Documento do PMDB propõe fim de todas as indexações

Jornal GGN – Maria Cristina Fernandes, jornalista do Valor, relata os debates dentro do PMDB sobre o documento ‘Ponte para o Futuro’, conjunto de propostas que serão debatidas no encontro de novembro até virarem programa de governo no congresso de março. De acordo com a jornalista, o senador paranaense Roberto Requião disse para Romeró Jucá (RR), que não conhecia ninguém do partido que tivesse participado da redação do documento. “Parece­-me mais que foi uma encomenda feita a alguns economistas ligados ao mercado. Quem redigiu?”, questionou. Entre as propostas estão o fim de todas as indexações ­ de salário mínimo, previdência e orçamento, ­ além de prever que as negociações deverão prevalecer sobre as leis no mercado de trabalho. Leia mais abaixo:

Do Valor

Orçamento base PMDB

por Maria Cristina Fernandes

O senador Romero Jucá (PMDB-­RR) já estava na tribuna do Senado nesta terça feira havia 16 minutos para defender documento do PMDB, quando seu correligionário Roberto Requião, lhe pediu um aparte.

O senador paranaense disse não conhecer nenhum pemedebista que tivesse trabalhado na redação do ‘Ponte para o Futuro’, nome dado pelo partido ao conjunto de propostas que começarão a ser debatidas no encontro de novembro até virarem programa de governo no congresso de março. O documento rechaça aumento de carga tributária, propõe o fim de todas as indexações ­- de salário mínimo, previdência e orçamento ­- além de prever que o negociado deve prevalecer sobre o legislado no mundo do trabalho.

“Parece-­me mais que foi uma encomenda feita a alguns economistas ligados ao mercado. Quem redigiu?”. Jucá respondeu com uma exclamação: “Senador Requião”! O orador não declamaria da tribuna nem ao telefone os colaboradores aos quais a fundação Ulysses Guimarães recorreu para elaborar o documento, mas, pelas vírgulas que acrescenta, vê­se que o texto passou por uma consulta pública à la PMDB.

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Redação

8 Comentários

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  1. Em tese, o fim da indexação

    Em tese, o fim da indexação não é uma coisa ruim. Ela acabaria com a retroalimentação da inflação, já que todo ano são acrescidos automaticamente aos preços os índices de inflação do ano anoterior. Mas, teria de valer para tudo, alugueis, preços administrados, tudo, não apenas para salários. Infelizmente, tendo a origem que tem, duvido das intenções desse projeto, sem contar que colocaram, como quem não quer nada, no meio da tal “Ponte para o Futuro” a mudança no regime do pré-sal.

    1. de acordo

      Concordo com que voce escreveu.

      Quero ver eles brigarem com os planos de saude, escolas particulares e todas aquelas empresas que automaticamte reajustam os valores.

      Para é bem claro que nunca houve interesse de brigar com esse pessoal, inclusive porque nas eleições voces sabem bem o que acontecem…

  2. Ponte?
    Quaisquer propostas que venham do PMDB, o partido do dindin, por definição jamais são uma ponte para o futuro. Normalmente são um mergulho na plutocracia e/ou uma estrada da apropriação do Estado pelos ricos.
    Um abraço.

  3. Muito engracadas as propostas

    Muito engracadas as propostas do PMBD. Aparentemente psicografadas da Heritage Foundation nos EUA, uma fundacao financiada pela extrema direita e corporacoes para difundir a ideia de que o “livre mercado”, para quem eh rico, deve estar acima de tudo. Vejamos o teor das propostas Pmedbistas:

    1. “O documento rechaça aumento de carga tributária” (para os ricos). Pobres ficarao na mao dos Alkimins da vida e seus aumentos de ICMS, conta d’agua, luz, pedagios, etc.

    2. “Propõe o fim de todas as indexações ­- de salário mínimo, previdência e orçamento”. E tudo aquilo que possa beneficar trabalhadores e classe media-pobre. Mas nao para os juros cobrados pelos bancos, ou para a SELIC, que estarao livres para (soh)aumentar ao bel prazer do “livre mercado”. Fazendo assim estarao instalando um sifao diretamente do bolso do contribuinte para o dos grandes banqueiros.

    3. “Além de prever que o negociado deve prevalecer sobre o legislado no mundo do trabalho”. Tubarao (empresario) e sardinha (trabalhador) estarao assim livre para chegar a um acordo que beneficie ambas as partes (empresario cada vez mais rico e trabalhador continuara livre para meramente sobreviver).

    1. Que tal fim da indexação no

      Que tal fim da indexação no reajuste dos parlementres, juízes e membros do ministério público ou o negócio é só no lombo do zé povinho.

  4. Do jeito que ouviu o mercado,

    Do jeito que ouviu o mercado, deve ter sido elaborado por Serra (não dizem que ele está indo para o PMDB?), aquele que nunca comprovou ter diploma de economista. Parece direitinho o plano original serrista para entrega da ‘encomenda Brasil’ para o Senhor Mercado. Cercam de todos os lados, os golpistas. E agora com reforço do apagadão mumificado Temer. Ninguém sabe o que aquele homem pensa, mas sabe o que ele faz.

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