Cenário econômico recomenda cautela, diz Copom

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O Copom (Comitê de Política Monetária) deixou claro na ata da sua última reunião, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, que o julgamento de todos os integrantes “é convergente” no que se refere a adoção de medidas monetárias que neutralizem os riscos para o cenário prospectivo para a inflação. Contudo, dois dos integrantes do colegiado afirmaram que uma reavaliação do crescimento global está em curso e que esse processo, a depender de sua intensidade e duração, poderá afetar favoravelmente a dinâmica dos preços domésticos.

 

“Para esses membros do Comitê, não seria recomendável uma ação imediata da política monetária, entretanto, essa visão não foi respaldada pela maioria do Colegiado”, diz o documento, explicando a decisão, na reunião da semana passada, de se interromper o ciclo de estabilidade dos juros e elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 7,50% ao ano por seis votos a dois, sem viés.

 

Ao avaliar o cenário econômico, o comitê considera que os riscos para a estabilidade financeira global continuaram elevados desde a última reunião, em especial os itens derivados do processo de desalavancagem que se encontra em andamento no exterior. “Nesse contexto, apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo”.

 

Além disso, os diretores do BC avaliaram que as perspectivas de atividade global moderada foram mantidas, com tendência de intensificação ao longo do tempo. “Nesse contexto, há avanços localizados nas economias maduras, não obstante permanecer limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade tem se intensificado, amparado pela resiliência da demanda doméstica”. O Comitê também destacou evidências de acomodação dos preços nos mercados internacionais de commodities.

 

O colegiado ressaltou a intensificação do ritmo da atividade doméstica ao longo do primeiro trimestre, apesar das limitações existentes no campo da oferta. Os agentes ainda sinalizaram que “informações recentes apontam para a retomada do investimento e para uma trajetória de crescimento, no horizonte relevante, mais alinhada com o crescimento potencial”.

 

Para o Copom, a demanda doméstica continuará a ser impulsionada pelos efeitos defasados de ações de política monetária, bem como pela expansão moderada da oferta de crédito. “Adicionalmente, a atividade doméstica continuará a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários, apesar de certa acomodação na margem”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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