O desmoronar dos balanços das multinacionais petrolíferas

Sugestão de Adir Tavares

do Resistir.info

O desmoronar dos balanços das multinacionais petrolíferas

por Manuel Peinado Lorca 

As maiores multinacionais petrolíferas do mundo estão com sérios problemas porque os seus balanços acusam os máximos custos de produção, a queda dos lucros e o aumento vertiginoso da dívida financeira acumulada após anos de perdas. Castigadas pela cada vez mais baixa Taxa de Retorno Energético (EROI), os dias de glória dos gigantes petrolíferos altamente rentáveis chegaram ao fim. Tudo o que resta agora é uma sombra do que outrora foi uma indústria poderosa que,como comentei num artigo anterior , será obrigada a continuar a canibalizar-se para extrair a última gota de petróleo. 
Desgraçadamente, os analistas energéticos, todos eles economistas sem noções dos principais elementares da Termodinâmica, não fazem a mínima ideia do desastre financeiro que está a acontecer na indústria petrolífera mundial devido ao afundamento do EROI. Eles continuam a elucubrar com análises economicistas e observações contabilísticas que, como prova palpável de que o papel aguenta tudo, iludem os investidores e um público que não está preparado para o que vem aí. Para proporcionar uma visão mais realista de uma indústria em desintegração, vejamos os dados de sete das maiores companhias petrolíferas do mundo. 

A fim de evitar que o mundo caísse num colapso total durante a crise financeira de 2008, a Reserva Federal e os bancos centrais de todo o mundo, com o BCE à cabeça, imprimiram mais papel-moeda do que em toda a história. Como efeito colateral da impressão maciça de dinheiro (e da compra de activos) por parte dos bancos centrais, o preço do petróleo atingiu um recorde de mais 100 dólares por barril (US$/b) durante mais de três anos. Enquanto as grandes companhias petrolíferas apresentavam resultados com lucros elevados devido ao alto preço do bruto, investiam uma grande quantidade de capital para produzi-lo. 

Como se pode ver na Figura 1, a soma total da dívida a longo prazo do grupo das sete maiores multinacionais petrolíferas do mundo aumentou de 227 mil milhões em 2012 para 272 mil milhões em 2013. Um paradoxo completo: a dívida aumentou em 45 mil milhões, quase a mesma quantidade que os pagamentos totais a título de dividendos (44 mil). Não percamos de vista os 17 mil milhões de fluxo de caixa negativo desse mesmo ano, mas a diferença entre dividendos e dívida reflecte que as sete principais multinacionais petrolíferas pediram dinheiro emprestado em 2013, quando o petróleo estava a US$109/barril, a fim de manter felizes os seus investidores. 

Desde a crise mundial de 2008, as sete principais companhias petrolíferas viram a sua dívida total combinada quadruplicar-se, passando de 96 mil milhões para os 379 mil milhões da dívida actual. Pareceria lógico pensar que, tendo desfrutado durante mais de três anos de um preço do petróleo de mais de cem dólares por barril, estes gigantes energéticos tivessem reduzido a sua dívida ou, pelo menos, que a houvessem contido. Desgraçadamente para elas, o custo de substituir reservas, produzir petróleo e repartir “lucros” com os accionistas superou os rendimentos de um petróleo caro. 
 

 
Figura 1. Números em milhares de milhões de dólares americanos (US$). (SRSrocco Report).

Aí está a raiz do problema. Uma das desvantagens de arcar com uma dívida é a quantidade crescente de juros que a companhia tem que pagar para servi-la. Se olharmos a Figura 1, a brasileira Petrobrás está à testa do grupo devedor: o encargo financeiro da Petrobrás quase quintuplicou ao passar de 21 mil milhões em 2008 para 109 mil milhões em 2016. Ao acumular dívida, também teve de pagar mais para amortizá-la. Nesses oito anos, os pagamentos por juros creditícios da Petrobrás aumentaram de 793 milhões em 2008 para 6 mil milhões em 2016. Para os seus accionistas está a ser um desastre: o incremento dos juros da dívida impediu que a companhia pagasse dividendos nos últimos dois anos. Em contrapartida, no triénio 2009-2011, enquanto o mundo apertava a cinta, a Petrobrás pagou dividendos no valor de 19,5 mil milhões de dólares. 

A Petrobrás, tal como o resto das suas colegas, é um exemplo perfeito de como a queda do EROI castiga uma petrolífera desde as suas entranhas para fora. A penosa situação da petrolífera brasileira é a seguinte: se for accionista, não recebe dividendos e se investiu fundos (em títulos da companhia ou em fundos que nela tivessem investimentos) para receber juros mais altos, esqueça porque nunca obterá o seu investimento inicial. No pé em que estão as coisas, investidores e accionistas ficarão frustrados. Isto é o que acontece durante a etapa final do anunciado colapso da indústria petrolífera. E isso explica porque grandes investidores como ofundo soberano da Noruega ou a Fundação Rockefeller , cujos patronos conseguiram a sua vasta fortuna com o petróleo, retiraram seus investimentos na indústria dos combustíveis fósseis. 
 

 
Figura 2. Números em milhares de milhões de dólares americanos (US$). (RSRrocco Report).

Outra consequência negativa da queda do EROI nos balanços financeiros das companhias petrolíferas é a diminuição dos lucros, uma vez que o custo de produzir petróleo aumenta mais do que o mercado pode pagar pelo mesmo. Para poder entender a má situação financeira das multinacionais do petróleo é preciso olhar para trás e comparar a rentabilidade da indústria com o preço do petróleo. Para encontrar um ano em que o preço do petróleo era semelhante ao de 2016 temos de regressar a 2004, quando o preço médio era de US$38,26/b frente aos 43,67 do ano passado (Figura 2). Sim, o preço do petróleo era mais baixo em 2004 do que em 2016, mas as companhias petrolíferas não se queixavam porque nesse ano o rendimento líquido combinado das sete petrolíferas foi de 99,2 mil milhões. Todas elas obtiveram enormes lucros com um preço do petróleo de US$38,26/b. Contudo, no ano passado, os lucros líquidos do grupo desmoronaram nuns 90% (10,5 mil milhões), inclusive quando o preço do petróleo havia aumentado em mais de cinco dólares por barril. Só quatro obtiveram lucros em 2016, ao passo que três perderam dinheiro (Tabela 1). 
 

 
Tabela 1. Rendimentos líquidos das sete maiores petrolíferas do mundo. (SRSrocco Report).

Além disso, a situação financeira está muito pior devido ao facto de o registo contabilístico “rendimentos líquidos” não ter em conta os gastos de capital ou os pagamentos de dividendos das empresas. Em qualquer caso, está claro que a rentabilidade das principais companhias petrolíferas se esfumou inclusive com preços do petróleo mais elevados. 

Outro indicador que apresenta uma amostra ainda mais inquietante da baixa do EROI é colapso do “Retorno sobre o Capital Empregado” (ROCE, na sigla em inglês), um rácio utilizado em finanças, avaliação e contabilidade. É uma medida útil para comparar a rentabilidade relativa das empresas depois de considerar a quantidade de capital utilizado. O ROCE é o quociente entre os lucros antes de juros e impostos e o capital investido. Em 2004, as sete companhias anunciaram um ROCE entre 20 e 40%. Na década seguinte o indicador desmoronou drasticamente e agora registam-se números mais baixos (Figura 3). 
 

 
Figura 3. Retorno do Capital Empregado. (SRSrocco Report).

Na Figura 3 pode-se verificar que a BP teve o ROCE mais baixo (19,68%) do grupo, ao passo que a Statoil teve o mais alto (46,20%). Se fizermos a média dos números mais altos e mais baixo, a média para o grupo foi de 29%. Agora, compare-se essa percentagem com a média de 2,4% em 2016 – e isso sem incluir os rendimentos negativos da BP (-0,64%) e Chevron (-0,84%), respectivamente. Ainda que não tenham sido negativos, observe-se o desmoronamento do ROCE da Statoil que experimentou uma queda desde os 46,2% de 2004 para menos de 1% em 2016, um sintoma de que algo cheira muito mal nessa companhias. Devemos recordar que o ROCE elevado obtido em 2004 pelas companhias manteve-se com preço de US$38/b, ao passo que os ROCE de um só algarismo de 2016 decorreram de um preço mais alto (US$43/b). Estas são más notícias porque o mercado não pode se permitir um preço alto do petróleo a menos que a Reserva Federal e os bancos centrais voltem a mover a manivela do dinheiro com programas de estímulo QE ( Quantitative Easing ). 

Vejamos agora a Figura 4, que mostra como a queda do EROI está a destruir as principais companhias petrolíferas do mundo. O gráfico apresenta os fluxos de caixa, ou seja, os fluxos de entradas e saída de caixa num período dado e, portanto, é um indicador importante da liquidez de uma empresa. Em 2004, as sete companhias petrolíferas desfrutaram de um fluxo de efectivo líquido combinado menos dividendos de +34 mil milhões; em 2016 o fluxo era negativo: -39,1 mil milhões. Isso quer dizer que em 2004, depois de estas petrolíferas terem pago seus gastos de capital e dividendos aos seus accionistas, restavam-lhes 34 mil milhões líquidos. Contudo, em 2016 as mesmas companhias tinham um buraco de 39,1 mil milhões depois de pagar gastos de capital e dividendos. Portanto, muitas delas tiveram que pedir emprestado para pagar dividendos. 

Na Tabela 2 pode-se ver como as sete principais companhias petrolíferas mundiais em 2004 obtiveram mais numerário das operações (139,6 mil milhões) em comparação com 2016 (118,5 mil milhões). Esse extra de 21 mil milhões em numerário operativo foi obtido em 2004, apesar de que o preço do petróleo era mais baixo do que em 2016. Contudo, o que realmente prejudicou o fluxo de caixa do grupo de petrolíferas foi o muito maior gasto de capital (117,5 mil milhões) em 2016, a serem comparados com os 67,7 mil milhões de 2004. 
 

 
Tabela 2. Fluxo de caixa das sete maiores petrolíferas do mundo. (SRSrocco Report).

Portanto, o menor efectivo operacional e os maiores gastos de capital tiveram um grande impacto nos balanços destas companhias petrolíferas. Essa é precisamente a razão porque a dívida a longo prazo dispara, especialmente nos últimos três anos, quando o preço do petróleo caiu abaixo dos cem dólares em 2014. Para continuar a satisfazer seus accionistas, muitas das companhias estão a pedir dinheiro emprestado a fim de pagar dividendos. Lamentavelmente, endividar-se para pagar aos accionistas não é um modelo de negócio prudente a longo prazo. 
 

 
Figura 4. Fluxo de caixa menos dividendos para o total das sete petrolíferas maiores do mundo. (SRSrocco Report).

As principais companhias petrolíferas do mundo continuarão a operar com um preço do barril em torno dos cinquenta dólares. Ainda que alguns analistas prognostiquem que está próxima uma alta dos preços do barril, a bonança não durará muito. Sim, é certo que os preços do petróleo poderiam subir mais durante algum tempo, mas a tendência será menor à medida que as economias mundiais comecem a contrair-se. À medida que os preços do petróleo baixem para quarenta dólares ou menos, as companhias petrolíferas começarão a cortar os gastos de capital ainda mais. Portanto, o ciclo de preços mais baixos e o desmoronamento contínuo da indústria petrolífera irão acelerar-se. 

Há uma alternativa que poderia proporcionar um amortecedor a estas companhias petrolíferas: que a Reserva Federal e o Banco Central Europeu ponham outra vez em andamento a impressora monetária numa escala ainda maior, mas isso traria como resultado uma inflação severa e possivelmente uma hiper-inflação. Por isso não seria uma solução do mal a longo prazo e sim, simplesmente, outro remendo de uma série de remendos que só estão a atrasar o inevitável. 

A quebra iminente da outrora todo poderosa indústria petrolífera será a sentença de morte da economia mundial. Sem petróleo, a economia mundial será travada. Naturalmente, isto não acontecerá da noite para o dia. Levará tempo. Contudo, a evidência mostra que já se verificou uma ferida considerável numa indústria que desde há mais de um século proporcionou o petróleo de que o mundo tanto necessita. 

04/Janeiro/2018

Manuel Peinado Lorca – Catedrático da Universidade de Alcalá 

O original encontra-se em www.vientosur.info/spip.php?article13373 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

 
Redação

9 Comentários

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  1. ERRO IMPERDOÁVEL!!! “As maiores petrolíferas” são as estatais!

    Toda a grande mídia brasileira força a barra para esconder que as maiores petroleiras do mundo são estatais… e que os países que encontram relevantes quantidades de petróleo em seu território mantém o controle estatal das reservas… menos nós!!!

    Esse texto está colaborando para esse “fake news” da mídia nacional. Esse tipo de erro não pode ser proliferado entre os blogs de esquerda. Toda vez que citar petroleiras deve repetir o mantra: “AS ESTATAIS SÃO AS MAIORES PETROLEIRAS DO PLANETA… NENHUM PAÍS É IDIOTA DE ABRIR MÃO DE SUAS RESERVAS… SÓ NOZES!”

    “Um relatório feito pelo Banco Mundial mostra a Saudi Aramco (Arábia Saudita), a NIOC (Irã), a KPC (Kuwait), a ADNOC (Abu Dhabi), a Gazprom (Rússia), a CNPC (China), a PDVSA (Venezuela), a Statoil (Noruega), a Petronas (Malásia), a NNPC (Nigéria), a Sonangol (Angola), a Pemex (México)…”

    Nada de comparar Exxon, BP e Chevron com as estatais que detem monopólio de produção em seus países… os problemas são completamente distintos, a queda de preço do petróleo impacta de maneira diferente.

    O gráfico de retorno de capital mesmo é uma piada… uma empresa privada tem como objetivo único retornar capital… uma estatal tem outros objetivos como gerar desenvolvimento e empregos, além de estabilizar o mercado interno e ajudar a combater a inflação.

     

    1. Perfeito
      O cara começou detonando os economistas e anunciando uma aula de termodinâmica. Terminou fazendo uma análise economicista vagabunda e, pra variar, detonando a Petrobrás. Um show de bobagens esse artigo.

  2. EEUU e ARÁBIA AUMENTARAM A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

    Uma questão que parece não ter sido levada em consideração foi o aumento proposital, pelos EEUU e Arábia Saudita,  na produção de petróleo, que, pela lei da oferta e da procura foi um dos grandes elementos que propiciaram a queda do valor do barril de petróleo em todo o mundo,  atingindo, principalmente, a Rússia, a Venezuela e, ainda, o Brasil, levando o preço do barril de petróleo de aproximadamente 130 dólares para até menos que 30 dólares, aumentando, agora, para acima de 65 dólares mais ou menos, o que está recuperando as empresas petrolíferas.

    Uma coisa é certa: o valor do preço do barril caiu muito e trouxe prejuízos às petroleiras, em todo o mundo.

    Aqui, o prejuízo, apregoaram os meios de comunicação, foi a corrupção.

    Isto é história para trouxas, que estão agora pagando o preço da narrativa manipuladora da mídia, que possibilitou a alienação do Pré-Sal e de muitos ativos brasileiros leigados à área a preço de banana, sem qualquer interesse público. 

  3. Petrobrás
    A Petrobrás, por sua vez, “investia” para criar empregos e progresso.
    “Tinha” um custo de extração no pré sal de 7 dólares para um preço do óleo crú a 60 dólares, sem considerar o produto refinado.
    Está explicado o interesse geopolítico do golpe.
    O que não entra na minha cabeça é a burrice dos golpistas ladrões.
    A Petrobrás já foi esbulhada do pré sal. Tudo bem, agora….

  4. comentário

    O artigo se perde ao misturar os dados da Petrobras com os das outras grandes petroleiras. Depois da descoberta do pré-sal a Petrobras mudou sua perspectiva. Enquanto as outras grandes petroleiras veem sua produção cair. A produção da Petrobras vem sempre aumentando e em 2021 deverá alcançar 3,5 milhões de barris dia (oleo e gás natural). Um volume nunca antes imaginável. As outras grandes petroleiras não tem perspectivas de futuro. Nâo tem projetos. O pré-sal brasileiro é a única esperança visível para eles. Em função disto é que foi criada toda esta campanha de notícias falsas contra a Petrobras e a industria brasileira. Eles querem não só o pré-sal como a prinmazia de fabricação dos equipamentos para sua exploração.

  5. Endividamento Petrobras

    Esse texto tem uma série de equívocos: 1) o endividamento da Petrobras deve_se ao forte investimento no Pré-Sal, já das outras Cias ocorre em função do aumento de custo de operacional, pagamentos de dividendos e aquisições vide caso da Shell;: 2) como diria o Mini Carta é do conhecimento até do mundo mineral questão Petrobras não teve prejuízo operacional, ao contrário os lucros foram bastante expressivos. O resultado negativo é resultado do impairment realizado e assim, vender oscativos da Cia na bacia das almas. 3) o principal indicador da indústria  é a adição de reservas petrolíferas e a Petrobras foi muito bem no período. As demais cias estavam literalmente em função delicada já que controlavam apenas 2,5% das reservas mundiais, cenário esse modificado com o acesso ao Pré-Sal e aquisição de vários Campos petrolíferos que a Petrobras vendeu. O golpe no Brasil foi essencial para essas Cias.

     

     

  6. Erros absurdos

    A Petrobras nunca teve prejuízo operacional, mas sim impairment para entregar os ativos da Cia na bacia das almas; A dívida da Petrobras é resultado do esforço necessário para explorar o Pré-Sal e por último o principal indicador do setor são as reservas petrolíferas, sendo que a Petrobras deu um salto extraordinário com o Pré-Sal. As demais cias citadas controlavam apenas 2,5% das reservas mundiais e estavam em vias de desaparecer, mas o golpe no Brasil mudou esse cenário com o acesso ao Pré-Sal. 

  7. Não vale de nada

    A análise não vale de nada.
    O conceito de Energia Obtida por Energia Investida – que no texto está na sigla em inglês, EROI – NÃO DEVE SER automaticamente traduzido em termos econômicos e financeiros, como faz o texto. Tal abordagem é superficial e grosseira.

    Como o nome diz, o EROI procura medir o balanço de energia do setor energético. Do ponto de vista físico, só faz sentido investir na extração de energia (seja qual for a fonte) se ela produzir mais energia do que foi gasta ao longo do ciclo de vida de sua exploração.

    O conceito foi originariamente formulado no campo da biologia. Quando aplicado para o setor energético, ele auxilia na identificação da produtividade de diferentes fontes energéticas. No caso do petróleo e gás, a literatura sugere que os primeiros campos convencionais possuíam um EROI de 100:1 (obtinha-se 100 unidades para cada 1 consumida), número que vem reduzindo desde então com a alteração no perfil e panorama mundial das reservas e da produção.

    Esta última – transição no perfil e panorama mundial das reservas e da produção de óleo e gás – é que contribui para o encarecimento da produção. Mas é somente um dos elementos, e há vários outros que contribuíram para a situação atual das 7 companhias petrolíferas citadas.

    Além disso, analisar a situação econômica das diferentes companhias em conjunto é erro GRAVE. Cada empresa atravessa uma situação devido a fatores específicos. Para citar somente o exemplo da Petrobrás: a dívida da empresa se deu principalmente pelo ritmo ambicioso de investimento na exploração do pré-sal, planejado em período de alta dos preços.

    Ao contrário do que o texto afirma, nenhum centavo da dívida da empresa se deve à diminuição do EROI. Muito pelo contrário: a projeção da literatura era de que a exploração do petróleo de águas ultra-profundas seria mais desafiador e caro do que se observa. Os poços tem se mostrado bem produtivos e a operação da Petrobras, eficiente. Dessa forma, o EROI do pré-sal provavelmente teria que ser revisado para BAIXO.

    Finalmente, o texto ignora como se dá a formação do preço do petróleo, a rede de subsídios existentes, o impacto da crise econômica, entre outros.

    Comparar um período pré-crise (2004) e pós-crise (2016) e atribuir o desempenho das companhias somente ao EROI é de uma estupidez sem tamanho. Coisa estapafúrdia, incompatível com um ‘catedrático’.

    Nassif, isso demonstra uma falha editorial na seleção de textos? Sinceramente, ao publicar porcaria, quem também se emporcalha é o GGN.

  8. A indústria do petróleo está

    A indústria do petróleo está em baixa e não  é de hoje.

    O mundo está procurando mais e mais energias limpas.

    O petróleo é um mal negócio. Tanto ambientalmente como economicamente.

    O sonho do Lula de se tornar um sheik do petróleo deu com os burros n’agua.

    O bilhete premiado da loteria foi um engodo.

    A promessa de investir o petróleo do pré-sal na educação mais uma besteira.

    Mesmo assim as esquerdas ficam assombraando o Brasil com estórias de terror de que os EUA querem roubar o pré-sal do Brasil.

    A Venezuela está em cima das maiores reservas de petróleo do planeta e seu povo passa fome.

    Foi montada uma estrutura para se retirar propina da Petrobrás, achando que lá o dinheiro seria infinito e a Petrobrá quase faliu.

    O Brasil, como sempre chegou atrasado para a festa. Chegou na festa do Petróleo somente na hora de recolher os copos, lavar a louça, tirar o lixo do chao.

    E as esquerdas parecem um disco riscado. Os Eua querem roubar o pré-sal do Brasil, Sergio Moro é agente da CIA pra roubar o pré-sal do Brasil…..

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