Os soldados sabem o dano que as bombas vão causar
Tomás Togni Tarquinio
Fiquei sabendo de algo que não tinha a menor ideia pois não sou militar. Guillaume Ancel, oficial francês de artilharia, afirmou que qualquer soldado desse tipo de batalhão sabe muito bem quais são os efeitos colaterais de uma bomba. Antes de lançá-las, eles levam em consideração, estudam o potencial de estrago material e humano que ela pode causar.
O objetivo é provocar o dano necessário do ponto de vista militar, evitando-se danos desnecessários à infraestrutura sem valor militar e poupar o máximo a população civil. Se o objetivo é destruir um prédio de três andares, não se lança uma bomba capaz de destruir o Maracanã, atingindo inúmeras pessoas não combatentes que estão na área.
Ou seja, se se pretende destruir um prédio de 10 andares, basta uma bomba de 25 quilos. No entanto, o militar observou que as forças armadas israelenses atiram bombas de 250 quilos sobre uma área urbana densamente povoada de civis não combatentes. Isso é deliberado, é uma decisão tomada pelos militares israelenses e o governo fascista visando aniquilar a população civil, majoritariamente composta de mulheres e crianças da faixa de Gaza. Qualquer militar da área de artilharia de qualquer país que seja sabe disso. Sabem colocar uma bomba onde quiserem.
Mais um aspecto que vem corroborar a tese de genocídio contra a população de Gaza. A reação do governo de Israel contra o pronunciamento de Lula, como diz Michelle Sibony, militante da União Judaica Francesa para a Paz no Médio Oriente: “se genocídio tiver sucesso e se está em andamento, ele terá um impacto sobre todos os judeus, não apenas sobre os israelenses. Para grande prazer de alguns ocidentais, um prazer inconsciente, uma forma de prazer perverso: os judeus também conseguem cometer genocídio!”.
Essa é a razão da reação violenta do governo facínora israelense contra o Brasil ao colocar em evidência a barbárie que estão cometendo. Aliás, em matéria de genocídio, o principal foi praticado pelos conquistadores (que nome) europeus (espanhóis, portugueses, ingleses, franceses, holandeses) que, em pouco mais de um século provocaram a morte de 53 milhões de ameríndios.
Estamos assistindo mais a um, porém no século XXI. Não está sendo perpetrado por judeus, mas sim pelo governo criminoso do estado de Israel.
Tomás Togni Tarquínio – Formado em Antropologia e Prospectiva Ambiental na França. Desde 1977, trabalhou em diversas instituições francesas e europeias pioneiras sobre: energia, ecologia política, meio ambiente, decrescimento e colapso da sociedade termo-industrial. Foi Secretário do Governo do Amapá, por ocasião da execução do pioneiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA); trabalhou no MMA e Senado. Trabalhou em alguns países da América Latina e Europa.
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