Jornal GGN – Por meio de nota à imprensa, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) repudiou a postura da Petrobras e do governo de Michel Temer de atuar contra a política de conteúdo local na cadeia de petróleo e gás.
A Confederação afirma que a exigência de produção nacional ajudou a revigorar diversos segmentos industriais, incluindo o setor naval, que “renasceu e ganhou enorme vigor, gerando milhares de postos de trabalho e promovendo o desenvolvimento regional”.
A entidade também ressalta que o desmonte da política de conteúdo local vai n o sentido contrário da história de diversos países, que sempre atuaram para proteger seus setores produtivos. “É preciso por fim a essa política suicida e destruidora que está em curso” e que não se restringe apenas à Petrobras e à sua cadeia de fornecedores”, afirma a Confederação.
Leia a íntegra da nota abaixo:
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT repudia com veemência a postura da direção da Petrobras, de dar as costas para o trabalhador brasileiro e para a indústria nacional, ao insistir em entregar a construção de plataformas e navios ao capital estrangeiro.
A defesa do emprego e de políticas de Estado que assegurem uma indústria forte sempre foram duas reivindicações desta Confederação e de seus Sindicatos e Federações.
Por isso, apoiamos – como interessados no processo – a ação movida pelo Sindicato da Indústria Naval (Sinaval) na Justiça do Rio de Janeiro, que, em caráter liminar, suspendeu a licitação da Petrobras para a construção de plataformas (FPSOs) para os campos de Libra e Sépia, do Pré-Sal.
A licitação impede que empresas brasileiras concorram, numa clara tentativa de barrar o conteúdo nacional, desmontar o segmento e acabar com os empregos na cadeia produtiva da indústria naval.
Assim, questionamos também as declarações do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de que a liminar está causando prejuízos à empresa. Para nós, quem está causando prejuízos à economia e ao desenvolvimento brasileiro é essa política da estatal e do governo de preterir a indústria nacional.
Vamos insistir e continuar lutando em defesa dos trabalhadores e suas famílias, porque já foi provado que medidas como a exigência do conteúdo local – adotadas pelos governos Lula e Dilma – revigoraram vários segmentos industriais.
Foi durante o período entre 2003 e 2014 que a indústria naval brasileira renasceu e ganhou enorme vigor, gerando milhares de postos de trabalho e promovendo o desenvolvimento regional.
Mas, infelizmente, não é isso o que pensam os golpistas que tomaram o governo no Brasil. A atual política da Petrobras é o exemplo mais claro de que Temer e seu grupo querem entregar para o capital internacional não apenas o patrimônio, mas também os empregos dos brasileiros.
O resultado tem sido desastroso para o crescimento industrial nacional e para as diversas regiões do país onde o segmento naval se desenvolveu e onde há trabalhadores altamente qualificados.
De acordo com o Sinaval, o número total de empregos na cadeia produtiva do segmento saltou de pouco mais de 10 mil em 2002, para 90 mil em 2014. E desde o golpe, está em franca redução, causando desemprego e destroçando economias locais e estaduais onde a indústria naval é preponderante, como em Niterói e Angra dos Reis (RJ), em Rio Grande (RS) e nos estados de Pernambuco, Espírito Santo e Amazonas.
Segundo relatos dos Sindicatos de Metalúrgicos, a situação está beirando o caos: em Niterói, hoje restam pouco mais de 2 mil trabalhadores (no auge da produção, havia 20 mil empregos diretos e indiretos); em Angra, dos 24 mil trabalhadores diretos e indiretos, hoje há apenas 3 mil; em Rio Grande, restam 2.500 trabalhadores de um total de quase 24 mil; em Pernambuco, de 12 mil restaram 3.500 metalúrgicos. Em bases onde o segmento naval é menor, como Espírito Santo e Amazonas, a redução foi de 30% no total de empregos.
Ainda de acordo com as entidades, o impacto das demissões acaba afetando seriamente outros setores das economias locais e regionais, como comércio, gerando mais desemprego e queda na arrecadação e na qualidade dos serviços públicos.
Isso tudo mostra que o desmonte da política de exigência de conteúdo nacional vai na contramão da história, antiga e recente, dos principais países, que sempre protegeram os seus setores produtivos, como forma de garantir produção, inovação, domínio tecnológico, desenvolvimento industrial e empregos de qualidade.
É preciso por fim a essa política suicida e destruidora que está em curso e que não se restringe apenas à Petrobras e à sua cadeia de fornecedores. Certamente essa mesma política será usada também em segmentos como o automotivo, químico e farmacêutico, nuclear, indústria de defesa, construção civil e outros.
Portanto, a CNM/CUT repudia essa tentativa golpista de destruição da indústria nacional, que tem o seu mais recente lance no ataque ao BNDES, aos Fundos de Pensão e aos Bancos Públicos importantes financiadores da política nacional de desenvolvimento.
Paulo Cayres
Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Quem planta, colhe!
Muitos metalúrgicos e seus filhos foram para as manifestações do “Fora Dilma”. Eu mesmo, conheço varios deles. São tão alienados pela mídia que a maioria ainda culpa o governo petista, no qual havia pleno emprego, pelo estado de coisas sob o “ajuste” neoliberal do governo golpista. Muitos são “bolsominions”. Acham que a caricatura de Plínio Salgado é “mito”.
Dentre os empresários fornecedores da cadeia de produção de petróleo, muitos apoiaram o Golpe. Financiaram a turma do pato falsificado. Agora, que as encomendas minguaram, foram ao governo golpista que colocaram no Planalto. Levaram a porta na cara, para deixarem de serem idiotas! A cúpula do Golpe está na folha de “agrados” das petroleiras estrangeiras e salvar a indústria brasileira não está no seul rol de preocupações. A fábrica fechou, é? Dane-se!
Então, eu que sempre alertei todos ao meu redor sobre a hecatombe que sobreviria ao Brasil após o Golpe, também digo aos “surpresos” com a realização de minhas previsões: Danem-se!
Empresários “democráticos”, Instituto Ethos, sindicalistas que fizeram coro com os golpistas, todos estão apenas colhendo o que plantaram.
A elite!!!
Aqui nesse blog tem aparecido articulista que dizem que no Brasil não tem elite. Tal vez não exista mesmo. Entretanto é triste ver a elite econômica patrocinar um golpe, onde o principal afetado foi eles mesmos. Sem consumo não há lucro, assim os negócios fecham. Simples!!!
Qual foi o grupo social que se deu bem como esse golpe?
Agora já é tarde!!! Se em
Agora já é tarde!!! Se em 2014 e 2015 estivessem acampados em frente aos tribunais, na Petrobras e nas estradas isso não estaria acontecendo. Entretanto como sempre não preveem as coisas. Achavam que a “moralidade” finalmente chegaria ao Brasil.
Fico alegre em ver que os
Fico elegre em ver que os engenheiros e os arquitetos e medicos que apoioaram esse golpe estão hoje desempregados. Acreditavam que ficariam mais properos…
fico….
É uma visão da nossa elite nacional esquerdopata anti-capitalista. Ao invés de criarmos empresas nacionais, criamos transnacionais estrangeiras. A partir das nossas propriedades e nossa soberania. Seremos empregados braçais onde poderíamos ser donos. Poderíamos construir uma classe média rica e próspera onde criamos miseráveis. Poderíamos desenvolver o conhecimento e liberdade onde criamos burocracia, criminalização, alvarás, cartórios, dificuldades para se vender facilidades. Parabéns Brasil por construir a forca em volta do próprio pescoço. Adeus conhecimento e tecnologias nacionais. Adeus vultosas receitas e capital. Adeus Empregos. Ficarão aqui os pedágios, a indústria da multa e a profissão mais rentável ( e imprescindível) para o país: ser dono de cartório. Terra de Gênios.