O papel do Biruliro, por Gustavo Gollo

À eliminação do legislativo, segue-se de imediato a do judiciário, ao menos enquanto poder, subsistindo apenas – enquanto conveniente –, como “poder” decorativo.

O papel do Biruliro, por Gustavo Gollo

Vem sendo patrocinado, há alguns anos, um movimento neofeudal direcionado à dissolução do estado atual e implementação de um governo do grande capital. Esse movimento conseguiu plantar uma marionete na Presidência da República encarregada de entregar o patrimônio do estado aos piratas e dissolver o estado.

Ontem, a tal marionete vazou um vídeo convocando a população para um ato contra o congresso, explicitando o propósito pelo qual foi ali plantada: instituir o neofeudalismo no país. A petulância do ato contrasta com a covardia de sua implementação apócrifa.

O plano consiste em dissolver o congresso, em meio a uma campanha contra os políticos. À eliminação do legislativo, segue-se de imediato a do judiciário, ao menos enquanto poder, subsistindo apenas – enquanto conveniente –, como “poder” decorativo.

Retira-se de cena, em seguida, o covarde petulante, dissolvendo-se o restante do estado brasileiro, implantando, em substituição, o poder das milícias, grupos independentes uns dos outros, cada um deles ditando as próprias regras: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, será seu mote; não haverá leis que protejam o cidadão, existirá a milícia.

A milícia ditará as regras, policiará, julgará e executará sumariamente as penas – frequentemente, sobre partes que se lhes opuseram –, não havendo necessidade, portanto, de leis, nem de quem as idealize, fiscalize ou implemente; para todos esses fins, bastarão as milícias. Os quase 200 assassinatos ocorridos durante o motim carnavalesco no Ceará ilustram os métodos milicianos – ficarão todos impunes, em um Brasil enlouquecido.

O grande capital pretende gerenciar o país através de senhores feudais, controladores de milícias locais, tendo usurpado todo o patrimônio do estado e destruído todas as suas instituições. Tal é o papel que a marionete grotesca, obtusa e covarde plantada na Presidência da República foi encarregada de representar.

Tamanho absurdo não teria o menor sentido 3 anos atrás. Será inevitável se não for sustado de imediato.

Redação

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