PSOL escreve ao General

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Agência Brasil
 
Jornal GGN – Depois de ir ao Twitter fazer pressão para que o Supremo Tribunal Federal no julgamento do Habeas Corpus de Lula, o General Vilas Boas conseguiu o que não precisava. O PSOL foi um dos primeiros partidos a se manifestar contra as declarações do General, soltando nota de repúdio ao ato. Para o PSOL o General age com intuito de induzir a violência entre brasileiros, incentivando os tantos desequilibrados que estão soltos pregando o desrespeito à Constituição.
 
O partido avisa que os direitos democráticos não serão desconsiderados, e que a união de todos os setores democráticos contra a violência, o fascismo e a escalada autoritária está na pauta de lutas.

 
Leia a nota a seguir.
 
PSOL repudia declarações do General Villas Boas
 
O PSOL repudia com veemência as declarações do general Vilas Boas, proferidas às vésperas do julgamento do STF. Em tom inaceitável, o comandante das Forças Armadas sugere veladamente que o Exército poderia agir a depender do resultado do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula. Dessa forma, o General age como “indutor” da violência entre os brasileiros, incentivando os mais desequilibrados a se insurgir contra a Constituição brasileira.
 
Nesta terça-feira (03), o general da reserva Luís Gonzaga Schroeder Lessa já havia incentivado a violência entre os brasileiros. Na semana passada, o ex-oficial afirmou que “Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia.” Disse ainda que essa crise “vai ser resolvida a bala”.
 
O Brasil está sobressaltado com o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, que desfaz a ideia de que a intervenção militar no Rio de Janeiro teria vindo para solucionar a violência. Soma-se a isso os atentados a bala contra a comitiva de Lula, no Sul do país. O quadro é de uma escalada de violência política inédita desde a redemocratização. A declarações do General Villas-Boas só agravam esse cenário.
 
Bandos de extrema-direita – incentivados por figuras do mundo político e agora das Forças Armadas – ameaçam as liberdades democráticas. O Brasil só vencerá a profunda crise em que se encontra com mais democracia e coibindo ameaças intolerantes e desequilibradas como as aqui mencionadas.
 
Não abriremos mão dos direitos democráticos e da necessidade premente da união de todos os setores progressistas e democráticos em uma frente contra a violência, o fascismo e a escalada autoritária.
 
Executiva Nacional do PSOL
03 de abril de 2018
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. E o meu ParTido…

    O PT, que parece acoelhado diante de tudo isso, talvez por medo de com o golpe, perder as boquinhas no parlamento, poderia ao menos soltar uma nota de apoio ao general, já que o enfrentamento não é mais com ele.

    É triste ver um partido que ajudei a criar e fortalecer chegar a esse estado de paralizia.

    1. Cuidado para não ampliar desinformações…

      Companheiro Edivaldo, o nosso Partido dos Trabalhadores (direção e líderes nos parlamentos) já soltou uma nota duríssima contra os golpistas salafrários (militares e Rede Globo de Conspirações).

      Eis a nota :

      É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.
       
      Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.
       
      Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e  manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.
       
      Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.
       
      E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.
       
      A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.
       
      A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno a democracia.
       
      Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.
       
      A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.

      Senadora Gleisi Hoffmann
      Presidenta do Partido dos Trabalhadores

      Senador Lindbergh Farias 
      Líder do PT no Senado Federal

      Deputado Paulo Pimenta
      Líder do PT na Câmara dos Deputados

  2. mm

    Estava pra usar a expressão “os generais saíram do golpe (64)  mas o Golpe não saiu deles”.

    Porém digo “não” ao lugar-comum; ambos são inseparáveis, unha e carne, é da sua natureza.

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