim ousa disputar uma eleição presidencial?
 
Mas daí um dia o cara ganha e começa a mostrar a que veio: acaba com a miséria, acaba com a fome, gera milhões de empregos e inicia os mais ousados programas de saúde e educação públicas que esse Brasil já teve.
 
A classe média, que se mata para pagar escolas e planos de saúde de baixíssima qualidade – não por serem melhores que os serviços públicos, mas porque esses são coisa de pobre – pouco se importou. Mas o povo das camadas inferiores da economia, esse não. O que era um sentimento de esperança e de promessa de mudanças “sem medo ser feliz” transformou-se num amor incondicional que transcende qualquer manchete de jornal.
 
E o cara se elegeu, se reelegeu, elegeu e reelegeu a sucessora… Caramba! Isso não vai acabar nunca? Esses pobres serão governo até quando?!!
 
Bom, já que nenhuma das pechas raivosas coladas em Lula foi suficiente para impedir seu avanço, os roteiristas dos poderosos tentaram a última cartada: vamos chamar-lhe também de LADRÃO E CORRUPTO.
 
Armaram o circo e deu no que está dando.
 
Marcelo Laffitte é diretor de cinema
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Lula versus Esquadrão da Morte Togado
    Nassif, quem nasceu na decada de 40 como eu deve se lembrar dos barracões sendo demolidos nas fazendas para dar lugar às colônias, o pau-a-pique e a taipa caindo para dar lugar às fileiras de casinhas de tijolos para imigrantes que chegavam de toda parte. Enquanto isso, na periferia das cidades, os barracos de pau-a-pique ou de taipa de pilão se multiplicavam, mas tudo bem, aqui no Brasil pobre e preto conheciam o seu lugar e davam graças aos céus por existir filantropia, caridade, misericórdia e outros nomes dados à contenção das turbas, à ordem e progresso acima de tudo. O ódio à Getúlio Vargas por conta da CLT era latente e em parte esvaziou as colônias: saía mais barato lotar caminhões de trabalhadores ainda de madrugada e trazê-los de volta, depois de executarem o que os capatazes determinavam que fosse feito na roça. A industrialização incipiente avançou, mas o contingente de escória humana – como era chamada a massa de despossuídos pelos mais ricos – também, assim como foi necessário eliminar políticos como Jango, que ousavam romper o silêncio sobre a desigualdade social vigente sob a custódia da polícia. Quando não foi mais possível conter os descontentes, sobreveio o golpe de 64, para torturar e eliminar esses revoltados que não se associavam mais à Maçonaria, clubes de serviço ou irmandade dedicadas a manter tudo sob controle, preferindo escandir palavras de ordem sobre igualdade em todos os níveis. Paralelamente à repressão aos jovens que estudavam e não continham sua indignação humanista, exercida pelo DOI-CODI e pelo DEOPS, este último passou a exercer melhor aquela “custódia” policial que mantinha a ordem, já que o DEIC sozinho não dava mais conta do recado. Copiou a estrutura que mantinha a “ordem” sobre a grande massa humana pobre que, em busca de emprego e melhores condições de vida, havia se refugiado na ex-capital federal, a Scuderie Le Cocq. Nascia assim o mais sanguinário Esquadrão da Morte da história, com 30% de policiais e o restante formado por integrantes do MP, Judiciário e empresários, como comprovou o saudoso Helio Bicudo. Seu lema, bandido bom é bandido morto, hoje vale para os “petralhas” e “esquerdopatas”, uma vez que no auge do morticínio impune de jovens desempregados na periferia – quando o país falido recorreu ao FMI e a política neoliberal fernandohenriquista massacrou ainda mais a população -, surgiu um presidente da República que subverteu toda nossa história de escravidão da pobreza como mão de obra de custo quase zero. Lula. O por quê do ódio contra ele, em duas vertentes distintas: 1) – Não é um político de confiança do sistema internacional neoliberal, já que por muito pouco não viabilizou o BRICs, pondo fim à hegemonia estadunidense sobre essa colônia continental, assim como iria acabar com o analfabetismo funcional que mantêm a grande maioria mais pobre sob controle, caso pudesse preencher a imensidão de escolas que construiu com professores dignos desse nome; 2) – Não é um político de confiança da elite econômica, que fracassou ao tentar cooptar e transformá-lo em capataz de confiança, como demonstra o fato dele estar sendo incriminado como corrupto sem prova alguma de que o seja. O mesmo vale para sua substituta e sucessora, Dilma Roussef. O crime de ambos, entretanto, foi o republicanismo, a crença de que o Brasil era um país democratizado e que eles, para poder continuar implementando sua política de redução das desigualdades sociais, tinham de satisfazer os partidos políticos que dominam o Congresso Nacional, atendendo seus pedidos por cargos e vagas na máquina executiva federal, principalmente. Acreditar que ambos poderiam ter escolhido melhor os integrantes da suprema corte de justiça é acreditar que tivessem autonomia para negar essas imposições político-partidárias sobre os cargos melhor remunerados e cobiçados. Isso lhes custou o impeachment e a liberdade necessária para serem reeleitos pela quinta vez consecutiva pela imensa maioria do eleitorado brasileiro, uma vez que o único ressentimento que perdura contra Lula é o do tucanismo corrupto e corruptor que, aliado ao PIG e uma Rede Globo temerosa de perder suas concessões, submete a população a uma lava jato neural, procurando desmerecer o mérito de serem honestos e competentes, açulando o ódio ancestral dos senhores feudais contra os libertadores de seus vassalos, pondo fim à tirania e à submissão que nos separa entre nobres miliardários e pobres conformados com o escravismo ou neoliberalismo que nos subjuga. Como sair dessa enrascada exige outro roteiro, pois aqui termina este documentário sobre esse pesadelo que nos atormenta, que bem poderia ter como título “Lula versus o Esquadrão da Morte togado”.

  2. Ódio contra lula

    Mas a principal razão do ÓDIO são os números divulgados pelo  IBGE alcançados durante os GOVERNOS PETISTAS, ou seja, o LULA e DILMA passaram para ELITE (DEM, PSDB, PSD e outros assemelhados) 3 atestados perante o BRASIL e o MUNDO:

    1 – De INCOMPETENTES;

    2 – PREGUIÇOSOS;

    3 – MENTIROSOS.

    Em outra palavras, a CASA CAIU para SEMPRE.

     

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