Bresser-Pereira crê que novo ministro não fará grandes mudanças

Da Rede Brasil Atual

Para Bresser-Pereira, novo ministro da Fazenda não promoverá grandes mudanças

De acordo com professor da FGV, Nelson Barbosa é um bom nome para o lugar de Levy: “Conhece bem o Estado brasileiro, está comprometido com o ajuste e sabe da importância da taxa de câmbio”, diz
 
por Eduardo Maretti

Ex-ministro da Fazenda de abril a dezembro de 1987, no governo Sarney, e professor da Fundação Getúlio Vargas, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira não acredita em mudanças profundas na política econômica, com a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a indicação de Nelson Barbosa, ex- ministro do Planejamento, para a vaga. “Eu acho que o governo está comprometido em fazer um ajuste fiscal, o que o Levy mais defendia. O governo não conseguiu fazer um ajuste do tamanho que o Levy queria, mas fez próximo. O novo ministro da Fazenda também deve estar comprometido com essa meta”, diz. “Não creio que haja uma mudança muito grande.”

Bresser-Pereira considera Nelson Barbosa um bom nome para ocupar a Fazenda. “É um homem competente. Hoje já conhece bem o Estado brasileiro, está comprometido com o ajuste fiscal, mas não é radical nessa matéria, e sabe da importância da taxa de câmbio.”

Do ponto de vista político, ele acredita que a decisão do Supremo Tribunal Federal de ontem (18), que inviabilizou o voto secreto para a comissão do impeachment e fortaleceu o Senado, dá fôlego ao governo. “Mas isso, mais amplamente, apenas confirma o que venho afirmando desde que começou esse projeto de impeachment, que considero de uma irresponsabilidade total por parte de Eduardo Cunha e da oposição, do PSDB, PPS. A democracia brasileira é consolidada, no meu entender.”

Na opinião do economista, “a tentativa de impeachment é um golpe de Estado, e um golpe é um retrocesso no processo democrático muito sério”. “Acho que os brasileiros não estão dispostos a correr esse risco. Não acredito no impeachment de forma nenhuma”, diz, para em seguida fazer uma pequena correção: “Não digo que tenho 100 por cento de certeza, mas 90 por cento eu tenho, que não vai sair o impeachment. A decisão de ontem do Supremo vai nessa direção e tornou muito mais difícil a tarefa dos ‘impichadores’”

Reconhecidamente defensor do ajuste fiscal, embora ressalve que não é um radical quanto a isso, Bresser-Pereira considera correta a política de ajuste. “Mas sou muito crítico de quem afirma que o ajuste é a coisa mais importante, que é preciso fazer para o país retomar o crescimento, o que não é verdade. O mais importante para a retomada do crescimento já foi feito, e foi o ajuste feito pelo mercado da taxa de câmbio”, avalia.

Para Bresser-Pereira, o principal efeito da elevação do dólar é tornar as empresas industriais brasileiras novamente competitivas. “É questão de mais tempo para que elas voltem a investir.”

O economista entende que “o grande erro” que a presidenta Dilma Rousseff cometeu foram as desonerações levadas a cabo no primeiro mandato. “Foi uma coisa que ela pensou que era política industrial, e foi um desastre. Quando ela viu o tamanho da crise, passou a fazer a política correta. Acho que o novo ministro (da Fazenda) vai fazer a política correta.”

 

Redação

7 Comentários

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  1. O PIG TEM CERTEZA QUE VAI DAR

    O PIG TEM CERTEZA QUE VAI DAR ERRADO!

    Ele quebra a SINERGIA entre governo + povo sem o  qual não cria solução!

    Se o povo acreditasse que o resgate dos bancos IA FAZER ÁGUA, QUEBRARIA O SISTEMA!

    O PIG FEZ UMA CAMPANHA IRRETOCÁVEL E FEZ ACREDITAR QUE O PROER ERA UM BEM PARA O POVO, ainda que o dinheiro caísse nas costas do povo para garantir os banqueiros que cobram juros escorchantes do próprio povo!

    Sem falar da privatização!

    Agora eles vão fazer propaganda reversa!

    Ai governo, está faltando comunicação com o POVO!

    1. E o PIG faz campanha para que

      E o PIG faz campanha para que o petismo não permita que os nossos banqueiros continuem com o seu lachinho de lucratividade só para detonar esse do poder. Vão se lascar, pois o governo petista quer mesmo é que tenham um almoço de lucrativade  bem gordo

  2. O vácuo político permanece

    A questão técnica foi resolvida, sai um técnico tímido, entra outro técnico discreto, o vácuo político permanece. O sonho de um superministro da Fazenda com características de Primeiro Ministro que assumisse o protagonismo político de modo a suprir as carências da Chefe de Estado, não foi possível, fica para a próxima. 

  3. trajetória

    “É questão de mais tempo para que elas voltem a investir.”

     

     Para que isso realmente tenda a acontecer é necessário que o CMN desde já se comprometa com uma trajetória declinante dos juros reais, no sentido de que se tenha certeza que o câmbio não mais será sobrevalorizado pela política monetária.

     Nesse sentido, a contrapartida do ajuste fiscal, com limitação dos gastos previdenciários (regime geral e servidores, quem sabe com alíquotas progressivas de contribuição) e com os servidores (quem sabe, também, com alíquotas progressivas de contribuição), em relação ao PIB, é importantíssima.

  4. trajetória

    “É questão de mais tempo para que elas voltem a investir.”

     

     Para que isso realmente tenda a acontecer é necessário que o CMN desde já se comprometa com uma trajetória declinante dos juros reais, no sentido de que se tenha certeza que o câmbio não mais será sobrevalorizado pela política monetária.

     Nesse sentido, a contrapartida do ajuste fiscal, com limitação dos gastos previdenciários (regime geral e servidores, quem sabe com alíquotas progressivas de contribuição) e com os servidores (quem sabe, também, com alíquotas progressivas de contribuição), em relação ao PIB, é importantíssima.

  5. é bom ler mais um artigo

    é bom ler mais um artigo lúcido do profesor bresser.

    as opiniões dele sobre os absurdos do impeachment são memoráveis…

  6. O Impeachment devidamente

    O Impeachment devidamente embasado não e golpe, pelo contrario é democratico.

    Pois somente onde há democracia consolidade há impeachment…rs

    Eu sou contra o impeachment pois acho que irá beneficiar tremendamente o PT, mas se a economia continuar derretendo o impeachment sera inevitavel pois não há mais sustentação popular para esse governo e o que resta dela no aspecto politico avalizado pela ala carioca do PMDB ira se esvair se o povão voltar as ruas como fizeram no inicio do ano.

    A manifestaçao pelega que cinicamente foi rotulada de Legalista pela esquerda não quer e nunca quis dizer nada no tocante ao apoio que este ou qualquer governo tenha do verdadeiro povo.

    Logo se a economia continuar ruim ( nem precisa piorar ) na proxima manifestação o povão vai para a rua e politico nenhum vai querer salvar o governo as custas de sua propria imagem,afinal foi exatamente isso que derrubou o collor… 

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