
Após um ano e três meses de guerra, milhares de palestinos começaram a retornar ao norte da Faixa de Gaza, na manhã desta segunda-feira (27), como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Nas redes sociais circula a imagem emocionante dos deslocados segurando seus pertences em sacos plásticos seguindo a pé, para o norte, pelo Corredor Netzarim – estabelecido por Israel.
Mais cedo, as forças de Israel informaram que permitiriam que os palestinos cruzassem a rua costeira al-Rashid a pé a partir das 7h, pelo horário local, e a rua central Salah al-Din de veículo, duas horas depois.
“Seja o cessar-fogo bem-sucedido ou não, nunca mais deixaremos a Cidade de Gaza e o norte, mesmo que Israel envie um tanque para cada um de nós. Chega de deslocamento”, declarou um homem de 50 anos, funcionário público e pai de cinco filhos, a rede catariana, Al Jazeera.
“É como se eu tivesse nascido de novo e fôssemos vitoriosos novamente”, afirmou uma mãe palestina ao veículo.
“Vou começar a reconstruir minha casa tijolo por tijolo, parede por parede. Começaremos removendo os escombros e reconstruiremos tudo de novo”, disse outro palestino deslocado da região a força à Al Jazeera.
O Hamas classificou o retorno como “uma vitória” para os palestinos que “provam o fracasso da ocupação [israelense]”. Já a Jihad Islâmica Palestina, aliada do grupo, ressaltou que essa é a “resposta a todos aqueles que sonham em deslocar nosso povo”.
Israel atrasou a abertura do Corredor Netzarim, que estava programada para o fim de semana, em resposta a uma falha do Hamas em libertar a prisioneira israelense Arbel Yehud.
O Hamas acusou Israel de violar o cessar-fogo, uma vez que o grupo havia informado os mediadores que Yehud estava viva e dado garantias para sua libertação.
Ontem (26), militares israelenses impediram que civis palestinos se aproximassem do Corredor Netzarim, atirando contra multidões e matando pelo menos dois palestinos, de acordo com fontes médicas.
Hoje, Israel concordou em abrir a passagem, após o Ministério das Relações Exteriores do Catar anunciar que o Hamas havia concordado em libertar Yehud e outros dois prisioneiros antes da próxima sexta-feira (31).
Vale ressaltar que nos primeiros dias da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023, Israel evacuou à força ao menos de 1,1 milhão de pessoas do norte de Gaza. Ao longo de 15 meses de confrontos, cerca de 48 mil palestinos foram mortos e mais de 111 mil feridos.
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