A história da petrolífera mais audaciosa do planeta

Empresas Históricas – British Petroleum

Por Motta Araujo

Uma das celebres “Sete Irmãs” do petróleo, tem longa e acidentada história. Nasceu em 1909 pelas mãos de um aventureiro inglês que ficou rico na Austrália, William Knox D´Arcy. Detentor de uma concessão de 1.200.000 km quadrados na Pérsia, D´Arcy investiu 500 mil Libras na prospecção de petróleo com uma equipe de geólogos  chefiada por George Reynolds, o dinheiro para a aventura acabou e D´Arcy aceitou a participação da Burmah Oil, empresa já grande que operava no Sudeste Asiático, formada com capital escocês.

Pouco antes da Primeira Guerra o Almirantado britânico tinha planos para converter toda a Marinha inglesa, a maior do mundo, de carvão para óleo, o que aumentaria em um terço a capacidade da frota. Não havia disponibilidade de óleo na Europa, então o Almirantado precisava de fontes  e pagou 4.200.000 de Libras pelas ações de D´Arcy, uma fabula naquele tempo, passando a controlar a companhia, que tinha então o nome de Anglo-Persian Oil Co.Ltd., continuando a Burmah como acionista minoritária. A APOC cresceu e tornou-se uma das majors do petróleo antes da Segunda Guerra, participou tambem do capital da Turkish Petroleum que tinha a concessão no Iraque,  dai resultando a Irak Petroleum Co. onde a APOC tinha 27,5%, fez tambem sociedade com a americana  Gul Oil para explorar petroleo no Kuwait.

A APOC construiu uma refinaria na ilha de Abadan na Persia, que foi então a maior refinaria do mundo. A APOC transformou-se na Anglo Iranian Oil.Co.Ltd. ate 1953, quando foi nacionalizada pelo Governo Mossadegh, provocando grande crise internacional, Mossadegh depos o Xá que era aliado dos ingleses, um golpe de Estado tirou Mossadegh, o Xá voltou e a Anglo Persian recuperou a concessão mas o Xá aproveitou a crise para aumentar seu royaltie, dos originais 16% para 25%. Na revolução iraniana de 1979 a Anglo Iranian perdeu  sua presença no Irã, antes já tinha sido obrigada pelo Xá a diminuir sua participação no setor, o Xá fundou a estatal NIOC, que viria a ser depois a única empresa petrolífera do Pais, como é atualmente.

Hoje a BP, nome atual da British Petroleum tem um valor de mercado de 100 bilhões de Libras, está em 80 países, tem 17.000 postos de combustíveis e produz 3,2 milhões de barris/dia, tem uma participação de 19.76% na russa  ROSNEFT, a petrolífera listada que tem as maiores reservas de petróleo e gás do mundo.

A BP é considerada a petrolífera mais audaciosa do planeta, arrisca-se onde ninguém vai, no mar, no Ártico, tem longa lista de problemas ambientais, pagou uma indenização de 17 bilhões de libras no desastre do golfo do México, está no Brasil explorando em alguns campos do litoral do Espírito Santo.

Sendo controlada até o governo Thatcher pelo Tesouro inglês, a BP foi paulatinamente privatizada entre 1979 e 1987, hoje é  inteiramente privada, absorveu a Burmah Oil que era sua acionista, uma empresa gigante que opera em qualquer lugar, com governos de qualquer ideologia, lembra a tradição dos grandes corsários inglês, não tem medo de nada, é a grande exploradora em países difíceis como Nigéria e Líbia, sua alma está na Marinha britânica que lhe deu vida, quem deu a idéia da Marinha comprar o petróleo da Pérsia foi Winston Churchill, então Primeiro Lorde do Mar no período imediatamente anterior à eclosão da Grande Guerra de 1914, a BP tem algo de churchuliana no seu desprezo ao perigo e no seu gosto pela aventura e extravagância, muito diferente da prudente e conservadora Exxon.

 

Redação

4 Comentários

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  1. Vender uma petroleira é a

    Vender uma petroleira é a mesma coisa que vender banco, só pessoas que não amam sua nação que faz isso.

  2. A História da BP

    Audácia é uma qualidade de quem se preocupa em inovar, mas, ao mesmo tempo trabalhar com segurança. Não é isso que a BP faz. Ela é uma empresa que não preza a segurança, não respeita a lei e faz mal a seus empregados. A BP do Brasil só faz isso e por isso nosso sindicato tem uma ação no MPT contra uma das empresas do grupo aqui no Brasil, a AIR BP, por Dumping Social. 

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