Quem tem o poder militar é Bolsonaro e não os generais, por Rogério Maestri

E deu no que deu, de sequestradores da república viraram reféns do poder.

Quem tem o poder militar é Bolsonaro e não os generais

por Rogério Maestri

Muitas pessoas não entendem, porém, os generais sabem muito bem, eles são reféns de Bolsonaro.

A norma geral de qualquer país civilizado é que militarmente quem manda são as forças armadas do país, simplesmente porque as mesmas tem armamentos mais efetivos, tem marinha e aeronáutica. Porém o Brasil, neste ponto, tem uma característica sui generis em termos de forças armadas terrestre, o exército brasileiro devido o pouco caso que sempre teve o comando desta arma, as tropas são mal treinadas e, pior, o domínio do comando é exercido pelos suboficiais (cabos e sargentos) e estes são leais mais ao atual ocupante da cadeira da presidência da república do que pelo estado maior das forças armadas.

O generalato brasileiro armou uma armadilha para eles mesmos e, provavelmente, a falta de capacidade de ação das forças armadas na ocupação militar no Rio de Janeiro, tornou isto tudo evidente. Sem o apoio da polícia militar e sem o apoio dos suboficiais, que na verdade institucionalmente podem alegar ser seu verdadeiro comandante em chefe quem ocupa a cadeira de presidente, o alto comando do exército está totalmente com as mãos amarradas para dar um golpe para assumir o poder.

Não adianta as caras fechadas e sem diálogo dos generais brasileiros, pois na verdade esta postura que posa de enigmática está encobrindo uma sensação de impotência. Os generais achavam que um capitão não poderia comandar um exército, entretanto esquecem que na Alemanha um cabo comandou com mão de ferro um dos exércitos mais poderosos do mundo, colocando os generais e até os marechais ao seu comando e a humilhações que se sucediam conforme o seu humor.

Trocando um pouco o nome dos atores vemos muita semelhança entre a situação brasileira e a situação alemã no início da década de trinta, temos o cabo substituindo o capitão, temos as polícias militares e as milícias substituindo a SA, temos o PSL substituindo o NSDAP, temos o Imperialismo norte-americano substituindo o grande capital alemão, temos os partidos tradicionais de direita substituindo os sociais democratas alemãs. Porém não temos duas coisas que não substituem similares alemães, a SS e o povo alemão, e devido a estas duas ausências há duas saídas possíveis, a primeira que foi tentada por parte do exército alemão algumas vezes mas foi impedida pela SS (não esqueçam que SS é a sigla para Schutzstaffel traduzida para o português significa “Tropa de Proteção” do líder) e a segunda saída, o uso do povo (oposição ao governo) seria a mais viável, porém a mais desmoralizante para o alto-comando.

Realmente o que se vê no Brasil, é uma direita tradicional, a que se alia parte do alto comando do exército vendo na enrascada que se meteu, pensando que a incapacidade de traçar uma linha estratégica do atual ocupante da cadeira da presidência da república, não poderia ser substituída pelo ingerência externa na definição desta. E deu no que deu, de sequestradores da república viraram reféns do poder. Os donativos que o atual governo brasileiro está fazendo para o grande capital norte-americano não é nada mais nada menos que o pagamento pelos serviços prestados.

Redação

1 Comentário
  1. ” as mãos amarradas para dar um golpe para assumir o poder.”
    Quem desamarra as mãos é a globo.
    Alguém duvida que se a globo quiser ela enche as av. paulistas e as praças do pais?
    A globo transformou 86% de aprovação ao Lula em condenação à morte!
    Amiúde nas redes se vê (filhotes da globo!) gente honesta trabalhadora e religiosa incapaz de matar uma mosca pedindo a imolação do ex presidente.
    O “fora bolço” já está sendo gestado e partirá da globo!

Comentários fechados.

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