Ou a tortura, ou o cristianismo, por Doney Stinguel

https://www.youtube.com/watch?v=P069B2xlFBk align:center

Ou a tortura, ou o cristianismo – por Doney Corteletti Stinguel (Política Nada Imparcial)

Este é um vídeo absolutamente imprescindível para todo cristão.

Carlos Brilhante Ustra foi o chefe do Doi-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974, local que era descrito por ele como “a sucursal do inferno”. 

De fato, não são termos inapropriados.

O Doi-Codi era o lugar onde se mais aplicou tortura no Brasil, onde se davam choques elétricos nos presos, onde os espancavam barbaramente, onde os penduravam nos “paus-de-arara”, onde se enfiavam agulhas fervendo por baixo de suas unhas, onde se enfiavam barras de ferros dentro das vaginas das mulheres, onde se esmagavam os bicos de seus seios com alicates, onde se simulavam afogamentos etc. 

Ali se aplicavam as mais atrozes torturas – que é o ápice da crueldade humana, a mais completa desumanização de nossos iguais.

Assim Jorge Amado descreve (referindo-se neste caso ao Estado Novo):

Bando de torturadores, recrutados entre os criminosos mais eficientes. Dos chefes ao último tira. Dos que formaram o Tribunal de Segurança aos investigadores sem importância. Nomes que dá nojo dizer. Desonra da espécie humana, indignidade vivendo, bestas vestidas de homens, excrescência de podridões, hálito fétido de latrinas.

Lama, sujeira, lixo, miséria, chagas podres, carne leprosa, pus de feridas, vômito e escarro, podridão humana, excremento de prostíbulos! Mais vale, amiga, encher a boca de sujeira que pronunciar o nome desses vermes com corações de feras, soltos sobre o Brasil, presença envilecendo a Pátria. Os assassinos! Frios assassinos, covardes assassinos, bestiais e degenerados! Qualquer palavra suja, qualquer imundo substantivo, é doce palavra de poema lírico ao lado desses nomes podres. Leprosos por dentro, a lepra no coração infame.”

 

Ustra chegou a espancar uma grávida e, certa vez, levou crianças para ver uma mãe torturada.

Ele foi o único brasileiro declarado pela Justiça como torturador pelas atrocidades cometidas na ditadura.

E é exatamente a este sujeito diabólico que, durante o voto a favor do golpe contra Dilma, Bolsonazi homenageou, exatamente com estes termos: “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, O PAVOR de Dilma Rousseff”.

 

Vejam quando Bolsonaro diz “pavor” a exatamente o quê ele se refere, a exatamente o quê ele saúda. 

É a tudo o que este vídeo, é a tudo este texto, é a tudo o que o cristianismo dramaticamente se opõem, como muito bem apontado pelo Leandro Karnal.

De acordo com o candidato nazista, seu livro de cabeceira é o escrito por Ustra. 

São várias as imagens deste sujeito (podre por dentro) e de seus filhos portando camisas estampadas com a foto de Ustra ou de Costa e Silva, ditador que implementou o AI-5.

Ao se deparar com uma realidade tão cristalina quanto esta, há de se fazer uma escolha, entre votar em candidato apologista da tortura, ou ser um verdadeiro cristão. Quem declara fazer ambos, ou não entende (e não pratica) o que é o cristianismo, ou não entende o que é Bolsonaro – ou, mais provavelmente, não entende nem um nem outro.

Redação

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