Copom ajusta taxa de juros para 7,50% ao ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) encerrou o ciclo de estabilidade vigente desde julho de 2011 e decidiu ajustar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, de 7,25% para 7,50% ao ano. A decisão foi sem viés com seis votos a favor do ajuste da taxa Selic, e dois votos pela manutenção da taxa nos níveis anteriores.

Segundo o comunicado divulgado pelo colegiado, fatores como o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços fazem com que os índices de preços mostrem resistência e ensejam uma resposta da política monetária. “Por outro lado, o Copom pondera que incertezas internas e, principalmente, externas, cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”.

A decisão ficou dentro do que diversos economistas esperavam, embora o ajuste de 0,50 ponto tenha ganho um pouco de fôlego nos últimos dias. Mas também surpreendeu quem estimava pela manutenção das taxas, como a economista Tatiana Pinheiro, do banco Santander. Em entrevista ao portal GGN, ela afirmou que a decisão levará a instituição a rever seus cálculos para os juros, mas a nota divulgada após a reunião vem de encontro com alguns pontos já avaliados pelo banco.

 “Tínhamos uma projeção de estabilidade pois avaliávamos que não havia um convencimento por parte do comitê de que havia necessidade de ajuste imediato, mas os diretores ressaltaram a ponderação com a atividade econômica e internacional. Tirando os últimos dias que foram atípicos, não podemos esquecer que estamos em um cenário econômico frágil”, explicou a economista.

A postura cautelosa ganhou força com as recentes revisões para baixo do crescimento de quase todos os países por instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que deve levar os agentes econômicos a também reverem seus números.

Quanto aos dados de inflação brasileira, Tatiana afirmou que o fato de a aceleração ter se perpetuado nos últimos meses foi importante para uma alteração imediata dos juros. “Os diretores estavam desconfortáveis desde janeiro, quando deram um voto de confiança a partir do impacto da queda da energia na inflação de janeiro. A inflação em fevereiro também subiu, mas ainda tinha a questão da desoneração de alguns preços na cesta básica. E então teve a decisão de março, quando se esperava algum alívio, e ela continua com quadro ruim”.

Na visão da economista do Santander, o ciclo de alta de juros deve ser menor e mais curto, com a taxa chegando a 8% – “o ciclo de aperto monetário vai ser de 0,75 ponto em três decisões de 0,25 ponto: a primeira na reunião de abril, outra na reunião de maio e a última em julho, com estabilidade até o ano de 2014”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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