Gastos das famílias com saúde aumentam R$ 59 bilhões em uma década

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Uma pesquisa do instituto Datapopular, divulgada nesta quarta-feira (24), confirma que o gasto das famílias brasileiras com saúde subiu 54% em uma década. Em 2002 o brasileiro gastou R$ 110 bilhões para pagar remédios e serviços como plano de saúde e seguro-saúde, já em 2013 o montante deve chegar a R$ 169 bilhões. Os dados descontam a inflação do período.

O levantamento, feito em março, entrevistou 2004 brasileiros de 57 cidades. Os entrevistados foram questionados se nos últimos 15 dias anteriores à data da pesquisa haviam recorrido aos serviços públicos de saúde no país.

Segundo o sócio-diretor do instituto, Renato Meirelles, a maior parte da classe média ainda não tem plano de saúde, mas já representa 51% da população que tem cobertura privada no país.

A pesquisa identificou dois fatores principais no aumento considerável do número de usuários de planos de saúde: o aumento do mercado formal e a expansão da classe média.

Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), no Brasil são 48,7 milhões de usuários de planos, cerca de 25% da população, sendo que 43% deste, 20,9 milhões, usaram o SUS ao menos uma vez após adquirir o plano.

Se considerado o uso dos serviços médicos nos últimos 15 dias referentes ao período da pesquisa (março de 2013), 9,3 milhões de brasileiros precisaram de atendimento médico, o que equivale a 20% dos que têm planos de saúde. Do universo de usuários de planos de saúde e que precisaram de atendimento médico, 16% recorreram aos serviços do SUS, 1,5
milhão de pessoas. Os 84% restantes usaram serviços privados.

Para Meirelles, o brasileiro adotou o plano de saúde para fugir da fila do SUS, mas encontrou no sistema privado uma longa espera no agendamento de consultas. Um atendimento que
normalmente deveria durar de 40 minutos resume-se a 15 minutos. O que torna o SUS a melhor opção para muitos usuários de plano de saúde, em especial nas internações e nos atendimentos de emergência.

Segundo o executivo, o elevado percentual de brasileiros que ainda recorrem ao SUS para atendimento mostra que os atuais planos de saúde não estão dando conta do recado, principalmente nos casos de alta complexidade.

A legislação determina que as operadoras façam o ressarcimento de valores ao SUS quando um usuário informa, ao dar entrada na rede pública, que tem plano particular, porém as operadoras entraram com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) e aguardam o resultado
da sentença.

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Lourdes Nassif

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