Atenção: golpe no Pré-sal e na Petrobras avança, por Romulus

Por Romulus

Atenção: golpe no Pré-sal e na Petrobras avança

Post “6 em 1”:

Deputado federal Wadih Damous alerta: “enquanto Dilma está sendo julgada pelo Senado, José Serra está no Itamaraty recebendo poderosos da Shell. (…) a venda o Pré-sal brasileiro é ponto central do golpe de Estado em curso em nosso país”.

– Desnudando as estratégias dos golpistas: aspecto financeiro-fiscal e econômico-estratégico explicados com clareza. Petrobras não ser operadora enfraquece a empresa hoje e amanhã. Abre espaço ainda para estrangeiros superfaturarem a rodo  sem o olho do dono em cima – dilapidando a parte do petróleo que cabe à União pela partilha.

– Eles dizem: “Pré-sal precisa de investimento estrangeiro!”. Ora, como a Petrobras, empresa cuja emissão de títulos tem mais procura do que aquilo que oferta, “está sufocada”? Caso a vontade não fosse dilapidar o patrimônio brasileiro, bastaria, como no passado, lançar mão de uma operação de cessão onerosa.

– E não é tudo! A técnica para lesar o patrimônio do Brasil na ida e na volta: venda dos ativos do Estado em operações de leveraged buyout (aquisição alavancada).

– Uma advertência aos abutres: o Direito não protege quem age de má-fé, sem diligência ou o enriquecimento sem causa. Desde a Roma antiga ninguém é premiado pela própria torpeza!

– E o que os partidos de esquerda (PT, PCdoB, Rede, PSOL, PDT e PSB) podem fazer a respeito?

– Bem… vem aí o 7 de setembro, não é mesmo?

 

*   *   *

(i) Serra com a Shell… mas e a Chevron, gente? Não rola ciúme?

Como noticiou o GGN, o ministro de Relações Exteriores José Serra recebeu na quinta-feira (25) o presidente da Shell Brasil Petróleo, André Araújo, e o vice-presidente mundial da Royal Dutch Shell, Andrew Bown. Embora o encontro constasse da agenda oficial de Serra, o teor da conversa não foi divulgado.

Ao saber disso, curioso que sou, fiz algumas indagações nas redes sociais:

 

O deputado federal Wadih Damous (PT) fez o alerta:

>> Enquanto Dilma está sendo julgada pelo Senado, o tucano José Serra está no Itamaraty recebendo poderosos da Shell. (…) Como já se sabe, a venda o pré-sal brasileiro é ponto central do golpe de Estado em curso em nosso país. Para isso, querem fazer a sociedade acreditar que a Petrobras necessita de investimento estrangeiro quando, na verdade, existe uma aliança verdadeiramente serviçal com o objetivo de entregar a preço de banana nossa grande riqueza. <<

Síntese perfeita do deputado, que aponta as duas faces do crime de lesa pátria que se aproxima.

Já revelei em posts passados a estratégia de José Serra – mais Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Pedro Parente, entre outros – para garrotear a Petrobras e entregar o Pré-sal às petroleiras internacionais. Como o golpe avança, mais uma vez desnudo o plano, transparente para quem tem algum conhecimento da indústria do petróleo, finança e direito empresarial.

Ainda na matéria do GGN ficamos sabendo que:

>> O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), confirmou ao Estadão desta sexta (26) que o PLS 131 é prioridade na próxima semana, quando o impeachment de Dilma já terá um desfecho conhecido. Com patrocínio do governo Temer, a Casa quer aprovar o PLS 131 sem mudanças, justamente para que ele seja sancionado o mais rápido possível. <<

“Urgência”? Sei…

Num momento em que há excesso de produção de petróleo no mundo e em que as petroleiras internacionais estão no vermelho sem poder investir?

Evidente que não existe!

Usam os números negativos da conjuntura para mudar a estrutura e entregar lá na frente, quando o petróleo subir e as petroleiras internacionais tiverem de novo bala na agulha para comprar o patrimônio nacional.

Aí basta só combinar na véspera com as agências de rating e fazer o risco país subir e o Real desabar, para comprar bem baratinho.

Some ainda um deságio na avaliação dos ativos aqui… um empréstimo camarada do BNDES acolá… uma parceria leonina com fundos de pensão de estatais e a pechincha para liquidação do patrimônio nacional estará quase pronta.

Onde foi que vimos esse filme antes?

Ah sim… na “Privataria tucana”.

E o Serra entende disso?

Bem… tem até livro com esse título, não é mesmo?

Terá sido uma expertise de Serra a razão de ter sido escolhido para relatar o projeto de entrega do Pré-sal aos abutres – a “privataria” do século XXI?

Presidente americano Lyndon Johnson

*   *   *

(ii) Aspectos técnicos sobre o que estava em jogo

O que significa abrir mão de ser operador em um bloco de exploração?

(a) Aspecto financeiro-fiscal:

Em um sistema de partilha de produção de petróleo, como o que o Brasil adotou para o Pré-sal, os custos dos subcontratados (quem investiga o solo, quem perfura, quem faz a logística…) são repassados à União, através do desconto do montante de petróleo que a União terá a receber. A operadora é quem faz as contratações.

Os subcontratados que existem hoje são todos gigantes transnacionais também (Halliburton, Schlumberger…). Elas podem superfaturar os custos no Brasil em dobradinha com uma operadora estrangeira que não seja a Petrobras e assim sangrar o montante de petróleo que a União tem a receber. Depois, dividem esse “lucro” em alguma outra operação fora do país (elas sempre atuam juntas em toda parte) com subfaturamento, superfaturamento, simulação, troca de ativos, etc.

(b) Aspecto econômico-estratégico:

É a operadora quem toca o dia a dia da operação do bloco de petróleo. As outras só vão a reuniões de escritório de tempos em tempos para aprovar pautas apresentadas pela operadora e depois receberem a sua parte no resultado da venda do petróleo.

Mal comparando, são como meros “acionistas” de uma empresa… não são parte da “diretoria”.

É quem opera quem lida com os subcontratados e com os clientes, quem desenvolve e assimila o know-how, quem pode integrar as suas diferentes operações e fazer sinergia. Ou seja, é a operadora quem pode atuar estrategicamente e construir valor agregado e capacitação que a cacifem para ganhar mais projetos – mesmo em outros países – e crescer, ganhar cada vez mais escala e importância.

Quem cresce tecnicamente é a operadora. As outras só ganham o “dinheirinho” no fim do mês.

Ponto.

Em resumo:

A Petrobras é a soberania do Brasil na indústria do Petróleo – dentro e fora do país. Petrobras não ser operadora enfraquece a empresa hoje e amanhã. Abre espaço ainda para os estrangeiros superfaturarem a rodo  sem o olho do dono em cima – dilapidando a parte do petróleo que cabe a União pela partilha.

*   *   *

(iii) Pedro Parente: Biombo furado da dívida da Petrobras

Sobre o homem que o golpe enfiou na presidência da Petrobras, reportagem da Reuters de junho relata que:

Segundo (Parente), a Petrobras deve acelerar seu processo de venda de ativos, cuja meta é de pouco mais de 14 bilhões de dólares em 2016, negociando campos petrolíferos, unidades de processamento de petróleo, termelétricas e outras operações de retorno mais baixo.

– Sem o desinvestimento, a Petrobras não conseguirá de forma adequada reduzir sua dívida de cerca de 130 bilhões de dólares (…).

Alguém se arrisca a explicar que redução “adequada” é essa de apenas 10% do principal da dívida?

Essa parcela diminuta justifica vender ativos relevantes num momento (i) de depressão no mercado mundial do petróleo, (ii) de desvalorização dos ativos nacionais e (iii) do nosso câmbio, diante da crise político-econômica?

Como que uma empresa cuja emissão de títulos tem mais procura do que aquilo que oferta precisa de capitalização pelo tesouro nacional? Ou não pode arcar com a operação do Pré-sal, dando lugar às petroleiras estrangeiras?

“Ah, mas não se quer aumentar o endividamento da Petrobras” – endividamento esse que Parente fez questão de anotar. “A dívida já é colossal!”, dirão as serpentes, cujas línguas movimentam-se impacientemente, mas mantêm olhares fixos na presa.

Ora, muito simples: caso a vontade fosse não dispor levianamente do patrimônio da empresa, bastaria, como no passado, lançar mão de uma operação de cessão onerosa de reservas de petróleo da União para a Petrobras, dando-lhe a margem contábil para se endividar sem diminuir sua solvência.

Mas o que as serpentes buscam desesperadamente é um álibi para vender o patrimônio rápido e barato. Por que me atrevo então a rasgar a cortina – furada – que costuram para encobrir a xepa?

– Porque sou brasileiro, ora! Isso basta.

Ou deveria bastar…

*   *   *

(iv) Venda dos ativos do Estado em operações de leveraged buyout (aquisição alavancada) – curto vs. longo prazo

A venda de ativos do Estado na nova “privataria” – que não se resume à entrega do Pré-sal! – há de ser viabilizada por operações de leveraged buyout (LBO), ou “aquisição alavancada”, em que:

(i) o comprador se alavanca para comprar a empresa-alvo;

(ii) usa os ativos da empresa comprada como garantia dos empréstimos que contraiu para pagar a compra; e

(iii) repaga os credores com os dividendos futuros da empresa comprada – devidamente espremida com fechamento da custosa área de pesquisa e desenvolvimento (fatal para o futuro da empresa), demissões em massa, fechamento de unidades e corte de investimentos e custos de operação no limite da irresponsabilidade.

É a “mágica” de fazer uma compra bilionária sem colocar um centavo do próprio bolso!

É obvio que no curto prazo o retorno sobre o capital e os dividendos vão às alturas, já que o custo desaba enquanto a receita se mantem a mesma. Mas dali a 5 anos a empresa estará no CTI. Nada que importe para quem a comprou, como fundos de asset management, que não pensaram em ficar nela mais do que esses mesmos 5 anos. Nessa altura, já terão passado a empresa adiante por muito mais do que aquilo com que a compraram – devido ao ilusório aumento do retorno sobre o capital e consequente alta das ações no curto prazo.

Azar de quem compre tal empresa sem futuro – se houver comprador! – bem como dos seus credores, aí incluídos trabalhadores e fisco.

– Lembra em alguma coisa o imbróglio da Oi e a privatização do sistema Telebrás pelos tucanos nos anos 90?

Esse enfoque puramente financeiro das fusões e aquisições é tipicamente anglo-saxão. Fundos de Wall Street (Oi, Paulo Leme do Goldman Sachs!) e da City londrina fazem incursões em busca de empresas encrencadas* para tocar a “mágica” do corte de custos e aumento do retorno sobre o capital, almejando uma futura venda com lucro da empresa ora adquirida.

*“encrencada”, no caso da Petrobras, deve ser usada com muuuuitas aspas. A encrenca é apenas discurso na boca dos leiloeiros e dos abutres assanhados.

*

“Pára que tá feio”

A propósito – logo nesta sexta-feira! – parceiros do golpe no mercado, que insistiam em tentar manipular (para baixo) as ações da Petrobras tiveram que dar o braço a torcer… e não foi pequeno o “erro” de avaliação – de curto prazo! – não, hein, Credit Suisse…

[risos constrangidos]

Especuladores estão dispostos a perder algum dinheiro em jogadas desse tipo… mas o Credit Suisse foi “pouco ágil” (demais) e “perdeu” não apenas os movimentos dos tubarões mas também das sardinhas!

Mereciam ao menos uma chamada telefônica solidária do Temer e do Serra, não é mesmo?

– Aliás, Chanceler (sic) Serra, sugiro convidar o presidente mundial do Credit Suisse para um outro chá das 5h lá no Palácio do Itamaraty… o calor aqui na Suíça está insuportável nesta semana! Alerta de onda de calor na TV e tudo, imagine o senhor!

*   *   *

(v) Atenção abutres: o Direito dita que ninguém será premiado pela própria torpeza

Sinto-me na obrigação profissional, quando não moral, de advertir os abutres assanhados sobre a temeridade de embarcar em tais jogadas colocadas sobre a mesa pelo golpe.

O direito internacional tem consagrado que só tem direito a proteção o investimento feito em boa-fé e com diligência por parte do investidor. Diante da grave incerteza jurídico-política que atravessa o Brasil, fartamente noticiada pela imprensa, inclusive estrangeira, qualquer investidor de boa-fé e diligente bem sabe que a venda dos ativos da Petrobras por Parente é no mínimo um mico e no máximo um negócio “arriscadíssimo”. Dessa forma, uma futura anulação, sem o pagamento de perdas, danos ou juros é a penalidade mínima a que se arriscam no momento em que o Estado de direito e a democracia forem finalmente restituídos ao país.

E não venham com a velha ameaça de percepção de “insegurança” pelo mercado e aumento do risco-país. Bem vemos hoje que essas duas faces da moeda financista são articuladas apenas para viabilizar jogadas e aumentar seus prêmios.

Mas e a “segurança jurídica”? A “santidade dos contratos”? Pacta sunt servanda? Todas “essas coisas” que os abutres usam para fazer valer suas malandragens? Não os protegem dessa vez?

– Não! Esses abutres, acostumados, inclusive, a fazer negócios “tortos”, estão perfeitamente cientes de estarem tratando com um governo golpista, de exceção.

Na verdade, aproveitam-se até da precariedade jurídica dos golpistas para depreciar – ainda mais! – os ativos em suas avaliações e oferecer menos ainda pelos mesmos.

Mesmo que não fossem malandros – e são! – não podem sequer alegar que “não tinham como saber que tratavam com golpistas… que não entendem de direito brasileiro… e que – hahaha! – agiram de boa-fé”.

Por quê?

– Porque o direito, inclusive o internacional, não protege quem age de má-fé. Ou tampouco o enriquecimento sem causa. Assim, não há proteção para o “malandro” nem para os seus ganhos em jogadas financeiras às custas do “incauto”. No caso, incauto sequestrado por bandidos, que negociam em seu nome.

Não há proteção tampouco para quem age com falta de diligência. Ou seja, quem não se esforça e não realiza nem as avaliações devidas – como uma boa auditoria – nem toma as precauções que deveria em seus negócios.

“Precauções”?!

Piada!

Esse pessoal age como bandoleiro no Velho Oeste, ora!

É assim que ganham a vida.

Novamente: nemo auditur propriam turpitudinem allegans

Ou: A ninguém é dado alegrar a própria torpeza em seu proveito.

Mas…

Eles vão tentar. Não tenho bola de cristal mas conheço: (i) as estratégias dos abutres e (ii) o Judiciário brasileiro:

Devo acrescentar a minha surpresa em ver entre os abutres a Statoil, uma das petroleiras estatais da Noruega. Trata-se da estatal operacional, equivalente norueguesa à Petrobras. A outra, Petoro, equivalente à nossa Pré-Sal Petróleo S.A., apenas gere a parte do Estado no sistema de partilha, também adotado lá.

A surpresa não decorre apenas de a empresa pertencer ao Estado Norueguês (67% – percentagem similar à do Estado brasileiro na Petrobras) – o que é indicado, inclusive, pelo próprio nome da empresa: “Statoil”. Nem tampouco de a Noruega ter sido uma das inspirações para a adoção do sistema de partilha pela “Ministra” Dilma Rousseff e pelo Presidente Lula após a descoberta do Pré-sal.

“Países não tem amigos; tem interesses” e “capital não tem pátria nem coração”, não é mesmo?

Disso todos sabemos.

Ocorre que a Statoil conta com um bem desenvolvido código de ética e de responsabilidade corporativa. Esses dispositivos foram importantes o suficiente, inclusive, para levarem a empresa a desinvestimentos importantes em áreas “complicadas” no Cáspio.

Eis alguns extratos dos “compromissos” da Statoil (em inglês… bem, melhor que norueguês, certo?):

 

Bonitos esses compromissos em nível escandinavo, não?

E no entanto…

 

*

Creio ser seguro afirmar que o escritório do Rio de Janeiro induziu a matriz ao erro – o que em nada diminui a sua responsabilidade e o repúdio do Direito. Ainda mais em negócio dessa monta.

Que pague. Pela má-fé de uns e pela falta de diligência de outros.

E que paguem todas as que seguirem os passos da Statoil na rapinagem do patrimônio brasileiro.

*   *   *

(vi) E o que o PT e demais partidos de esquerda podem fazer a respeito?

A inação do PT diante das jogadas financeiras dos golpistas já foi por mim registrada e criticada em ao menos 3 oportunidades aqui no blog:

Fecho o post instando deputados federais que admiro – em vez de outros das mesmas bancadas… – como Wadih Damous (PT), Paulo Pimenta (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (Rede), Jean Wyllys (PSOL), Luiza Erundina (PSOL), Chico Alencar (PSOL), Ivan Valente (PSOL), Glauber Braga (PSOL), Ronaldo Lessa (PDT) Ciro Gomes (PDT) também, ora! – e Janete Capiberibe (PSB) a provocarem as executivas nacionais de seus partidos a repudiarem formal e politicamente a nova “privataria”.

 

Em vez de resolução puxando o tapete da Presidente Dilma Rousseff, por que não aprovam outra, reiterando o repúdio político, a falta de proteção jurídica aos abutres – com selo “é golpe!” da OEA e tudo! – e a disposição para reverter todas as lesas ao patrimônio do Estado tão logo voltem (ou cheguem) ao poder – às expensas dos abutres malandros?

Melhor ainda:

Por que PT, PCdoB, Rede, PSOL, PDT e PSB não o fazem de maneira solene, num ato político multi-partidário, junto às centrais sindicais, aos movimentos sociais, à militância e à parcela nacionalista da sociedade?

Empolgo-me com a idéia e até deliro: imaginem então prometer declarar os abutres empresas inidônias – melhor exemplo do que isso significa não há – e portanto proibidas de contratarem com a União e ter concessões no país?

Sugiro até data para esse grande ato:

Que tal?

E então, deputados?

E então, partidos de esquerda?

*   *   *

Post relacionados (ordem cronológica):

Atenção: agora o golpe é no Pré-sal!, por Romulus 
(26/5/16)

 

Parente é Serpente: golpe ataca Petrobras e Pré-sal, por Romulus 
(1/6/16)

 

Parente é Serpente: golpe ataca Petrobras e Pré-sal (2) 
(2/6/16)

 

O Golpe, os fundos de investimento e a falência do capitalismo 
(8/6/16)

 

Os Abutres, o golpe e o Min. Barroso, por Romulus 
(20/6/16)

 

Fadiga na resistência ao golpe: galinha decapitada corre mas cai morta, por Romulus
(29/6/16)

 

Entendendo denúncia à Comissão de Direitos Humanos da OEA para anular o golpe, por Romulus
(10/8/16)

*   *   *

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*

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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

Redação

13 Comentários

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  1. Está aí mais do que

    Está aí mais do que comprovado que demotucanos e seus aliados, incluindo-se agora o pmdb, não são brasileiros pois estão sendo norteados e bancados majoritáriamente por norte americanos. Como partidos majoritáriamente brasileiros, restam-nos os partidos do PT e aliados.

  2. atenção…

    Agora imprensa? Agora intelectuais? Agora esquerda? Agora nossos estrategistas? E o nosso campo, maior produtor de alimentos e energias renováveis do planeta? E a Vale do Rio Doce, maior produtora de minerais do planeta? E o nosso subsolo, maior produtor de minerais raros do planeta? E nosso sistema de hidrelétricas? Maior sistema de geração de energia limpa e distribuição do planeta? E nosso mercado nacional de 250 milhões de habitantes? E ferrovias, e rodovias e aeroportos? Dados a troco de banana para sustentar uma elite que se diz contra o trabalho, a produção e o capital. Medíocres. Agora na beira do abismo novamente é que caiu o véu da imbecilidade?

    1. Oi?!

      Nao sou nem “imprensa” nem “intelectual”. Nao sei se a sua critica era generica… mas se era dirigida a mim, saiba:

      Eu la com meus 14 anos me opus – oh! rs – à venda da Vale sim.

      Fui ate a passeata no Centro do Rio, com outros alunos da minha excelente escola pública – federal, fechando a Av. Rio Branco.

      Da mesma forma sempre fui contra tudo isso que vc coloca ai.

      E pelo menos desde março deixo essas posiçoes claras neste blog.

  3. Sabem de tudo sobre o pré sal

       Faz tempo que Chevron, Shell, Statoil e outras conhecem tudo, tudo mesmo, sobre as bacias do pré-sal, todas tiveram ou ainda possuem relações com uma empresa nacional pouco comentada, a HRT – High Resolution Technology , que desde de 2010 alterou sua razão social para PetroRio ( http://www.petroriosa.com.br ) , é muito interessante a relação de acionistas desta empresa.

        Um exemplo, de varios, é de 2009, leia em : http://www.geoexpro.com/articles/2009/05/reality-hits-brazil-s-pre-salt-play

        Quanto a suas propostas relativas a aquisições alavancadas, alem do que vc. explanou, no caso “jabuticaba”, o oferecimento de créditos pelo BNDES/ Fundos/ CEF , mesmo que sejam de “curto prazo “, a principio, tambem possibilitarão um outro ganho financeiro em duas pontas, o de arbitragem de juros ( internos subsidiados X juros negativos externos ), e de arbitragem de cambio ( captação interna em reais subsidiados x capitação externa de garantia ).

    1. Sempre contribuindo, hein?

      É verdade, junior.

      Conheci muita gente da indústria pessoalmente.

      Advogava em grande banca no Rio em direito empresarial. Alias, não tem como não trabalhar com empresas de petróleo no Rio. A começar pela Petrobras.

      Fazia muito E & P, com as grandes e “independents”. Negociava cessão de participações em blocos exploratórios direto, minutando os contratos depois.

      Alias, meu ultimo escritório ficava no mesmo prédio em que fica o IBP – Instituto Brasileiro do Petróleo (o “clubinho” das petroleiras). Quando fui me preparar pro exame de admissão no mestrado no Rio, descia lá pra biblioteca deles, que é razoável.

      Conheço a HRT, mas não conheço os acionistas. Olhei na CVM agora e não é aberta (daria pra ver os sócios). Alias, fora a Petrobras no Brasil sao todas limitadas… Sabe de algum lugar onde dê pra ver a composição societária? Fiquei curioso.

      *

      Agora a praga que comentamos sempre aqui: Republica dos concursados e das corporações.

      – a minha faculdade, de excelência e a mais disputada, é conhecida como um “preparatório para concurso publico”, pq todos – publico seleto e estudioso – acabam indo pras corporações publicas ($alarios / estabilidade / pensões / poder).

      – passei em 1o lugar no vestibular dessa faculdade;

      – vários colegas de faculdade fizeram concurso pra Agencia Nacional do Petróleo e foram pra lá (fica no Rio, na Pres. Vargas).

      – não quis fazer concurso – apesar da insistência de familiares… rs – e fui trabalhar em escritório, desde estagiário no 4o período ate vir pra Europa fazer um segundo mestrado.

      – só trabalhei em bancas grandes, do top 5 nacional. Com maioria de clientes estrangeiros, no filé mignon: direito empresarial.

      Pergunta:

      – quem vc acha que ganhava mais? Eu ou meus colegas concursados?

      – quem vc acha que trabalhava mais e não tirava ferias?

      Dica: meu trabalho era cobrado por hora e tinha meta a cumprir (na verdade superar rs)

      *

      Tempos atrás tava considerando voltar pro Brasil. Fui assuntar com head hunters no Rio. Me fizeram mudar de ideia rapidinho…

      – Trabalho? So em SP.

      O mercado do Rio acabou.

      Primeiro Eike Batista. Depois Lavajato.

      Fiquei por aqui mesmo…

      Quantas outras pessoas educadas e qualificadas não estarão fazendo o mesmo?

      “Viva o combate à ‘corrupção’ “, não é mesmo?

      *

      Nova “Partilha Africana” 

      E mais: não à toa o pré-sal da costa africana já está todo loteado entre as majors do petróleo.

      Advinha quem ficou com o pré-sal de Angola??

      Dica: visitou recentemente nosso (sic) Chanceler em Brasilia.

      *

      Triste constatar que nada na África mudou…

      Mais triste ainda é constatar que o Brasil regrediu ao nível africano.

      “Maldição do petróleo” na veia.

      E a gente que achava que Pré-sal era benção… 

      Além de no futuro aumentar o grau de doença holandesa na economia brasileira (minérios + commodities agrícolas), ainda matou o arremedo de Estado de direito que a duras penas conquistamos.

        Mais do que nunca o paraíso da finança internacional.

         

      1. Só gente boa e Angola

         Após a consolidação, de HRT para PetroRio ,a composição tem uns 33% no “mercado” ( nacional e ADRs ), já nos maiorais a lista é boa:

         27 % do Aventtis Strategic Partners ( fundo sediado na Inglaterra )

         23 % do One Hill Capital ( fundo sediado no paraiso fiscal americano de Delaware, que fez muitos negócios com o Tanure )

         13 % Bridge Trust ( é brazuca, mas suspeitam que é do Mellon )

           6 %  Deutsche Bank Trust America ( dispensa apresentações ).

          Quanto a Angola / Sonagol, só tem um jeito de fazer negócio, e obrigatoriamente tem que “passar” pelo “Dino”, carinhoso apelido do General Leopoldino Fragoso do Nascimento , um “fofo” que vale, por baixo uns US$ 1,0 Bilhão, tem gente que acha que chega a US$ 3,0 Bilhão, nossos corruptos perto desta simpatica figura, são principiantes.

           E meu filho, o mundo é assim, pouco importa o que as vestais concursadas achem ou creiam, ele não irá mudar tão cedo, e como no futuro estaremos todos mortos, e ideologia não paga almoço, muito menos jantar, sequer uma dose de um 8 anos nos bares de Luanda ( tipo uns 10 Euros ), continuo vivendo na realidade.

            Conheça : http://www.makaangola.org/2014/12/general-leopoldino-do-nascimento-o-novo-bilionario-angolano/

        1. Só gente boa MESMO

          Não tive o prazer de conhecer o “Dino”. Mas conheci outros da Sonangol, que, indiretamente e discretamente, têm concessões no Brasil, saiba você!

          Quando se fala em “corrupção em nível africano” as pessoas não entendem bem o que isso quer dizer…

          Ilustro:

          Desembarco no aeroporto de Luanda. Passo pelo controle de passaporte. Vou para a esteira pegar minha mala. Pego a mala e vou saindo. Antes de cruzar a alfândega sou parado por um “guarda”.

          “Guarda”: sujeito sem um braço, veterano da guerra civil, com um fuzil, uniforme camuflado, boina vermelha e cara de pouquíssimos amigos.

          Sorrio:

          – Bom dia, seu guarda.

          – Vem de onde?

          – Suíça.

          – E o que tens aí para mim?

          – Oi?!

          – Disse “o que tens aí para mim”, ora.

          – “Não compreendo”… venho a convite do governo, enviado pela ONU e pela UE para ministrar workshop para altos funcionários dos Ministérios e da SONANGOL. Há um funcionário do Ministério dos Petróleos me aguardando ali fora inclusive, para me levar para o hotel.

          (tentativa de cateirada light diante do fuzil, da cara feia e do “pedido”, que eu “não havia compreendido”)

          – Isso não tem nada a ver comigo. Perguntei o que tens aí para mim.

          – Não compreendo… como assim?

          e mais reticências…

          Resumindo: morri em USD cinquentinha – depois de uma negociação.

          (o sujeito viu os euros na minha carteira e queria mais. Disse que precisava pra pagar meu transporte na volta. Eram os USD 50 ou realmente “teríamos um problema”, como ele bem havia colocado antes…)

          Fiquei com vergonha de comentar com os locais, para não constrange-los.

          Mas falei com meu contato local, um europeu expatriado.

          A resposta:

          – T.I.A.: This is Africa!

          E depois arrematou:

          – Isso aí que te aconteceu não é nada. A verdadeira corrupção aqui é tão alta que não é mais comissão. É participação societária.

          Mencionou Dona Isabel dos Santos, a bilionária primeira filha, é lógico.

          (Filha? Que ficou rica com o pai no governo? Soa familiar…)

          Mas também um punhado de generais.

          Quem sabe o tal “Dino” não estava entre eles?

          Naquela época um dos generais, me contou ele, estava abrindo um grande cassino. Rs

          *

          Ouso acrescentar:

          Agora não ficamos mais muito atrás…

          Brazil is open for business again!

          E não duvido nada de que “em vista da crise sem precedentes e do grande desemprego”, Presidente Temer e seu Ministério de notáveis elejam a legalização dos jogos de azar como tábua de salvação. Rs

          *

          Bom esse artigo com o perfil do general “Dino”, hein?

          Só derrapa no final:

          >>Como constata Michael Weiss, “os regimes revolucionários comunistas têm o estranho hábito de se transformarem em corruptos praticantes do capitalismo selvagem, e Angola – com as suas grandes reservas de petróleo e profusão de bilionários – tem provado não ser excepção”.

          Ao contrário do que se supõe (oficialmente) em Curitiba, corrupção não tem ideologia.

          Qual a diferença entre Angola, ex-comunista, e a Nigéria, desde sempre “capitalista”, ali em cima?

           

  4. justiça?
    Romulus, quanto ao “cade as ações na justiça dos partidos de esquerda” eu pergunto: qual justiça?
    Por acá solamente á restado la del tiroteo.

  5. Houston 2010

        Para quem deseje entender mais sobre o pré – sal, este “paper” de 2010, produzido pela Schlumberger e Petrobrás, é interessante.*

         www.slb.com/~/media/Files/resources/oilfield_review/ors10/aut10/03_presalt.pdf

         Tenho tb. um da Halliburton de 2008, e outros da mesma época, inclusive produzidos pela Chevron, a 1a sócia da PBR em relação a Bacia de Santos no século XXI.

          * foi parte de um road show visando investidores.

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