Pedido de impeachment de Dilma abre racha no PSDB

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da CartaCapital

A tentativa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de mobilizar a oposição em favor do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff criou um racha no PSDB. Desde que o ex-governador de Minas Gerais e presidente do PSDB encampou a proposta e anunciou que vai pedir o afastamento da petista do cargo, líderes tucanos têm se manifestado publicamente contra a ideia.

Durante palestra no sábado 18, na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o senador José Serra (PSDB-SP) pediu “responsabilidade” à oposição ao criticar a proposta. “Impeachment não é programa de governo de ninguém”, ironizou. “Impeachment é quando se constata uma irregularidade que, do ponto de vista legal, pode dar razão a interromper um mandato. E eu acho que essa questão ainda não está posta”, complementou.

No dia seguinte, domingo 19, foi a vez do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contrariar Aécio. Em seminário no Fórum de Comandatuba, na Bahia, FHC chamou a proposta de “precipitada”. “Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode”.

Em situação delicada no Paraná, após uma série de protestos de servidores públicos da educação, o governador Beto Richa (PSDB-PR) também já havia se manifestado contra a proposta, em artigo publicado na revista Época. “Impeachment é coisa séria. O fato gerador precisa ser incontestável. Coisa que até agora, convenhamos, não existe”, escreveu.

Com planos para se candidatar à Presidência em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, preferiu falar em “investigação” em vez de apoiar o presidente do partido. “Nada impede que se discuta. Eu já votei favorável ao impeachment”, afirmou ao se referir à destituição do ex-presidente Fernando Collor do cargo. “Mas acho que, neste momento, o que se quer é que a investigação seja feita de maneira ampla e profunda”, concluiu.

Apesar disso, Aécio Neves tem apoio de nomes como Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, e Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara dos Deputados. O argumento principal para o pedido de impeachment é o relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que classifica as chamadas “pedaladas fiscais” de crime de responsabilidade.

O parecer, do ministro José Múcio Monteiro, foi aprovado na quarta-feira 15 e recomenda a oitiva de alguns dos principais integrantes da antiga equipe econômica de Dilma, como Guido Mantega (Ministério da Fazenda), Arno Augustin (Secretaria do Tesouro), Jorge Hereda (Caixa Econômica Federal) e Alexandre Tombini (Banco Central). Mas Dilma não está no rol de quem deve responder ao TCU em até 30 dias. Quanto a essa possibilidade, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que a manobra não ofende a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo ele, esta sistemática de pagamentos ocorre desde 2001 e, portanto, passou pelos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula também, e não só pela gestão da presidenta.

Para Aécio, que é presidente do PSDB, as falas dos caciques tucanos criam uma saia justa. Antes contrário ao impeachment, o senador mineiro mudou de posição após a pressão de movimentos da sociedade civil que lideraram os protestos anti-Dilma em 15 de março e 12 de abril. Agora, para voltar atrás e falar a mesma língua de seus correligionários, o ex-candidato a presidente precisaria abandonar a principal causa dos movimentos que contam com o senador para liderá-los.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Aecim de merda, mostre nos UM

    Aecim de merda, mostre nos UM UNICO programa que voce empacou e que beneficiou alguem no planeta que nao fosse SEU protegido, contato, ou “amigo”.

    SO UM PROJETO, Aecim de merda.  Mostre o pra nos.

  2. Factóides………….

    Da Wikipédia:

    “Um factoide (nova grafia, pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) é uma declaração ( falsa, não verificada, ou fabricada) questionável ou espúria apresentada como fato, mas sem provas. O termo também pode ser utilizado para descrever um fato especialmente insignificante ou novo, na ausência de contexto muito relevante. O termo é definido pelo Compact Oxford English Dictionary como “um item de informação não confiável que é repetido tantas vezes que se torna aceito como fato”..

    Pode não ter muita ligação com o adjetivo, mas a criação e/ou criação de fatos pela oposição é somente para estar na midia golpista/prostiuída, nada mais !!!!!!!!!!!!!!!!!!

  3. Tem nada de  combinado não.

    Tem nada de  combinado não. Andam assistindo muito filiminho policial. Por que os caciques do psdb iriam se sujeitar a um “combinado” demonstrando divergência ou falta de comando? FHC, Serra e Alkmin nunca engoliram o moleque das alterosas. Vai ser queda de braço pra ver quem sai candidato em 2018. Alkmin particularmente tem interesse em minar aécio neves e provavelmente vai contar com o apoio dos outros dois. Vejo uma polarização de gerações aí. Os fundadores do partido contra a playboyzada cabeça de vento.

  4. Aécio radicaliza por causa da

    Aécio radicaliza por causa da devassa do governo Pimentel nas contas de Minas. Qualquer coisa (poucas) que aparecer na mídia, será revanchismo PTista. ataco p/ me defender.

  5. quer mais ainda?
    Aecim ja tem a midia , a policia federal e a justiça do Parana, Sao Paulo, Minas Gerais E STF do lado dele e ainda quer acabar com a democracia no pais? Pra que ?

  6. Aécio Neves parece estar

    Aécio Neves parece estar embriagado com mais esta droga de ideia que ele colocou na cabeça… Outrossim, é claro que se trata de uma estratégia do PSDB de São Paulo para começar a aparar as asas do Aécio em seu sonho de disputar a presidência em 2018. Lembremos de que o primeiro tucano a se manifestar contra esta ideia torta foi o Alckmin, seguido de Serra e FHC, isto é, o tucanato paulista está em peso contra o tucanato mineiro, numa clara demonstração de que o porre do impeachment ganhou ares de recurso político a ser explorado nas disputas internas do partido e na campanha política de 2018. O que se quer é passar a imagem de que o Aécio é um incompetente e irresponsável, em oposição aos estóicos tucanos paulistas. Mergulhado em mais esta insanidade, Aécio reforça as impressões de que não passa, de fato, de um playboy irresponsável, ameninado e política e intelectualmente medíocre. Após tantas perdas políticas, pode estar apenas vivendo o calvário de quem, inevitavelmente, tende a se tornar um fantasma político. 

    1. BRIGA DE CACHORROS GRANDES

      A cada dia que passa o Aécio afunda em seu próprio ódio/mágoa e deixa espaço para os outros três lobos(FHC, Alckmin e Cerra).

  7. IMPEACHMENT DE DILMA

    Caro Nassif,

    O impeachment de Dilma já ocorreu.

    Dilma não preside mais o Brasil, de fato.

    Está nas mãos de um Congresso de bandidos que lhe encostaram uma “pexeira” no peito (Cunha) e outra no pescoço (Renan).

    Dois meliantes, indiciados por diversos crimes, que desavergonhadamente, posam de santos para a mídia sanguinária.

    Aécio é uma piranha que está sentindo o cheiro do sangue da Presidente.

    Está enlouquecido com este odor nas águas do congresso (c minúsculo).

    O PT nada pode fazer, minoria que é.

    Olhem bem o mato sem cachorro que a Dilma e nós,  nos encontramos.

    Olhem bem a cadeia de sucessão caso a Dilma caia !

    Temer, Renan e Cunha…………

    Só FDPs, Bandidos, Mafiosos, Calhordas e Canalhas.

    Esta mídia maldita, que Brizola sempre denunciou, pretende manter as rédeas do poder político, econômico e social no Brasil.

    Não importa com quem se associem, desde que mantenham sua linha de comando escravagista.

    Somos escravos desta maldição que é o poder econômico midiático que transforma descerebrados da classe média em midiotas a seu pleno dispor.

    Repito, Dilma não manda mais em nossa Nação.

    Quando se livrou da canalha PETISTA, que veio a reboque no primeiro mandato um incidioso câncer grudava em sua cadeira de presidente: O PMDB !

    Deste ela só se livrará quando se der um tiro, como Getúlio ou abdicar de sua Presidência em favor desta matilha de lobos e piranhas sedentos do sangue de nossa Nação.

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