Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Uma mídia ideologizada, um presidente brasileiro apatetado, outro desesperado, no meio de uma tragedia humana, por Francisco Celso Calmon

Os EUA e a OTAN de tanto blefarem julgaram, provavelmente, que Putin estava fazendo o mesmo.

Uma mídia ideologizada, um presidente brasileiro apatetado, outro desesperado, no meio de uma tragedia humana

por Francisco Celso Calmon

A Rússia nesse xadrez de guerra saiu com as pedras brancas, ou seja: com a iniciativa, e vai mantê-la até a vitória.

Sua estratégia foi adredemente elaborada para ser uma guerra de movimentos rápidos em todas as frentes e com arsenal poderoso para obter a rendição da Ucrânia, sem dar tempo para uma reação local e muito menos regional.

Os EUA e a OTAN de tanto blefarem julgaram, provavelmente, que Putin estava fazendo o mesmo.

Esta guerra estava anunciada há alguns anos; para quem leu o livro “As entrevistas de Putin”, de Oliver Stone, ou assistiu o documentário, sabia que a Rússia estava pacientemente sendo empurrada para a única opção que lhe restou, após sucessivos diálogos e diplomacias fracassadas, as quais resultaram apenas na empulhação de uma solução pacífica.

Os EUA optaram pela guerra de marketing, espalhando suas versões e demonizando a Rússia, como se ainda vivêssemos numa guerra fria, enquanto o seu oponente, por se tratar de segurança geopolítica, estava falando à vera.

A Ucrânia foi um peão da OTAN/EUA, que o moveram para o sacrifício de uma estratégia global que visa retornar a divisão bipolar do mundo, visto que a tendência da multipolaridade não se adequa a um país beligerante, que necessita de inimigos reais ou imaginários.

Em recente declaração, o presidente Volodymyr Zelensky, em pronunciamento desesperado, reconheceu e denunciou que o país foi abandonado pelos seus “aliados” europeus.

Não disse ainda, mas há de reconhecer que o imperialismo estadunidense o incitou, prometeu, jogou-o na fogueira russa, e saiu da cena de guerra e ficou na retórica marqueteira.

Os EUA relutam em aceitar o óbvio: não são mais os senhores do mundo. Como todo império, chegou a sua vez de deixar de ser.

A memória da segunda guerra, para os que dela participaram, ainda está fresca, as guerras coloniais e regionais, como a contra a Coréia, Vietnam, etc., ainda estão bem viva para os perdedores.

Os EUA há muito tempo terceirizaram os combates, e a situação interna não é favorável ao Biden, e seus aliados europeus perdem com a extensão da guerra, portanto, creio que ficará limitada à Ucrânia.

Quanto as rataliaçoes econômicas, atingirão a Rússia e posteriormente a Ucrânia vencida e com um novo governo, mas os estragos não serão tão grandes, como foram e são para Cuba, que resiste há 60 anos o embargo econômico-financeiro. 

A diplomacia fracassou e os jogos de guerra voltaram com violência e vidas humanas serão perdidas, em nome de quê?

O que impressiona no Brasil é a mídia escandalosamente com lado, sem ser imparcial nas notícias e análises, um lixo radioativo.

Os EUA invadiram o Iraque sob um pretexto falso, enforcaram o Sadam Hussein; invadiram o Afeganistão, ocorreu após os ataques de 11 de setembro às torres gêmeas, e o que ocorreu, Osama bin Laden assassinado, assistido em cadeia de televisão; 20 anos de guerra perdida, a um custo de dois trilhões de dólares e milhares de vidas humanas ceifadas…, nunca se redimiram, nunca pediram perdão às vítimas.

Apesar de tudo, a mídia brasileira nunca cobrou nada desse imperialismo da tragédia humana, que, em regra, destrói e abandona seus “aliados”.

Enquanto isso o presidente do Brasil escafedeu-se, apatetou-se; chame, chame o bobão, chame o bobão…Acorda, Brasil!

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

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