O pacote Levy deixou a queda da Selic para Temer chutar

 
Desde fins do ano passado se sabia que a queda da inflação já estava contratada a partir do segundo trimestre, na medida em que saíssem da contagem anual os impactos dos mega-reajustes tarifários do ano passado.
 
Ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) já poderia ter dado início à redução da Selic, devido ao fato das taxas estarem caindo no mercado futuro, acompanhando as projeções de queda da inflação. Deixou o pontapé da vitória para Michel Temer.
 
A queda, além disso, desmente esses mitos alimentadas pelo mercado, da inflação ter relação direta com desajustes fiscais. A não ser em períodos de emissão descontrolada de moeda, a inflação tem relação com fatores tradicionais, demanda, choques de oferta, choques de preços administrados.
 
Ontem, o Copom alertava que a inflação caíra, apesar dos desajustes fiscais, mas poderia voltar a subir se a questão fiscal não fossem bem equacionada. Os desasjustes fiscais de 2015 foram o principal álibi para a elevação da Selic, que aprofundou os desajustes.
 
É evidente que há que se equilibrar as contas.
 
A maneira encontrada por Joaquim Levy, no entanto, conseguiu o extraordinário feito de jogar a economia na maior recessão da história, enfraquecer o governo e deixá-lo presa fácil do golpismo, e legar o trabalho “limpo” (a redução da Selic) para o sucessor.

 
Não faltaram avisos para os erros do tal pacote fiscal em pleno processo de queda da atividade econômica. Derrubou mais ainda o nível de atividade, inviabilizando qualquer equilíbrio das contas públicas sem a recriação de impostos.
 
Ao mesmo tempo, enfraqueceu de forma terminal o governo, inviabilizando qualquer acordo político. Vendeu para a presidente a fantasia de que se fizesse o mal de uma vez, a recuperação seria milagrosamente rápida. Em março do ano passado, a presidente estava convicta de que o pior já havia passado.
 
Todo o desenho mágico se baseava em uma suposição irreal. A queda da inflação levaria a uma inversão das taxas longas de juros. Quando isto ocorresse, os investidores milagrosamente sairiam de seus bunkers e irrigariam a economia com investimentos de longo prazo.
 
Esse visão milagreira atinge todos os economistas que saltam do livro-texto para o cargo de Ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central. Em suas fabulações consideram que a vontade comanda a economia. Basta vontade política e persistência para todos os males serem vencidos.
 
Não entendem a economia como um organismo complexo, vivo, composto por agentes econômicos que se entrelaçam, sendo mutuamente afetados. Grandes choques afetam profundamente esse equilíbrio. Como não entendem esse jogo julgam que o equilíbrio será imediatamente recomposto com a entrada de um agente externo (os investimentos), como se o cenário econômico também não condicionasse suas decisões.
 
No ano passado, o choque fiscal veio acompanhado de um choque monetário inútil. Enquanto o choque fiscal derrubava a demanda, deixando as empresas amarradas a estoques, o choque monetário as impedia de retornar para o estágio anterior, de fazer uma travessia menos traumática para um patamar menor de vendas. Mesmo sabendo-se que a inflação era decorrente de choques tarifários, e cairia assim que o impacto desses choques saísse da contagem anual.
 
Os resultados óbvios foram as quedas recordes do PIB em 2015 e em 2016.  ÉEo mantra defensivo do mercado, de que pacote não foi bem sucedido porque Dilma Rousseff não lhe deu o respaldo necessário. Ela deu ao pacote o máximo que um governante poderia oferecer: seu próprio mandato.
Luis Nassif

47 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. é incrível
    Como Dilma conseguiu se cercar de tanta incompetência e trairagem. JEC na justiça, Levy na fazenda, Janot na PGR, nem vou citar as péssimas indicações para o STF. Ou o vice.

    Será que o PT não aprendeu *nada* com o julgamento midiático do mensalão??

    Triste, muito triste. Um retrocesso de pelo menos dez anos para as esquerdas.

  2. É nessa hora que um

    É nessa hora que um presidente com sensibilidade evita cair nessas armadilhas. Imagine quantas ideias de “jênio” pra economia lula deve ter ouvido em seus 8 anos. Mas ele sabia separar o joio do trigo. Dilma não tem esse dom. Seja seguindo uma direção ou a oposto dessa ( no caso, Mantega e depois Levy), ela vai até o fim, mesmo que ao lado estejam avisando que a coisa pode dar errado. 

  3. A guerra bate as portas

    Não adiantará o Temer reduzir a Selic.

    Só um pacto Nacional contra a agiotagem e o dinheiro desonesto que usamos, com respaldo do Congresso, do STF e da população nos salva agora.

    Com a Dilma é mais fácil, na minha humilde opinião, pois tem mais legitimidade e é mais honesta.

     

    1. Cadê a legitimidade?

      De saída Dila não tem aopio no STF e no Congresso, e arrisco a dizer que por razões certas ou erradas uma metade da população também não acredita nela como gestora, não estou nem falando em relação a honestidade. Não se pode esquecer que ela se reelegeu com um programa e fez o oposto (está aí o Levy que não me deixa mentir)

      Por fim, acreditar em um grande pacto nacional é acreditar que exista neste momento alguém com carisma suficiente e capacidade de conciliar a nação para ser um Salvador da Pátria, . Se existir um, na minha também humilde opinião, ele ainda não deu as caras.

      1. Eu falei em MAIS legitimidade e não em absoluta legitimidade

        O Congresso, agora, que o PMDB já disse que não vai dar nada para ninguém, vai votar acreditando que escapa da cadeia.

        Quanto ao Salvador da Pátria eu particularmente não acredito que exista. Alguém que sozinho consiga vencer a banca e o seu dinheiro.

        Mas o Brasil não está só nesta briga, boa parte do Mundo quer ver este pessoal das finanças por trás, aliados os há, basta que o articulador tenha credibilidade e o País estrutura de gestão capaz de garantir os acordos e pactos. Não é um sonho que se sonha sozinho, mas coletivo e ai sim, surge o adverso  para o novo pacto.

        A Dilma, por seu histórico de lutas e não conchavos é muito superior ao Cunha, ao Aécio e ao Temer, sem comparação.

        Mas o Requião por exemplo seria um bom negociador no meu modo de ver também, outros nomes também devem surgir com igual capacidade ou melhores, mas lhes faltarão 54 milhões de votos ainda.

        Soluções deste porte são sempre de compromisso, um perde ganha, onde o lado mais forte sempre leva vantagem, a outra alternativa é o reset, que não me parece ser o que desejamos.

    2. Paul Craig Roberts : A III guerra mundial já começou

      The Third World War is currently being fought. How long before it moves into its hot stage?

      Washington is currently conducting economic and propaganda warfare against four members of the five bloc group of countries known as BRICS—Brazil, Russia, India, China, and South Africa.

        

      Eric Draitser provides some details of Washington’s assault on Russia:http://www.mintpressnews.com/brics-attack-western-banks-governments-launch-full-spectrum-assault-russia-part/215761/

       

      …of Washington’s attack on South Africa:http://www.mintpressnews.com/brics-attack-empires-destabilizing-hand-reaches-south-africa/215126/

       

      …and of Washington’s attack on Brazil:http://www.mintpressnews.com/brics-attack-empire-strikes-back-brazil/214943/

       

      For my column on Washington’s attack on Latin American independence, see:http://www.paulcraigroberts.org/2016/04/22/washington-launches-its-attack-against-brics-paul-craig-roberts/

      Brazil and South Africa are being destabilized with fabricated political scandals. Both countries are rife with Washington-financed politicians and Non-Governmental Organizations (NGOs). Washington concocts a scandal, sends its political agents into action demanding action against the government and its NGOs into the streets in protests.

      Washington tried this against China with the orchestrated Hong Kong “student protest.” Washington hoped that the protest would spread into China, but the scheme failed. Washington tried this against Russia with the orchestrated protests against Putin’s reelection and failed again.

      To destablilze Russia, Washington needs a firmer hold inside Russia. In order to gain a firmer hold, Washington worked with the New York mega-banks and the Saudis to drive down the oil price from over $100 per barrel to $30. This has put pressure on Russian finances and the ruble. In response to Russia’s budgetary needs, Washington’s allies inside Russia are pushing President Putin to privatize important Russian economic sectors in order to raise foreign capital to cover the budget deficit and support the ruble. If Putin gives in, important Russian assets will move from Russian control to Washington’s control.

      In my opinion, those who are pushing privatization are either traitors or completely stupid. Whichever it is, they are a danger to Russia’s independence.

      As I have often pointed out, the neoconservatives have been driven insane by their arrogance and hubris. In their pursuit of American hegemony over the world, they have cast aside all caution in their determination to destabilize Russia and China.

      By implementing neoliberal economic policies urged on them by their economists trained in the Western neoliberal tradition, the Russian and Chinese governments are setting themselves up for Washington. By swallowing the “globalism” line, using the US dollar, participating in the Western payments system, opening themselves to destabilization by foreign capital inflows and outflows, hosting American banks, and permitting foreign ownership, the Russian and Chinese governments have made themselves ripe for destabilization.

      If Russia and China do not disengage from the Western system and exile their neoliberal economists, they will have to go to war in order to defend their sovereignty.

      1. Porque são impossíveis reformas reais agora

        Why Real Reform Is Now Impossible

         

        The endless bleating of well-paid pundits in the corporate media about “reform” is just more circus.It’s difficult for well-meaning pundits to abandon the fantasy that meaningful reform is possible. Indeed, a critical function of the punditry and corporate media is to foster the fantasy that the status quo could be reformed if only we all got together and blah blah blah.As I explain in my new book Why Our Status Quo Failed and Is Beyond Reform, real structural reform would trigger the collapse of the status quo. (As a reminder, the status quo benefits the few at the expense of the many.)But there’s another dynamic that makes reform impossible. I’ve prepared a chart to explain this dynamic:Central banks have transformed the market–in stocks, bonds, commodities and risk–into the signaling mechanism that tells us all is well. Even though the real-world finances of the bottom 95% continue deteriorating, a rising stock market and suppressed measures of risk signal that the economy is doing well. If you’re not doing well, it’s your personal problem; the status quo is fine and needs only minor tweaks.Elevating the market into the oracle of economic health creates a systemic risk:If the market tanks, the status quo is called into question. People start asking, is it truly a wonderful arrangement that benefits us all, or is it really just a skimming machine that funnels money and wealth from the many into the voracious maws of the few?Central banks thwart this existential danger to the status quo by rescuing the market every time it approaches the market clearing event level. (see chart) In a market clearing event, risky loans and bets are liquidated, credit dries up, risk soars and the price of assets falls to levels that once again make fundamental sense.Market clearing events are a necessary part of a healthy credit and asset-allocation system. If the market is never allowed to clear away the dead wood of mal-investments, high leverage, nose-bleed valuations, bad bets and risky loans that should never have been issued, all this dead wood eventually chokes off healthy expansion.The problem for central banks is a market clearing event pushes markets to levels that call the entire travesty of a mockery of a sham status quo into question. That is too dangerous to risk, so central banks quickly defend the fantasy that markets only drift higher, stopping any market clearing event in its tracks.This leaves the economy increasingly vulnerable to the financial equivalent of an uncontrollable forest fire that burns away all the collected dead wood that has been protected by the central banks.At some difficult to predict point, a random financial flame ignites the accumulated dead wood and the markets are torched in a conflagration so intense not even massive central bank intervention can extinguish the flames.Structural reform is only possible when markets and sentiment crash far below the market clearing event level. Meaningful reform only becomes politically, economically and socially possible when the status quo has failed so obviously and so painfully that even its most entrenched defenders concedes that the choice has boiled down to either full-blown revolution or meaningful reforms that limit the power of the few at the top of the wealth/power pyramid.The pyramid by the number of people in each wealth bracket:The pyramid by the assets and income held by each wealth/income bracket:But the process of real reform is quickly hijacked by vested interests once the markets recover back to the market clearing event level. Once the crisis has passed, the well-oiled machine of lobbying, grift, graft and campaign contributions kicks into gear and waters down or co-opts the reforms into PR facades designed to fool the masses into believing the reforms will work as advertised (for example, all the “reforms” passed in the aftermath of the 2009 meltdown: thousands of obfuscating pages of Obamacare, bank regulations etc.)The only time meaningful reform is possible is in a crisis that reveals the true nature of the status quo, and central banks will create as many trillions of dollars, yen, yuan, euros etc. as are needed to erase that moment of clarity and truth.The endless bleating of well-paid pundits in the corporate media about “reform” is just more circus designed to distract us from the much colder truth:the status quo is beyond reform. The choice is either collapse or well, collapse: letting the status quo strip-mine the bottom 95% will eventually lead to collapse and so will structural reforms that deprive the few of their power to create near-infinite sums of money and credit for their cronies.My new book is #2 on Kindle short reads -> politics and social science: Why Our Status Quo Failed and Is Beyond Reform ($3.95 Kindle ebook, a 20% discount thru May 1, $8.95 print edition) For more, please visit the book’s website.

         

  4. Quem chamou Levy ?

    Os amigos podem me corrigir mas me recordo de ter ouvido na época do Mantega, que Dilma dizia a política econômica era dela, não do ministro.

    Se ela não teve sensibilidade nem visão para perceber onde as idéias de Levy a levariam, e pior ainda: onde nos levariam, à essa recessão brutal que ameça solapar todos os avanços da década anterior, quem ela pode culpar se não a si mesmo?

    Governar não é apenas entender de leis e de assuntos na teoria, mas principalmente se esforçar por tornar melhor, no dia a dia, nas pequenas coisas a vida do cidadão, caso contrário as grandes idéias vão para o buraco rapidinho. 

  5. Golpe é pra enriquecer plutocratas, não para aquecer economia

    Vocês estão sendo muito ingênuos se acham que os juros vão cair por razões objetivas. O golpe é para enriquecer os plutocratas, não para aquecer a economia.

  6. A bem da verdade

    Por uma questão de justiça, não devemos esquecer que em 2013 Dilma enfrentou o rentismo e baixou a Selic, mas foi fortemente sabotada pelos mesmos, utilizando a velha tática de aterrorizar com o perigo da volta da inflação, através de “deformadores” de opinião bem pagos para defender seus interesses na mídia. E a sabotagem foi devidamente complementada pela elevação real dos preços dos produtos dos oligopólios, para equilibrar seus balanços (ganhos na mergem de venda para compensar perdas nas aplicações em títulos do Tesouro). Agora, atualmente já não se pode exigir mais nada do governo, que está a poucos dias de ser definitivamente derrubado.

  7. Nassif,fico na dúvida se vc é

    Nassif,fico na dúvida se vc é melhor analista em economia ou política!!

    Gostaria de ver vcs dos BLOGS DO JORNALISMO DO BEM com uma pauta própria e

    até AFINADOS entre sí,já que vejo vcs sempre comentando matérias do PIG,porque então

    NÃO FAZEM IGUAL(menos no jornalismo né) e afinem-se,estamos sedentos por isto!!!

    Agora comentando sobre o artigo,NUNCA VÍ UM GOVERNO AUTODESTRUTIVO como este!!!

  8. “Todo o desenho mágico se baseava em uma suposição irreal”

    “Todo o desenho mágico se baseava em uma suposição irreal”

    Relamente é a única explicação possível…

  9. Será que o Temer vai abaixar

    Será que o Temer vai abaixar a selic? Acho que vai fazer algumas coisas demagógicas para amenizar sua impopularidade. Mas o simples anúncia de queda de juros reverbera no povão? Este fica de olho em preços e no salário. 

    E por outro lado, é o capital financeiro que mais atua pelo golpe. Possivelmente não vai aumentar, se abaixar, nem sei se fará diferença, pois a situação política, que tende a se agravar, poderá imobilizar o investidor produtivo.

    De qualquer forma mostra o que é não fazer uso do ‘quanto pior, melhor”. Alguma dúvida de se fosse o contrário, a oposição não abaixaria os juros além da conta, para depois o PT ter que aumentar? 

  10. Uma política monetária que

    Uma política monetária que usa como meta um índice de inflação fortemente influenciado por hortifrutigranjeitos, não pode ser levada à sério.

  11. É na crise que se fazem os melhores negócios

    O neoliberalismo precisa de crises para justificar restrição de direitos e gastos sociais.

     Agora os mesmos economistas que defendiam gastos nas áreas sociais veem à público defender a ponte para o futuro do PMDB.

    Basta ver o posiocionamento de Delfim, por exemplo.

    Todos atacam os gastos do governo para justificar cortes na previdência, direitos trabalhistas  e orçamento com saúde e educação, mas nunca tocam o principal problema do Brasil: o rentismo, o excesso gasto com juros.

    O nível da carga tributária subiu com o plano real, e para onde foi esse dinheiro?

    Para tesourarias, para as mãos de poucos.

    Um pais que pagou uns 500 bilhões com juros, operações compromissadas e Swaps cambiais sai dessa crise facilmente se reverter boa parte desse dinheiro em investimentos.

    Contam-nos uma historinha a muito tempo sobre o monstro da inflação e que devemos nos submeter a enormes sacrifícios para que ele não volte. 

     

     

     

  12. Comentário.

    A taxa de juros do FED, o Banco Central Privado dos Estados Unidos, não está em zero, muito menos negativa. Vc confiaria o seu dinheiro nos Estados Unidos ou num país com instabilidade política como o nosso? Com exceção do Panamá, claro, Ilhas Virgens e assemelhados.

    Acredito que não vá abaixar a SELIC de acordo com a inflação em queda. Talvez pese mais a instabilidade político-institucional do que aquilo que o Copom está pensando sobre a SELIC.

    O capital detesta instabilidade, sobretudo o especulativo.

    Ou será que a entrega do Congresso Nacional das jóias da Viúva já são uma tentativa de colocar o Brasil numa rota de exploração sem limites como forma de “atrair investimento” (sic)?

  13. FHC também legou o “trabalho limpo” para Lula

    Arrumou a casa em termos fiscais, controlou a inflação e mesmo a mal feita liberação cambial era necessária. O PT falou mal disso tudo, mas se valeu dos benefícios conquistados ao longo dos anos 2000, inclusive mantendo as políticas anteriores, ao longo do excelente primeiro mandato de Lula. O problema é que, além de ser feio não reconhecer os méritos alheios, a mistificação que o PT sempre faz não o permite perseverar no que é correto. E então, no segundo mandato de Lula e no primeiro de Dilma, começou o desmonte da herança bendita. Ora, então, como assim dizer que Temer vai se beneficiar da queda nos juros se foi Dilma primeiramente quem badernou completamente a casa toda? Pelo contrário, ele está pegando uma bomba gigantesca, armada por Dilma e não encarada por ela nem pelo PT. Por mais que quem está assumindo o poder não seja flor que se cheire, está infinitamente distante da irresponsabilidade econômica que nos levou para o buraco. Não dá para votar na atual esquerda brasileira enquanto ela não entender os erros que ela mesma cometeu (salvo honrosas exceções, como a sensatez de um Cristovam Buarque, claro).

  14. Quando acho que a Dilma vai parar de dar tiro no próprio pé…

    Ela sempre consegue surpreender… para pior.

    A impressão que dá é a de que ela está completamente cercada por incompetentes. Não dá para acreditar.

    Como é duro defender esse governo. É cagada atrás de cagada. Continuarei defendendo a Democracia e que ela conclua seu mandato até 2018. Qualquer coisa diferente, é golpe. Mas, defender o governo… não dá mais pé.

  15. O Temer vai abaixar a Taxa

    O Temer vai abaixar a Taxa Selic. Será?

    Vejamos:

    1 – Hoje o Estadão noticia que no governo Temer vão ser cortadas 4 milhões de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família

    2 – Outra medida anunciada é a desvinculação dos beneficios previdenciários dos reajustes do salário mínimo. Essa medida atingirá 22 milhões de aposentados

    3 – E coroando as medidas de “estímulo à economia”: fim de todas as indexações para reajuste salarial

    Como se vê são medidas que vão retrair violentamente o consumo no país. Menos dinheiro em mãos da população, menos consumo. Menos consumo,  menos emprego e menos recolhimento de impostos. Menos recolhimento de impostos, menos dinheiro para suprir o tesouro nacional. Menos dinheiro no caixa do tesouro mais emissão de títulos. Tesouro deficitário, taxas de juros Selic cada vez maiores.

    Taxas maiores e menos arrecadação= venda da Petrobrás e de todas as empresas públicas lucrativas a preço de banana. Como a venda das empresas era só pretexto, o problema de caixa do governo não será resolvido (lembra da Vale que foi entregue ao mercado pelo dinheiro que tinha em caixa?) e aí o governo aumentará mais ainda o valor dos títulos e recorrerá ao FMI para pagar os juros… 

    E daqui há 30, 40 anos nossa elite e a classe média  brasileira, que têm horror a corrupção, ficará sabendo quanto os donos da imprensa brasileira, Globo a frente, receberam de instituições americanas para transformar o país numa república das bananas. Saberá também o quanto receberam  Moro, seus procuradores e sua policia política para preparar o golpe. E o quanto recebeu o PGR Janot para ferrar a Petrobrás nos Estados Unidos. E o quanto alguns juizes do STF receberam para proteger Eduardo Cunha e os corruptos do Congresso brasileiro para cassar a presidente.

    Bom, a corrupção dos políticos não será preciso informar: nossa elite e nossa classe média já sabe e é cúmplice desses corruptos.

    E aí? Bom e aí? O Lula já terá morrido e nossa elite e nossa classe média terá que arrumar outro inimigo público número 1 para odiar e justificar a espoliação do nosso país. Isso depois de um breve período de um governo nacionalista que investirá em empresas públicas que nos serão roubadas e entregues ao mercado a … preço de banana.  E compradas pelos investidores que aplicarão em títulos do governo reajustados com a taxa Selic que segundo o Nassif não vai subir.

    Eu acho que vai. Assim como começo a acreditar que o maior problema do país chama-se Carmém Miranda, Foi ela quem transformou as bananas em emblema maior do Brasil..

     

  16. TRISTE TRAGICOMÉDIA ANUNCIADA

    Pois é. Inúmeros foram os avisos que alertaram para o erro gritante de adotar políticas recessivas quando a economia já mostrava claros sinais de uma grave crise de demanda, resultante de um roteiro construído por inúmeras medidas articuladas e estarrecedoras.

    Muitos comentários que postei com sincera humildade e absoluta isenção aqui no GGN e em outros sites da mídia alternativa têm a tônica voltada para a demonstração dos diversos indícios de que a política econômica adotada pelo governo federal desde o início de 2015 equivalia a atirar no próprio pé.

    Lamentavelmente, o governo Dilma preferiu dar ouvidos ao canto de sereia, entoado por muitos de forma mal dissimulada em favor de interesses cujo objetivo cruel era dirigir a nação direto para fragorosos naufrágios. E este plano de plantar ventos para colher tempestades tem objetivos altamente danosos para a democracia e os direitos sociais.

    Seria até risível se não fosse tão triste. Um governo que se pretende progressista e que instala nos postos decisivos indivíduos e grupos historicamente comprometidos com políticas elitistas, excludentes, egoístas e injustas. Um governo que até hoje permanece indiferente aos apelos da militância independente que clama por posturas sustentáveis de defesa do equilíbrio econômico, de indução do crescimento da economia real, de promoção do desenvolvimento social e de construção da cidadania.

    Todavia, sempre é tempo de buscar de fato compreender o passado, para alterar as rotas comprovadamente inadequadas. É hora então de reavaliar as opções políticas e redefinir as orientações estratégicas, pois um futuro mais justo e promissor para todos depende da capacidade coletiva de aprender com os erros e de reinventar as metas e os métodos.

    Fato é que, na política, assim como na vida pessoal, o que se colhe é o resultado daquilo que se plantou. Assim, é preciso começarmos pelo questionamento das premissas e dos pressupostos, para viabilizar a ampla compreensão das questões essenciais. A História ensina que as jornadas transformadoras são por vezes extremamente desgastantes e que mesmo as caminhadas mais longas começam com o primeiro passo. A coerência, o bom senso e a coragem podem fazer com que esta queda anunciada da economia seja enfim transformada em passo de dança. Nunca é tarde para renascer qual Fênix.

    1. A política econômica suicida foi a partir de 2009, não 2015

      Se vocês não entenderem o real ponto onde começaram os erros do governo, a esquerda perderá toda a credibilidade. Desde 2013 já havia alertas para com os erros que levariam a 2015. E esses alertas continuaram durante 2014 inteiro. Entendam isso, o governo foi totalmente irresponsável com os gastos públicos e o controle inflacionário. 2015 não teria sido o que foi se não fosse a farra dos anos anteriores.

      1. COERÊNCIA E PERSEVERANÇA

        Sim. Sem dúvida os erros das políticas adotadas pelo governo federal não começaram em 2015, e sim muito antes, desde os governos Lula.

        Dentre os mais prejudiciais, pode-se citar a política de desonerações, que agravou ainda mais a queda da arrecadação, e o contingenciamento de despesas, feito de modo desordenado e incompatível com as prioridades relativas à manutenção de serviços essenciais e à sustentação da demanda agregada.

        Além de tantos outros erros crassos, como a liberação de transgênicos e a falta de uma indispensável prioridade à agricultura familiar. A ilusória transposição do São Francisco, que beneficia muito mais o latifúndio exportador do que a população carente do sertão profundo, e que foi feita sem a urgente recomposição das nascentes e matas ciliares ribeirinhas.

        As cruéis, desastrosas, ilegais e inconstitucionais liberações de usinas hidrelétricas na Amazônia, que vão favorecer apenas a indústria mineradora e penalizar as comunidades tradicionais e o equilíbrio ambiental, com a intensificação de graves consequências no inchaço das zonas urbanas de cidades sem estrutura.

        A pouca ou nenhuma atenção às questões relativas à posse da terra, com o quase completo abandono das iniciativas relativas à reforma agrária e à demarcação de terras indígenas e quilombolas. Além de tantos outros equívocos bastante lamentáveis.

        Porém, ainda assim, podemos ter certeza de que tudo seria muito pior se os governos fossem dirigidos por grupos e partidos mais à direita. E vale reiterar, sempre é tempo de reavaliar os erros do passado para repensar os objetivos do futuro, pois a perseverança faz renascer das cinzas a Fênix da esperança.

      2. Esclareça os erros de Mantega a partir do quadro abaixo

         

        Felipe Lopes (sexta-feira, 29/04/2016 às 09:01),

        Não sou economista e, supondo que você seja, gostaria que você, estudando o quadro abaixo e conhecendo os erros que Guido Mantega realizou na economia, explicasse e explicitasse quais foram esses “erros” que justificariam o crescimento tão forte dos investimentos no quarto trimestre de 2012, e no primeiro e segundo trimestre de 2013 (Deixei a taxa trimestral e a anualizada em negrito para o período) e também que você explicitasse quais foram os erros que provocaram a reviravolta na retomada dos investimentos no terceiro trimestre de 2013.

        O quadro é o seguinte:

        QUADRO PARA SER ESCLARECIDO (Dados obtidos no Boletim do IBGE sobre o PIB trimestral utilizando a informação na última vez que ela aparece no Boletim. Para o FBCF a defasagem é de quatro trimestres e para o PIB a defasagem é de 5 trimestres)

        Trimestre   1º Trim   2º Trim   3º Trim   4º Trim   1º Trim   2º Trim   3º Trim   4º Trim

        Ano                2012       2012       2012        2012       2013       2013       2013       2013

        Taxa FBCF   – 2,2        – 1,5       – 1,4          1,8          3,9         3,4        – 1,7        – 2,1

        Anualizada   – 8,5        – 5,8       – 5,4          7,3        16,4         14,3       – 6,6        – 8,1

        Taxa PIB          0,1           0,1          0,6           0,9          0,4         2,1        – 0,5           0,1

        Anualizada      0,4          0,4          2,4          3,6          1,6          8,7         – 1,9          0,4

        Fazer a crítica de modo vago como Luis Nassif tem feito há muito tempo é fácil. Se você for economista, como parece ser, entre nos detalhes dos dados que são apresentados acima e aponte com precisão o erro de Guido Mantega que fez os investimentos descambarem no terceiro trimestre de 2013.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 29/04/2015

        1. Joe Biden

          A única coisa que foi significativa que encontrei até agora para a reviravolta econômica no segundo semestre de 2013 foi o desentendimento entre a Dilma e o Joe Biden, donde concluo, que ele representava os interesses da banca e estes não foram aceitos pelo governo, o que desencadeou o processo de impedimento e mudança que estamos assistindo.

          É o governo versus a banca agiota que não teve seus interesses contemplados na viagem do vice americano.

          Seria mais interessante que alguém aqui do blog, com mais informações sobre o que realmente aconteceu para o Joe Biden sair de Brasília batendo o pé e correr para São Paulo, para chorar as pitangas, trouxe-se aqui para nossso conhecimento.

          Que a virada foi no terceiro trimestre de 2013, não resta dúvida.

          1. What Happens If Everybody

            What Happens If Everybody Pulls Their Money Out Of The Bank Today?

            For every dollar that you have in the bank there is actually 0.00061 dollars available…in other words, there’s 6 cents for every $100 dollars of deposits that you have at the bank.

            As Mike Maloney explains in this brief clip, we live in an economic system that is made complicated by design.

            Basically, it’s set up so most people don’t even try to understand it.

            Got Gold?

            Comprem ouro!

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=hcHmxQ-fnpc%5D

  17. O eventual governo Temer

    O eventual governo Temer realmente poderá assumir num momento oportuno, com a inflação já bem amansada e com previsão de baixa na taxa de juros.

    Pra completar, uma alta taxa de desemprego, fruto da política econômica do Levy. Cenário muito bom para os neoliberais (na visão deles), que consideram o desemprego fator preponderante para baixar o custo da mão de obra e para reduzir o consumo. 

    Mas estes fatores não são suficientes para garanir o bom funcionamento da economia. Como bem disse o Nassif, falta a visão da economia como “um organismo complexo, vivo, composto por agentes econômicos que se entrelaçam, sendo mutuamente afetados”.

    E o fator crescimento econômico, como fica? Não teremos na condução da economia nenhum desenvolvimentista. Pelo contrário, teremos monetaristas.

    Como estarão se comportando as commodities? Eventual sucesso da política econômica, com certeza, dependerá deste comportamento. Caso os preços se mantenham em patameres reduzidos no mercado mundial, nem milagre resolve por aqui.

    1. O Nassif já colocou a posição

      O Nassif já colocou a posição dele sobre a atuação do Mantega aqui várias vezes.

      Mais ou menos o que ele diz é que o Mantenga trocou os pés pelas mãos nas medidas anticíclicas. Ele promoveu uma desoneração fiscal em massa sem ter uma política industrial bem definida, sem propor metas e contrapartidas dos seguimentos da economia que estavam sendo favorecidos e sem mexer em dois dos principais problemas que afetam o setor industrial desde o início do Real: câmbio valorizado e juros altos.

      Aí aconteceu o que se viu. A arrecadação caiu devido às desonerações sem que viesse o crescimento nos investimentos que se esperava. Os setores benficiados ao invés de investir embolçaram os benefícios fiscais (as multinacionais ainda remeteram para o exterior).

      1. Ou seja, Levy assumiu um país

        Ou seja, Levy assumiu um país quebrado por Mantega. Mas isso é convenientemente omitido de toda crítica a Levy. Vendem a ideia absurda de que o país estava uma maravilha no início de 2015 e que Dilma, de forma inexplicável e desastrada, resolveu dar uma guinada neoliberal para agradar à banca.

  18. Golpe calculado

    A alta da Selic em plena crise foi golpe calculado, para Dilma perder a popularidade. Da mesma forma, seguraram a Selic alta, enquanto ela estivesse no poder.

    Agora, basta abaixarem alguns pontos na Selic, naturalmente após o dia do afastamento de Dilma, e criarão o ‘Milagre Econômico” no qual a economia voltará a crescer, e sobrará dinheiro em caixa, suficiente para Temer governar tranquilo, e levar a fama de salvador da patria. Vai dar a impressão que dilma era a causa da crise, e bastou ela sair, que Temer “pôs ordem na casa”.

     

    “A direita no Brasil, joga xadrez como se Mestres fossem.”

    1. Os que esperam milagre econômico podem tirar o cavalo da chuva

       

      1

      The Great Ponzi Scheme of the Global Economy

       

      Wed Apr 27, 2016 10:17 pm (PDT) . Posted by:

      “Anna” ixion6

      CHRIS HEDGES: We’re going to be discussing a great Ponzi scheme that not
      only defines not only the U.S. but the global economy, how we got there and
      where we’re going. And with me to discuss this issue is the economist
      Michael Hudson, author of
      <http://store.counterpunch.org/product/killing-the-host-digital-book/&gt;
      Killing the Host: How Financial Parasites and Debt Destroy the Global
      Economy. A professor of economics who worked for many years on Wall Street,
      where you don’t succeed if you don’t grasp Marx’s dictum that ( modern)
      capitalism is about exploitation. And he is also, I should mention, the
      godson of Leon Trotsky.
      I want to open this discussion by reading a passage from your book, which I
      admire very much, which I think gets to the core of what you discuss. You
      write,
      “Adam Smith long ago remarked that profits often are highest in nations
      going fastest to ruin. There are many ways to create economic suicide on a
      national level. The major way through history has been through indebting the
      economy. Debt always expands to reach a point where it cannot be paid by a
      large swathe of the economy. This is the point where austerity is imposed
      and ownership of wealth polarizes between the One Percent and the 99
      Percent. Today is not the first time this has occurred in history. But it is
      the first time that running into debt has occurred deliberately.” Applauded.
      “As if most debtors can get rich by borrowing, not reduced to a condition of
      debt peonage.”
      So let’s start with the classical economists, who certainly understood this.
      They were reacting of course to feudalism. And what happened to the study of
      economics so that it became gamed by ideologues?

      HUDSON: The essence of classical economics was to reform industrial
      capitalism, to streamline it, and to free the European economies from the
      legacy of feudalism. The legacy of feudalism was landlords extracting
      land-rent, and living as a class that took income without producing
      anything. Also, banks that were not funding industry. The leading
      industrialists from James Watt, with his steam engine, to the railroads …
      HEDGES: From your book you make the point that banks almost never funded
      industry.
      HUDSON: That’s the point: They never have. By the time you got to Marx later
      in the 19th century, you had a discussion, largely in Germany, over how to
      make banks do something they did not do under feudalism. Right now we’re
      having the economic surplus being drained not by the landlords but also by
      banks and bondholders.
      Adam Smith was very much against colonialism because that lead to wars, and
      wars led to public debt. He said the solution to prevent this financial
      class of bondholders burdening the economy by imposing more and more taxes
      on consumer goods every time they went to war was to finance wars on a
      pay-as-you-go basis. Instead of borrowing, you’d tax the people. Then, he
      thought, if everybody felt the burden of war in the form of paying taxes,
      they’d be against it. Well, it took all of the 19th century to fight for
      democracy and to extend the vote so that instead of landlords controlling
      Parliament and its law-making and tax system through the House of Lords,
      you’d extend the vote to labor, to women and everybody. The theory was that
      society as a whole would vote in its self-interest. It would vote for the 99
      Percent, not for the One Percent.
      By the time Marx wrote in the 1870s, he could see what was happening in
      Germany. German banks were trying to make money in conjunction with the
      government, by lending to heavy industry, largely to the military-industrial
      complex.
      HEDGES: This was Bismarck’s kind of social – I don’t know what we’d call it.
      It was a form of capitalist socialism…
      HUDSON: They called it State Capitalism. There was a long discussion by
      Engels, saying, wait a minute. We’re for Socialism. State Capitalism isn’t
      what we mean by socialism. There are two kinds of state-oriented–.
      HEDGES: I’m going to interject that there was a kind of brilliance behind
      Bismarck’s policy because he created state pensions, he provided health
      benefits, and he directed banking toward industry, toward the
      industrialization of Germany which, as you point out, was very different in
      Britain and the United States.
      HUDSON: German banking was so successful that by the time World War I broke
      out, there were discussions in English economic journals worrying that
      Germany and the Axis powers were going to win because their banks were more
      suited to fund industry. Without industry you can’t have really a military.
      But British banks only lent for foreign trade and for speculation. Their
      stock market was a hit-and-run operation. They wanted quick in-and-out
      profits, while German banks didn’t insist that their clients pay as much in
      dividends. German banks owned stocks as well as bonds, and there was much
      more of a mutual partnership.
      That’s what most of the 19th century imagined was going to happen – that the
      world was on the way to socializing banking. And toward moving capitalism
      beyond the feudal level, getting rid of the landlord class, getting rid of
      the rent, getting rid of interest. It was going to be labor and capital,
      profits and wages, with profits being reinvested in more capital. You’d have
      an expansion of technology. By the early twentieth century most futurists
      imagined that we’d be living in a leisure economy by now.
      HEDGES: Including Karl Marx.
      HUDSON: That’s right. A ten-hour workweek. To Marx, socialism was to be an
      outgrowth of the reformed state of capitalism, as seemed likely at the time
      – if labor organized in its self-interest.
      HEDGES: Isn’t what happened in large part because of the defeat of Germany
      in World War I? But also, because we took the understanding of economists
      like Adam Smith and maybe Keynes. I don’t know who you would blame for this,
      whether Ricardo or others, but we created a fictitious economic theory to
      praise a rentier or rent-derived, interest-derived capitalism that countered
      productive forces within the economy. Perhaps you can address that.
      HUDSON: Here’s what happened. Marx traumatized classical economics by taking
      the concepts of Adam Smith and John Stuart Mill and others, and pushing them
      to their logical conclusion.
      <http://store.counterpunch.org/product/killing-the-host-digital-book/&gt;
      2KillingTheHost_Cover_ruleProgressive capitalist advocates – Ricardian
      socialists such as John Stuart Mill – wanted to tax away the land or
      nationalize it. Marx wanted governments to take over heavy industry and
      build infrastructure to provide low-cost and ultimately free basic services.
      This was traumatizing the landlord class and the One Percent. And they
      fought back. They wanted to make everything part of “the market,” which
      functioned on credit supplied by them and paid rent to them.
      None of the classical economists imagined how the feudal interests – these
      great vested interests that had all the land and money – actually would
      fight back and succeed. They thought that the future was going to belong to
      capital and labor. But by the late 19th century, certainly in America,
      people like John Bates Clark came out with a completely different theory,
      rejecting the classical economics of Adam Smith, the Physiocrats and John
      Stuart Mill.
      HEDGES: Physiocrats are, you’ve tried to explain, the enlightened French
      economists.
      HUDSON: The common denominator among all these classical economists was the
      distinction between earned income and unearned income. Unearned income was
      rent and interest. Earned incomes were wages and profits. But John Bates
      Clark came and said that there’s no such thing as unearned income. He said
      that the landlord actually earns his rent by taking the effort to provide a
      house and land to renters, while banks provide credit to earn their
      interest. Every kind of income is thus “earned,” and everybody earns their
      income. So everybody who accumulates wealth, by definition, according to his
      formulas, get rich by adding to what is now called Gross Domestic Product
      (GDP).
      HEDGES: One of the points you make in
      <http://store.counterpunch.org/product/killing-the-host-digital-book/&gt;
      Killing the Host which I liked was that in almost all cases, those who had
      the capacity to make money parasitically off interest and rent had either –
      if you go back to the origins – looted and seized the land by force, or
      inherited it.
      HUDSON: That’s correct. In other words, their income is unearned. The result
      of this anti-classical revolution you had just before World War I was that
      today, almost all the economic growth in the last decade has gone to the One
      Percent. It’s gone to Wall Street, to real estate …
      HEDGES: But you blame this on what you call Junk Economics.
      HUDSON: Junk Economics is the anti-classical reaction.
      HEDGES: Explain a little bit how, in essence, it’s a fictitious form of
      measuring the economy.
      HUDSON: Well, some time ago I went to a bank, a block away from here – a
      Chase Manhattan bank – and I took out money from the teller. As I turned
      around and took a few steps, there were two pickpockets. One pushed me over
      and the other grabbed the money and ran out. The guard stood there and saw
      it. So I asked for the money back. I said, look, I was robbed in your bank,
      right inside. And they said, “Well, we don’t arm our guards because if they
      shot someone, the thief could sue us and we don’t want that.” They gave me
      an equivalent amount of money back.
      Well, imagine if you count all this crime, all the money that’s taken, as an
      addition to GDP. Because now the crook has provided the service of not
      stabbing me. Or suppose somebody’s held up at an ATM machine and the robber
      says, “Your money or your life.” You say, “Okay, here’s my money.” The crook
      has given you the choice of your life. In a way that’s how the Gross
      National Product accounts are put up. It’s not so different from how Wall
      Street extracts money from the economy. Then also you have landlords
      extracting …
      HEDGES: Let’s go back. They’re extracting money from the economy by debt
      peonage. By raising …
      HUDSON: By not playing a productive role, basically.
      HEDGES: Right. So it’s credit card interest, mortgage interest, car loans,
      student loans. That’s how they make their funds.
      HUDSON: That’s right. Money is not a factor of production. But in order to
      have access to credit, in order to get money, in order to get an education,
      you have to pay the banks. At New York University here, for instance, they
      have Citibank. I think Citibank people were on the board of directors at
      NYU. You get the students, when they come here, to start at the local bank.
      And once you are in a bank and have monthly funds taken out of your account
      for electric utilities, or whatever, it’s very cumbersome to change.
      So basically you have what the classical economists called the rentierclass.
      The class that lives on economic rents. Landlords, monopolists charging
      more, and the banks. If you have a pharmaceutical company that raises the
      price of a drug from $12 a shot to $200 all of a sudden, their profits go
      up. Their increased price for the drug is counted in the national income
      accounts as if the economy is producing more. So all this presumed economic
      growth that has all been taken by the One Percent in the last ten years, and
      people say the economy is growing. But the economy isn’t growing …
      HEDGES: Because it’s not reinvested.
      HUDSON: That’s right. It’s not production, it’s not consumption. The wealth
      of the One Percent is obtained essentially by lending money to the 99
      Percent and then charging interest on it, and recycling this interest at an
      exponentially growing rate.
      HEDGES: And why is it important, as I think you point out in your book, that
      economic theory counts this rentier income as productive income? Explain why
      that’s important.
      HUDSON: If you’re a rentier, you want to say that you earned your income by

      HEDGES: We’re talking about Goldman Sachs, by the way.
      HUDSON: Yes, Goldman Sachs. The head of Goldman Sachs came out and said that
      Goldman Sachs workers are the most productive in the world. That’s why
      they’re paid what they are. The concept of productivity in America is income
      divided by labor. So if you’re Goldman Sachs and you pay yourself $20
      million a year in salary and bonuses, you’re considered to have added $20
      million to GDP, and that’s enormously productive. So we’re talking in a
      tautology. We’re talking with circular reasoning here.
      So the issue is whether Goldman Sachs, Wall Street and predatory
      pharmaceutical firms, actually add “product” or whether they’re just
      exploiting other people. That’s why I used the word parasitism in my book’s
      title. People think of a parasite as simply taking money, taking blood out
      of a host or taking money out of the economy. But in nature it’s much more
      complicated. The parasite can’t simply come in and take something. First of
      all, it needs to numb the host. It has an enzyme so that the host doesn’t
      realize the parasite’s there. And then the parasites have another enzyme
      that takes over the host’s brain. It makes the host imagine that the
      parasite is part of its own body, actually part of itself and hence to be
      protected.
      That’s basically what Wall Street has done. It depicts itself as part of the
      economy. Not as a wrapping around it, not as external to it, but actually
      the part that’s helping the body grow, and that actually is responsible for
      most of the growth. But in fact it’s the parasite that is taking over the
      growth.
      The result is an inversion of classical economics. It turns Adam Smith
      upside down. It says what the classical economists said was unproductive –
      parasitism – actually is the real economy. And that the parasites are labor
      and industry that get in the way of what the parasite wants – which is to
      reproduce itself, not help the host, that is, labor and capital.
      HEDGES: And then the classical economists like Adam Smith were quite clear
      that unless that rentier income, you know, the money made by things like
      hedge funds, was heavily taxed and put back into the economy, the economy
      would ultimately go into a kind of tailspin. And I think the example of
      that, which you point out in your book, is what’s happened in terms of large
      corporations with stock dividends and buybacks. And maybe you can explain
      that.
      HUDSON: There’s an idea in superficial textbooks and the public media that
      if companies make a large profit, they make it by being productive. And with

      HEDGES: Which is still in textbooks, isn’t it?
      HUDSON: Yes. And also that if a stock price goes up, you’re just
      capitalizing the profits – and the stock price reflects the productive role
      of the company. But that’s not what’s been happening in the last ten years.
      Just in the last two years, 92 percent of corporate profits in America have
      been spent either on buying back their own stock, or paid out as dividends
      to raise the price of the stock.
      HEDGES: Explain why they do this.
      HUDSON: About 15 years ago at Harvard, Professor Jensen said that the way to
      ensure that corporations are run most efficiently is to make the managers
      increase the price of the stock. So if you give the managers stock options,
      and you pay them not according to how much they’re producing or making the
      company bigger, or expanding production, but the price of the stock, then
      you’ll have the corporation run efficiently, financial style.
      So the corporate managers find there are two ways that they can increase the
      price of the stock. The first thing is to cut back long-term investment, and
      use the money instead to buy back their own stock. But when you buy your own
      stock, that means you’re not putting the money into capital formation.
      You’re not building new factories. You’re not hiring more labor. You can
      actually increase the stock price by firing labor.
      HEDGES: That strategy only works temporarily.
      HUDSON: Temporarily. By using the income from past investments just to buy
      back stock, fire the labor force if you can, and work it more intensively.
      Pay it out as dividends. That basically is the corporate raider’s model. You
      use the money to pay off the junk bond holders at high interest. And of
      course, this gets the company in trouble after a while, because there is no
      new investment.
      So markets shrink. You then go to the labor unions and say, gee, this
      company’s near bankruptcy, and we don’t want to have to fire you. The way
      that you can keep your job is if we downgrade your pensions. Instead of
      giving you what we promised, the defined benefit pension, we’ll turn it into
      a defined contribution plan. You know what you pay every month, but you
      don’t know what’s going to come out. Or, you wipe out the pension fund, push
      it on to the government’s Pension Benefit Guarantee Corporation, and use the
      money that you were going to pay for pensions to pay stock dividends. By
      then the whole economy is turning down. It’s hollowed out. It shrinks and
      collapses. But by that time the managers will have left the company. They
      will have taken their bonuses and salaries and run.
      HEDGES: I want to read this quote from your book, written by David Harvey,
      in <http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0199283273/counterpunchmaga&gt; A
      Brief History of Neoliberalism, and have you comment on it.
      “The main substantive achievement of neoliberalism has been to redistribute
      rather than to generate wealth and income. [By] ‘accumulation by
      dispossession’ I mean … the commodification and privatization of land, and
      the forceful expulsion of peasant populations; conversion of various forms
      of property rights (common collective state, etc.) into exclusive private
      property rights; suppression of rights to the commons; … colonial,
      neocolonial, and the imperial processes of appropriation of assets
      (including natural resources); … and usury, the national debt and, most
      devastating at all, the use of the credit system as a radical means of
      accumulation by dispossession. … To this list of mechanisms, we may now add
      a raft of techniques such as the extraction of rents from patents, and
      intellectual property rights (such as the diminution or erasure of various
      forms of common property rights, such as state pensions, paid vacations, and
      access to education, health care) one through a generation or more of class
      struggle. The proposal to privatize all state pension rights, pioneered in
      Chile under the dictatorship is, for example, one of the cherished
      objectives of the Republicans in the US.”
      This explains the denouement. The final end result you speak about in your
      book is, in essence, allowing what you call the rentier or the speculative
      class to cannibalize the entire society until it collapses.
      HUDSON: A property right is not a factor of production. Look at what
      happened in Chicago, the city where I grew up. Chicago didn’t want to raise
      taxes on real estate, especially on its expensive commercial real estate. So
      its budget ran a deficit. They needed money to pay the bondholders, so they
      sold off the parking rights to have meters – you know, along the curbs. The
      result is that they sold to Goldman Sachs 75 years of the right to put up
      parking meters. So now the cost of living and doing business in Chicago is
      raised by having to pay the parking meters. If Chicago is going to have a
      parade and block off traffic, it has to pay Goldman Sachs what the firm
      would have made if the streets wouldn’t have been closed off for a parade.
      All of a sudden it’s much more expensive to live in Chicago because of this.
      But this added expense of having to pay parking rights to Goldman Sachs – to
      pay out interest to its bondholders – is counted as an increase in GDP,
      because you’ve created more product simply by charging more. If you sell off
      a road, a government or local road, and you put up a toll booth and make it
      into a toll road, all of a sudden GDP goes up.
      If you go to war abroad, and you spend more money on the military-industrial
      complex, all this is counted as increased production. None of this is really
      part of the production system of the capital and labor building more
      factories and producing more things that people need to live and do
      business. All of this is overhead. But there’s no distinction between wealth
      and overhead.
      Failing to draw that distinction means that the host doesn’t realize that
      there is a parasite there. The host economy, the industrial economy, doesn’t
      realize what the industrialists realized in the 19thcentury: If you want to
      be an efficient economy and be low-priced and under-sell competitors, you
      have to cut your prices by having the public sector provide roads freely.
      Medical care freely. Education freely.
      If you charge for all of these, you get to the point that the U.S. economy
      is in today. What if American factory workers were to get allof their
      consumer goods for nothing. All their food, transportation, clothing,
      furniture, everything for nothing. They still couldn’t compete with Asians
      or other producers, because they have to pay up to 43% of their income for
      rent or mortgage interest, 10% or more of their income for student loans,
      credit card debt. 15% of their paycheck is automatic withholding to pay
      Social Security, to cut taxes on the rich or to pay for medical care.
      So Americans built into the economy all this overhead. There’s no
      distinction between growth and overhead. It’s all made America so
      high-priced that we’re priced out of the market, regardless of what trade
      policy we have.
      HEDGES: We should add that under this predatory form of economics, you game
      the system. So you privatize pension funds, you force them into the stock
      market, an overinflated stock market. But because of the way companies go
      public, it’s the hedge fund managers who profit. And it’s those citizens
      whose retirement savings are tied to the stock market who lose. Maybe we can
      just conclude by talking about how the system is fixed, not only in terms of
      burdening the citizen with debt peonage, but by forcing them into the market
      to fleece them again.
      HUDSON: Well, we talk about an innovation economy as if that makes money.
      Suppose you have an innovation and a company goes public. They go to Goldman
      Sachs and other Wall Street investment banks to underwrite the stock to
      issue it at $40 a share. What’s considered a successful float is when,
      immediately, Goldman and the others will go to their insiders and tell them
      to buy this stock and make a quick killing. A “successful” flotation doubles
      the price in one day, so that at the end of the day the stock’s selling for
      $80.
      HEDGES: They have the option to buy it before anyone else, knowing that by
      the end of the day it’ll be inflated, and then they sell it off.
      HUDSON: That’s exactly right.
      HEDGES: So the pension funds come in and buy it at an inflated price, and
      then it goes back down.
      HUDSON: It may go back down, or it may be that the company just was
      shortchanged from the very beginning. The important thing is that the Wall
      Street underwriting firm, and the speculators it rounds up, get more in a
      single day than all the years it took to put the company together. The
      company gets $40. And the banks and their crony speculators also get $40.
      So basically you have the financial sector ending up with much more of the
      gains. The name of the game if you’re on Wall Street isn’t profits. It’s
      capital gains. And that’s something that wasn’t even part of classical
      economics. They didn’t anticipate that the price of assets would go up for
      any other reason than earning more money and capitalizing on income. But
      what you have had in the last 50 years – really since World War II – has
      been asset-price inflation. Most middle-class families have gotten the
      wealth that they’ve got since 1945 not really by saving what they’ve earned
      by working, but by the price of their house going up. They’ve benefited by
      the price of the house. And they think that that’s made them rich and the
      whole economy rich.
      The reason the price of housing has gone up is that a house is worth
      whatever a bank is going to lend against it. If banks made easier and easier
      credit, lower down payments, then you’re going to have a financial bubble.
      And now, you have real estate having gone up as high as it can. I don’t
      think it can take more than 43% of somebody’s income to buy it. But now,
      imagine if you’re joining the labor force. You’re not going to be able to
      buy a house at today’s prices, putting down a little bit of your money, and
      then somehow end up getting rich just on the house investment. All of this
      money you pay the bank is now going to be subtracted from the amount of
      money that you have available to spend on goods and services.
      So we’ve turned the post-war economy that made America prosperous and rich
      inside out. Somehow most people believed they could get rich by going into
      debt to borrow assets that were going to rise in price. But you can’t get
      rich, ultimately, by going into debt. In the end the creditors always win.
      That’s why every society since Sumer and Babylonia have had to either cancel
      the debts, or you come to a society like Rome that didn’t cancel the debts,
      and then you have a dark age. Everything collapses.

      <https://www.facebook.com/CounterPunch-official-172470146144666/&gt; Join the
      debate on Facebook
      Michael Hudson’s new book,
      <http://store.counterpunch.org/product/killing-the-host-digital-book/&gt;
      Killing the Host is published in e-format by CounterPunch Books and in print
      by <http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/3981484282/counterpunchmaga&gt;
      Islet. He can be reached via his website, <mailto:[email protected]>
      [email protected]. Chris Hedges’s latest book is Days of Destruction,
      Days of Revolt, illustrated by Joe Sacco.  

       

      1. Prosperidade para quem

        Quando eu me referi ao “milagre” economico que Temer está em vias de criar, eu esqueci de dizer que o milagre será só para os ricos. O PIB sim, voltará a crescer, mas as custas de muita miséria e desemprego, nos moldes neoliberais. Os 70% mais pobres não serão convidados para o banquete, a menos que seja para trabalhar de garçons ou de faxineiros. A grande maioria nem irá perceber esta bonança.

        Como diziam na época da ditadura, “o país vai bem, mas o povo vai muito mal.”

  19. Nisso havemos de convir

    Foram vários os alertas,  durante todo o ano passado,  aqui no blog pelo Nassif e também em outros canais, por economistas progressistas.

    Temos de convir que, nesse aspecto, Dilma deu uma colaboração inestimável à sua própria derrubada.  Conduziu a economia para um buraco profundo,  dando ouvidos aos monetaristas e neoliberais;  se tivesse se preocupado com o que de fato atinge a vida do povão, da classe média e mesmo do empresáriado,  recessão e desemprego,  dificilmente estaria tão combalida para enfrentar o golpe.

    Lembra-me um artigo,  escrito em defesa dela,  onde o autor apontava vários tiros no pé que ela própria se deu,  e terminava afirmando que só esperava que ela própria não fosse às manifestações contra si mesma.

  20. O preço de baixar a selic vai

    O preço de baixar a selic vai ser aprovar a independência do banco central.

    Conta-se a história da carochinha que um banco central independente com mandato fixo de 4 anos não coincidente com o do presidente eleito (nas urnas, não o por voto indireto) irá permitir a “restauração da confiança” e reduzir o “prêmio de risco”.  O mandato do bacen será única e exclusivamente em relação a estabilidade do nível de preços (não haverá duplo mandato como no FED). Imediatamente começa a se falar de corte de 2 pontos na SELIC sem efeito na inflação. (na realidade com a inflação em queda, o juro real ficará basicamente o mesmo).

    Ganha a corporação, ganham os bancos que terão para sempre o bacen sob controle, ganha Temer que produz efeito de curto prazo.

    Quem perde?  Acho que a resposta é óbvia.

     

  21. Se eu tivesse que chutar

    Se eu tivesse que chutar diria que vem por aí mais uma jabuticaba Temeraria.

    Já se fala nos círculos de BACEN independente entre as reformas de Temer.

    Conta-se a histórinha de que um BACEN independente com função exclusiva de controle da estabilidade de preços (nada de mandato duplo como o FED para atrapalhar) e com presidente com mandato de quatro anos, indicado no meio do mandato presidencial recebido em eleição direta (ou no inicio de um mandato recebido em eleição indireta…) irá reduzir o prêmio de risco e aumentar a confiança dos investidores, permitindo assim a redução da Selic.

    Ora, essa redução já é esperada como já explicou o Nassif.  Inflação já em trajetória de queda, mesmo com a redução se mantem a taxa real de juros estável.

    Ganha a corporação.  Ganha o sistema bancário.  Ganha um presidente Temerário que poderá se orgulhar do efeito de curto prazo.

    Não preciso dizer quem é que perde né?

     

  22. Esqueçam ! Juro real sempre será mais de cinco por cento

    Os donos do dinheiro manobraram o golpe quando perceberam que a única saida da economia era taxá-los ou 

    condenar o povo a mais alta privação . Optaram em mandar a conta pra população pobre e pra classe média através deste golpe Juri-político midiático.

    Não haverá imposto sobre grandes fortunas e/ou herança.

    Não haverá imposto sobre distribuição de ganhos PJ

    O STF participou do golpe ?

    Por omssão ? : 

                             1-não enquandrando Moro? e

                              2-Deixando Eduardo Cunha livre , leve,e solto?

                               3-  Deixando o pedido do PGR dormitando desde Dezembro?

    Por “ativismo político”?   1- Amarrando os braços do Lula ao deixar sua posse em suspenção?

                                                 2-Ao fazerem declarações condenando a Presidente Dilma sobre , pasmem, o que achavam que ela                                                   iria falar na ONU?

  23. Nomear o neoliberal Levy,

    Nomear o neoliberal Levy, feitor do pacote econômico absolutamente desastroso, logo depois de uma campanha em que adotara um discurso de esquerda, de fato, foi o maior estelinoato eleitoral da história.

    O resultado esta aí, e vem a cavalo.

    O pior de tudo é que ele adotou uma política econômica desastrosa, neoliberal, de direita. E a conta recaiu toda na esquerda.

    1. Vale a pena repetir para você Doney:

      A política econômica suicida foi a partir de 2009, não 2015. Se vocês não entenderem o real ponto onde começaram os erros do governo, a esquerda perderá toda a credibilidade. Desde 2013 já havia alertas para com os erros que levariam a 2015. E esses alertas continuaram durante 2014 inteiro. Entendam isso, o governo foi totalmente irresponsável com os gastos públicos e o controle inflacionário. 2015 não teria sido o que foi se não fosse a farra dos anos anteriores.

      1. Você falta com a verdade,

        Você falta com a verdade, isto é, o Doney disse toda verdade.

        No entanto, você quis capitalizar, ou seja: foi oportunista e faltou com a verdade!

        O que fez as contas deteriorarem são os juros que o bc  mantém para controlar uma inflação de custo(sem dizer que o juro declarado não foi o praticado para com os dealers, ou seja, a taxa é maior, ou seja: as despesas com juros são bem maiores…

        joaquim levy  fez toda a diferença,isto é, tudo isso parece manipulado pelos dois lados da moeda…

        Todos sabiam o resultado econômico com a política neoliberal, aplicada…

        A Receita do Estado desabou,pois, a conta de juro é enorme, o gráfico do orçamento revela tudo…

        O juro aumenta a despesa e faz despencar a Receita do Estado…  O resultado era esperado…

        Você faltou com a verdade ou não conhece do assunto…

         

         

         

         

        1. Ricardo

          Os alertas para o endividamento e a inflação já vinham desde 2013. A única alternativa aos juros altos para combater a inflação seria investir no aumento da produtividade, reformar nossas estruturas burocráticas que elevam o custo Brasil, desindexar a economia (herança da década de 80). Tudo aquilo que o governo do PT não fez em 13 anos. Depois de mais de 10 anos fomentando o consumo sem se preocupar com a oferta, era óbvio que teríamos um surto inflacionário. A alternativa aos juros altos – uma vez que o governo não fez seu dever de casa quanto ao restante – seria uma hiperinflação. Você não deve ter vivido a década de 80 para ter noção do caos que isso é. O PT perdeu a melhor janela de oportunidade de nossa história, ao longo dos anos 2000, para finalizar o processo de modernização do estado brasileiro. Não fez. Nunca teve intenção de fazer. E agora que o tempo das vacas gordas passou, vemos o quanto nosso país continua arcaico.

      2. Para argumentos tautológicos basta a resposta repetitiva

         

        Felipe Lopes (sexta-feira, 29/04/2016 às 14:53),

        O seu discurso é o mesmo. E ele se fia apenas na sua palavra. Eu o tomo por economista porque você se prende mais a essa questão. Eu também me prendo a ela, mas não sou economista, apenas com meus 61 anos acompanho a economia brasileira com sofreguidão desde o final da década de 60.

        Além de ser o mesmo, o seu discurso é um tanto vazio porque os fatos não colaboram as acusações que você faz como se pode ver nos três comentários que você enviou aqui para este post “O pacote Levy deixou a queda da Selic para Temer chutar” de quinta-feira, 28/04/2016 às 09:12. No seu primeiro comentário, enviado quinta-feira, 28/04/2016 às 12:43, você diz que Fernando Henrique Cardoso legou o “trabalho limpo” para Lula e que o erro ocorreu no segundo governo de Lula e no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff. Depois você faz o seu segundo comentário enviado sexta-feira, 29/04/2016 às 09:01, e que foi colocado junto ao comentário de MAAR enviado quinta-feira, 28/04/2016 às 16:30. E o terceiro é este enviado sexta-feira, 29/04/2016 às 14:53, que você colocou junto do comentário de Doney, enviado sexta-feira, 29/04/2016 às 13:10.

        Tanto no comentário para Maar como neste para Doney você alega que a crise atual é decorrente da política econômica adotada a partir de 2009. De certo modo, há um mérito na sua alegação, pois com ela você crítica Luis Nassif por atribuir a má situação econômica atual à política econômica de Joaquim Levy. Trata-se, entretanto, de um mérito frágil porque você não destrinça alguns argumentos pueris de Luis Nassif, como o argumento dele em negar fundamento à afirmação de que a inflação tem relação direta com desajustes fiscais, ou de que os desajustes fiscais foram o principal álibi para a elevação da Selic.

        Ora, desajustes fiscais quando se está aproximando do pleno emprego dificultam o controle inflacionário e o principal álibi para se aumentar a taxa Selic, como o próprio Luis Nassif já comentou anteriormente, foi a perspectiva de elevação do juro americano.

        Agora, se a política econômica de recuperação diante da crise do quarto trimestre de 2008 pode ficar sujeita à crítica, uma vez que ela levou a uma valorização excessiva do real, ela, de um lado, permitiu uma elevação expressiva do PIB que deu mais condições ao país de atrair investimentos e, de outro, possibilitou que se tivesse uma arrecadação expressiva para dotar o país de recursos suficientes para fazer as correções de cursos necessárias. Aliás, correção de curso que veio a ser feita ainda no governo do presidente Lula, pois nos dois últimos trimestres de 2010, o crescimento econômico já se fazia em ritmo mais lento.

        Eu particularmente fiz crítica a opção do crescimento da economia puxado pelo mercado interno como foi feito em 2009, porque apesar de ser de esquerda eu sempre torci para que o Brasil durante uns vinte a trinta anos optasse pelo crescimento puxado pelas exportações. E na crise de 2008, o dólar chegou a 2,4 e eu via ali a oportunidade do Brasil manter um saldo favorável na Balança Comercial. O que há de reconhecer é que a lenta retomada da economia puxada pelo câmbio favorável, com uma imprensa majoritariamente contrária ao Partido dos Trabalhadores só serviria para que aventureiros se lançassem à cata do cetro presidencial e inviabilizando qualquer candidatura do Partido dos Trabalhadores.

        Não tenho dúvida que para atender os interesses da esquerda era e sempre será preferível garantir a eleição de um candidato do Partido dos Trabalhadores a qualquer candidato que venha do seio dos que votaram contra a presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e dos que votarão contra a presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal.

        Assim se foi errado a opção pelo crescimento puxado pelo mercado interno, diante da crise de 2008, quando se considera a realidade de o Brasil ser um país pobre e não um país já desenvolvido, essa opção foi amenizada não só pela vitória da esquerda em 2010, como também pela correção que se fez já em 2010 e também pelos ajustes que a presidenta Dilma Rousseff realizou durante a primeira parte do governo dela.

        Um produto dos ajustes foi ter conseguido acabar com a bolha no mercado imobiliário. Nesse sentido vale dar uma olhada no post “A recessão e a bolha imobiliária, por Luiz Alberto Vieira” de sexta-feira, 07/08/2015 às 07:18, aqui no blog de Luis Nassif, com um texto de autoria de Luiz Alberto Vieira em que ele afirma logo de início que o Brasil teve uma enorme bolha imobiliária entre 2007 e 2013. O post “A recessão e a bolha imobiliária, por Luiz Alberto Vieira” pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-recessao-e-a-bolha-imobiliaria-por-luiz-alberto-vieira

        Há, entretanto um resultado bem mais importante que o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff conseguiu e que consistiu na reversão das quedas na formação de investimento (FBCF) por três trimestres, no período que vai do quarto trimestre de 2012 até o segundo trimestre de 2013. Foi para lembrar sobre este período, que, por sinal, os críticos do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff não têm nenhum pudor em esconder, que eu enviei sexta-feira, 29/04/2016 às 14:32, um comentário junto ao seu comentário enviado sexta-feira, 29/04/2016 às 09:01. E como considero que para refutar os seus comentários tautológicos basta de agora em diante repetir o que eu disse aqui um pouco mais abaixo, eu o vou reproduzir a seguir. Disse eu lá:

        – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

        “Felipe Lopes (sexta-feira, 29/04/2016 às 09:01),

        Não sou economista e, supondo que você seja, gostaria que você, estudando o quadro abaixo e conhecendo os erros que Guido Mantega realizou na economia, explicasse e explicitasse quais foram esses “erros” que justificariam o crescimento tão forte dos investimentos no quarto trimestre de 2012, e no primeiro e segundo trimestre de 2013 (Deixei a taxa trimestral e a anualizada em negrito para o período) e também que você explicitasse quais foram os erros que provocaram a reviravolta na retomada dos investimentos no terceiro trimestre de 2013.

        O quadro é o seguinte:

        QUADRO PARA SER ESCLARECIDO (Dados obtidos no Boletim do IBGE sobre o PIB trimestral utilizando a informação na última vez que ela aparece no Boletim. Para o FBCF a defasagem é de quatro trimestres e para o PIB a defasagem é de 5 trimestres)

        Trimestre    1º Trim    2º Trim    3º Trim    4º Trim    1º Trim    2º Trim    3º Trim    4º Trim

        Ano                2012       2012       2012        2012       2013       2013       2013       2013

        Taxa FBCF   – 2,2        – 1,5       – 1,4          1,8          3,9         3,4        – 1,7        – 2,1

        Anualizada   – 8,5        – 5,8       – 5,4          7,3        16,4         14,3       – 6,6        – 8,1

        Taxa PIB         0,1           0,1          0,6           0,9          0,4         2,1        – 0,5           0,1

        Anualizada      0,4          0,4          2,4          3,6          1,6          8,7         – 1,9          0,4

        Fazer a crítica de modo vago como Luis Nassif tem feito há muito tempo é fácil. Se você for economista, como parece ser, entre nos detalhes dos dados que são apresentados acima e aponte com precisão o erro de Guido Mantega que fez os investimentos descambarem no terceiro trimestre de 2013”.

        – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

        E quanto ao seu elogio ao governo de Fernando Henrique Cardoso, afirmando que ele deixou um “trabalho limpo” para Lula seria bom que você lembrasse de três pequenos exemplos da herança deixada por Fernando Henrique Cardoso.  Países que utilizaram planos de estabilização de inflação para acabar com a inflação de uma vez (mesmo que não fosse com intuito eleitoral) legaram também uma dívida pública elevada. Países como Índia e Colômbia que souberam conviver em um prazo mais longo com taxas de inflação mais elevadas atingindo até 30% ao ano como no caso da Colômbia mantiveram a dívida pública em patamar aceitável.

        E mais se você levar em conta a paridade do dólar no dia 31 de dezembro de qualquer ano, e levar em conta a inflação aqui no Brasil e nos Estados Unidos, verá que a mais alta taxa de câmbio que o Brasil já teve foi a de 31/12/2002. Essa foi mais uma herança que Fernando Henrique Cardoso deixou para Lula. Não foi uma herança maldita sob o aspecto econômico porque a desvalorização é um dos mais potentes instrumentos de recuperação econômica de países em desenvolvimento.

        E outra herança, que também não é maldita sob o aspecto econômico e que o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso nos legou, foi uma taxa de inflação altíssima quando se anualiza os dados para os três últimos meses de 2002. Anualizada, a inflação do trimestre outubro, novembro e dezembro de 2002, medida pelo IGP da Fundação Getúlio Vargas, atingiu mais de 50%.

        Eu disse que tanto o câmbio desvalorizado como a inflação alta não constituem herança malditas sob o aspecto econômico, porque o real desvalorizado é um grande incentivo à indústria e a inflação alta é um importante instrumento para a redução das dívidas, principalmente da dívida pública.

        Agora a moeda desvalorizada e a inflação em alta é um problema político real porque a moeda desvalorizada pressiona por mais inflação e mais inflação é sempre visto pela população como prova de corrupção do governo que em conluio com os grandes empresários permite que eles, os grandes empresários, aumentem desabridamente os preços.

        E quanto a acusação de que o governo da presidenta Dilma Rousseff teria sido “totalmente irresponsável com . . . o controle inflacionário”, é bom lembrar que durante os quatro anos do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff a taxa de inflação esteve ao redor de 6% numa variação em torno de 5 a 7%. Provavelmente nunca houve na história do Brasil uma taxa de inflação tão estável como a que se verificou no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff.

        E mais, muito provavelmente para países em desenvolvimento sob o aspecto apenas econômico a taxa de inflação de 6% seja a mais aconselhável. A respeito da recomendação de uma taxa de inflação mais elevada talvez valesse dar uma olhada na série de indicações que eu deixei junto ao post “Por quê?” de quarta-feira, 29/02/2012, de autoria de Alexandre Schwartsman e publicado no blog dele A mão visível, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/02/por-que.html

        E embora Alexandre Schwartsman preconize uma inflação menor, há outro post dele em que ele mesmo dá os motivos para se trabalhar com a inflação maior. Trata-se do post “Derruba sim…” de terça-feira, 08/04/2014, da lavra dele e publicado também no blog dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/derruba-sim.html

        No post “Derruba sim…” , Alexandre Schwartsman mostra um quadro apresentando a relação entre taxa real de juros e a inflação. A inflação é menor quanto maior for a taxa real de juro, ou seja, uma inflação mais baixa é em muito decorrente de uma taxa de juro real mais alta o que eleva os débitos. Uma razão a mais para países em desenvolvimento apreenderem a conviver com uma inflação um pouco maior.

        E acrescento ainda a indicação de um post aqui no blog de Luis Nassif para onde eu enviei alguns comentários onde eu tive oportunidade de deixar outros tantos links para que permitem fazer uma avaliação mais adequada do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff. Trata-se do post “A ação do Banco Central contra Schwartsman” de quarta-feira, 10/09/2014 às 10:33, de autoria de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-acao-do-banco-central-contra-schwartsman

        Além de um comentário enviado quarta-feira, 10/09/2014 às 21:17, para Luis Nassif, eu mantive uma troca de comentários com Alexandre Weber – Santos – SP a partir do comentário dele enviado quarta-feira, 10/09/2014 às 11:06, onde deixo muitos links que valem ser lidos.

        E indico também o post “A desastrosa política monetária, por Motta Araujo” de sábado, 02/05/2015 às 11:16, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Andre Motta Araujo, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-desastrosa-politica-monetaria-por-motta-araujo

        No post “A desastrosa políticda monetária, por Motta Araujo”, eu faço a defesa da política econômica do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff e faço também a indicação de vários links tratando não só de política econômica como de política monetária, sendo que dois dos links indicados eu trago aqui para este meu comentário.

        O primeiro link é para o artigo de Laurence M. Ball intitulado “The Case for Four Percent Inflation”, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://krieger2.jhu.edu/economics/wp-content/uploads/pdf/papers/wp607_ball.pdf

        E o segundo é para artigo de Paul Krugman que ele apresentou na Conferência do Banco Central Europeu em Portugal em maio de 2014, intitulado “Inflation Targeting Reconsidered” e que pode ser encontrado no seguinte endereço:

        https://webspace.princeton.edu/users/pkrugman/pksintra.pdf

        Paul Krugman indicou o artigo “Inflation Targeting Reconsidered” no blog dele em post com o mesmo título “Inflation Targeting Reconsidered” de terça-feira, 13/05/2014 às 04:12 am e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/05/13/inflation-targets-reconsidered/

        Para Paul Krugman, a inflação deveria ser um pouco mais alta do que os 4% da proposta de Laurence M. Ball. E tratava-se de proposta para países desenvolvidos. Tenho por mim que em países em desenvolvimento a inflação deveria ser ainda maior. Trata-se, entretanto, de apenas intuição de um não economista.

        Perdi um pouco de tempo na resposta para suas críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff porque venho há bom tempo observando que elas se repetem e se revestem com ares de sapiência, mas pouyco trazem de acréscimo esclarecedor. E como são bem repetitivas talvez vale a pena montar uma resposta que eu a possa utilizar junto a outros comentários seus. Enfim perderei tempo uma só vez. Ainda assim, não acho que a qualidade ou falta de qualidade que eu avalio como tendo percebido nos seus comentários mereceriam o meu tempo perdido. No entanto, muito do que eu disse é crítica direta também ao que diz Luis Nassif e ai o meu tempo perdido não parecerá tão inútil.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 30/04/2016

        1. Caro Clever

          Bastante detalhada e interessante sua resposta. Não sou economista, mas engenheiro, e peço desculpas por não responder em detalhes pela falta de tempo nos meus intervalos para isso. Sou repetitivo porque impressiona agora quererem jogar a culpa da crise no Levy, quando ela já se antecipava desde 2013. Mencionei FHC também por conta da falsificação histórica que parece ser um cacoete insuperável da militância petista. O PSDB, que era um partido de centro esquerda, se transformou em partido de extrema direita na “narrativa” petista. Aliás, de tanto ouvir falar em “construções de narrativas”, esse parece que virou um sinônimo de falsificação retórica mesmo. O problema em 2013 em parece ter sido pela trajetória de aumento de gastos públicos juntamente com o intervencionismo no preço da gasolina e na energia elétrica, por exemplo, que já indicavam que o mote do governo eram remendos de curto prazo, sem qualquer estratégia de médio e longo prazo. Era óbvio que o ciclo ia se esgotar. Além disso, incentivar o consumo por décadas sem buscar ganhos de produtividade é a receita certeira para um surto inflacionário. Na verdade, não creio que o problema tenha começado em 2013 ou 2008. Começou antes, muito antes, quando o PT considerou que programas sociais e incentivo ao consumo bastavam, imaginando que nossos problemas estruturais poderiam ser empurrados com a barriga. Nenhum presidente até hoje teve a possibilidade de tocar adiante as reformas de que precisamos quanto Lula. No entanto, ele demonstrou não ter nenhuma visão de longo prazo. Posso estar repetindo o que já disse aqui, porque muitas concepções econômicas por aqui parecem vir de gabinetes em acadêmicos ou de Brasília, e não de quem vive o dia a dia do mrercado de trabalho. Nossa CLT é de uma era pré-industrial, enquanto estamos na era digital, e a pergunta não deveria ser se devemos reformá-la, e sim qual reforma trabalhista fazer. O mesmo para a estrutura de gastos da previdência, a qual já é insustentável mesmo em países desenvolvidos, sem o emaranhado de privilégios que a nossa sustenta. Você mencionou sua esperança em nos tornarmos exportadores, imagino que não de commodities, para não colocar todos os ovos de ouro em um pote só. Mas o BNDES serviu apenas a empresas já consolidadas, ao passo que o estratégico era o setor de tecnologia, de valor agregado e com diversidade de empregos. Não vou me alongar porque meu tempo é muito corrido, mas enfim, à exceção dos programas sociais, o PT não trouxe nenhum avanço institucional ou estrutural ao país. Além da polarização política, herança do discurso malandro de que qualquer crítica ao governo era de-quem-não-gosta-de-pobre (e uma hora a resposta a esse “argumento pela má-consciência” acabaria sendo escatológica como a que vemos agora). Em tempo: não sou a favor de um estado mínimo, mas de um estado que funcione. Mas o PT nunca teve interesse em fazer o estado funcionar de maneira eficiente. Nunca antes na história um partido teve uma oportunidade tão boa em suas mãos para dar prosseguimento à modernização do país… os anos 2000 foram um período de bonança ideal para isso e outra janela vai demorar décadas… uma pena…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador