Semente da paz, por Luis Cláudio Tonchis

Semente da paz, por Luis Cláudio Tonchis

Passaram-se a eleições e a partir de agora é o momento de contribuir com a gestão do país, parar com essa tensão, com essa provocação, com essa disputa insana e aceitar quem venceu e que quem venceu é responsável por moderar seus grupos de idiotas que estão falando besteiras por aí e querendo agredir as pessoas. A partir de agora não existe mais o candidato Bolsonaro, o que existe é o presidente Bolsonaro, responsável, juntamente com outros poderes, pelo destino do país. Por outro lado será muito ruim se a esquerda, inclusive para ela própria, aproveitar-se dessa tensão que está no ar e começar produzir manifestações sem causas para desestabilizar o país.

É momento de tocarmos a própria vida e parar com essa história de estimular grupos ao ódio e a violência. Os fakes news foi o grande vilão dessa campanha eleitoral. E mesmo após as eleições, eles continuam navegando de dedo em dedo pelos portais da falsidade. Vivemos uma guerra de informações que cria e derruba ídolos, compromete ou enaltece políticos, fabrica-se algoz ou mito. Como cegos num tiroteio tentamos filtrar cada informação falsa. Não se trata apenas de informação falsa, mas situações objetivamente manipuladas para serem registradas, postadas e replicadas. Sai na frente quem mais e melhor simula. Distorce a realidade com tanta habilidade que aquilo se torna uma verdade aos olhos da ignorância e, por esta vertente, a tendência é as pessoas mergulharem na mediocridade com ares de quem sabe de tudo.

Vivemos uma verdadeira enxurrada de acusações levianas mediada pela propaganda do ódio, que prega a intolerância e que se afirmar estarrecedoramente com muita facilidade e velocidade, através das tecnologias digitais. É o ódio justificado dentro de uma certa ideologia irracional. Trata-se de verdadeiro aliciamento, um sequestro do pensamento, uma reprodução de uma atitude passional de intolerância e de agressividade relativamente às pessoas que não comungam do mesmo ideal. Trata-se de uma forma equivocada no modo de agir neste mundo em que cada um se vê dono da verdade e defensor da moralidade e da ética, mas ao assumir o compromisso com o outro pela alteridade, os gestos se calam e as costas se voltam. Daí, fingem, criam intrigas, lançam fel sobre as cabeças, furtando-se a serem um pouco mais humanos e tolerantes. Apontam a responsabilidade de todas as mazelas ao outro lado, mas não conhece a promíscua história brasileira marcada pelas relações fisiológicas entre o público e o privado.

Por isso, atualmente, pensar implica cada vez mais em distinguir, identificar as diversas partes que estão em jogo, as multiplicidades que compõem cada questão. Cada circunstância está relacionada, afeta e é afetada por cada parte que a compõe. Nenhum fenômeno é isolado, tudo é complexo. Não existe salvador da pátria. Aquele que cuida do aparente, do imediato, não é capaz de entender as relações de força que definem uma determinada situação.

É urgente e imperativo parar de ficar agredindo as pessoas e esculhambar com o cotidiano. Fazer oposição é estar sempre vigilante. A oposição crítica e a resistência, se preciso for, é fundamental para a saúde de qualquer democracia. O equilíbrio da balança só é possível pelo peso da oposição. Não por uma oposição pela mera oposição, mas, por uma oposição proativa, responsável e voltada para a defesa dos interesses da sociedade.

A política é essencialmente plural. A pluralidade, em um sentido ideológico, corresponde à atitude de aceitação da diversidade de opiniões, atitudes ou posições diferentes e até mesmo divergentes, que no entanto respeitam-se mutuamente. É preciso, acima de tudo, estabelecer contornos, adensar os laços fraternos, os diálogos, as ideias, abrir caminhos. E se eventualmente vier tempos difíceis, resistir, dar as mãos, amar e proteger uns aos outros.  

Redação

1 Comentário

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  1. Não esqueceremos!

    Estou em paz comigo e com os que me cercam, mas, em relação ao fditador fascista Boçal estúpido mau caráter, não esqueceremos. Não existe trégua para um farsante mentiroso que sempre fez um discurso de ódio e não respeita nada nem nimguém. Um ser repulsivo, com valores do mal. Além disso, fez a campanha uma  campanha criminosa e comportou-se como um moleque. Não tem como respeitar certas figuras.

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