BC não teme problemas cambiais do vizinho

Jornal GGN – Para acalmar os ânimos frente à crise argentina, o presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, disse ao jornal inglês Financial Times que a recente desvalorização do real não preocupa tanto quanto o enfraquecimento do peso argentino.

Para ele, os ajustes fazem parte da normalização da taxa global de juros, e que isso não deve ser confundido com fragilidade da moeda – que no ano passado, desvalorizou cerca de 13%.

Ele afirmou também que estes movimentos refletem uma recuperação do crescimento econômico ao redor do mundo, o que é muito positivo, embora tumultuado, e que pode ser um ganho para os países considerados emergentes, num longo prazo.

Tombini não se mostrou preocupado em entrevista com o impacto da desvalorização do peso argentino no Brasil, especialmente pela fraca presença do “vizinho” nos mercados financeiros. O aperto da política monetária, o uso de reservas internacionais como proteção, de acordo com o executivo, mostram que nem mesmo há uma pressão para evitar a elevação dos juros. Para ele, a política será ajustada novamente, mas apenas se necessário.

Ele enxerga como perigosa, e isso sim, a elevação das taxas de juros nos mercados desenvolvidos. Tombini considera que isso seria como a ação de um “aspirador de pó” sugando o dinheiro dos emergentes e exigindo taxas domésticas mais altas.

 
Redação

2 Comentários

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  1. Correção gradual da taxa de câmbio

    Com o aprofundamento da crise fiscal nos países da zona do euro em 2011,  ocorreu um ajuste na taxa de câmbio no Brasil, depois veio o anúncio da mudança na política monetária nos EUA no início de 2013, o que provocou uma novo ajuste  ma taxa de câmbio.

    Agora temos o início de fato da redução dos estímulos monetários promovidos pelo Banco Central Americano, o que já está provocando uma nova rodada de ajuste na taxa de câmbio.

    Em função de boa parte da correção cambial já ter sido realizada, muito provavelmente o atual ajuste deverá ser bem menor do que já foi realizado desde de 2011.

    Certamente se copom não tivesse reduzido os juros  em 2011 e 2012,  e mantido o dólar abaixo dos R$ 2,00, o ajuste agora seria praticamente inevitável, e todos o ajuste gradual da taxa de câmbio que foi realizado ao longo dos últimos dois anos, seria feito agora em poucas semanas.

    Creio que o ajuste gradual da taxa de câmbio também permitiu que os agentes econômicos, principalmente as empresas, realizassem o devido hedge, de modo que quase todos hoje estão devidamente protegidos, o que também contribuirá para diminuir a intensidade do atual ajuste na taxa de câmbio.

     

  2. O BC e o plano econômico do Brasil

    Como não foi previsto no plano econômico do Brasil a crise câmbial Argentina, que irá entregar todos os ativos valiosos do país para a banca rentista por nada, ela não existe.

     

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